Renan Calheiros parabenizou
Renan Calheiros por um post no Twitter: “Boa, senador!” Se não foi um
caso extremo de delírio narcísico, foi um flagrante de que há algo
inautêntico na forma como o senador usa sua rede social.
A equipe de
Calheiros forjou um elogio a ele, com o descuido de usar a própria conta
do senador – o que evidenciou a falsificação.
Onde estão os obstinados
caçadores de fake news do TSE e do STF? Ninguém contou a eles o que aconteceu?
Se o elogio foi forjado, quem
tentou se fazer passar por um admirador de Renan Calheiros? Um assessor?
Alguém que usaria uma identidade postiça e se descuidou? Um robô?
Quem
pode fazer um elogio fake, pode fazer um ataque fake?
Pode espalhar
boato? Pode “desinformar” (a palavrinha da moda dos supremos
checadores)?
Sim, pode fazer tudo isso. Como
essa questão se resolveria num ambiente mais ou menos saudável?
Com a
lei: quem se sentisse atacado, ofendido, difamado ou constatasse uma
informação falsa que prejudicasse alguém, acionaria a Justiça e puniria o
infrator – fosse ele autêntico ou impostor.
Isso já aconteceu inúmeras
vezes e a justiça foi feita. Quanto a robôs ou claques programadas, é
questão de controle da plataforma ou denúncia de usuários que suspeitem,
e ponto final.
'
Mas o que se passa hoje no
Brasil é algo bem diferente.
Supostos depuradores do debate público
criaram expedientes de perseguição à livre expressão – baseados
exatamente nessa literatura fajuta que não tem nada a ver com Direito:
gabinete do ódio, fake news, desinformação, milícias digitais,
etc.
Qualquer assunto que esteja em terreno de controvérsia pode ser
marcado por esses senhores da verdade como delinquência, baseados nos
conceitos alegóricos acima. É um expediente reacionário.
Pois bem. Se é assim, onde está a
investigação de Renan Calheiros? Um senador usando flagrantemente uma
falsificação das funções da rede social para forjar a manifestação de
alguém que não existe.
Quem fez isso? Quantos fazem
isso rotineiramente para o senador, com que tipo de mensagens?
Isso não
pode ser uma milícia digital?
Uma brigada de robôs?
Um gabinete do ódio?
Ou em homenagem à harmonia entre Renan Calheiros e o STF isso pode ser
no máximo um gabinete do amor?
Aliados de Lula têm habeas corpus
permanente, em homenagem ao passado glorioso do ex-presidente?
Hackers tentaram invadir o site
do PL e forças ocultas da “oposição” tentaram reservar as vagas para o
público na convenção do partido do presidente da República, para
esvaziá-la.
Os xerifes da eleição já
começaram a instituir até censura prévia, decretando que determinados
assuntos não podem sequer ser abordados. É um abuso autoritário
escandaloso.
Infelizmente, aquela multidão de amantes da liberdade de
expressão que passaram décadas fazendo discursos, músicas e poesias
contra o autoritarismo saiu de férias. Logo agora…
Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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