Análise Política
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
foram ao segundo turno com uma diferença de cerca de cinco pontos
percentuais entre eles, por volta de metade da diferença no voto válido
apontada pela última pesquisa BTG-FSB uma semana antes da eleição.
O fenômeno verificado nesta reta final de primeiro turno, e não captado
pelas pesquisas, foi uma transferência importante de votos da terceira
via para Bolsonaro, num movimento aparente de antecipação do segundo
turno.
Assim, Lula fechou a rodada inicial com os votos válidos previstos, mas
Bolsonaro desempenhou significativamente acima, resultado que se deve
principalmente a um melhor desempenho no Sudeste, especialmente em São
Paulo. Que, com segundo turno para governador, será um palco decisivo em
30 de outubro.
Os outros dois grandes estoques de voto no Sudeste decidiram a parada já
neste domingo. Os dois governadores eleitos de Minas Gerais e Rio de
Janeiro serão cabos eleitorais importantes no segundo turno.
O presidente da República enfrenta alguns desafios no segundo turno. Um
deles é o fato de os candidatos com algum voto que não se classificaram
para a decisão tenderem a apoiar o candidato do PT. Mas, com quatro
semanas de campanha e boas notícias na economia, é hoje uma disputa
completamente em aberto, com 50/50 de chances.
AlonFeuerwerker, jornalista e analista político
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