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domingo, 5 de julho de 2020

Um desfecho pouco glorioso - Alon Feuerwerker


Análise Política

Outro dia num bate-papo informal e algo provocativo propus uma solução meio piadista e meio séria para a polêmica que divide a oposição: se a aliança contra Jair Bolsonaro deve ser uma frente ampla democrática ou uma frente de esquerda. “Façam como no Uruguai: criem uma frente de esquerda e chamem de Frente Ampla.” Claro que não solucionaria o cisma, hoje distante de solução, mas seria um truque do tipo que Tancredo Neves e Magalhães Pinto operaram na passagem dos anos 1970 para os 80. Criaram um partido de centro-direita e chamaram do nome que na época era cogitado para rotular uma eventual frente de esquerda: Partido Popular. Roubaram a marca. Acontece.

A história conta que depois o presidente João Figueiredo e seu PDS, sucessor da Arena, impuseram o voto vinculado, e na urna de 1982 o eleitor seria obrigado a votar de vereador a governador em candidatos do mesmo partido. Aí os liberais sentiram-se traídos e a maioria deles reagruparam-se no PMDB, que sucedera o MDB do bipartidarismo.
Essas histórias hoje já antigas ajudam a compreender que o dito centro tem esse nome exatamente porque pendula conforme a circunstância, mas sem nunca perder a identidade, que aponta mais para a direita que para a esquerda. Aliás esse locus político tem como vocação principal não exatamente apoiar outros, mas recolher apoio.

A frente ampla até vinha razoavelmente bem, daí Bolsonaro resolveu jogar mais o jogo da política. Como se pode notar a partir dos fatos, esses teimosos, as defecções nela agora têm sido mais frequentes. Vão desde os que caíram fora da live do “Direitos Já” até quem de repente mudou de ideia e passou a defender que não, não é hora de pensar em impeachment. Mas a prova de fogo vai ser mesmo nas eleições. 
O que vai prevalecer, em especial onde terá segundo turno? 
A frente contra a esquerda ou a frente contra a direita? 
Ou não vai ter uma regra, uma tendência? 
Ou vai predominar, dentro de cada campo, a guerra fratricida de olho na necessidade de atrapalhar o fortalecimento excessivo de algum “aliado”?

Na real, não existe frente sem programa político. Frentes “de resistência” são frágeis, também porque são óbvias. Uma ampla frente político-social opõe-se, por exemplo, aos movimentos que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do STF. E do mesmo modo que facilmente se agrupa, desmancha-se quando o “que fazer?” é colocado na mesa.
O MDB e depois o PMDB dos idos do regime militar tinham objetivos programáticos claros. O principal era, no caso do primeiro, a revogação da legislação excepcional. Do segundo, a volta das eleições diretas em todos os níveis. Ambos foram vitoriosos, o AI-5 acabou em 1978 e as diretas voltaram em duas etapas: 1982 e 1989.

Depois o PMDB teve um momento brilhante, no Plano Cruzado que lhe deu safra gorda na eleição de 1986. Daí produziu uma Constituição, que hoje agoniza, e entrou em declínio. No momento, seus diversos spin-offs misturam-se aos derivados da velha Arena para formar a constelação que a imprensa chama de centrão, quando não aceita que negociem com o governo de turno. E que chama de “partidos de centro” quando um governo que ela apoia precisa negociar para obter apoio no Congresso.
Não chega a ser um desfecho glorioso.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


domingo, 8 de março de 2015

O 'Partido Progressista" - que já tinha entre seus membros muita coisa ruim - foi contaminado após se tornar aliado do PT

Partido Progressista, o ‘filho’ da ditadura que coleciona escândalos

Com 31 dos 49 políticos investigados, legenda é umas das principais aliadas do Governo

De filho da ditadura militar (1964-1985) a para-raios de escândalos, esse é o Partido Progressista, a sigla que teve mais políticos citados na Operação Lava Jato até o momento, 31 dos 49. [o Partido Progressista não foi constituído durante o Governo Militar; quem deu sustentação política ao Governo Militar foi a Aliança Renovadora Nacional - ARENA que em 1979, já durante o governo Figueiredo (ocasião em que começou o desmonte do Brasil, anistiando terroristas, transformando a abertura lenta e gradual do presidente Ernesto Geisel em uma bagunça que gerou a Nova República) a Arena foi substituída pelo PDS e mesmo tendo levado para a nova legenda muitos BRASILEIROS DO BEM, recebeu muita coisa que não presta.

Mas, zoneou mesmo foi em 2003, já no primeiro mandato do $talinácio Lula,  quando - apesar de ainda ter em seus quadros políticos que valorizam qualquer partido político - perdeu muitos membros importantes e do BEM, recebeu muita coisa que não presta e passou a existir mais em função de apoiar os sucessivos desgovernos petistas.

Hoje, possui poucos políticos que realmente dignifiquem qualquer partido, sendo até complicado entender porque alguns políticos sérios e competentes ainda continuam naquela agremiação partidária.] Oriundo da Arena, a agremiação de direita que deu suporte ao regime militar brasileiro, o PP sempre apoiou os governos, independentemente de quem fosse. Sua principal diferença do PMDB, que também costuma ser um fiel aliado do Palácio do Planalto desde a redemocratização, é o tamanho: os progressistas são menores.

A relação dos membros do PP investigados por desvios de recursos da Petrobras é eclética. Vai de um padre baiano, o ex-deputado José Linhares da Ponte (Padre Zé), a um evangélico paulista que está na cúpula da Igreja Mundial, o missionário José Olímpio. Há ainda mensaleiros, como Pedro Henry e Pedro Corrêa, um ruralista gaúcho anti-índios, Luiz Carlos Heinze, e o vice-governador baiano que diz estar “cagando e andando” para a investigação, João Leão.

Continuar lendo.............. Partido Progressista ... no El País

 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, acha que revisão histórica da ditadura tem que mirar também os civis que a apoiaram.



Boa ideia. E, pra começar, basta olhar para muita gente da base de sustentação do governo Dilma
O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, ex-governador petista da Bahia, assumiu ontem o cargo, recebendo-o do já ex-ministro Celso Amorim em solenidade em Brasília. Em seu discurso, repleto de generalidades, Wagner assegurou que o governo Dilma tem compromisso com “Forças Armadas cada vez mais capacitadas, modernas e integradas.”

 ‘HUMILHAÇÃO’: Recebendo continência dos comandantes das Forças Armadas e de outros oficiais-generais presentes, o ex-governador Jaques Wagner (terno cinza mais escuro) recebeu o cargo do ex-ministro Celso Amorim (à sua esquerda): nada de política na ocasião. Antes, porém, falou no apoio de civis ao golpe de 1964.(Foto: Valter Campanato - Agência Brasil)

A ver. Não tocou em política em sua fala. Dias atrás, porém, ainda governador, cheio de dedos e pisando em ovos, o novo ministro da Defesa fez um discurso ao receber o relatório parcial da Comissão Estadual da Verdade de seu Estado em que defende que a “revisão histórica” do período da ditadura militar (1964-1985) seja feita em “movimentos suaves”, uma vez que “qualquer precipitação” (não deu exemplos) “não contribui” para esse processo.

Sendo o primeiro ex-sindicalista a estar à frente das Forças Armadas, possivelmente Wagner haja tomado cuidados especiais em seu discurso, tanto é que tirou o corpo fora diante da recomendação da comissão de que os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura devem ser punidos, e que a Lei de Anistia, de 1979, deve ser revista. Para ele, o tema não está no âmbito de seu novo ministério.
 CEM MIL: A chamada “passeata dos 100 mil” contra a ditadura, em 1968: Jaques Wagner fala nos civis que apoiaram o regime mas parece se esquecer que vários deles estão, tal como ele, com o governo Dilma (Foto: Evandro Teixeira/Jornal do Brasil)

Está porém, absolutamente correto ao opinar que não se pode responsabilizar instituições do Estado por crimes cometidos por seus integrantes.  Mas o ponto do discurso em que gostaria de me deter é a passagem em que defende que sejam lembrados, além de militares e outros agentes públicos envolvidos com violações dos direitos humanos, líderes civis que apoiaram e se beneficiaram da ditadura. Sua frase específica a respeito: – É sonegador da verdade a gente não endereçar críticas duras a uma elite política, empresarial e jornalística que foi braço consolidador da ditadura e que se escondia atrás de quem tinha fuzil.

Ele não falou em punição para esses civis, mas apenas em “duras críticas” — talvez porque, se der uma olhada para o governo Dilma e sua base de sustentação no Congresso, verá fisionomias familiares, que estiveram firmes ao lado da ditadura tanto quanto, agora, estão firmes no apoio ao governo petista.  Não preciso me estender muito a esse respeito, não é mesmo? Basta lembrar que o czar-mor da economia durante o período militar, o ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto, um dos signatários do Ato Institucional número 5 — que instituiu o período mais negro de tirania no país desde a proclamação da República, em 1889 –, foi durante anos conselheiro e guru de ninguém menos do que Lula.

Se hoje Delfim, que é tudo menos bobo, se afastou do desastre  sobretudo econômico que é o governo Dilma, isso não muda as coisas, até porque seu chefe político durante muitos anos, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), é dilmista até a raiz dos cabelos. Como é o senador Fernando Collor (PTB-AL) que, como deputado, votou em Maluf e contra Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em 1985. Sem esquecer, evidentemente, do senador José Sarney (PMDB-AP), sólido sustentáculo dos governos Lula e Dilma, que, como se recorda, foi presidente do PDS, o partido oficial do regime militar.

Wagner pode, portanto, começar quando quiser suas “duras críticas” a esse pessoal. Já estão aí quatro nomes para ele incluir na relação dos criticáveis.

Fonte: Blog do Ricardo Setti