Nota e manifestação do porta-voz destacam necessidade de instituições seguirem papel constitucional
Escaldado em tentativas da nova extrema-direita de tumultuar a democracia e contestar o resultado de eleições graças ao que Donald Trump promoveu internamente, o governo Joe Biden sabe que o apoio militar a aventuras deste tipo é a chave para o maior ou menor grau de risco de ruptura democrática.
Por lá, os militares foram firmes em deixar Trump falando sozinho quanto ao questionamento do resultado das eleições e o incentivo a atos como o que culminou na invasão do Capitólio. Ao reiterar a expectativa de que as eleições ocorram de forma justa, livre e confiável, "com todas as instituições agindo conforme seu papel constitucional", o governo Biden comunica aos militares que o resultado das eleições será prontamente reconhecido por Washington.[sendo recorrente: ' a condição de ser o Brasil uma NAÇÃO SOBERANA, faz com que caiba aos brasileiros a escolha e reconhecimento do governo brasileiro.]
Mais: dá a senha para que diplomacias de governos de outros países democráticos se manifestem mais firmemente contra o show de Bolsonaro, agora que já receberam relatos de seus representantes no ato de segunda-feira.
No caso do Brasil, os EUA demonstram ter uma clara radiografia dos sinais dúbios emitidos pelas Forças Armadas, agravados nas últimas semanas pelo protagonismo adquirido pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, em manifestações de dúvida quanto à segurança e à transparência da votação e da apuração pelo sistema de urnas eletrônicas no Brasil.
Essa reação firme, reiterada e sem rodeios também evidencia o papel temerário que o Itamaraty desempenhou nessa pantomima, totalmente fora do que é a tradição diplomática brasileira e absolutamente atrelado ao discurso de campanha de Bolsonaro à reeleição.
Ele se soma a outros internos, com a união de burocracias técnicas do próprio Executivo, do Legislativo e do Ministério Público em defesa da Justiça Eleitoral. [quando as Forças Armadas brasileiras são ameaçadas pela mídia militante ou por algumas autoridades, sempre nos lembramos da pergunta do Stalin.]
Vera Magalhães - jornalista - O Globo
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