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quinta-feira, 28 de julho de 2022

A sinalização de Lula às Forças Armadas e o erro do ex-presidente - VEJA

Petista acerta em lançar pontes para militares, mas subestima risco 

Apesar de ter ido bem na sabatina desta quarta, 27, o ex-presidente Lula fez uma sinalização às Forças Armadas que, a pesar de ser politicamente acertada, contém um erro de avaliação por parte do petista.

Lula fez um gol ao dizer que os “militares são mais responsáveis que Bolsonaro”. Não é tarefa difícil ser mais responsável do que o atual presidente, conhecido pelas declarações sem fundamento e pelo comportamento irresponsável com o país. No entanto, Lula declarou que o presidente não tem o apoio dos militares nas bobagens que diz, o que não é bem assim. “Essas bobagens que Bolsonaro fala não têm apoio dos militares da ativa, do alto comando. Ele só pode ser considerado chefe supremo quando é sério, fala coisa com coisa e respeita instituições. Ele fala ‘meu Exército’, mas não é dele. Ele foi expulso do Exército por má conduta. Então como a gente pode pensar em golpe? Não acredito em golpe, não acredito que as Forças Armadas pensem nisso”, afirmou o ex-presidente.[O ilustre repórter mais uma vez não resiste a narrativas contra o nosso presidente; 
Desta vez ele valoriza mais a palavra de um descondenado, porém, não inocentado, visto que sabe perfeitamente que Bolsonaro não foi expulso do Exército - não havia motivos,  conforme sentença absolutória do STM, Instância máxima da Justiça Militar da União; 
por disposição constitucional, que todos são obrigados a acatar, cumprir - passando pelo descondenado, por Matheus Leitão, por este blogueiro, por ministros de Estado  e alcançando ministros do Supremo, etc., o presidente da República é o 'comandante supremo' das Forças Armadas e nem a Carta Magna nem a legislação a ela inferior condiciona que tal condição só é válida quando ele é sério.]
 
Infelizmente, desde 2018, lideranças militares no país foram migrando cada vez mais para o lado do governo de Jair Bolsonaro
Agora em 2021, presenciamos o auge da crise: o Ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira, permitiu o envolvimento dos militares na vergonhosa desconfiança em relação às urnas eletrônicas e ao trabalho da Justiça Eleitoral. Uma pauta bolsonarista que foi abraçada pelo chefe das três forças militares – de forma absurda e assustadora.[os fatos nos levam a pensar que os militares atenderam um convite da Justiça Eleitoral, por entenderem que a Comissão de Transparência da JE,  desejava receber, analisar e acatar, ainda que parcialmente, sugestões para aprimorar a segurança e a transparência da mesma segurança e ao ter a quase totalidade das propostas que apresentaram rejeitadas, deduziram que o interesse do convite era ter o aval das FF AA ao sistema existente e cuja segurança é considerada pelo TSE um dogma. É o que pensamos.]

É preciso deixar claro que as Forças Armadas vinham mantendo uma distância correta da política desde 1985, após a redemocratização. De maneira muito acertada, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica se comportaram como as instituições de Estado que são. Em 2018, no entanto, ano da campanha de Bolsonaro à presidência, as coisas começaram a mudar. Em abril daquele ano, o então Comandante do Exército, General Villas Bôas, fez uma publicação marcante às vésperas do julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa de Lula no Supremo Tribunal Federal.

“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, escreveu Villas Boas no twitter.

Esse foi o primeiro passo dos militares em direção a Bolsonaro. Na época, o então candidato inclusive agradeceu o recado e declarou apoio a Villas Bôas. É um fato que essas “movimentações políticas” foram importantes para a vitória do atual presidente. Tanto que Bolsonaro agradeceu ao general Villas Bôas ao ser eleito. “O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, disse, e acrescentou que havia coisas conversadas entre os dois que ele, Bolsonaro, jamais revelaria.

Desde que começou seu mandato, em 2019, o presidente colocou militares em todos os lugares que conseguiu dentro do governo, sempre fez questão de falar das Forças Armadas como se fossem sua propriedade e tenta puxar os militares para si em cada ocasião que pode. Na Reforma da Previdência, eles foram poupados. [os militares pela própria Constituição Federal não são servidores públicos, o que impede que sejam alcançados por uma reforma no sistema previdenciário dos servidores públicos civis.]  A reforma deles é completamente diferente da dos civis.

Pelo comportamento de alguns militares, as Forças Armadas deixaram de ser uma instituição de Estado e passaram a ser um braço de governo, como esta coluna já apontou. Inclusive, depois que Bolsonaro assumiu a presidência, as Forças Armadas soltaram notas com um tom diferente relacionadas ao 31 de março, seguindo a conhecida linha de pensamento do atual presidente

Um bom exemplo foi o caso do também general Edson Pujiol, ex-comandante do Exército, que, ao perceber que Bolsonaro queria usar a força, se afastou do presidente. Um mau exemplo foi o general Eduardo Pazuello que, como militar da ativa, participou de atos antidemocráticos ao lado do atual mandatário.

É preciso ponderar que existem bons exemplos e maus exemplos dentro do Exército, da Marinha e da Aeronáutica durante o atual governo. Lula fez uma sinalização claramente política, mas errou na interpretação que expressou. Ele pode nem acreditar nela e estrategicamente estar apenas buscando um diálogo com as Forças Armadas. 

Blog Matheus Leitão - Revista VEJA

 

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