O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (28) que bancos aderiram ao manifesto de empresários e integrantes da sociedade civil em defesa do Estado Democrático de Direito, porque o governo deu uma "paulada" neles com o Pix. Na véspera, Bolsonaro já tinha minimizado o documento, chamando-o de "cartinha", em convenção nacional do PP. "Você pode ver, esse negócio de carta aos brasileiros, à democracia, os banqueiros estão patrocinando. É o Pix que eu dei paulada neles, os bancos digitais que nós facilitamos", disse o presidente a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada. "Estamos acabando com o monopólio dos bancos. Eles estão perdendo poder. Carta pela democracia... Qual ameaça que eu estou oferecendo para a democracia?", completou.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) declarou nesta quarta (27) a adesão a um segundo manifesto, também a favor da democracia, mas este articulado por organizações da sociedade civil. Em nota, a entidade informou que a decisão foi tomada por maioria (ou seja, de forma não unânime.)
Controlados pelo governo, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil se posicionaram contra a decisão da Febraban. A tese do Bolsonaro de que banqueiros assinaram o manifesto em retaliação ao Pix já havia sido publicizada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, na terça-feira (26).Se o senhor faz alguém perder [R$] 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor", afirmou o ministro, no Twitter.
Nogueira afirmou que as instituições deixaram de arrecadar com transferências, que eram cobradas, mais de R$ 40 bilhões com o Pix. Ele disse ainda que os beneficiários do novo sistema também vão assinar "manifesto", apoiando Bolsonaro nas eleições em outubro.
Folha de S. Paulo - UOL
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