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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

''Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo'', diz Bolsonaro - Correio Braziliense

Organização emitiu nota em que destacou que o Conselho da Amazônia não tem meta e nem orçamento

[desde quando uma ONG multinacional, a serviço de interesses estrangeiros, mantida não se sabe como, tem a ver com os assuntos do Brasil, uma NAÇÃO SOBERANA?] 

O presidente Jair Bolsonaro atacou, na manhã desta quinta-feira (13/2), na saída do Palácio da Alvorada, a ONG ambientalista Greenpeace. Ao ser questionado pela imprensa a respeito de uma nota emitida pela organização, Bolsonaro disparou: “Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo. Outra pergunta.”

Em nota, o Greenpeace destacou que a o conselho será formado exclusivamente pelo governo federal, sem participação dos governadores dos estados da Amazônia.  [agora até para criar um Conselho, assunto de competência constitucional do presidente da República, é necessário ouvir os gringos?]

"Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada", disse Bolsonaro, que acrescentou: "Tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do estado. Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada", reagiu Bolsonaro. 

Para o Greenpeace, o Conselho da Amazônia "não tem plano, meta ou orçamento". "Ele (o Conselho) não anulará a política antiambiental do governo e não tem por finalidade combater o desmatamento ou o crime ambiental. Os governadores, indígenas e a sociedade civil não fazem parte da sua composição", disse a entidade internacional. 

No texto, o Greenpeace também fala que a transferência do conselho do Ministério do Meio Ambiente para a vice-presidência da República tenta "minimizar o impacto negativo da gestão do ministro Ricardo Salles".
"Bolsonaro retirou o Ministro do Meio Ambiente do comando de políticas ambientais para a Amazônia e espera que isto já seja o suficiente para enganar a opinião pública e os investidores internacionais. Mas os resultados continuarão sendo medidos diariamente pelos satélites que medem o desmatamento", disse. [a leitura da matéria deixa claro que a ONG pretende ser consultada, dar palpites, sobre tudo que diga respeito ao meio ambiente.
O Brasil tem o direito de explorar, preservando a sustentabilidade, suas riquezas naturais - incluindo as da Amazônia.
Não pode, a pretexto de conservação ambiental, para satisfazer estrangeiros, manter quase 1/5 do território nacional intocável, a pretexto de ser reserva indígena.]

Ministério
Em conversa com jornalistas, Bolsonaro disse que cogita criar um ministério extraordinário para cuidar de assuntos da floresta amazônica. A sugestão teria partido do deputado Átila Lins (PP-AM), que esteve com Bolsonaro pela manhã. A decisão, no entanto, dependeria de uma avaliação sobre seu impacto econômico. Além disso, Bolsonaro indicou que espera a aprovação do projeto sobre autonomia do Banco Central para considerar a criação de outra pasta. 

 
Portal Terra
 

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Empresa grega Delta Tankers é dona de navio suspeito por vazamento no NE

Juiz federal expediu mandados de busca e apreensão em empresas brasileiras relacionadas à embarcação

O navio de bandeira grega apontado como origem do vazamento de petróleo que atingiu as praias dos nove estados do Nordeste se chama Bouboulina e é propriedade da empresa Delta Tankers, também sediada na Grécia. O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, autorizou que fossem feitas buscas e apreensões em endereços ligados à Lachmann Agência Marítima e Witt O Brien’s — ambas com endereços no centro do Rio de Janeiro.
O cargueiro Boubolina, da empresa grega Delta Tankers (Reprodução/Reprodução)

De acordo com as investigações da Polícia Federal, que contam com a colaboração da Interpol, o derramamento teve origem entre os dias 28 e 29 de julho. A apuração identificou, a partir de imagens de satélite, uma mancha inicial de petróleo cru a aproximadamente 700 quilômetros da costa brasileira no dia 29 de julho, de extensão ainda não calculada. Isso permitiu identificar um único petroleiro que navegou pela área suspeita na data provável do vazamento.
“A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirma a Polícia Federal. O navio, segundo informações no site da Delta Tankers, tem 274 metros de comprimento e tem capacidade de 178.385 metros cúbicos de carga.

A PF concluiu não haver indicação de outro navio “que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.” De acordo com a Marinha, que também colabora com as investigações, o Bouboulina chegou a ficar detido nos EUA por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
blog Radar adiantou que a principal suspeita do vazamento já recaía sobre navios-tanque que trafegam em alto mar sem rastreamento. É cada vez mais recorrente a prática de se desligar os transmissores para que os navios não possam ser rastreados por satélite com o intuito de burlar as barreiras e tarifas. É o chamado off transponder, que configura uma verdadeira frota crescente de “petroleiros piratas”.

Nesta sexta-feira, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, expedidos pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal, em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil, que não teve o nome divulgado. Foram solicitadas diligências para a obtenção de dados adicionais sobre a embarcação e sua tripulação.  “Há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico”, afirmam os procuradores da República no RN Cibele Benevides e Victor Mariz. Por isso, pediram os mandados de busca e apreensão.
Segundo o MPF, os responsáveis pelo vazamento devem responder nas esferas cível (com o pagamento de multas e indenização por danos morais) e penal pelo crimes de poluição e por terem deixado de comunicar o incidente às autoridades.

Desastre ambiental
O derramamento de óleo que atingiu as praias de todos os nove estados nordeste é considerado o maior do gênero em extensão. Até 29 de outubro, foram registradas manchas em 94 municípios e 264 localidades. Foram encontrados 107 animais afetados pelo óleo, com 81 mortes. Cerca de 70% dos animais contabilizados eram tartarugas marinhas. A reação demorada e confusa ao desastre ambiental faz o governo passar do papel de vítima à condição de vilão do problema. Foi apenas em 5 de outubro, ou mais de um mês depois do primeiro sinal de alerta, que o presidente Jair Bolsonaro acionou a Polícia Federal, a Marinha e os órgãos ambientais do governo para investigar as causas do vazamento e os responsáveis por ele.

Procuradores do Ministério Público Federal na região foram à Justiça acusar o governo foram à Justiça acusar o governo de omissão e pedir que ele fosse compelido a acionar o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, uma espécie de protocolo que lista procedimentos a ser adotados em emergências. Para o MPF, a União foi omissa ao demorar a tomar medidas de proteção ao meio ambiente e não atuar de forma articulada na região.

A crise também ganhou contornos políticos. Enquanto as manchas de óleo se multiplicavam, a conhecida animosidade do Palácio do Planalto com os governadores do Nordeste — quase todos de esquerda — ganhou novo combustível com a cobrança por um apoio efetivo de Brasília. O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) trocou farpas com o governador baiano Rui Costa (PT) e ouviu de Paulo Câmara (PSB-PE) que a reação federal era improvisada. O chefe da pasta também atacou o Greenpeace ao sugerir que a entidade não participa dos mutirões de limpeza.

 VEJA - Brasil - Leonardo Lellis




quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A ira desnecessária - O Globo

Ascânio Seleme

A reportagem do ‘JN’ apenas apresentou um fato. Um fato inexorável

[um fato? Fake News? o que não é verdadeiro é uma mentira e não um fato. Os adversários do presidente Bolsonaro conseguiram ludibriar a Globo e induzir o JN a veicular uma fake news como fato.

A Rede Globo foi honesta e junto com o 'fato' apresentou a notícia da presença de Bolsonaro em Brasília, no dia do 'fato'. 

O episódio servir para chamar mais atenção sobre a acusação de assassinato feita ao presidiário Lula - por Marcos Valério e provar que a TV Globo agiu de forma a fazer prevalecer o bom jornalismo.]

O presidente Jair Bolsonaro foi muito além do que podia se esperar de um chefe de Estado ao reagir com ira contra a reportagem do “Jornal Nacional” com o depoimento do porteiro sobre a visita de um dos assassinos de Marielle Franco ao seu condomínio, no Rio. A fúria presidencial ignorou um ponto simples em que se baseia toda matéria jornalística. A reportagem do “JN” apenas apresentou um fato. Um fato inexorável. O depoimento foi prestado, e a polícia investigava o seu teor. Por isso, aliás, pretendeu-se levar a supervisão do processo ao Supremo Tribunal Federal, já que envolvia o presidente da República.



Se Bolsonaro tivesse ao seu redor assessores com capacidade de diálogo e intervenção sobre o seu rápido e muitas vezes equivocado raciocínio, teria dito o que a matéria da TV já mostrara. Ele estava em Brasília no dia da ida do miliciano ao condomínio. Por isso, a declaração do porteiro de que ligou a pedido do miliciano para a casa de Bolsonaro e ouviu “seu Jair” autorizar a sua entrada não se sustentava. O Ministério Público, orientado pelo novo procurador Augusto Aras, disse que o porteiro será investigado e que o áudio apresentado pelo vereador Carlos Bolsonaro desmentiu o seu depoimento.



Agora, imagine a seguinte situação. Descobre-se que um empreiteiro preso num enorme esquema de corrupção foi ao apartamento de Lula em São Bernardo do Campo no mesmo dia de uma licitação de cartas marcadas da Petrobras que ele ganhou com preços superfaturados. Lula tinha registros digitais comprovando que naquele dia estava no Palácio do Planalto, mas ainda assim a polícia seguia investigando a denúncia. E, mais, diante da acusação do porteiro a um presidente da República, o caso teria de subir ao Supremo. Se você fosse jornalista, não publicaria esta história? Claro que sim, até porque você conhece muito bem as relações promíscuas de Lula com empreiteiras e o esquema de corrupção montado na Petrobras. Por isso a denúncia seria verossímil.



Da mesma forma, o depoimento do porteiro do condomínio de Bolsonaro parecia fazer sentido. E por quê? Porque Bolsonaro nunca escondeu sua proximidade com militares da linha dura, com milicianos, com bandidos fardados, com torturadores. Um de seus filhos chegou a dar comenda a um chefe de milícia na Alerj. O presidente e todos os seus filhos empregaram em seus gabinetes milicianos e familiares. Não há como esconder a proximidade da família com o lado podre das corporações militares. Claro que o presidente tem relações próximas e profissionais com militares honrados e honestos, assim como Lula também tinha ao seu redor pessoas éticas e ilibadas.



Mesmo tendo argumentos sólidos a seu favor, já que ele disse ter sabido pelo governador Wilson Witzel no dia 9 de outubro que o porteiro havia dado o depoimento, o presidente preferiu partir para o ataque. Imagino que Carlos já tivesse vasculhado as gravações do condomínio durante os 20 dias que se passaram desde então. O presidente atacou duramente Witzel e a TV Globo, como se a matéria fosse falsa. A denúncia pode ser falsa, a notícia, não. Cabe à investigação apurar se o deputado estava mesmo na Câmara no dia do assassinato, se houve a ligação do porteiro à sua casa e, nesse caso, quem o atendeu. [todo o acima, em vermelho,  foi investigado, há provas irrrefutáveis da presença do presidente Bolsonaro em Brasília e de que o porteiro não ligou para a casa do presidente Bolsonaro.] Tem que apurar também a discrepância entre a lista de ligações que o porteiro deu à polícia e a apresentada ontem pelo vereador Carlos Bolsonaro.



O problema de Bolsonaro é que os assessores que o cercam também o cegam. Só riem e aplaudem o chefe. Ao ouvir a denúncia, se tivesse bons conselheiros e fosse uma pessoa equilibrada, o presidente deveria ter vindo a público dizer que ele estava em Brasília, o que todos viram no “JN”, que a denúncia é infundada, que as investigações vão provar isso. Não, com o capitão as coisas não são assim. Ele tem que gritar, acusar, desviar a atenção. Sua ira serve apenas para alimentar a rede dos seus seguidores fiéis, que é menor a cada dia. E a essa turma não se empresta bom senso, ela acredita até mesmo que o óleo que suja as praias brasileiras foi despejado ali pelo Greenpeace [greenpeace está mais para greenpixe ou greenpiche] atendendo ordens do ditador venezuelano.
Ascânio Seleme, jornalista - Coluna no jornal O Globo



segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Uma vez, o Flamengo - Fernando Gabeira

Blog do Gabeira

Congresso deveria seguir o Flamengo 

Raramente escrevo sobre esporte. Lembro-me de ter escrito um artigo comparando o Flamengo e o Brasil.  Dizia na época que ambos eram meio caóticos e não cumpriam a promessa de grandeza, apesar de todo o potencial.  Pois bem, o Flamengo deu a volta por cima. O ensinamento dessa virada não deveria, creio eu, limitar-se a um aprendizado apenas no futebol. O Flamengo começou por ajustar suas finanças, o que lhe deu condições de montar uma infra melhor e investir em grandes nomes.

A chegada do técnico Jorge Jesus foi resultado dessa capacidade de investir. Sua filosofia de trabalho acabou dando um sentido maior a todo o esforço. O futebol brasileiro parecia entediante perto do europeu, jogado com intensidade do princípio ao fim da partida. Jesus quer que o time siga atacando até o final, independentemente de estar vencendo com folga. Não era essa a atitude frequente. De um modo geral, os times faziam um, dois gols e tentavam administrar o resultado, ganhando tempo. Com isso, o espetáculo acabava antes do fim regulamentar.

Imagine se um espírito de trabalhar com eficácia todo o tempo fosse transportado para a máquina do governo. Nada se parece mais com o futebol brasileiro do que a burocracia. Muitas jogadas laterais, falta de objetividade, o tempo sentido como a algo a se matar e não uma oportunidade de fazer cada vez melhor. Outro aspecto da filosofia de trabalho de Jesus é impulsionar os limites, algo que existe também no esporte de ponta. Havia um tabu segundo o qual um time que joga na quarta descansa no domingo, ou vice-versa, dando lugar aos reservas.  Por que não jogar duas partidas por semana, com as técnicas de recuperação que existem? Todos temiam o fracasso do Flamengo pela exaustão. E os jogadores seguiram correndo até o final de todas as partidas.

Imagine essa ideia transportada para um Congresso com gana de trabalhar todo o tempo, sem grandes hiatos entre um e outro projeto relevante. O potencial do Flamengo estava na sua grande torcida. Na medida em que o time parecia jogar com seriedade, os espectadores aumentaram. O investimento foi alto, mas o retorno maior ainda da torcida.  Se ampliamos a ideia para um país, vamos compreender um pouco por que os estádios da política andam vazios. O investimento bem aplicado chega na ponta e a resposta das pessoas impulsiona mais ainda.

No caso do derramamento de óleo na costa do Nordeste, esse potencial é visível. Enquanto o governo acusa o Greenpeace, [atualizando: greenpixe ou green piche] centenas de voluntários enchem as praias retirando o óleo, inclusive sem equipamento adequado.  Certos bons jogadores do Flamengo, no passado, não eram escalados sob o argumento de que ocupavam o mesmo espaço no campo. Jesus trouxe a ideia do movimento e flexibilidade e com ela a chance de usar o melhor elenco possível.

Um pequeno preconceito tático impedia a busca do melhor elenco. Se olhamos para a política então os preconceitos se multiplicam. Há centenas de argumentos para impedir que os melhores atuem em conjunto em busca do melhor resultado. Desde a guerra dos egos ao sectarismo ideológico, tudo conspira contra a escalação de um time dos sonhos para buscar uma sucessão de vitórias.  Não sou ingênuo a ponto de supor que um país seja simples como um jogo de futebol. Para começar o esporte tem regras definidas, o campo da política é mais fluido, as próprias regras estão em constante debate.

Mas não é de todo impossível encontrar países, em certos momentos históricos, onde há um grande esforço no sentido de avançar, romper obstáculos.
De qualquer forma, Flamengo e Brasil eram para mim promessas não cumpridas. Ficou faltando o Brasil. Não se sabe ainda quando vai parar de jogar para o lado, perder seus preconceitos, unir talentos, enfim deixar de apenas ser um sonho para o futuro. Imersos no torpor dos trópicos, às vezes precisamos de gente de fora para enxergar o óbvio e, realmente, começar a jogar.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista
 

Artigo publicado no jornal O Globo em 28/10/2019

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Terrorismo oficial - VEJA - Ricardo Noblat

Por Ricardo Noblat 

Presidente e ministro, feitos um para o outro



Se o presidente Jair Bolsonaro, sem prova ou indício algum, pode afirmar que foi ato terrorista a derrama de petróleo que empesteia as praias nordestinas, por que o ministro Ricardo Salles, do Meio ambiente, não pode insinuar que o petróleo foi derramado por um navio da organização internacional Greenpeace? [com a devida vênia, destacamos que criticar um determinado ato, qualificando-se com adjetivo que - como era de se esperar - está sendo criticado.
O nosso Presidente = Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO - apenas classificou o ato criminoso (ou será que também não foi criminoso?) como atentado terrorista, da mesma forma que poderia ter classificado como ato irresponsável, ato covarde.
Pelos danos que está causando - especialmente quando os inimigos de Bolsonaro e também inimigos do Brasil cuidam de maximizar gata grama de óleo e minimizar outros desastres mais severos que estão ocorrendo mundo afora (envolvendo inclusive radiação nuclear, altamente letal) - não foi um vazamento acidental, um descuido e sim um ato criminoso, bem orquestrado e certamente mais complexo do que a invasão ao Telegram do ex-juiz Sergio Moro..
Interessados em saber mais sobre este assunto, cliquem em: O Incrível mistério do óleo nas praias nordestinas.


Pau que bate em Chico deveria também bater em Francisco. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, criticou Salles, mas esqueceu de criticar Bolsonaro. Os males que vêm do alto costumam contaminar os que estão em baixo. Se Salles foi irresponsável e leviano, Bolsonaro foi o quê? [ Salles expressou um comentário que apesar de genérico deu margem a que membros do 'greenpixe' se sintam ofendidos.
Mas, cabe perguntar: o que o navio daquela ONG fazia na altura da costa brasileira, ainda que em águas internacionais, onde tudo indica se iniciou o 'surgimento' - das profundezas oceânicas - do óleo, com características que sugerem sua origem ser a Venezuela.?]

Lá atrás, quem primeiro falou em terrorismo? Bolsonaro falou quando lhe perguntaram sobre os incêndios na Amazônia. Tentou culpar as Ongs. Voltou a falar quando lhe perguntaram sobre o petróleo derramado. Repetiu a dose ontem. Salles é apenas um pau mandado do presidente. Um serviçal que quer manter o emprego.  Bolsonaro liga para a preservação do meio ambiente? Salles tampouco. Bolsonaro está mais preocupado com os garimpeiros que votaram nele. É candidato à reeleição. [com excelentes chances de reeleição - basta acertar na economia. E que, apesar das críticas,  está começando a acertar.
Falam isso e aquilo do Presidente  Boolsonaro mas deveriam conferir os seus êxitos e não alguns fracassos, temporários.] No passado, ainda cadete no Exército, meteu-se com garimpo e foi censurado por seus superiores que o consideraram ambicioso demais.

Se o chefe e seus influentes filhos são conhecidos por gostarem de notícias falsas e as disseminarem nas redes sociais, por que Salles não pode gostar e fazer a mesma coisa? Ele postou a foto de um navio do Greenpeace de onde o petróleo poderia ter saído. A foto é de 2016. O navio não transporta petróleo, só gente.
A verdade é que o governo não faz a mínima ideia sobre o que aconteceu há mais de dois meses. Primeiro porque não se interessou de início. Depois porque não conseguiu saber nada até agora – salvo que o petróleo, provavelmente, é venezuelano. Ou uma fração dele. A Marinha não se arrisca a ir além disso.

Mais de mil toneladas de óleo foi recolhida, parte por voluntários. Só há poucos dias militares entraram em cena para recolher. Onde todo esse óleo foi armazenado? A Marinha não sabe. O governo não sabe. É tudo feito de improviso. E quando voluntários aparecerem doentes, vítimas dos efeitos do óleo? [um dos males do terrorismo é que ataca de  surpresa, em áreas onde as vítimas não esperam e com isto maximizam os danos.

Os Estados Unidos, a maior potência econômica e militar do mundo, ficou desorientada logo após o11 de setembro - só muito tempo depois é que começou a reagir.]
Governo de morte, este.


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Não há como tirar as crianças da sala - Fernando Gabeira

Blog do Gabeira

Na semana passada, escrevi um artigo sobre o Supremo. As coisas de sempre, bloqueio de investigacões financeiras,  o flerte com o autoritarismo.Mas com tanto problema interno no Brasil, deixei de lado algo que talvez possa contribuir: a passagem de Greta Thunberg pela ONU e as reacões que ela suscitou no Brasil.
Muitos estranharam o fervor da adolescente. Mas ela vem de uma cultura em que, apesar do grande avanço material, a religião ainda tem um peso.A religião é um dos temas resilientes. Ela nunca desaparece, comunistas e liberais são constantemente apontados como adeptos de uma religião secular. [sempre que postamos algo sobre a 'santa' Greta Thunberg, sugerimos aos nossos dois leitores que conheçam mais sobre o prodígio. Cliquem aqui e saibam um pouco mais.]

Isso é secundário diante do agravamento da crise ambiental. Ela não só está produzindo personalidades como Greta, mas influencia também as crianças do mundo inteiro.As praias de Alagoas, depois do vazamento de óleo, foram limpas por crianças de escolas primárias e seu discurso era bastante consciente da gravidade do problema.

Adultos costumam se irritar com a precocidade política. Esquecem, no entanto, que estão diante de um tema singular, diferente dos outros. Crianças o tomam como seu porque entendem que o próprio destino em jogo. Têm portanto legitimidade.
Há uma diferença entre nós, que muitos vezes fomos chamados ecochatos, e esta novíssima geracão. A tendência nos primórdios do movimento, era considerar a luta ambiental como uma atitude ética em relação aos que viriam depois de nós. O discurso de Greta não enfatiza novas geracões, mas a dela própria. É simultaneamente uma cobrança e uma acusacão. Os adolescentes se colocam no centro do drama.

As pessoas que combatem Greta ou se assustam com seu tom talvez não tenham ainda uma ideia nitida de como as coisas vão se complicar.Um exemplo disso é o surgimento de novas organizações, um pouco diferentes do Greenpeace e das outras que conhecemos.São grupos que consideram que o ponto de não retorno na degradação planetária pode ter sido atingido e atuam com a ideia de que há uma emergência. [certamente surgirão muitas outras; 
começam a descobrir que defender o meio ambiente - especialmente quando a defesa é exagerada, exarcebada, emocional - pode render muito dinheiro.]
Tomei conhecimento do programa de uma delas, a Extintion Rebellion que parece estar crescendo na Inglaterra.Eles propõem a desobediência civil pacífica, mas às vezes a polícia intervém e prende alguns deles.

Segundo li em seus folhetos, de um modo geral a relação com a policia costuma ser tranquila, apesar das detenções. A mesma civilidade não acontece com os estrangeiros que se aventuram a apoiar o Extintion Rebellion. A polícia inglesa é mais dura com eles, outros fatores entram em cena.  Interessante o caso brasileiro. No mesmo momento em que a questão ambiental torna-se mais dramatica o pais radicaliza sua negação de fenômenos como o aquecimento global. Esta semana, Bolsonaro disse que os estrangeiros não se interessam pelos índios nem pela porra das árvores mas pelo minério da Amazônia. É uma tese de fácil aceitação entre as pessoas mais simples. No discurso de Bolsonaro na ONU ele disse apenas uma vez a palavra biodiversidade, ao referir-se à Amazônia. 

A porra da árvores, se a tomamos como um símbolo da  biodiversidade, é considerada um recurso invejável, um passaporte para o futuro. Por essa razão, a distância entre a preocupação mundial e as teses brasileiras vai se tornando cada vez mais um abismo. Supor que tudo o que se passa hoje nesse campo  seja apenas uma expressão do marxismo internacional ou mesmo de potenciais exploradores de minério  é um gigantesco erro de avaliacão. Não é preciso ter uma visão catastrofista, nem achar que o ponto de não retorno já aconteceu e que o planeta caminha para ser hostil à  vida humana.

Basta apenas dar uma chance à realidade, admitir a existência do problema. Isso não significa concordância com qualquer maneira de atacá-lo. Há uma ampla gama de posicões disponiveis. Tratar a biodiversidade como a porra da árvore só traz desalento e leva muitos a pensar que uma parte da humanidade merece os eventos extremos e caminha de forma arrogante para a extinção. Os dinossauros, pelo menos, foram pegos de surpresa. Nem tiveram que ser avisados pelas crianças.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista


Artigo publicado no jornal O Globo em 07/10/2018