Vozes - Gazeta do Povo
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Quando a burocracia ajuda o câncer a matar - Foto: Michal Jarmoluk/Pixabay
Eu vejo, acompanho e testemunho com a maior frequência o desespero de pessoas que estão se tratando contra o câncer e têm de entrar na Justiça em busca dos remédios porque o Sistema Único de Saúde não cumpre o que determina a Constituição: saúde é dever do Estado. Como o remédio é mais caro, entra a burocracia para atrapalhar.
Mas para o câncer não existe burocracia: o câncer é rápido, avança de um dia para o outro.
E a burocracia faz com que o paciente tenha de procurar advogado.
Ele entra na Justiça com pedido de liminar, o pedido entra na fila, até sair... e em alguns casos o remédio ainda tem de ser importado.
É verdade que são remédios bem caros, mas isso tem de acabar.
O câncer não espera, isso traz um desespero para essas pessoas que acabam pedindo ajuda para todo mundo, e cada um cumpre o seu dever de ajudar depois de já ter pago o imposto que deveria servir para o serviço de saúde.
Invasores do 8 de janeiro estão sendo julgados por lote e no tribunal errado
Continuo estranhando muito esse fato de o Supremo julgar pessoas por lote.
Dá um calafrio na espinha imaginar que há um tribunal julgando no atacado – pelo menos as denúncias apresentadas pelo Ministério Público estão sendo recebidas e aceitas por lotes.
Na segunda-feira foi um lote de 45, já são 2.245 brasileiros convertidos em réus. Foram presos 1.390, e ainda faltam mais 100.
E depois ainda haverá o julgamento, que é outra coisa estranha, porque ninguém tem foro privilegiado, deveriam ser todos julgados por um juiz federal de primeira instância aqui de Brasília, mas estão no Supremo. Tudo à revelia da Constituição.
Como vai ser o julgamento desses 1,3 mil réus?
Será individual mesmo?
Porque é preciso apurar o crime de cada um, o fato de que cada um é acusado, quais são as provas que se referem a cada pessoa especificamente, qual foi a ação criminosa dela.
Certamente há pessoas que cometeram crime de destruição do patrimônio público e invasão do prédio; dizem lá no Supremo que até o fim do ano julgam os 250 casos mais graves.
Abin avisou governo sobre invasões, diz coronel
Na CPMI do 8 de Janeiro no Congresso depôs o coronel-chefe de Operações da PM, que nem estava em Brasília, estava em férias.
O ex-presidente Bolsonaro também não estava em Brasília.
O presidente da República estava em Araraquara.
O coronel depôs dizendo que a Abin avisou, sim, o governo, e que às 10 horas do dia 8 ainda veio um aviso sobre a iminência de invasão dos palácios – uma invasão que ocorreu cinco horas depois.
Havia tempo sobrando para proteger os palácios, por que não se prepararam?
É isso que queremos saber. O Estadão publicou uma conversa telefônica entre um dos invasores do Palácio do Planalto e sua mulher.
Percebe-se a maneira simplória como a pessoa vê os fatos, coitado.
Agora está preso e talvez nem saiba o porquê. Ou talvez pense que é um herói. Mas fez uma coisa impensada.
Acho que muitas revoluções no mundo aconteceram assim, levando gente de borbotão.
Lula ignora seus ministros, mas vive recebendo o presidente da Argentina
O presidente da Argentina foi recebido por Lula na segunda-feira: a quarta vez só neste governo.
O site Poder360 fez um levantamento e descobriu que Alberto Fernández foi recebido mais vezes pelo presidente do Brasil que 20 dos 37 ministros de Lula.
Tem ministro, como a Ariele Franco, que foi recebida zero vezes.[oportuno perguntar: qual a função do ministério chefiado por essa ministra? ao que se sabe quando ela não está passeando na garupa de moto, sem capacete, na favela da Maré, está a toa; ao que se sabe o ato mais importante da ministra foi ir ao Estados Unidos discutir como combater o racismo no Brasil.]
A maioria dos que não foram recebidos é de mulheres: Sônia Guajajara, Margareth Menezes, Marina Silva, Daniela do Waguinho, Simone Tebet e Cida Gonçalves foram recebidas apenas duas vezes. Luciana Santos, só uma vez. Ana Moser, três vezes. [a 'esbanJAnja' tem poder de veto sobre quem seu marido - e justificativa para suas viagens - recebe.
Mulheres ministras precisam que ela aprove. Afinal, sempre há risco de concorrência.]
Isso falando em despachos privados, que são momentos de conversa, de acerto entre o ministro e presidente da República. Fernández, com quatro vezes, ganhou de mais da metade do ministério.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
Alexandre Garcia, colunista -Gazeta do Povo - VOZES