Diálogo entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula acertando Termo de Posse caracteriza a obstrução da justiça e torna o Governo dela insustentável
O juiz Sergio Moro acaba de liberar o sigilo sobre gravações que vêm ocorrendo desde o dia 19 de fevereiro através de grampos autorizados no celular utilizado pelo ex-presidente Lula. Entre os trechos liberados, o mais explosivo é uma conversa tida hoje à tarde entre ele e a presidente Dilma onde fica claro que a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil tinha o nítido propósito de barrar as investigações da Lava-Jato e eventual prisão do petista.No diálogo, Dilma avisa ao padrinho Lula que estava mandando o quanto antes o Termo de Posse para que ele usasse caso fosse necessário para evitar alguma ação da polícia para prendê-lo. A conversa entre os dois caracteriza uma obstrução de justiça que deve tornar insustentável o Governo da presidente daqui para frente. Para correr com a indicação, o Governo Federal publicou uma edição extra do Diário Oficial com a nomeação de Lula para que ele possa ter o foro privilegiado. De todo modo, a revelação da conversa entre os dois pode mudar todo o quadro seja na primeira instância ou no STF.
Leia abaixo o diálogo:
- Dilma: Alô
- Lula: Alô
- Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
- Lula: Fala, querida. Ahn
- Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
- Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
- Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
- Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
- Dilma: Tá?!
- Lula: Tá bom.
- Dilma: Tchau.
- Lula: Tchau, querida.
Em um outro diálogo entre Lula e o ainda ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, o ex-presidente pede ao ministro para que ele fale com Dilma a fim de interferir junto a ministra do STF, Rosa Weber, para que ela julgue a seu favor o processo sobre a competência de investigá-lo. O Juiz Sergio Moro diz que há ainda gravações sugerindo que Lula já sabia das buscas feitas pela 24ª fase da Lava-Jato no início do mês. O caldeirão pega fogo em Brasília.
Ouça o áudio aqui.