O presidente dos EUA, Joe Biden, tenta convencer Bolsonaro da importância da participação do país na cúpula
O presidente Jair Bolsonaro recebeu, ontem, a visita do assessor especial do governo dos Estados Unidos, Christopher Dodd, no Planalto, para discutir a participação na Cúpula das Américas, que será de 6 e 10 de junho, em Los Angeles. O encontro ocorreu fora da agenda oficial do chefe do Executivo.
Já o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, não é tão otimista quanto à presença do presidente. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, na semana passada, o chanceler afirmou não haver entusiasmo de Bolsonaro para ir à Cúpula. "Devo dizer que essa é uma cúpula que tem tido, aparentemente, num primeiro momento, uma baixa adesão", ressaltou, na ocasião.
França ainda relatou ter conversado com diplomatas argentinos e que muitos países não querem participar pelo fato de Biden não ter convidado Venezuela, Cuba e Nicarágua. Caso, por exemplo, do presidente mexicano, Manuel López Obrador. Os três países não foram chamados porque não respeitam a Carta Democrática Interamericana firmada na Cúpula de 2001, que determinou que "os líderes da região defenderam o estrito respeito à democracia como condição essencial para a participação em todas as cúpulas futuras".
Separação políticaA principal resistência de Bolsonaro ao encontro multilateral, dizem fontes do governo, é o foco dele em questões nacionais, incluindo a campanha à reeleição. O presidente não vê sentido em sair do país por quatro dias para encontrar Biden, de quem é distante politicamente. Bolsonaro apoiou a reeleição do ex-presidente americano Donald Trump, derrotado nas urnas. A Cúpula deve discutir temas como democracia, direitos humanos e preservação do meio ambiente, calcanhar de Aquiles para o presidente brasileiro, criticado internacionalmente pela devastação da Amazônia. [Encerrando: presidente Bolsonaro, lembre-se que foi o 'dorminhoco' que preside os Estados Unidos que no inicio do seu mandato uniu-se ao francês com proposta ofensiva de internacionalização dar a Amazônia.]
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