Louvando-se em opinião de uma dessas checadoras fajutas de notícias e
num achômetro pessoal mal explicado, o ministro Sanseverino, do TSE,
censurou conteúdo da Gazeta do Povo sobre a proximidade de Lula e Daniel
Ortega.
O ministro Alexandre de
Moraes mandou o Gettr bloquear os perfis da juíza Ludmila Lins Grillo e
Allan dos Santos.
A rede social denunciou que a decisão sufoca a
liberdade de expressão.
O PT demanda ao TSE a censura de conteúdos de
dezenas de perfis e sites bem conhecidos por suas posições filosóficas e
pela defesa de princípios e valores essenciais à democracia e ao estado
de direito.
Não por acaso, esses mesmos bens políticos vêm sendo
citados para justificar atos de nossos tribunais superiores dedicados ao
que dizem combater: afrontam a democracia e o estado de direito.
Entre os
objetos da ira petista avultam nomes bem conhecidos dos conservadores
brasileiros e sites de grande público, como os preciosos e competentes
Brasil Paralelo e Revista Oeste, cuja relevância se impõe e sobrepõe a
grandes e idosos grupos de comunicação do país.
No momento em
que escrevo, não se sabe o que fará o TSE a demanda que lhe chegou, mas
ela, pela proporção e violência, acende todas as sirenes de alarme
sobre o que fariam seus autores, se pudessem, com aquilo que Lula
denomina “Controle social da mídia”.
Será um
disparate atender ao pedido petista e passar a mão sobre a cotidiana
conduta dos grandes grupos de comunicação que se consorciaram para
violar os fundamentos do jornalismo, construir narrativas e ocultar
informações.
Em seus laboratórios, morrem todas as notícias positivas
sobre o governo.
Em seus laboratórios contrataram-se as pesquisas que
impulsionaram a candidatura do ex-presidiário.
Nos laboratórios da Globo
nasceu a afirmação proferida por Bonner ao entrevistar Lula: “O senhor
não deve nada à justiça”. E não era sarcasmo.
Por ação do
esquerdismo dominante no plano da cultura, o pluralismo morre nas
universidades brasileiras e em toda cadeia produtiva da educação, morre
no jornalismo (80% dos jornalistas são esquerdistas) e morre nas mais
altas cortes do judiciário.
Apesar de
todos os danos morais, sociais e econômicos dos governos petistas,
Bolsonaro não seria presidente da República não fossem as redes sociais.
É exatamente por isso que esses espaços vivem, desde então, sob
crescente intimidação explícita e censura efetiva.
Como afirma
com sabedoria o dito popular, o vaso quebra de tanto ir à fonte. Tais
abusos têm sido fator de agregação e mobilização. Funcionam como os
melhores cabos eleitorais de um governo permanente e falsamente acusado
de fazer aquilo que contra ele é feito. Seus adversários querem o poder a
qualquer preço para, depois, fazerem negócios a bom preço.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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