J. R. Guzzo
Esse Juscelino Filho, que ganhou do presidente Lula o Ministério das Comunicações,
é um desastre com perda total.
Ele já estava fazendo hora extra no
emprego; em qualquer governo que se desse um mínimo de respeito, deveria
ter sido posto no olho da rua quando foi revelado que gastou dinheiro
público para asfaltar uma estrada bem na frente de uma de suas fazendas
no Maranhão.
Agora, segundo divulgou uma reportagem de O Estado de S. Paulo,
usou um jato da Força Aérea Brasileira para comparecer a um leilão de
cavalos de raça em São Paulo, durante o fim de semana.
Pior: recebeu do
Erário diárias pelos dias da viagem, como se tivesse trabalhado em
alguma coisa.
Para completar, foi anunciado que ele ocultou mais de 2
milhões de reais do seu patrimônio na declaração feita à justiça
eleitoral para as eleições de 2022. É esse o nível; é esse o retrato do
governo Lula.
Qual a seriedade que se pode esperar de um governo
que entrega a um indivíduo como esse o seu Ministério de Comunicações,
tido pela esquerda como uma das peças mais “estratégicas” do Estado
brasileiro? Qual o critério de escolha?
Não vale dizer, como resmunga
agora o PT, que Lula não tem nada a ver com isso, porque apenas aceitou
um nome indicado pela “base aliada”.
De fato, o ministro vem de uma
dessas gangues partidárias que infestam o Congresso Nacional e vendem
apoio a qualquer governo, mas isso não é desculpa – quem o nomeou foi o
presidente da República, e o presidente tem de ser responsável pelas
nomeações que faz.
O ministro dos cavalos está, sim, na conta de Lula –
como estão a ministra cercada de milicianos que gastou mais de 1 milhão
de reais em gráficas fantasmas e aluga, com dinheiro público, um
escritório por três vezes o seu valor de mercado, mais uma penca de
outros elementos da mesma qualidade.
Lula
tem um problema sem solução com essa gente toda; o que pode dizer a
eles, com a sua folha corrida na justiça criminal?
O presidente foi
condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, e só está
solto porque o STF lhe deu de presente a “anulação” dos seus processos –
por erro de endereço, disseram.
E agora, diante de um Juscelino desses,
ou qualquer outro igual a ele, o que Lula pode dizer? “Seja honesto”?
Corre o risco de lhe rirem na cara. É aí, justamente, que está o
problema: no Brasil de hoje, o presidente da República não vale mais, em
termos de moral pública, do que qualquer dos tipos mais escuros que
foram nomeados para o seu governo. É tudo pinga da mesma pipa.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
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