Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Apple. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Apple. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de janeiro de 2018

Armadilha da Apple - Atualização força consumidor a comprar novo iPhone

A estratégia diabólica da Apple

Ao reduzir deliberadamente o desempenho de iPhones mais antigos sem aviso, a Apple afeta a confiança de um público apaixonado por seus produtos – e irá responder na Justiça

Quem usa iPhone está acostumado a andar com um carregador e sabe que o aparelho tende a ficar mais lento à medida que o tempo passa. Quando a Apple admitiu que estava reduzindo o desempenho de seus celulares menos atuais, muitos usuários ficaram revoltados com a empresa e a acusaram de programar a obsolescência de seus produtos – o que configura crime em muitos países. Não é para tanto. Ainda que pareça uma armadilha para sucatear intencionalmente iPhones e obrigar clientes a comprar novos modelos, é preciso entender que a dimensão dessa controvertida estratégia diz mais sobre a imagem da Apple do que com a qualidade de seus produtos.

Sistemas operacionais novos são pensados para os modelos mais recentes. A Apple oferece a opção de atualizar seu sistema, o iOS, mesmo em modelos mais antigos, mas o desempenho nunca é o mesmo. Desde a versão 10.2.1, lançada em janeiro de 2017, uma atualização reduzia o desempenho de aparelhos mais velhos, como o iPhone 6, lançado em 2014. De acordo com a empresa, o objetivo é impedir que o smartphone desligue sozinho. A Apple garante que as baterias, feitas de íon de lítio, mantenham até 80% de sua capacidade por 500 ciclos completos de carga. Após esse período, é normal que elas precisem ser trocadas. Após a polêmica, a empresa anunciou que o valor da substituição será reduzido: no Brasil, o serviço que custava R$ 449 será feito por R$ 149 até o final do ano.

“O grande erro da Apple foi não avisar que estava reduzindo o desempenho dos aparelhos”, afirma Sérgio Miranda, responsável pelas análises do canal Loop Infinito. Segundo ele, a atualização favorece a experiência do usuário. Mas a falta de transparência prejudicou a empresa. “A Apple está pagando pela falha oferecendo o desconto na troca da bateria”, diz ele. A empresa se manifestou por meio de uma nota. “Sabemos que alguns de vocês ficaram decepcionados com a Apple e pedimos desculpas por isso”, diz o comunicado. Também anunciou que em atualizações futuras incluirá dispositivos para que os usuários acompanhem melhor a vida útil da bateria.

AMOR E ÓDIO
A questão seria grave para qualquer empresa, mas como tudo envolvendo a companhia de Cupertino, na Califórnia, o caso ganhou proporções de um escândalo. 

 Isso porque ao longo das décadas os clientes da Apple desenvolveram uma relação de afetividade com os produtos da marca – e a revelação foi vista como uma “traição”. “Existe uma aura de perfeccionismo e inovação ao redor da Apple, em parte por conta de Steve Jobs”, diz Sérgio Miranda. 

Sem o carisma de Jobs, o atual CEO, Tim Cook, parece ter uma dificuldade imensa em lidar com crises de imagem. As desculpas oferecidas pela Apple e o desconto na troca da bateria podem até arrefecer os ânimos, mas a empresa terá de se defender nos tribunais. Diversos usuários entraram na Justiça contra a companhia nos Estados Unidos. Os casos citam principalmente leis de proteção ao consumidor e falta de transparência. Usuários teriam sido levados a comprar outro aparelho quando poderiam ter trocado apenas a bateria. Na França, o grupo Halte à l’Obsolescence Programmée (Pare a Obsolescência Programada) entrou na Justiça contra a Apple alegando que a atualização reduz deliberadamente o tempo de vida útil de um aparelho para que ele seja substituído. No país, a prática é considerada crime desde 2015.



A Apple já teve outros problemas com os franceses. Em dezembro, uma centena de ativistas do grupo Attac invadiu a loja da empresa em Paris, exigindo o pagamento de 13 bilhões de euros em impostos. A disputa entre a União Europeia e a Apple já acontece há algum tempo. Em agosto de 2016, a UE estimou que a Apple deve pouco mais de 14 bilhões de euros em impostos atrasados, após ter negociado tarifas baixas com o governo irlandês. Cerca de 90% dos lucros internacionais da Apple vêm de suas subsidiárias na Irlanda, que detém as propriedades intelectuais da empresa. A companhia diz que segue a lei de cada país.

Bateria e desempenho
• Funcionalidade que reduz o desempenho de aparelhos mais velhos causou revolta em usuários do iPhone, mas é, segundo a Apple, uma necessidade para evitar desligamentos
• Feitas de íon de lítio, elas são projetadas para manter até 80% da capacidade original por 500 ciclos completos de carga, no caso dos iPhones
Fora da garantia, a revisão da bateria custa R$ 449 se feita pela Apple. Após a polêmica, a empresa ofereceu um desconto e a substituição custa agora R$ 149. O preço será mantido até o final de 2018
• O iOS 10.2.1, lançado em janeiro de 2017, inclui atualizações para o Iphone 6 que reduz o desempenho em aparelhos mais velhos. Segundo a empresa, o objetivo é impedir que o aparelho desligue sozinho
• Atualizações futuras devem incluir uma opção para que o usuário acompanhe melhor o estado da bateria

IstoÉ

Fotos: AFP PHOTO/ANTHONY WALLACE; AFP PHOTO/ANNE-CHRISTINE POUJOULAT; REUTERS/Lucas Jackson
 

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Os EUA meio atrapalhados

Morte de uma indústria, nos países desenvolvidos, golpeou a classe média trabalhadora, colarinhos azuis

Pelos padrões tradicionais, nos países desenvolvidos, a esquerda aumenta impostos dos mais ricos e das empresas para gastar em programas sociais; a direita reduz impostos das corporações e dos mais ricos, na expectativa de que as primeiras invistam e os segundos consumam mais, gastando assim na economia real o que deixam de enviar para o governo. A esquerda quer distribuir renda e fazer justiça social. A direita acha que o gasto de corporações e ricos gera mais negócios e, pois, mais empregos. 

A esquerda acha que é preciso proteger os trabalhadores e os empresários nacionais, restringindo importações e investimentos externos. A direita pensa o contrário, que fronteiras abertas estimulam positivamente a competição. Esquerda, na Europa, são, ou melhor, eram os partidos trabalhistas, socialistas, social-democratas etc. Nos EUA, o Partido Democrata. Direita, na Europa, eram os partidos conservadores, com nomes variados, até como o Partido Popular da Espanha. Na Europa, liberal é da direita. Nos EUA, é da esquerda.

Já faz tempo que é difícil classificar os movimentos políticos com aquelas categorias. A globalização e a vida moderna trouxeram fatos que bagunçaram os conceitos tradicionais.
Nos anos 90, por exemplo, liberais à EUA, como Bill Clinton, e trabalhistas europeus, como Tony Blair, foram campeões de medidas pró-mercado — desregulamentação, reformas, privatizações etc. — e pró-globalização, com a assinatura de acordos mundiais e regionais de livre comércio. Era a nova esquerda, diziam. 

Os anos foram passando e a globalização/livre comércio produziu seus efeitos. Gerou um fortíssimo crescimento econômico global, dos anos 90 até a crise financeira de 2008/09. O comércio mundial chegou a crescer mais de 10% ao ano — hoje, se cresce, já está mais que bom. A globalização deslocou fábricas para os países emergentes, que também se tornaram ganhadores. Exemplo principal, a China. Mas todo o mundo emergente cresceu a taxas vigorosas. Milhões de pessoas deixaram a zona de pobreza, surgiram as novas classes médias.

Mas também apareceram os perdedores. Considere os EUA. Foi o país que melhor surfou na onda global. Ali surgiu a indústria do século XXI, toda ela em torno da tecnologia da informação: Microsoft, Google, Amazon, Facebook, Apple. Mas dali partiram as fábricas de automóveis, eletrônicos e vestuário, que foram para a Ásia e América Latina.  O iPhone traz a inscrição: “Projetado pela Apple na Califórnia. Montado na China”.  É o exemplo perfeito: a inteligência da coisa está na Apple da Califórnia (repararam, nem citam os EUA); a parte mecânica, a fundição e a montagem das peças estão na China, em geral, nem citam o nome da fábrica, pois o aparelho pode ser montado em várias ou em qualquer uma. 

Do que o consumidor pagar no celular, 90% acabam ficando para a Apple. Mas Detroit das fábricas de automóvel ficou parecida com uma cidade fantasma. A morte de uma indústria, nos países desenvolvidos, golpeou a classe média trabalhadora, colarinhos azuis, operários sem curso superior, homens e mulheres de mais idade, que não se conseguiam se adequar aos novos tempos.

Enquanto as coisas avançavam, os protestos antiglobalização não prosperavam. Mesmo a chegada de imigrantes aos países mais prósperos passava sem problemas. Tinha emprego para eles. Até que veio a crise de 2008/09, que espalhou recessão mundo afora.
Todos perderam, mas os que já eram perdedores sofreram muito mais. Esses perdedores elegeram Donald Trump, assim como votaram pelo Brexit.É simples assim, mas também mais complicado. Por exemplo, ao mesmo tempo que elegeram Trump, os americanos aprovaram a liberação da maconha em muitos estados.

Aparentemente, não combina. Os eleitores de Trump são conservadores, interioranos, contra o aborto, o casamento gay e as drogas. Mas, pensando bem, são votos diferentes, mostrando agendas diferentes. Os eleitores de Trump querem fechar as fronteiras no sentido amplo: de construir muros a cortar importações e barrar imigrantes. É a principal promessa de Trump — o protecionismo populista. O outro voto é da parte da sociedade que se chamaria hoje liberal. Esta agenda avança, mas agora, nos EUA, enfrentará mais bloqueios.

Quanto ao protecionismo, nacionalista-populista, de Trump, disso sabemos bem por aqui: não funciona. Protege alguns empregos, mas a perda de produtividade breca o crescimento. E pode terminar em inflação, pelo aumento de custos da importação, por exemplo, e pela perda de competição. Não há como transferir as montadoras de iPhone para os EUA. Vai ficar mesmo mais caro.  Se é mesmo que Trump vai conseguir fazer o que disse. Mas de direita, ele não é. Antigamente, protecionismo nacionalista era de esquerda. Mas Trump de esquerda?

Digamos que o eleitor americano tinha motivos para se equivocar.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O sofá digital - O WhatsApp está certo?

O que é pior: liberdade sem segurança ou segurança sem liberdade? É a escolha do nosso tempo

Houve um tempo em que os telefones eram usados como uma ferramenta utilíssima pelos criminosos, e não havia possibilidade de as ligações serem grampeadas. Nem por isso se pensou em proibir o telefone. Nem por facilitar o planejamento e execução de assaltos a diligências o telégrafo foi proibido por algum juiz do Velho Oeste.  Os juízes de Teresina, de Lagarto e de Duque de Caxias tinham as melhores intenções, quebrar o sigilo de suspeitos de pedofilia e tráfico de drogas. Mas só conseguiram punir cem milhões de inocentes que precisam tocar suas vidas e seus negócios com um aplicativo simples e eficiente, em que podem se comunicar com segurança e privacidade — e de graça.

O que faz o sucesso do WhatsApp é justamente uma criptografia que não pode ser quebrada nem pela empresa que a criou, só quem recebe a mensagem pode decodificá-la. Isso protege os segredos e as operações das empresas da ação de concorrentes, protege a privacidade dos cidadãos contra a espionagem dos governos, como a NSA americana e todos os serviços secretos do mundo.  É um avanço para a liberdade individual e uma ameaça para a segurança coletiva. O que é pior: liberdade sem segurança ou segurança sem liberdade? A escolha é nossa, a marcha da tecnologia não para.

O ministro Lewandowski deu uma liminar para o aplicativo voltar ao ar em nome da liberdade de expressão, mas a questão é sobre o direito à privacidade. Ainda é grande a ignorância digital. David Cameron queria proibir no Reino Unido qualquer aplicativo que não pudesse ter seus códigos quebrados pelos serviços de segurança e foi ridicularizado.  Uma juíza brasileira quer obrigar o WhatsApp a desenvolver uma ferramenta que possa quebrar os seus códigos, sob pena de não poder funcionar no Brasilsó no resto do mundo. O Telegram e os outros aplicativos agradeceriam. Há muitos com servidores no exterior e fora do alcance da lei brasileira.

Como na clássica piada, tirar o WhatsApp do ar é como tirar o sofá da sala de todos os brasileiros porque alguns bandidos o usam para cometer suas traições contra a sociedade. Logo eles conseguirão outros sofás digitais.


Por: Nelson Motta - O Globo

A consequência de garantir a segurança do usuário é que criminosos podem escapar

Ao decidir suspender o WhatsApp na terça-feira, a juíza Daniela Barbosa Assunção de Souza não agiu como os magistrados que fizeram o mesmo antes dela. Não pediu, por exemplo, conversas passadas, que não são armazenadas. Pediu algo mais razoável: um grampo. Que a empresa Facebook, dona do WhatsApp, passasse a monitorar bate-papos entre criminosos específicos. A juíza da 2.ª Vara Criminal de Duque de Caxias (RJ) também reclamou, com razão, da arrogância de responder em inglês. Ainda mais quando o Facebook tem sede no Brasil.

Ainda assim, ao se negar a colaborar com a Justiça, o Facebook tem suas razões. Pode-se não concordar com elas. Mas é preciso ao menos compreendê-las. Há uma razão técnica. Desde abril deste ano, o WhatsApp usa encriptação ponto a ponto. A mensagem que digitamos é transformada em código antes de deixar nossos celulares. Só se torna palavras compreensíveis novamente quando chega ao aparelho do destinatário. Assim, quando a mensagem passa pelos servidores da empresa para ser redirecionada, ela é ilegível. Por este motivo, argumentam os engenheiros, um grampo é impossível.

Há duas razões para a encriptação ocorrer desta forma.  A primeira interessa a todo usuário. É para evitar hackers. O sinal enviado pelo celular sai do telefone pelo ar, passa por uma antena da operadora, por cabos e servidores da internet até chegar ao Facebook e, de lá, segue o mesmo caminho, cabos e servidores abaixo, antena, ar, aparelho do recipiente. Um bom hacker com os programas certos e um notebook poderia interceptar o sinal. Se o fizer, verá uma mensagem cheia de símbolos, letras e números que não fazem qualquer sentido.

Por causa da encriptação ponto a ponto, o WhatsApp é seguro o suficiente para que possamos enviar a senha bancária ou as fotos mais comprometedoras. Ou cometer crimes, claro. Aí há um dilema: segurança máxima para o usuário, segundo o Facebook, impossibilita grampos. Para que o sistema permitisse grampos, todos os usuários teriam de abrir mão de ter segurança.

Há um segundo motivo. O Facebook não quer colaborar com a Justiça. Não é só ele. A Apple não quer colaborar, o Google tampouco. É uma posição do Vale do Silício. O problema não é com a Justiça americana ou com a brasileira. Ou com a europeia. Os pedidos de juízes em países democráticos são quase sempre razoáveis. O problema, para empresas de comunicação global, é que elas estão em tudo quanto é tipo de país.

Basta imaginar a importância do uso de redes sociais no Egito, durante a Primavera Árabe. Ou no Irã, durante a Onda Verde de 2009. Milhares de manifestantes usaram as redes para planejar seus movimentos. Em ditaduras, pedidos formais da Justiça nem sempre ocorrem por motivos razoáveis. Pessoas são presas porque não gostam do governo, porque o criticam, porque planejam protestar contra. São presas, são torturadas, são até executadas.

Este é um dilema sério. Estes aplicativos têm atuação global. A consequência de garantir a segurança do usuário e a proteção de dissidentes é que criminosos podem escapar. A Apple já se recusou a ajudar o FBI a abrir um iPhone de um terrorista. Ali poderia haver informação capaz de salvar novas vidas. (O FBI, com o auxílio de uma empresa israelense, conseguiu abri-lo. Mas foi difícil e demorou.)

É daqueles dilemas nos quais não há meio-termo. É um ou outro. Não há resposta certa. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que os terroristas amadores presos na quinta se comunicavam por sistemas “como o WhatsApp”. Não está claro, ainda, se a Polícia Federal conseguiu quebrar a encriptação do aplicativo. Se conseguiu, talvez com a ajuda de serviços secretos estrangeiros, não foi fácil.  Pode-se discordar do Facebook e do resto do Vale do Silício. Mas entre a segurança de seus usuários e os pedidos do Estado, eles fizeram uma escolha.


 Por: Pedro Doria - Estadão
 

domingo, 8 de maio de 2016

Wu Mart, Sunbucks, Pizza Huh e outras marcas 'ching ling' que você precisa conhecer

Conheça dez marcas de origem chinesa com nomes claramente inspirados em empresas do Ocidente

 A Xintong Tiandi, empresa chinesa de artigos de couro que utiliza a marca 'iPhone', ganhou na última semana o direito de usar a nomenclatura, conhecida em todo o mundo como o celular criado pela gigante de tecnologia Apple. Os primeiros celulares da companhia americana chegaram ao mercado em 2007, mesmo ano em que a Xintong Tiand começou a vender carteiras, bolsas e capas de telefone com esse nome.
Produtos da Xintong Tiandi, empresa chinesa de artigos de couro que utiliza a marca 'iPhone'(VEJA.com/Divulgação)
 
A "coincidência" entre marcas do Ocidente e da China, país com altos níveis de pirataria, provoca divergências há anos. Algumas vezes, as versões 'ching ling', como são chamadas as imitações orientais, também podem render boas risadas, como mostra a lista a seguir, organizada pelo site Business Insider. Confira alguns exemplos.

Fonte: Veja 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Desembargador nega recurso do WhatsApp e mantém bloqueio

Operadoras continuam obrigadas pela Justiça de Sergipe a bloquear e  suspender serviço

O desembargador Cesário Siqueira Neto negou a liminar do mandado de segurança impetrado pelo WhatsApp. A decisão foi publicada à meia-noite e meia desta terça-feira durante o Plantão do Judiciário do Tribunal de Sergipe (TJSE) e confirmada nesta manhã pela assessoria de comunicação do órgão. Assim, as operadoras de telefonia fixa e móvel continuam obrigadas pela Justiça de Sergipe a bloquear o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp em todo o país por 72 horas desde as 14h de segunda-feira.

A decisão de 26 de abril foi ordenada pelo juiz Marcel Montalvão, da cidade de Lagarto, no Sergipe. As empresas de telecomunicação e o aplicativo de bate-papo, porém, só foram notificados na segunda-feira. O escritório de advocacia Trench, Rossi & Watanabe, que representa o WhatsApp, entrou com um mandado de segurança na Justiça no fim da tarde de ontem pedindo a suspensão da medida.

Entre os argumentos usados pelos advogados está a questão da proporcionalidade, já que a medida afeta milhões de usuários enquanto os criminosos investigados são apenas alguns. Tanto o escritório quanto a argumentação do recurso são os mesmos usados no caso da suspensão de dezembro, quando a Justiça determinou o bloqueio do serviço por 48 horas, mas durou apenas 12 horas.

Às 14h05m de segunda-feira, os usuários do serviço começaram a parar de enviar e receber mensagens. Mas ainda havia relatos de uso do serviço sem problemas às 14h35m. Às 14h40, o uso do aplicativo foi de fato suspenso, de acordo com os clientes das operadoras.

BLOQUEIOS ANTERIORES
Esta é a segunda vez que o WhatsApp é bloqueado pela Justiça. Em ambos os casos, a suspensão foi uma represália da Justiça por a empresa ter se recusado a cumprir determinação de quebrar o sigilo de dados trocados entre investigados criminais. O primeiro bloqueio foi em dezembro do ano passado e ocorreu a pedido da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, que determinou a suspensão do serviço por 48 horas. A decisão foi derrubada 12 horas depois, quando o próprio WhatsApp impetrou um mandado de segurança pedindo o restabelecimento do serviço.


Em março deste ano, Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook, empresa dona do WhatsApp, foi preso também porque não houve o cumprimento de ordem da Justiça de enviar dados dos usuários do sistema de troca de mensagens. Esse é o mesmo processo que bloqueou o serviço do aplicativo na segunda-feira, tocado pelo juiz Montalvão.

Houve ainda uma outra tentativa da Justiça de derrubar o serviço, em fevereiro. Da mesma forma, o objetivo era forçar a empresa a colaborar com investigações sobre casos de pedofilia na internet, desta vez da polícia do Piauí. A decisão, porém, foi suspensa pelos desembargadores Raimundo Nonato da Costa Alencar e José Ribamar Oliveira, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), que concederam liminares sustando os efeitos da decisão do juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos do Poder Judiciário em Teresina, que suspendia o uso do aplicativo WhatsApp em todo o Brasil.

PRIVACIDADE DE DADOS
A discussão de acesso a dados pessoais de usuários tem ganhado força nos últimos meses. Desde fevereiro, a Apple enfrenta uma batalha judicial contra o FBI, que tenta desbloquear o sistema operacional de um iPhone recuperado de um dos atiradores da chacina em San Bernardino, na Califórnia, no final do ano passado. A empresa se opôs ao objetivo da polícia com os argumento de ameaça à segurança dos usuários.

Fonte: O Globo

sábado, 16 de maio de 2015

Como a Petrobras quase produziu o barril de petróleo mais caro do mundo

Como a Petrobras quase produziu o barril de petróleo mais caro do mundo

Óleo processado pela Refinaria Abreu e Lima sairia por US$ 80 mil, afirmou Graça

O superfaturamento na refinaria Abreu e Lima, o maior desfalque entre as falcatruas reveladas pela Operação Lava-jato, colocou a Petrobras em rota de produzir um único barril de petróleo a quase US$ 80 mil. O cálculo feito pela então presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e revelado em áudio de reunião obtido pelo GLOBO, levou em conta o montante investido no empreendimento (US$ 18 bilhões) e a capacidade de produção (230 mil barris) que teria a refinaria. O enredo que levou aos números inflados começou assim...

Os custos do projeto antes orçados em US$ 2 bilhões saltaram para cerca de US$ 18 bilhões após uma enxurrada de aditivos indevidos aos contratos.

Para efeito de comparação, se a obra da refinaria fosse concluída pelo valor inicialmente previsto, o custo inicial de cada barril seria bem menor, de US$ 8.695.
 
Com os US$ 80 mil do barril de petróleo mais caro do planeta daria para comprar, por exemplo, 145 relógios inteligentes da Apple
 
Consumidor testa Apple Watch em Palo Alto - REUTERS
Mas nem os US$ 80 mil, nem os US$ 8.695 correspondem ao preço de venda do barril. Os valores ajudam a dar a dimensão se o investimento inicial na construção da refinaria foi feito com cuidado e eficiência, gerando retorno no longo prazo. Diferentemente do preço do barril de petróleo cru cotado em Bolsa, que serve de referência para a negociação da commodity no mercado. O barril do tipo Brent foi cotado na quinta-feira a US$ 66,75.
 
Por exemplo, uma reforma numa casa pode usar um piso mais caro ou mais barato; a mão de obra contratada pode realizar os serviços por um tempo mais longo, e mais custoso, ou mais curto; e um bom conhecimento da planta pode evitar gastos extras, como um cano quebrado. Essa combinação de fatores vai influenciar no valor por m² e indicar se a obra foi eficiente, assim como na refinaria.
 
Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, uma refinaria como a Abreu e Lima, dado à tecnologia empregada, deveria produzir a um custo inicial de investimento um barril refinado a no máximo US$ 35 mil, menos da metade dos US$ 80 mil.  O alto custo desse investimento inicial, demonstrado num barril de US$ 80 mil, está relacionado diretamente às perdas de ativos de Abreu e Lima, orçadas em R$ 9,143 pela Petrobras. — É um investimento que não se recupera mais. Não se dá para vender 1 litro de gasolina a um valor exorbitante. Não funciona repassar ao mercado o mau gerenciamento — ressalta Pires.