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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ascensão do terror: presidente americano e líderes europeus ajudaram a depor tiranos asquerosos e permitiram a ascensão do mal maior

A culpa de Obama e aliados europeus na ascensão do terror: nunca houve “Primavera Árabe”

Potências ocidentais são, sim, em parte culpadas pela dimensão que tomou o terror, mas não pelas razões perturbadas apontadas pelas esquerdas, que pretendem voltar às Cruzadas para justificar os assassinos.

Eu sei o quanto apanhei neste blog e em alguns outros veículos porque chamei, desde o início, de terrorismo aquilo a que se assistia na Síria e na Líbia, por exemplo. Aliás, nunca cai no conto da Primavera Árabe — que primavera nunca foi. Aqueles que assistiram a um debate de que participei no clube Hebraica, em São Paulo, há mais de três anos, sabem disso.

No dia 18 de julho de 2012, por exemplo, depois de um atentando na Síria, escrevi aqui: “Eu não sou um entusiasta disso que chamam ‘Primavera Árabe’, vocês sabem. Acho que, infelizmente, é o radicalismo islâmico que está ganhando espaço nessa jornada. Custará caro. E espero, obviamente, estar errado. O fato de Bashar Al Assad ser um ditador asqueroso, a exemplo de outros que já caíram, não deve servir de pretexto para considerar aceitáveis certos métodos. Aquilo a que se assistiu na Síria nesta quarta-feira tem nome: atentado terrorista. Condescender com isso corresponde a aceitar qualquer método, inclusive os de Assad, ora essa!”.
 Dias antes da derrocada de Muamar Kadhafi, na Líbia, apontei os erros cometidos pela Otan, sob os auspícios de EUA e Reino Unido, que prepararam o caminho para que os terroristas derrubassem o ditador. Escrevi no dia 22 de agosto de 2011: “A Líbia de Kadafi foi, durante muitos anos, um celeiro de terroristas — aliás, era governado por um. Aí o homem se engraçou com o Ocidente, declarou inimigos os jihadistas e passou a colaborar efetivamente com o combate ao terrorismo, tanto que recebeu o afago dos governos dos EUA e da Grã-Bretanha. O jihadismo se alinhou com os rebeldes. Alguns de seus soldados são veteranos ainda da guerra do Afeganistão contra a… União Soviética! Quem dará o tom do novo governo? É uma tolice imaginar que toda a sociedade líbia repudia Kadafi.”

Há quem aposte na memória curta de leitores, de ouvintes, de telespectadores, de internautas. É claro que, naqueles dias, o mais difícil era defender a opinião de que EUA e Europa faziam muito mal em estimular a queda de, digamos, ditadores amigos, estimulando os defensores da suposta “Primavera”, que abriu caminho para o jihadismo. Mas era a coisa sensata a fazer.

Como o sensato, em dias recentes, não era, claro!, escorraçar os refugiados, mas, quando menos, criar critérios mais severos para a entrada deles na Europa. Ou alguém duvidava de que aquele movimento estivesse na mira do terror e de que se abria uma janela formidável para a entrada em massa de terroristas? Se o Estado islâmico blefa ou não quando anuncia que infiltrou milhares de seus militantes no continente, não sei. Basta, meus caros, que isso fosse possível — e é claro que era.

Mas o Ocidente gosta de se enganar. Gosta de pensar que a democracia é dessas coisas que fazem parte do ar que respiramos, como se ela não fosse uma construção humana, uma escolha, um conjunto de princípios volitivos. O mundo pagará caro, por muitos anos, pelos erros cometidos por Barack Obama e por seus aliados europeus quando, sob o pretexto de apoiar a Primavera Árabe, pavimentaram o caminho do terror.

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O pior dos crimes no mundo islâmico



Uma ideologia que trata as mulheres como propriedade, que assassina ou encarcera intelectuais e sentencia um blogueiro a 1000 chicotadas e dez anos de prisão, se ele sobreviver, não tem o direito de jogar a culpa pelos seus problemas no Ocidente ou em quem quer que seja.

Violência e intolerância permeiam o mundo muçulmano. Pessoas que cometem crimes bárbaros, massacres de cristãos, judeus, muçulmanos e hindus, todos enfim, dizem que estão meramente pondo em prática a lei da Sharia islâmica contra a "blasfêmia", apostasia e contra os "infiéis". Esses extremistas islâmicos tomam diariamente a lei em suas próprias mãos, assassinam qualquer um que queira pensar livremente ou de maneira diferente. Todos os dias, detenções, julgamentos, açoitamentos, tortura e assassinatos de jornalistas, poetas, estudantes e ativistas de direitos humanos já viraram rotina.

Em 2013, o professor paquistanês Junaid Hafeez que leciona o idioma inglês, foi detido e encarcerado, acusado de blasfêmia depois que um estudante filiado ao grupo Jamaat-i-Islami acusou-o de insultar Maomé, o fundador do Islã, no Facebook. Seu primeiro advogado, Chaudhry Mudassar, abandonou o caso em junho de 2013 após receber um grande número de ameaças de morte. O segundo advogado Rashid Rehman, foi morto a tiros em seu escritório em frente de colegas em 7 de maio de 2014. O advogado atual Shahbaz Gurmani, foi ameaçado de morte, houve disparos defronte de sua casa e lhe foi enviado uma carta do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS em inglês), recomendando que ele abandonasse o caso, ameaçando decapitá-lo se ele insistisse em defender o cliente.

Junaid Hafeez continua preso.  Em 28 de dezembro de 2014 a escritora egípcia Fatima Naoot foi levada a um tribunal por ter, segundo consta, "insultado" o Islã. O "crime" dela foi ter tecido comentários em sua página do Facebook criticando o massacre de animais durante o Eid al-Adha, a festa do sacrifício celebrada pelos muçulmanos. "Não esmorecerei mesmo se eu for encarcerada", disse Naoot à Reuters. "O perdedor será o movimento cultural".

Fatima Naoot é uma colunista e poeta com pensamento crítico. Ela tem a coragem de se manifestar abertamente contra as injustiças da sociedade em que vive, características estas ameaçadoras demais para muitos muçulmanos. O Artigo 98(f) do Código Penal Egípcio proíbe cidadãos de "ridicularizarem ou insultarem religiões divinas ou incitarem agitação sectária". Mas no Egito a lei, ao que tudo indica, vale apenas contra seguidores de qualquer religião que não seja a Islã sunita. 

De acordo com o relatório anual de 2014 da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA,  "o grosso das acusações tem como alvo artistas muçulmanos sunitas, importantes personalidades e jornalistas. No entanto, a maioria dos condenados à prisão por blasfêmia em um tribunal é formada de cristãos, muçulmanos xiitas e ateus, na maior parte dos casos em julgamentos viciados. Cerca de 40% dos réus eram cristãos, proporção esta extremamente alta se comparada com a população cristã de aproximadamente 10% a 15%".

O clérigo muçulmano Hussein Ya'qoub, declarou em 2009: "os judeus são inimigos dos muçulmanos independentemente da ocupação da Palestina. Vocês têm que acreditar que nós lutaremos, os derrotaremos e os aniquilaremos até que não reste nenhum judeu sobre a face a terra".

Outro clérigo muçulmano Sallah Sultan, afirmou em um discurso transmitido pela TV do Hamas em 2012, que as pessoas com as quais ele tem se encontrado, em qualquer lugar a seja, têm "sede do sangue dos judeus... Israel usou meninas com AIDS para seduzir jovens egípcios com o objetivo de infectá-los", segundo ele, evidentemente sem se preocupar em apresentar provas, o que é apenas mais um exemplo da imaginação do ódio contra os judeus.

Nenhum dos clérigos foi intimidado a comparecer perante um tribunal por ter orgulhosamente proposto genocídio, mas Fatima Naoot é julgada por criticar o massacre de animais durante o Eid al-Adha. Em 30 de agosto de 2014, o fotógrafo iraniano Soheil Arabi, 30, foi condenado por um tribunal penal em Teerã à pena de morte por enforcamento por "insultar o profeta do Islã" (Sabbo al-Nabbi) em postagens no Facebook. Em 24 de novembro de 2014, o Supremo Tribunal do Irã manteve a sentença de morte.

Em 2014, Raif Badawi, 31, um blogueiro saudita e criador de um website destinado a fomentar o debate político e religioso, foi condenado a 10 anos de prisão, 1000 chicotadas e uma multa de 1 milhão de riais sauditas (cerca de US$267.000) por "adotar pensamentos liberais" e "insultar o Islã". Badawi recebeu as primeiras 50 chicotadas da sentença em 9 janeiro de 2015 em frente a uma mesquita logo após as rezas matinais, "rodeado por uma multidão entusiasmada que entoava incessantemente Allahu Akbar (Deus é grande)" durante as chicotadas". A sentença foi mantida na semana passada pelo Supremo Tribunal da Arábia Saudita, a comutação da pena só pode ser promulgada pelo Rei Salman.

De acordo com a lei da Sharia islâmica, o livre pensamento é o crime mais imperdoável no mundo muçulmano. Estar preso, ser torturado ou executado por pensar livremente também é a razão pela qual há uma defasagem de séculos entre os países muçulmanos e o Ocidente no que tange à emancipação humana. Para Eurípides "não poder expressar o próprio pensamento é a verdadeira escravidão, em muitos países muçulmanos o livre pensamento é sentença de morte.

Aqueles que têm a coragem de tentar abolir essa "escravidão" no mundo muçulmano, são forçados a pagar um preço incomensurável. A jovem ganhadora do Prêmio Nobel Malala Yousefzai foi baleada na cabeça por pleitear poder estudar. Advogados que representam aqueles que tentam abolir essa "escravidão" ou outras alegações, mesmo as fraudulentas, são assassinados.

É permitido explodir uma escola repleta de crianças, deliberadamente atropelar inocentes em nome da jihad, massacrar pessoas durante as rezas e logo em seguida distribuir doces para comemorar sua "vitória", depreciar o valor da mulher de incontáveis maneiras, tendo quatro esposas, espancando-as, divorciando- se delas com apenas uma palavra e você será elogiado por muitos muçulmanos por ser um "herói", um "mártir" ou "um verdadeiro muçulmano".

Essa maneira de ser nada tem a ver com o Ocidente ou qualquer tipo de interferência ocidental. Não foram os europeus, os Estados Unidos ou o Estado de Israel que espalharam essas coercitivas leis baseadas na sharia contra a blasfêmia e apostasia entre os muçulmanos. Os regimes muçulmanos, que sequer conhecem a definição de liberdade, sem falar da sistemática criminalização da liberdade de expressão, supressão da pesquisa e criatividade, intermináveis disputas tribais, são a razão pela qual seus povos continuam no século VII.

A ascensão do ISIS no Iraque e na Síria, a expansão do alcance do Irã em mais quatro países (Iraque, Síria, Líbano e Iêmen) à medida que os Estados Unidos vão se retirando de três (Líbia, Iêmen e Iraque) além da indiferença da maior parte do mundo muçulmano em face a essa nova catástrofe, tudo indica que ainda não pode haver muita esperança para alguma mudança positiva no mundo muçulmano. Até mesmo os visionários pedidos para a reforma islâmica do Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi não foram bem recebidos publicamente por nenhum líder ocidental sequer.

Com exceção dos defensores da liberdade como Hafeez, Naoot, Arabi e Badawi, a situação parece estar piorando dia a dia. Um panfleto distribuído pelo ISIS responde a 27 perguntas, entre elas: "É possível capturar todas as mulheres infiéis"? E "é permitido manter relações sexuais com uma escrava que ainda não tenha atingido a puberdade"? O panfleto também aprova a escravidão, estupro (inclusive de meninas que ainda não atingiram a puberdade), espancamento para obter gratificação (darb al-tashaffi) e tortura (darb al-ta'dheeb).

Uma ideologia que incentiva seus adeptos a participarem de tumultos violentos que resultam em mortes, incendiarem embaixadas e a cometerem assassinatos devido a caricaturas e que não dão mostras de sinais de arrependimento quando meninas pequenas são vendidas e estupradas, muito provavelmente não tem muito a contribuir para o avanço da civilização.

Uma ideologia que trata as mulheres como propriedade, que assassina ou encarcera intelectuais e sentencia um blogueiro a 1000 chicotadas e dez anos de prisão, se ele sobreviver, não tem o direito de jogar a culpa pelos seus problemas no Ocidente ou em quem quer que seja.

Uzay Bulut, nascida e criada como muçulmana, é uma jornalista turca estabelecida em Ancara, Turquia.
Publicado no site do The Gatestone Institute - http://pt.gatestoneinstitute.org
Original em inglês: The Most Inexcusable Crime in the Muslim World

Tradução: Joseph Skilnik


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Hillary Clinton ajudou no surgimento do Estado Islâmico



 Hillary Clinton ajudou no surgimento do ISIS

Governo de Obama sabia que armas estavam sendo enviadas do Porto de Benghazi para tropas rebeldes na Síria
Mais de 100 páginas de um documento anteriormente secreto do Ministério da Defesa e do Departamento de Estado dos EUA envolvem o governo de Obama num acobertamento para obscurecer o papel que Hillary Clinton e o Departamento de Estado desempenharam no nascimento do ISIS.
Os documentos foram obtidos num processo, com base na Lei de Liberdade de Informação, feito pelo Observatório Judicial, uma organização de defesa dos direitos dos cidadãos com sede em Washington. Os documentos confirmam reportagens do WND durante os mais de três anos passados acerca das evidências de que o embaixador americano Christopher Stevens estava envolvido num esquema para enviar armas de Benghazi, na Líbia, para apoiar as milícias ligadas à al-Qaeda que estão lutando contra o governo de Bashar al-Assad na Síria, efetivamente armando os guerrilheiros islâmicos sunitas que acabaram se transformando no ISIS.  Os documentos além disso confirmam as reportagens do WND de que a meta dos terroristas por trás do ataque em Benghazi que matou Stevens era forçar a libertação de Omar Abdul Rahman, o “xeique cego” que está preso nos EUA numa sentença de prisão perpetua por seu envolvimento no ataque a bomba de 1993 do World Trade Center, e para vingar a morte de um proeminente líder da al-Qaeda na Líbia morto por um ataque de drone dos EUA no Paquistão.
“Esses documentos são de fazer o queixo de qualquer um cair,” disse Tom Fitton, presidente do Observatório Judicial. “Não é de admirar que tivemos de entrar com mais processos com base na Lei de Liberdade de Informação e aguardar mais de dois anos.” Fitton mencionou especialmente um documento do Ministério da Defesa, da Agência de Inteligência de Defesa, datado de 12 de setembro de 2012. O documento revela que o ataque ao complexo diplomático dos EUA em Benghazi havia sido cuidadosamente planejado pela al-Qaeda e pelas Brigadas do Cativo Omar Abdul Rahman, ligadas à al-Qaida, com o objetivo de “matar tantos americanos quanto possível.”
O documento, datado do dia depois do ataque a Benghazi, foi enviado à então secretária de Estado Hillary Clinton, ao ministro da Defesa Leon Panetta, aos chefes do Estado maior conjunto e ao Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca de Obama. “Esses documentos também apontam para a conexão entre o colapso na Líbia e a guerra do ISIS — e confirmam que os EUA conheciam detalhes surpreendentes acerca da transferência de armas de Benghazi para os rebeldes islâmicos sírios,” declarou Fitton.
Ele disse que os documentos “mostram que o acobertamento do que aconteceu em Benghazi continuou durante anos e está se desvendando apenas com nossos processos independentes.”
Armas enviadas à Síria
O Observatório Judicial também comentou que documentos do Ministério da Defesa dos EUA divulgados nesta semana contêm a primeira documentação oficial de que o governo de Obama sabia que armas estavam sendo enviadas do Porto de Benghazi para tropas rebeldes na Síria.
Um relatório do Ministério da Defesa datado de outubro de 2012 confirmou:
Armas dos estoques militares da Líbia estavam sendo enviadas do porto de Benghazi, Líbia, para o Porto de Banias e o Porto de Borj Islam, na Síria. As armas enviadas durante o final de agosto de 2012 eram rifles Sniper, granadas antitanque e mísseis de 125 mm e 155mm.
Logo depois da queda do governo de Gaddafi em outubro de 2011 e até o começo de setembro de 2012, armas dos estoques militares da Líbia localizados em Benghazi, na Líbia, foram enviadas do porto de Benghazi aos portos de Banias e Borj Islam, na Síria. Os portos sírios foram escolhidos devido à pequena quantidade de tráfico de carga que transitam nesses portos. Os navios usados para transportar as armas eram de tamanho médio e capazes de conter 10 ou menos contêineres de carga.  Outro relatório da Agência de Inteligência de Defesa, escrito em agosto de 2012, no mesmo período que os EUA estavam monitorando envios de armas da Líbia para a Síria, disse que a oposição na Síria era orientada pela al-Qaida e outros grupos muçulmanos extremistas: “os salafistas, a Irmandade Muçulmana e a Al-Qaeda são as grandes forças que estão orientando a insurreição na Síria.”
O Observatório Judicial comentou que a predição era que a direção sectarista islâmica da guerra na Síria teria consequências horrendas para o Iraque, as quais incluíam o “grave perigo” do nascimento do ISIS.

Traduzido e editado por Julio Severo do artigo original do WND: Declassified docs: Hillary aided rise of ISIS
www.juliosevero.com

sábado, 2 de maio de 2015

Terra, terra

Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas para a Europa é a mais absoluta falta de opção das vítimas

De repente, a terra se faz lembrar. Acentua que não é necessariamente terra firme. E treme. Aterroriza, destrói, mata, mostra que o bicho-homem não manda nela. O terremoto no Nepal dói no mundo inteiro, em todos os habitantes do planeta Terra, por cima das distâncias e diferenças, solidários com as vítimas indefesas e impotentes. Vem somar uma catástrofe natural à catástrofe humana e histórica, perfeitamente evitável, dos imigrantes clandestinos, também impotentes e indefesos, que fogem de suas casas, deixam suas terras e morrem maciçamente no Mediterrâneo, milenar berço de civilizações transformado em túmulo de famílias desesperadas. São dias de chorar. Pelas vítimas do terremoto no Nepal. Pelos migrantes que se afogam no Mediterrâneo. E de tentar ajudar.

Outras línguas distinguem a terra que se move (como earth), da terra que se deixa (land), escorraçado pela guerra e pela miséria. Ou da terra (ground) que guarda o petróleo que tanto enriquece alguns e de onde pode brotar a água que nos faz viver mas ameaça sumir. Em português, juntamos tudo, entendendo que é uma coisa só. Mesmo distantes, errantes navegantes do planeta, jamais deveríamos esquecer — como na canção de Caetano.

Todo mundo tem o direito de poder ficar em sua própria terra natal, se quiser. É o que pede o coração. Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas africanas ou do Oriente Médio, incentivadas pelo tráfico ilegal para a Europa, é a mais absoluta falta de opção das vítimas. É revoltante saber que milhares de pessoas estão morrendo afogadas todo dia, por terem pago por essa viagem as economias de uma vida, depois de perderem casa, bens, terras, animais, plantações, para se apinhar com a família numas sucatas flutuantes, muitas vezes trancados num porão. Como num funil, chegam à Líbia vindo de uns 20 países da região e tentam fugir da guerra, da fome, da violência, da miséria, do abandono, da falta de oportunidades, de perseguições religiosas ou étnicas. Pagam aos traficantes de gente e depois são abandonados no meio do mar ou se transformam em vítimas de naufrágios, propositais ou não.

É claro que precisam ser resgatados — e a atribuição não pode cair apenas nas costas da Itália, mais perto por sua geografia. Mas é necessário um esforço conjunto internacional que vá além do mero acolhimento dos refugiados e sua internação em campos cercados por alambrados, aumentando a cada dia sua tragédia. O mundo precisa atacar as causas que fazem essa gente toda preferir enfrentar os piores perigos a ficar em sua própria terra. 

No fim da Segunda Guerra, iniciativas como o Plano Marshall permitiram que a Alemanha se reconstruisse, o Japão e a Itália pudessem reviver suas economias. Num mundo cheio de paraísos fiscais onde os riquíssimos podem guardar seu dinheiro (venha ele do petróleo, de armas, de drogas, da corrupção) e driblar os impostos que todos nós temos de pagar, deveria ser possível canalizar recursos para melhorar a vida de quem se vê forçado a não poder mais ficar em sua terra.

Há outros problemas com a terra, além dos que são objeto do MST, entre reivindicações de reforma agrária e destruição de pesquisas agrícolas de empresas e laboratórios de universidades. [a matéria é excelente, sua autora sabe escrever e bem; pena que estrague tudo ao colocar vermos como os facínoras do MST no artigo. Aqueles bandidos merecem apenas o tratamento que a PM do Pará dispensou aos que bloquearam uma rodovia.
A PM abateu alguns facínoras do 'movimento social terrorista' e desde então não ocorreu mais nenhum bloqueio de rodovias naquele Estado.]
 
Que tal deixar o petróleo lá no fundo da terra e se dedicar a fontes alternativas de energia? O influente jornal britânico “The Guardian” vem liderando uma campanha para que grandes fundos filantrópicos, como a Fundação Bill Gates e o Wellcome Trust, deixem de investir em combustíveis fósseis e só apoiem pesquisas científicas em outras áreas. O objetivo é diminuir com urgência a ameaça da mudança climática causada pelo petróleo, gás e carvão. A meta é que, em cinco anos, se deixe de financiar as companhias que trabalham com eles. Apela-se, de imediato, para que cessem novos aportes em dinheiro para essas companhias, ou incentivos ao setor. Os argumentos são morais, ambientais e econômicos. 

A campanha, “Keep it in the ground”, pressiona para que 80% das reservas conhecidas de carvão continuem inexploradas, bem como metade das de gás e um terço das de petróleo. Já recebeu a adesão de vários fundos importantes e o apoio de centenas de milhares de pessoas, incluindo celebridades e ganhadores do Prêmio Nobel. Por outro lado, a terra precisa também de proteção para continuar guardando e fornecendo água, o bem mais precioso para a vida no planeta. Recente reportagem de Míriam Leitão neste jornal revelou como o Instituto Terra , de Lélia e Sebastião Salgado, vem desenvolvendo um projeto modelar de proteção a nascentes e olhos d’água no Vale do Rio Doce, tendo como meta refazer todas as fontes dessa bacia. É uma iniciativa admirável sob todos os aspectos, que começa a dar frutos, a lembrar que muitas vezes podemos fazer algo pela terra e por nós. Não nos conformemos em ser apenas vítimas impotentes um do outro.

Por: Ana Maria Machado é escritora - O Globo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Estado Islâmico faz 'desfile' com prisioneiros que devem ser queimados vivos - Cristão são decapitados pelo Estado Islâmico

Espécie de procissão com reféns em carros teria ocorrido em cidade no Nordeste do Iraque

Cenas de uma espécie de desfile de 17 prisioneiros curdos em jaulas estão em novo vídeo divulgado pelo Estado Islâmico (EI). No filmete de quase quatro minutos carros passam em procissão por uma multidão com os homens vestidos de laranja dentro de gaiolas. As imagens, que teriam sido filmadas na cidade de Kirkuk, no Nordeste do Iraque, foram divulgadas pelo britânico Daily Mail nesta sexta-feira. 

De acordo com informações publicadas em redes sociais, o destino dos reféns pode ser o mesmo do piloto Muaz al-Kasasbeh. No início do mês, o EI veiculou um vídeo que mostrava o jordaniano sendo queimado vivo.

No vídeo, militantes armados do EI carregam bandeiras ao lado das jaulas em que os prisioneiros estão presos. O tratamento dados aos prisioneiros pode ser visto como vingança aos relatos de que forças curdas arrastaram corpos de combatentes do Isis por ruas da região do Curdistão no início deste mês.
 Imagem do vídeo de autenticidade ainda não confirmada que mostra a suposta execução dos 21 reféns egípcios cristão coptas na Líbia - Reprodução

Egito bombardeia EI na Líbia para vingar decapitação de cristãos

Governo egípcio decreta sete dias de luto nacional

Aviões de combate do Egito bombardearam alvos do Estado Islâmico (EI) na Líbia nesta segunda-feira, horas depois de o grupo publicar um vídeo mostrando a suposta decapitação de 21 cristãos egípcios. De acordo com a a TV estatal, os ataques tinham como alvo acampamentos do grupo extremista, locais de treinamento de armazenamento de armas. 
 O país decretou sete dias de luto nacional, e os egípcios aguardam ansiosamente um pronunciamento oficial nesta segunda-feira, após a reunião de emergência do Conselho de Defesa Nacional realizada durante a noite, a pedido do presidente Abdel Fatah al-Sisi.

Em um discurso transmitido pela TV pública, Sisi afirmou que seu país se reservava o direito de responder da forma mais adequada à decapitação dos cristãos e prometeu castigar os responsáveis pelo crime. Com estas execuções, reivindicadas pelo braço líbio do EI dias depois do anúncio da decapitação de oito pessoas por seu braço egípcio, a organização jihadista mostra que exportou seus métodos de brutalidade extrema para fora de sua “base”, nas regiões que controla em Síria e Iraque.

Nas imagens, vários homens com macacões laranja, cada um acompanhado por um extremista mascarado, são levados para uma praia, onde são obrigados a se ajoelhar e degolados simultaneamente enquanto um terrorista fala à câmera em inglês. Os produtores do vídeo se identificaram como pertencentes à “Província Trípoli do Estado Islâmico”, que há algumas semana sequestrou 21 egípcios cristãos coptas na região.

O aumento da violência na Líbia com o avanço militar dos jihadistas também levou a Itália a fechar sua embaixada em Trípoli no domingo, dando início a uma ampla operação de repatriação de italianos residentes no país, com embarcações que tiveram escolta da Marinha e da Aeronáutica italianas. A Itália é o último país da Europa a fechar sua representação diplomática na Líbia, uma decisão que demorou a tomar devido aos laços históricos e comerciais entre as duas nações.


Fonte: O Globo