Agnelo é alvo de ação por improbidade por reintegrar ex-distrital à PM
A decisão custou mais de R$
1 milhão aos cofres públicos, referentes aos salários retroativos pagos
ao policial militar. O Ministério Público pede a devolução desses
valores, a suspensão dos direitos políticos do ex-gestor por oito anos e
o pagamento de uma multa de mais de R$ 2 milhões.
Além de Agnelo, também foram alvos da ação de improbidade o ex-chefe da
Casa Civil coronel Rogério Leão, o ex-consultor jurídico do GDF Paulo
Guimarães, o ex-assessor jurídico do governo Raimundo Dias Irmão Júnior,
e o ex-chefe do Núcleo de Gerência Institucional de Assuntos da PMDF
Túlio Kayson Ferreira Malheiros. Segundo o Ministério Público do DF,
eles teriam assinado pareceres para amparar o ato de Agnelo Queiroz.
Marco Lima entrou na PM em maio de 1987 e ficou na corporação até
dezembro de 1992, quando foi licenciado por questões de disciplina. Em 6
de julho de 1994, ele registrou candidatura ao cargo de deputado
distrital. Foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com 5,3 mil
votos e diplomado em 1º de janeiro de 1995. Depois, tentou a reeleição,
sem sucesso.
Em 2010, quase 20 anos depois da saída do
ex-distrital da PM, o ex-senador Gim Argello (PTB) enviou ofício ao
governador Agnelo Queiroz solicitando a reintegração de vários
ex-policiais militares, entre eles Marco Lima. Diante do pedido do
parlamentar, a Procuradoria-Geral do DF emitiu parecer jurídico
defendendo a rejeição do pedido de reintegração dos PMs. A alegação foi a
de que já havia prescrição administrativa para que o ex-policial
pudesse voltar à corporação.
O
então chefe do Núcleo de Gerência Institucional de Assuntos da PM,
Túlio Kayson Ferreira Malheiros, desconsiderou diversos pareceres
jurídicos da PGDF e se manifestou “pela remessa dos autos à Consultoria
Jurídica do governador para pronunciamento, com o propósito de conferir
tranquilidade jurídica ao tema”. O então secretário da Casa Militar,
coronel Rogério Leão, também desconsiderou o parecer e encaminhou o caso
para a Consultoria Jurídica do Distrito Federal.
O assessor
especial da Consultoria Jurídica à época, Raimundo Dias Irmão Júnior,
assinou um documento realizando “uma verdadeira revisão do parecer da
Procuradoria-Geral”, segundo a ação do MPDF. Ele entendeu que era
possível reintegrar Marco Lima à Polícia Militar. Paulo Guimarães, então
consultor jurídico de Agnelo, elaborou despacho acolhendo o parecer de
Raimundo Júnior.
Pareceres ignorados
Dessa forma, em 13 de
julho de 2012, o petista igualmente ignorou os pareceres da
Procuradoria-Geral e assinou o Decreto n.º 33.790/2012, determinando a
reintegração de Lima aos quadros da Polícia Militar. A Diretoria de
Pessoal Militar e a Assessoria Técnica do Departamento de Gestão de
Pessoal da PMDF, ao perceberam a prescrição administrativa, sugeriram ao
governador um novo encaminhamento para o caso. O caso voltou, então, às
mãos do consultor jurídico, Paulo Guimarães, que, mais uma vez, manteve
o entendimento de que o ex-distrital deveria mesmo ser reintegrado à
corporação — o que ocorreu em 25 de outubro de 2012.
Fonte: CB