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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

"Parecemos um país ciclotímico e masoquista" - Alexandre Garcia

Crise institucional ter origem num Tribunal Constitucional é a última causa que se pode imaginar. Parecemos um país ciclotímico e masoquista. Quando a nação se encaminha para grandeza, pensa que não merece e provoca numa guinada para cair de novo

Lula quando fala assusta, como disse a decepcionada economista Elena Landau, que o apoiou no segundo turno. "Lula não aprendeu com os erros do passado". Na verdade, parece que voltou ainda mais disposto a recrudescer nos erros. Agora mesmo aceitou o jatinho para ir ao Egito, como aceitou o sítio e o triplex. [se ele tivesse puxando  cadeia não cometeria o delito de agora; 
bandido preso comete menos crimes = certeza da punição; 
bandido SOLTO,  pratica mais crime = certeza de impunidade.] Henrique Meirelles já recolheu os flaps e não está disposto a pousar no novo governo. "Boa sorte!", desejou ironicamente Meirelles, que vê um período diferente daquele primeiro ano de Lula, em 2003, em que a economia mundial derramava suas bênçãos sobre o Brasil.  
Hoje, a economia chinesa, desacelerada, faz uma grande diferença.
 
Depois do desprezo pelo "tal mercado", Lula foi condenado com duras palavras por editorial da Folha de S.Paulo, que tanto o apoiou. 
Pérsio Arida, falando ontem em Nova York, parecia Paulo Guedes; será que fica na equipe de transição? [ficha suja, prontuário com delitos é o que não falta na equipe do eleito = tem o Paulo Bernardo, o Genoíno, a Gleisi, o Mantega = em contagem rápida, contamos mais de 30 prontuários sujos.]  
Investidores, empregadores, produtores ainda não sabem o que virá. Fernando Haddad em lugar de Paulo Guedes pode ser apenas um bode na sala, para dar lugar a alguém que tenha assistido a mais de dois meses de aula de economia.  
Boulos para Habitação é tão irônico quanto Stédile para a Reforma Agrária. [exatamente exato; não esqueçamos o senador Costa pronto para a Saúde - é só atualizar o vulgo de 'drácula' para 'drácula 1'.]     Os nomes que circulam podem ser de fogo amigo de quem está de olho no ministério, ou fake news para assustar, mas bem que Lula poderia mostrar algum nome que acalmasse a incerteza que faz os investidores apertarem fundo o pé no freio. [em nosso entendimento ele,  por ser apenas presidente eleito, pode ser processado pela vantagem ilícita do jatinho; o PL também declarou que vai impugnar o mandato do eleito = fulcro no parágrafo 14, artigo 10, da CF.]

Avestruz

Enquanto isso, ele pega o jatinho de 54 milhões de dólares com matrícula americana de um empresário de plano de saúde, que, como ele, já andou preso, e voa para o Egito dos faraós.
As manifestações de rua continuam e os comandantes das três Forças Armadas deram um aviso direto, sem intermediários, às instituições e ao povo: estão ao lado do povo, fonte do poder, e lembram que a lei diz que não é crime a manifestação crítica contra as instituições, vale dizer, o Supremo, o Congresso, o presidente ou mesmo o Exército. [em outras palavras = entendimento maciço do POVO: o cidadão que criticar o governo, falar alguma verdade indigesta, pode até ser preso de madrugada em sua residência, mas NÃO SERÁ PRESO em ÁREA MILITAR, protestando,  pacificamente contra o governo ou falando verdades indigestas.]  
 
A nota adverte que o Legislativo, casa do povo, tem que ser respeitado — isto é, não se pode prender deputado nem censurar parlamentar e rede social —, e que os parlamentares precisam corrigir possíveis arbitrariedades e desvios autocráticos — vale dizer, o Senado precisa fazer o Supremo voltar à Constituição e ao devido processo legal. 
A nota reitera que as Forças Armadas estão a serviço do povo brasileiro e que as autoridades a serviço desse povo precisam atender reivindicações legais e legítimas. 
Fingir que não viu, não leu e não ouviu é esconder-se como avestruz. [entendemos que a reivindicação, petição, respeitosa, pode até ser negada, mas negativa fundamentada, jamais um antidemocrático 'arquive-se'.] 
Desrespeitaram direitos e garantias individuais que são cláusulas pétreas da Constituição e do direito natural.  
Crise institucional ter origem num tribunal constitucional é a última causa que se pode imaginar. 
Parecemos um país ciclotímico e masoquista. Quando a nação se encaminha para a grandeza, pensa que não merece e provoca uma guinada para cair de novo. 
Desta vez, a guinada veio de uma elite da política, da Justiça e da mídia, usando eleitores desinformados. 
Planejada ou não, muitos sentem nesses dias uma transição para baixo.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


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