Este tem sido, até agora, o governo
da desesperança – e do medo, da suspeita, da desconfiança e de tudo aquilo que
pode haver de pior na expectativa do futuro próximo para o país.
Ainda falta um
mês e meio para Lula assumir a presidência da República, mas desde que foi declarado
vencedor das eleições de 2022 sua atuação pública só produziu notícia ruim.
A
cada vez que ele abre a boca, as coisas pioram: a bolsa de valores derrete, o
dólar dispara, os juros para operações futuras sobem. É o contrário, exatamente,
do que vinha acontecendo até sua eleição – [nunca é demais lembrar: Bolsonaro governando.] quando cada mês registrava melhoras
em todos os índices econômicos essenciais, da inflação ao desemprego, das
exportações à arrecadação federal, do gasto público ao lucro das estatais.
De 3
de novembro para cá, a casa começou a cair - e ninguém está pondo mais força na
demolição do que o novo presidente.
O governo que
Lula vai começar sempre foi um desastre anunciado e garantido em
contrato. Nada, desta vez, de busca de consenso, moderação, “Carta aos
Brasileiros”, como foi na sua primeira chegada ao governo. Em vez disso,
agora, Lula se inclinou o tempo todo para o extremismo, o rancor e o
discurso da esquerda radical.
A elite empresarial e o seu entorno
fizeram de conta que estava tudo bem; Lula é assim mesmo, fica falando
essas coisas, mas tudo é só conversa de campanha, pois ele é um sujeito
responsável e não vai jogar o país numa aventura etc. etc. etc. Na hora
de governar ele vai ser sério etc. etc. etc. Foi mais um raciocínio
idiota. O Lula-2022 é diferente do Lula-2002 - e é esse o Lula que está
valendo hoje.
Ele está convencido que a eleição o autorizou a fazer tudo
o que quer, e já no dia seguinte à eleição estava exigindo que o Brasil
lhe dê licença para gastar como bem entender o dinheiro do Estado. É a
sua ideia fixa do momento: abolir o teto de gastos, a âncora que há anos
vem segurando a inflação, o valor do real e a estabilidade financeira.
Dane-se o equilíbrio entre receita e despesa – segundo ele, isso impede a
“justiça social” e, portanto, precisa ser derrubado.
Ainda falta um mês e meio para Lula assumir a presidência da República,
mas desde que foi declarado vencedor das eleições de 2022 sua atuação
pública só produziu notícia ruim
O
primeiro ato do homem que veio para “salvar a democracia”, segundo o
STF, a esquerda e a maior parte da mídia, é, como se vê, uma agressão
direta à lei vigente; Lula não aceita a regra do jogo, e exige uma
mudança na Constituição para fazer o tipo de governo que tem na cabeça.
Programas sociais, obviamente, só fazem sentido se forem acompanhados o
tempo todo de responsabilidade fiscal; se não for assim, produzem
inflação e desemprego diretos na veia, e isso só piora a vida daqueles a
quem se pretende ajudar.
Mas Lula está cego para isso: só pensa em
eliminar o teto de gastos e governar o Brasil como sua propriedade
privada.
É materialmente impossível, assim, evitar que a economia reaja
mal – a economia, não o “mercado”. A Bolsa de Valores despenca e o dólar
dispara porque a população em geral perdeu a confiança na seriedade do
governo que se aproxima; não tem nada a ver com meia dúzia de operadores
de bolsa e outras frações da elite, como Lula quer fazer crer. É apenas
mais uma de suas falsificações: ele reclama que “o mercado” está muito
“sensível”, trata com desprezo a queda da Bolsa e a subida do dólar –
“paciência”, diz – e leva adiante a mentira de que só uma elitezinha
está incomodada com a sua guerra ao teto de gastos e o começo desastroso
do seu governo.
Os fatos mostram o contrário disso: quem vai pagar
integralmente pela desordem fiscal não é o sujeito que anda de Porsche, e
sim o que está na fila do ônibus. Alguma dúvida?
Os
liberais-equilibrados-centristas que apoiaram Lula estão assustados com
ele; os que quiseram exercer uma influência “moderadora” em seu governo
constatam que viveram uma miragem. Tudo isso estava escrito desde que
Lula ganhou a sua candidatura do STF. Fingiram que não, para “salvar a
democracia”.
Podem, agora, voltar a seus vinhos de safra e retornar às
conversas em que se fala mal de Lula. Quem vai entrar no pau, com
inflação, desemprego e outras realizações do governo petista é a
população – os “manés” do ministro Barroso.
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima J. R.Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Nenhum comentário:
Postar um comentário