Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Palácio da Alvorada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Palácio da Alvorada. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ação popular pede ‘fim das regalias’ a Dilma

O advogado Julio Cesar Martins Casarin ingressou com ação popular na Justiça Federal de São Paulo com pedido de tutela antecipada (espécie de liminar) para anulação do ato administrativo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), que concedeu a Dilma Rousseff – afastada da Presidência da República – o direito ao uso do Palácio da Alvorada, jatos da FAB e helicópteros presidenciais, além da integralidade dos vencimentos. 

Dilma foi afastada no dia 12 de maio, por decisão do Senado. Ela vai ficar afastada 180 dias, período em que será conduzido o processo de impeachment por crime de responsabilidade atribuído à petista. No dia seguinte à saída de Dilma, o advogado protocolou a ação popular no Fórum Federal de São Paulo. Os autos foram distribuídos para a 2.ª Vara Cível Federal. 

Julio Casarin propõe a ação contra Dilma e contra Renan. “O autor (com 25 anos de Advocacia), na condição de cidadão brasileiro indignou-se, ao saber, que a ex-presidente Dilma, afastada que foi de suas funções pelo Senado, conforme fartamente noticiado pela imprensa, seguirá a utilizar-se dos jatos da Força Aérea Brasileira por decisão do presidente do Senado, sr. Renan Calheiros.” 

Ele argumenta que a lei assegura “apenas e tão somente” a metade da remuneração para Dilma. Pede que a Justiça “cesse imediatamente as regalias”. Segundo o advogado, já há jurisprudência. Cita o impeachment de Fernando Collor, há 24 anos.  “Num paralelo com o outro impeachment de presidente da República, ocorrido em 1992, a jurisprudência se manifestou favorável ao não uso de bens públicos durante o afastamento. Naquele já longínquo 2 de outubro de 1992, o que ocorreu, conforme noticiado foi que o presidente afastado foi proibido por liminar da 7.ª Vara Federal do Rio de Janeiro de utilizar qualquer imóvel da União, o que dirá, transporte aéreo ou terrestre.” 

O advogado requereu tutela antecipada “para o fim de suspender os efeitos do ato administrativo do presidente do Senado Federal no que tange ao ‘uso de residência oficial’, ‘transporte aéreo’, ‘remuneração’ e ‘equipe a serviço do Gabinete Pessoal da Presidência'”.
“Considerando que já se encontra a ex-presidente afastada de seu cargo e principalmente, em razão de seu discurso mendaz de vitimização, tudo está a demonstrar que utilizar-se-á de dinheiro público, com aval do réu Renan para fazer campanha contra o ‘golpe’. Não há previsão legal para concessão de tais privilégios outorgados no atos administrativo ora atacado. É inegável a necessidade de que a tutela jurisdicional seja prestada em tempo hábil a evitar o início das viagens pelo Brasil com dispêndio de recursos públicos”, sustenta Jullio Casarin. 

O advogado destaca o artigo 273 do Código de Processo Civil. “O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.”

O autor da ação popular sustenta que “se a partir de agora a ex-presidente continuar no pleno uso e gozo da aeronave presidencial, jatinhos da FAB e helicóptero, além de inviabilizar as missões oficiais do presidente da República em exercício passará a contar com o apoio do Estado para atividades ilegais”. 

“Não haverá qualquer viagem oficial a ser feita pela ré Dilma nos próximos 180 dias! Nem motivos para continuar a ocupar o Palácio da Alvorada! Caso deseje deslocar-se pelo país, alardeando o ‘golpe’ do qual se diz vítima, que o faça a suas expensas e não com o dinheiro do povo. Não há qualquer amparo na legislação para que tal decisão se mantenha. Não há base legal que autorize o Presidente do Senado conceder, com dinheiro público, regalias à presidente afastada.”
 
“A decisão do atual Presidente do Senado é ilegal, antijurídica e imoral”, afirma Julio Casarin. “Não que não se deva permitir um mínimo de segurança e conforto à presidente afastada, mas dentro do princípio da razoabilidade e respeitados os parâmetros legais. A lei é clara: o salário deverá ser reduzido pela metade e a presidente afastada não poderá fazer uso de imóveis da União e nem de transporte aéreo às custas do erário! Que permaneça apenas e tão somente a segurança e o transporte terrestre.”

Fonte: Estadão - Conteúdo

 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A primeira mosca

Uma sequência do fotógrafo Bruno Santos na primeira página da Folha de segunda-feira (2) mostra a presidente Dilma Rousseff perturbada por uma mosca em seu rosto durante ato promovido em São Paulo pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), no Dia do Trabalho. 


 A presidente Dilma Rousseff durante a comemoração da CUT do Dia do Trabalhador, em São Paulo
A partir da próxima semana Dilma estará limitada (condição que poderá ser prorrogada por no mínimo oito anos) a presidir um sofá e os que se dispuserem a visitá-la poderão levar-lhe um bom presente: uma mata-moscas

Nas primeiras fotos, Dilma parece apenas contrariada pelo inseto impertinente que insiste em passear sem audiência marcada por nariz e boca presidenciais. Na última foto, Dilma aparece com a mão espalmada, pronta a aplicar um safanão na mosca e mandá-la, literalmente, para o espaço.

A mosca não sabia com quem estava se metendo. Foi atazanar a vida de uma mulher que nunca precisou de motivo para desferir safanões verbais em quem estivesse à sua volta e, agora, tem motivos reais para isto. Em poucos dias, descerá do posto a que foi levada por 54 milhões de eleitores — dos quais, a julgar pelas últimas manifestações a seu favor, não lhe restam nem 4 milhões — para submeter-se a 180 dias de férias forçadas, com grandes possibilidades de que estas se prolonguem pelos próximos oito anos.

Por outro lado, a dita mosca podia apenas fazer parte de uma equipe exploratória uma batedora avançada do batalhão de moscas que deverá fazer companhia à futura ex-presidente no palácio da Alvorada, onde cumprirá um doce exílio entre seus próprios lençóis e fronhas. As perspectivas são as de que não terá muitas visitas enquanto estiver afastada ninguém de fato a estima, nem entre os seus colaboradores mais íntimos, e os correligionários que ainda a defendem o fazem apenas em nome de uma estratégia política.

Limitada nos próximos tempos a presidir um sofá ou uma cômoda e impossibilitada de continuar quebrando o país, Dilma será grata a qualquer um que se interesse em ir vê-la.

Um bom presente a levar-lhe: um mata-moscas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ministros do STF constataram que não existe jantar de graça com a Presidente Dilma Rousseff?

Chega de gatunagem no Brasil! Deve se tornar viral em todo o País a imitação do miado de gatos, feita por moradores da cidade paranaense de Jacarezinho, em protesto contra vereadores que tentaram menosprezar uma campanha cívica para forçar o corte de salário dos políticos locais. Foi mais uma comprovação de que o maior medo dos políticos é a bronca direta, raivosa e radical, dos eleitores. Nada mais simbólico e encorajador para a grande manifestação de domingo, 16 de agosto.

A pressão popular forçou os parlamentares a cortarem em 30% os salários da próxima legislatura. Quem for eleito em 2016 em vez de R$ 6.200 vai receber R$ 4.340 - o que já é muito dinheiro. Os miados prometem insistir nos protestos para que o valor seja reduzido a um salário mínimo (hoje R$ 788). Enquanto o provento não baixa mais ainda, foi cancelada a decisão que aumentava de nove para 13 o número de vagas na Câmara Municipal de Jacarezinho. Miados idênticos ao de Jacarezinho precisam chegar, urgentemente, a Brasília.     

Tudo bem que ontem foi o famoso "Dia do Pendura" (o 11 de agosto que celebra o Dia do Advogado, e existe uma "tradição" histórica, nem sempre cumprida amigavelmente, de causídicos e estudantes de Direito não pagarem as contas da festa nos restaurantes que aceitam a brincadeira).
Mas um jantar com a Dilma Rousseff, em um momento indigesto para o governo, definitivamente não tem preço. Por isso, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal preferiram nem comer de graça e, muito menos, pagar para ver tal evento.

Novamente, os marketeiros de Dilma erraram na receita.
Foi ingênua e irresponsável a tentativa de aproximar Dilma do órgão máximo do Judiciário, em um momento de gravíssimo impasse político-institucional. Ainda bem que alguns esclarecidos ministros ligaram seu "desconfiômetro" e recusaram o temerário convite para um convescote, em hora inoportuna, no Palácio da Alvorada. Não foram os ministros Celso de Mello, Teori Zavascki (relator dos inquéritos da turma com absurdo foro privilegiado da Lava Jato) e Marco Aurélio de Mello, que detonou"De início, eu sou contrário ao comparecimento do colegiado como um grande todo a certos eventos, e esse evento é um deles. A leitura que o cidadão faz não é boa e acaba desgastando indiretamente a instituição. Nós não ficamos submissos por aceitarmos o convite da presidente da República, mas aquele a quem nós devemos contas, que são os cidadãos, eles veem de outra forma, como se fosse algo em termos de cooptação. E isso não é bom, principalmente nessa época".

 
No jantar, ao qual compareceram apenas cinco dos 11 ministros, Dilma pregou o óbvio: a harmonia entre os poderes...
Ricardo Lewandowski foi quem falou o que a Presidenta mais queria ouvir: "compromisso com a estabilidade institucional e com a preservação da legitimidade dos mandatos". Dilma teria ouvido tudo, aceitando com a cabeça. O vice Michel Temer, meio afastado dela, também. Do STF, jantaram Rosa Weber, Dias Toffoli, Luiz Roberto Barroso e o recém-nomeado Luiz Edson Fachin.


Conclusão: embora apavorada, a turma do desgoverno continua não enxergando que os efeitos psicossociais do processo do Mensalão (que ficou impune) e da Lava Jato (que está punindo empresários graúdos, com chances de chegar aos políticos corruptos). É por isto que o atual regime nazicomunopetralha vai cair de podre, na hora certa...

Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão

terça-feira, 28 de julho de 2015

Dilma tem problemas com pedaladas - Dilma não tem problemas; ela é o problema de tudo, em tudo = fonte de todos os problemas

Presidente recorre a especialista para corrigir postura em bicicleta 



Na tarde da última quinta-feira, dia 23, o profissional de educação física Marcelo Rocha se preparou para receber uma visita ilustre. Por volta de 16h30, a presidente Dilma Rousseff chegou a seu estúdio, no Lago Norte de Brasília, acompanhada de seu técnico, Edilberto Santos Barros, e por apenas mais um assessor palaciano. O objetivo do encontro, não informado pelo Palácio do Planalto, era ajustar a bicicleta Starliner de Dilma e corrigir sua postura. Há alguns meses, a presidente tornou-se uma aficionada pelo ciclismo e mantém o hábito de pedalar pelas manhãs nos arredores da residência oficial. Aos 37 anos, Marcelo Rocha especializou-se em um serviço conhecido por bike fit, que se concentra no ajuste do posicionamento do ciclista. Ele fora contatado pela assessoria do Planalto cerca de duas semanas antes sobre o interesse de Dilma em lhe fazer uma visita.
  Eis a causa de todos os males do Brasil e dos brasileiros. Atenção: não estamos falando da bicicleta
 

A presidente vinha reclamando, conta Rocha, de dores nas mãos, nos punhos e nos ombros enquanto rodava com sua magrela. [presidente: essas dores não da idade, são normais e o que nos conforta em relação aos seus sintomas é que eles vão piorar.
Afinal, para a senhora que tem o cinismo de dizer que foi torturada por dias e dias, tais dores devem ser insignificantes.
Piores, bem piores, são as dores dos brasileiros que precisam de assistência médica - que o seu governo acabou com a que,  apesar de precária, existia.] Ela relatou ainda que, durante as pedaladas, frequentemente se sentia desconfortável e precisava se reacomodar no selim.

Rocha explica que o incômodo era causado pelo posicionamento equivocado do selim da Starliner, modelo que é anunciado na internet por cerca de R$ 2.700. Desnivelado e sem a altura e o recuo necessários, ele projetava o corpo da presidente para frente e sobrecarregava seus braços.  “As falhas do posicionamento dela estavam mais na parte detrás (da bicicleta)”, disse o especialista, em conversa com a EXPRESSO.

Outra dica dada por Rocha foi sobre a forma como Dilma vinha apoiando os pés no pedal. Ela foi aconselhada a usar mais a base dos dedos para impulsionar a bicicleta. “A gente colocou no ponto certo”, conta Rocha, que revela que a presidente ainda se sente insegura para usar sapatilhas especializadas.

O condicionamento de Dilma
A presidente permaneceu no estúdio de Rocha por pouco mais de uma hora. De roupa de ginástica, ela fez a “análise biomecânica” do ciclista. A bicicleta é instalada sobre um pequeno simulador e a pessoa executa ações orientadas pelo profissional. Eletrodos jogam em uma tela os detalhes sobre o posicionamento do ciclista e ajudam a indicar pequenas modificações que podem melhorar o desempenho ou diminuir incômodos. O mapeamento da performance de Dilma, assim como as imagens realizadas durante a sessão, ficaram com os auxiliares da presidente.

Rocha diz que Dilma estava descontraída, mas lhe fez apenas perguntas sobre ciclismo. O que mais impressionou o profissional de educação física foi o preparo da presidente, que tem 67 anos. “Ela está com a parte física muito boa, com a flexibilidade muito boa e bem apta para a atividade física que pretende”, conta. “Ela está bem preparada para isso. Com a lombar forte, com o abdômen preparado, está com uma flexibilidade boa.” [a depender desse 'especialista' Dilma está preparada para qualquer prova de ciclismo,  de 24 horas; ou até mesmo para uma competição de triathlon.]   As crises política e econômica pelas quais o Brasil atravessa parecem estar longe de tirar o entusiasmo de Dilma pelo esporte. Tanto que ela disse a Rocha que em breve quer trocar sua bicicleta por um modelo mais sofisticado. [Dilma... atenção para o velho ditado: formiga quando quer ... .]

Fonte: Revista Época 

Percurso ciclístico, sob medida para a tragédia que Dilma representa
 
 Crédito da imagem: O Estado
Não resisti em publicar esta foto (acima) publicada no jornal Estadão , ela é o próprio retrato da administração da presidente Dilma, em estado terminal. Segundo o jornal a presidente Dilma voltou a pedalar em sua (sic) bicicleta na área externa do Palácio do Alvorada. Ainda segundo o jornal, ela realizou o percurso nas proximidades da Vila Planalto, área residencial próxima ao Palácio presidencial.

O repórter fotográfico do Estado foi muito feliz em fotografar a Dilma, visivelmente magra, quase esquelética, cujo fundo da imagem aparece placa acintosamente exposto, proposital ou não, "Lava Jato Planalto". Nunca uma imagem representou tão bem a situação política do País. Uma presidente da República definhando por conta sobretudo da Operação Lava Jato sendo fotografado com dizeres que marca a sua passagem pela administração pública. 


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Em busca da credibilidade perdida

Literalmente mais leve, enquanto pedala nas cercanias do Palácio da Alvorada, tal qual Pollyana rediviva, Dilma Rousseff promete alegremente novos planos que farão o que ela não conseguiu fazer até agora. Por sua vez, Luiz Inácio, com seu habitual sentimento de onipotência, trabalha para que o 5º Congresso do PT, que se reúne a partir de quinta-feira em Salvador, produza o milagre de apagar os borrões dos últimos quatro anos, pelo menos, e convença os brasileiros de que o que vale é a “esperança”. Criatura e criador fingem ignorar olimpicamente que já não lhes resta credibilidade para prometer o que quer que seja.



Da última vez em que seguiu o marketing à risca, na campanha eleitoral do ano passado, Dilma Rousseff mentiu sem o menor pudor e foi recompensada com a reeleição. Mas a mentira tem perna curta e bastaram poucos meses para os brasileiros caírem na real, dando-se conta de que haviam cometido um equívoco pelo qual terão de pagar durante quatro anos. Agora a presidente da República embarca novamente numa armação do mais puro marketing que consiste na divulgação pela mídia da “figura humana” da chefe do governo. É assim que ela tenta recuperar a popularidade. Esse exercício de simpatia está fielmente descrito na reportagem de Tânia Monteiro publicada ontem no Estado, na qual Dilma Rousseff diz tudo aquilo que acha que deve dizer sobre os principais temas da agenda política.

Por sua vez, um Lula cada vez mais enredado em contradições e ambiguidades o que revela até que ponto está envolvido no salve-se quem puder que atormenta os petistas –, depois de ter endossado publicamente a nomeação de Joaquim Levy para o comando da equipe econômica ao mesmo tempo que, nos bastidores, articulava a campanha petista contra um reajuste fiscal feito “à custa dos trabalhadores”, parece ter chegado finalmente à conclusão de que é melhor dar o assunto ajuste fiscal por encerrado e focar o discurso petista numa “agenda de desenvolvimento” que desperte nos brasileiros o sentimento de “esperança”. Lula tem jogado todo o peso de sua influência para que o congresso do PT defina essa linha de conduta para o partido daqui para a frente. 

Essa orientação está claramente contida nas palavras do presidente nacional do PT, Rui Falcão: “Agora, é tempo de parar de falar em ajuste e falar de investimento, emprego e distribuição de renda”. Em português claro, o que Lula pretende, coerente com o populismo que é sua marca registrada, é convencer os brasileiros de que a “esperança” é maior que a atual crise política, econômica e social. Foi exatamente o que ele fez em 2002, explorando o desgaste do governo FHC. A pequena diferença é que hoje quem está no poder é o próprio PT, num governo chefiado pela criatura de Lula. Mas quem conhece as habilidades e a falta de escrúpulos políticos do ex-presidente não duvida de que Lula, constatando ser impossível a recuperação do apoio popular ao governo Dilma, dê um jeito de descolar a sua imagem da de sua sucessora, projetando-se no cenário político, mais uma vez, como o grande mensageiro da esperança.

Conspiram contra os planos de Lula, no entanto, fatores importantes sobre os quais ele tem pouco ou nenhum poder. Em primeiro lugar, sua liderança começa a ser contestada, por enquanto quase que exclusivamente intramuros, pelas tendências partidárias que, em nome de um mínimo de coerência com as bandeiras tradicionais do PT, repudiam a crescente ambiguidade do ex-líder sindical em relação aos rumos da política econômica. Afinal, até para os fãs de carteirinha está claro que Lula na Presidência ou fora dela – nunca defendeu uma política econômica “liberal” ou “popular”, tendo praticado uma ou outra sempre de acordo com suas conveniências imediatas.


Esse incipiente questionamento de Lula dentro do PT parece ser motivado, principalmente, pelo fato de o prestígio popular do ex-presidente estar longe de ser aquele de que ele desfrutava ao deixar o Planalto. Esse visível declínio, embora não se compare com o sofrido por Dilma, consta de pesquisas de opinião encomendadas pelo próprio PT.

Se ambicionam, portanto, dar a volta por cima de seus próprios erros, Lula e Dilma precisam enfrentar, primeiro, a extremamente difícil missão de recuperar a credibilidade junto aos brasileiros.

Fonte: Editorial - O Estadão


 

domingo, 15 de março de 2015

Dilma enfrenta o maior protesto popular da história democrática, e governo se defende sem autocrítica

Dilma enfrenta o maior protesto popular da história democrática

Ministros Rossetto e Cardozo falaram em defesa do governo — reciclando velhas propostas petistas, e sem sombra de autocrítica

O governo de Dilma Rousseff foi alvo neste domingo da maior manifestação espontânea já feita no Brasil contra um presidente da República. Vestidos de verde e amarelo, os brasileiros foram às ruas em todos os estados e no Distrito Federal para protestar contra a presidente e o Partido dos Trabalhadores. Ao menos 1,4 milhão de pessoas tomaram praças e percorreram avenidas, segundo estimativas das Polícias Militares nos estados. O número, contudo, não leva em conta manifestações realizadas no interior, que podem elevar significativamente o total.

Ao contrário do que ocorreu na manifestação pró-governo de sexta-feira, quando o braço sindical do petismo, a CUT, e os grupos de sem-teto e sem-terra cooptados pelo governo organizaram marchas com militantes uniformizados - e pagos em grande número de casos -, nenhum partido político ou grupo organizado controlou os movimentos ou pôde reivindicar a sua paternidade. Com exceção de raros políticos em suas bases, nenhum expoente da oposição foi às ruas numa decisão calculada: de um lado, a ausência deles deixa claro que a manifestação é apartidária e espontânea; do outro, também não tinham certeza de como seriam recebidos em algumas praças. O candidato derrotado por Dilma, o tucano Aécio Neves, divulgou um vídeo usando a camisa da seleção brasileira no qual justificou porque não saiu de casa: "Depois de refletir muito, optei por não estar nas ruas neste domingo para deixar muito claro quem é o grande protagonista dessas manifestações: o povo brasileiro, o povo cansado de tantos desmandos, cansado de tanta corrupção".

A multidão que tomou as ruas foi muito maior do que a previsão mais pessimista do Planalto. Na véspera das passeatas, o governo articulava o discurso de que seriam atos sem foco definido, protagonizados pela "elite" e cujo pico de concentração seriam 100.000 pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. De fato, a maior adesão ocorreu em São Paulo, mas com dez vezes mais pessoas do que jamais esperava o Planalto: recorrendo a imagens aéreas e programas de computador, a PM estimou a presença de 1 milhão de manifestantes na Paulista. A jornada também mostrou que pessoas de todos os estratos sociais participaram das marchas nas cinco regiões do Brasil, e que elas tinham, sim um foco claro: o governo. A indignação contra o governo deu o tom das passeatas - sem que faltassem cartazes e palavras de ordem em favor do impeachment da presidente Dilma.

Dilma Rousseff passou o dia trancada no Palácio da Alvorada. Convocou um gabinete de crise para monitorar as passeatas e escalou os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, para se pronunciar em nome do governo. A fala teve início por volta das 18h45. A exemplo do pronunciamento de Dilma na semana passada, a fala dos ministros foi recebida com panelaço e buzinaço nas capitais brasileirasNa contramão de uma postagem feita durante a tarde nas contas de redes sociais de seu ministério, que afirmava que o "discurso de ódio fere a democracia e não gera mudanças", Cardozo disse que as passeatas foram "legítimas, democráticas e com respeito às autoridades". Questionado sobre a postagem em entrevista à noite, o ministro disse que deu ordem para que ela fosse retirada do ar. Como remédio contra a indignação, contudo, ele apresentou tão somente velhas promessas e ambições petistas: o envio de um pacote anticorrupção ao Congresso e a realização de uma reforma política que, ele explicitou, deve proibir as doações de empresas.

Se não houve sombra de autocrítica na fala de Cardozo, Miguel Rossetto, integrante de uma ala mais radical do PT, adotou um tom agressivo, para afirmar que a discussão de um processo de impeachment "não deve ser tolerada". Rossetto procurou também qualificar os manifestantes como sendo todos pertencentes ao contingente de eleitores que não votaram na presidente em 2014 - afirmativa categórica que as pesquisas mais recentes de aprovação do governo não autorizam, por mostrar que Dilma Rousseff perdeu rapidamente o cacife com que contava no início de seu segundo mandato. Rossetto também procurou defender o pacote de ajuste econômico que o governo procura implementar, e que desperta a insatisfação de setores de apoio ao petismo - ou do próprio partido. Enquanto os ministros falavam, a manifestação prosseguia com panelaços semelhantes ao que recebeu o pronunciamento de Dilma Rousseff há uma semana, no Dia da Mulher.


 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Algum problema com o MST? Procure Dilma. Ela resolve

Na última segunda-feira, durante jantar no Palácio da Alvorada com a cúpula do PMDB nacional, Dilma avisou a Eunício que seu problema com os sem terra seria solucionado

Mais que país é este? Há oito meses, sem-terra ligados ao MST invadiram uma área da fazenda Agropecuária Santa Mônica, em Goiás, de propriedade de Eunício de Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado. Ali montaram acampamento frequentado por cerca de três mil famílias durante esse período. Pelo menos mil e quinhentas permaneceram todo o tempo no local.

Eunício queixou-se de apoiar a presidente Dilma Rousseff sem que ela, em troca, o ajudasse a se livrar dos sem-terra. Ela também nada fez para que Eunício se elegesse governador do seu Estado. Na última segunda-feira, durante jantar no Palácio da Alvorada com a cúpula do PMDB nacional, Dilma avisou a Eunício que seu problema com os sem terra seria solucionado em breve.

Ela designou Aluizio Mercadante, ministro da Casa Civil, e Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário, para negociarem com os sem terra a desocupação da fazenda.
E assim se fez com uma eficiência nada habitual.  A desocupação começou ontem, sob a vigilâncias de 1.600 policiais militares. Os jornalistas foram mantidos a uma distância de seis quilômetros. Por que? Não se disse a razão.

Dilma abriu um precedente que não pode mais ser ignorado. Quem tiver problemas com sem terra poderá procurá-la diretamente para ser ajudado.  Ou somente senador aliado, líder de partido, merece tal deferência da presidente da República e de dois ministros de Estado?

Por: Ricardo Noblat,  Blog do Noblat