A fé
"compulsória"exigida pelas autoridades judiciais "supremas" sobre a
validade "inquestionável"do processo eleitoral brasileiro, sujeitando à
prisão imediata, fora do processo legal, todos os que levantarem qualquer
dúvida ou suspeita sobre a lisura das eleições, nos força a pedir
auxílio à São Tomás de Aquino, que ao lado de Santo Agostinho, são
considerados os mais sábios filósofos do cristianismo.
Tomás
de Aquino foi o grande construtor do maior sistema teológico-flosófico a
partir da Idade Média. Estruturou toda a sua filosofia partindo da
premissa que tanto as verdades divinas "acessíveis" à razão, quanto as
verdades divinas "inacessíveis" à razão, seriam propostas â pessoa como
objetos da FÉ.
A fé seria obrigatória,segundo o filósofo,
porque a imensa maioria das pessoas não teria condições de chegar ao
conhecimento de Deus pelas vias da razão, mesmo sem que descartasse essa
possibilidade aos mais inteligentes. Os impeditivos para uso correto da
razão seriam as más disposições do temperamento que desviam do saber;
os afazeres dos que se ocupam com a administração e posse dos bens
materiais,que não encontrariam tempo para a contemplação na busca do
conhecimento de Deus; a preguiça para essa contemplação;
o longo tempo e
as condições intelectuais necessárias para essa busca;
o fato de que
na juventude a alma fica agitada pelos diversos movimentos das
paixões, e por isso não ter aptidões para conhecer verdades tão
profundas, uma vez que o homem se torna prudente e sábio somente na
medida que as suas paixões se acalmam e, por último, a fragilidade da
inteligência humana frequentemente eivada de erros.
Portanto, assim
como Santo Tomás de Aquino concluiu que tanto as verdades divinas
acessíveis à razão, quanto às não acessíveis, teriam que ser aceitas pela
FÉ, mesmo que não explicadas pela razão, do mesmo modo os "supremos"
juízes brasileiros estão coagindo o povo brasileiro a aceitar sem
protestos um sistema eleitoral que à toda evidência está sujeito à
fraudes, e sobre o qual radicalmente se negam a adotar medidas para
maior transparência eleitoral. [PARABÉNS ao ilustre Sérgio por todo o artigo, com destaque especial para os dois parágrafos que encimam este comentário - descrevem com clareza e precisão o sentido de 'dogma', citados em comentário de nossa lavra em matéria também excelente do Percival Puggina, sobre o caráter dogmático conferido pelo JE à crença na inviolabilidade das urnas eletrônicas.
O ilustre Sérgio é mais um brasileiro, junto a milhões, que não acusa o sistema eleitoral implantado em 1996 de fraude, mas clama por mais transparência, dentro do famoso axioma ' quem não deve, não teme'.]
Na verdade de nada vale o
argumento dos "supremos" ministros de que a lisura do sistema eleitoral
estaria "provada", porque jamais foi demonstrado ter havido qualquer
irregularidade nas eleições anteriores, desde quando as
urnas eletrônicas foram implantadas em caráter geral, em 1996.
Mas a
adoção desse tipo de urna deve-se ao então Juiz Eleitoral
de Brusque/SC,Dr. Carlos Prudêncio, que apesar da proibição do TRE/SC,
implantou a primeira votação eletrônica,nas eleições municipais de 1989. Homem de extrema coragem e sabedoria , que tive o grande o prazer de
conhecer pessoalmente.
Pois bem, é verdade essa alegação. Mas também é verdade que jamais foi provado por "eles" não ter havido adulteração de resultados, e que não haverá na próxima eleição.
Pois bem, é verdade essa alegação. Mas também é verdade que jamais foi provado por "eles" não ter havido adulteração de resultados, e que não haverá na próxima eleição.
Os que alegam
a possibilidade de fraude eleitoral na verdade não conseguem provar
nada, mesmo porque eles não têm em mãos as informações que seriam
necessários para provar essa irregularidade. As "chaves do cofre". Mas o
"outro" lado também não consegue provar a lisura do processo. Portanto é
palavra contra palavra. E palavra por palavra, a de um juiz, mesmo que
"supremo", não vale nada mais que a de qualquer outro.
Mas as
suspeitas dos inconformados com o sistema eleitoral vigente, dentre os
quais o atual Presidente Jair Bolsonaro, parecem ter fundamento pela
simples razão da recusa radical das autoridades "eleitorais" de
possibilitar uma conferência em paralelo dos resultados apontados
pelos computadores do TSE, uma auditoria para "valer", que confirme à
plenitude os resultados oficiais.
É como se diz na minha terra: deve
ter "boi nessa linha"!!!
Essa acusação de tentativa de golpe
sobre os que suspeitam de fraude nas eleições de outubro próximo,por
manipulação humana dos resultados nos computadores, faz lembrar a
célebre frase de Vladimir Lenin, comandante "bolchevique" da Revolução
Russa de 1917: "Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que
você é".
Sem dúvida trata-se de uma inescondível coincidência "vermelha".
Em
suma: os resultados eleitorais de outubro de 2022 serão alguma
verdade "divina"? Acessível,ou não acessível , à razão?
Deve ser aceita a
vitória de Lula da Silva,a única admissível pelas autoridades
eleitorais, simplesmente por uma questão de "fé"? Imposta pelo STF e
TSE?
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário