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quarta-feira, 23 de março de 2016

Teori manda Moro enviar investigações contra Lula ao Supremo - Lula suspende o uso de Lexotan e soro caseiro e com certeza não poderá chamar Zavascki de ingrato

A decisão, porém, não anula a liminar concedida por Gilmar Mendes na última sexta-feira, que suspendeu a nomeação de Lula.

Proibição de Lula ser ministro é mantida

Com críticas à atuação do juiz Sérgio Moro, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou ontem em decisão liminar (provisória) que o magistrado envie à Corte os áudios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceptados na operação e processos que envolvem o petista e tramitam atualmente em Curitiba (PR). Até uma decisão definitiva sobre o caso no tribunal, o material ficará sob sigilo no gabinete de Teori.


A decisão inviabiliza a continuidade da apuração sobre o ex-presidente por Moro. Por enquanto, qualquer decisão a respeito das investigações relacionadas a Lula deverá ser tomada pelo Supremo. Teori, no entanto, não anulou a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes na última sexta-feira, que suspendeu a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil. A perspectiva na Corte, a despeito de existirem 24 ações sobre o tema, é de que o caso só seja solucionado em sessão plenária. O imbróglio sobre a posse deve permanecer em aberto por mais duas semanas. Até lá, Lula não pode despachar como ministro da Casa Civil.

Assim que receber o material existente em Curitiba, Teori irá encaminhar o conteúdo das interceptações telefônicas à Procuradoria-Geral da República. Cabe ao procurador-geral, Rodrigo Janot, solicitar a abertura de investigação se entender que há indícios de prática de crime pela presidente Dilma Rousseff ou outras autoridades citadas nos grampos. Teori fez críticas à divulgação dos áudios por Moro: “A esta altura, há de se reconhecer, são irreversíveis os efeitos práticos decorrentes da indevida divulgação das conversações telefônicas interceptadas. Ainda assim, cabe deferir o pedido no sentido de sustar imediatamente os efeitos futuros que ainda possam dela decorrer e, com isso, evitar ou minimizar os potencialmente nefastos efeitos jurídicos da divulgação”.

As gravações mostram conversas de Lula com autoridades com foro privilegiado, como Dilma e ministros de Estado. A menção a Dilma foi decisiva para que o ministro tomasse a decisão da noite de ontem.

‘Incompetente’. Para o relator da Lava Jato no STF, Moro era “reconhecidamente incompetente” para decidir qual trecho das investigações deveria ser remetida à Corte. Cabe ao próprio STF desmembrar o que deve ser investigado em Brasília e o que pode ser conduzido por Curitiba.

Moro havia decidido encaminhar ao STF somente as informações sobre a quebra de sigilo telefônico de Lula, Na segunda-feira,  mantendo em Curitiba, no entanto, as investigações que apuram ocultação patrimonial no sítio em Atibaia, São Paulo, e no tríplex no Guarujá, litoral paulista.

Teori Zavascki determinou ontem, contudo, a remessa dos casos envolvendo Lula ao STF, inclusive investigações conexas, que abrangem apurações sobre a família do petista. O ministro também repreendeu a justificativa dada por Moro de que há “interesse público” na divulgação das conversas telefônicas. “É descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos.”

A decisão de Teori foi uma resposta a um pedido do governo, que acusava Moro de ter cometido uma ilegalidade e ter colocado em risco a “soberania nacional”. Moro deverá prestar informações ao STF em 10 dias. Depois disso, a PGR deve se manifestar sobre a decisão de Teori Zavascki. Só então, e possivelmente após definição sobre a posse do ex-presidente na Casa Civil, os ministros vão definir qual o juiz competente para investigar o petista e as autoridades que aparecem nos áudios. [para investigar Lula, é mais que suficiente o delegado de qualquer distrito policial - Lula é nada, não tem foro privilegiado, não tem curso superior, é um ZERO À ESQUERDA.
E quanto as autoridades com foto privilegiado que ligaram para Lula - incluindo Dilma - é óbvio que quem liga para bandido corre riscos.]

 Fonte: Estadão Conteúdo
 

domingo, 20 de março de 2016

Temendo decisão de Moro, AGU recorre de novo ao STF para ter Lula na Casa Civil

Após Gilmar Mendes barrar nomeação, José Eduardo Cardozo cobra manifestação de Teori Zavascki sobre o caso [o ministro Cardoso apela para Zavascki para ver se assim consegue reduzir o pavor de Lula - Lula tem tanto medo de ser preso por ordem do Moro que borra as calças constantemente.

Mas, Cardozo sabe que dificilmente um ministro do Supremo tomará decisão contrária a de um par, a decisão será do Plenário do STF - até lá Lula tem que continuar com o 'soro caseiro' e Lexotan.] 

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu novamente neste domingo ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garanta por medida liminar a nomeação do petista para cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O requerimento, semelhante ao que foi apresentado ontem, tem por objetivo suspender o andamento de todos os processos e decisões judiciais contra a posse de Lula até um pronunciamento definitivo da corte. Uma das preocupações do governo é que, antes disso, Lula seja alvo de uma ação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância.

Em nota divulgada neste domingo, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestou a competência do ministro do Gilmar Mendes, do STF, para devolver o caso do petista à alçada do juiz Sergio Moro, da primeira instância da Justiça Federal. Em petição apresentada neste sábado à corte, conforme o comunicado, os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins pedem ao ministro Zavascki que "reafirme sua competência" para analisar o processo remetido ao Supremo por Moro. Ainda de acordo com a nota, a defesa já havia pedido a Zavascki providências para preservar o sigilo das gravações decorrentes de interceptações telefônicas da Lava-Jato.

Na sexta-feira, ao examinar ação impetrada pelos partidos PPS e PSDB, Mendes decidiu vetar a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil e devolveu a apreciação do seu caso ao juiz Moro. "Defiro a medida liminar, para suspender a eficácia da nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, determinando a manutenção da competência da Justiça em primeira instância nos procedimentos criminais e cíveis", diz o despacho. Como justificativa, Mendes comparou o caso de Lula ao do ex-deputado Natan Donadon, que renunciou ao mandato na Câmara para impedir o julgamento iminente de uma ação no STF, fazendo com que o processo voltasse à primeira instância. Segundo o ministro, a situação de Lula é inversa: sua nomeação como ministro levaria o caso da primeira instância para a corte superior, mas com a mesma finalidade de driblar a Justiça.

No pedido deste domingo, a AGU pede urgência a Zavascki no julgamento de duas arguições de preceito de descumprimento fundamental (ADPF) movidas pelo PSDB e PSB. Cardozo aponta que as ADPFs são as ações que vão permitir a "solução geral da controvérsia". Ele quer que Zavascki possa se manifestar independentemente de uma posição do plenário do Supremo, que só vai se reunir em plenário no dia 30 - o receio é que o ex-presidente, em meio à batalha do impeachment, possa ser alvo de Moro antes disso. Cardozo argumenta ainda que há um risco de "acefalia" da Casa Civil, à qual compete por lei assistir direta e imediatamente o presidente e coordenar as ações do governo, em um momento de "notória instabilidade política e turbulência institucional". [A Casa Civil, desde o primeiro governo Lula tem sido chefiada na maior parte das vezes do período por bandidos e Lula seria mais um - tanto que é mais conhecida como COVIL DE LADRÕES;
assim, a acefalia será benéfica.] 

Fonte: Estadão Conteúdo

 

quinta-feira, 3 de março de 2016

Em delação, Delcídio envolve Dilma e Lula em ações para tentar barrar a Lava-Jato, diz revista



O GLOBO já havia revelado, em 19 de fevereiro, que o senador petista tinha feito acordo com a Procuradoria Geral da República para contar o que sabe e ser libertado. Trechos da delação, ainda não homologada no STF, foram divulgados hoje pela revista ‘IstoÉ’
 
Delcídio delatou envolvimento de Dilma e Lula em tramas da Lava-Jato, diz revista
O GLOBO já havia revelado, em 19 de fevereiro, que o senador petista tinha feito acordo com a PGR; trechos da delação foram divulgadas pela revista ‘IstoÉ’

O acordo de delação premiada feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) com a Procuradoria-Geral da República traz detalhes de como a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam tentado interferir na condução das investigações da Lava-Jato, segundo reportagem da revista “Isto É” publicada nesta quinta-feira. O senador foi preso no dia 25 de novembro, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) após ser acusado de atrapalhar as investigações da força-tarefa.

O GLOBO já havia revelado no último dia 19 de fevereiro que o petista fez um acordo com a PGR antes de ser solto. Delcídio vai responder as acusações contra ele na Operação Lava-Jato em prisão domiciliar e foi autorizado a trabalhar no Senado, mas com a obrigação de se recolher em casa à noite e em dias de folga. 


Teor explosivo: Depoimento prestado no STF por Delcídio do Amaral (PT-MS) aguarda a homologação.
Na parte inferior, o termo de acordo e os principais tópicos da delação
 

O ministro Teori Zavascki decidirá se homologa ou não a delação, de acordo a 
publicação. O acordo só não teria sido fechado por conta de uma cláusula de confidencialidade de seis meses exigida por Delcídio, condição imposta pelo petista, mas não aceita por Zavascki, que devolveu o processo à Procuradoria-Geral da República. 

Segundo a reportagem, ele concedeu um prazo até a próxima semana para exclusão da exigência.

O governo reagiu às declarações de Delcídio por meio do ex-ministro da Justiça e novo titular da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, empossado nesta quinta-feira. Ele afirmou que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) “não tem credibilidade” e “não tem primado por dizer a verdade”. Segundo Cardozo, a delação do ex-líder do governo no Senado seria uma retaliação. De acordo com a revista, Delcído afirmou que Dilma sabia das irregularidades envolvendo a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e de que Lula comprou o silêncio de Marcos Valério, um dos principais operadores do Mensalão. O ex-presidente também teria, segundo relatos do senador divulgados pela publicação, “pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras” e agido pessoalmente para barrar as investigações.

Ainda de acordo com a reportagem, Delcídio foi detalhista em suas revelações, e afirmou que a Presidente da República teria tido papel decisivo na permanência dos diretores envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, utilizando sua influência e poder para impedir a punição. Ele mesmo diz, de acordo com a reportagem, ter participado de reuniões em que decisões ilegais foram combinadas a mando de Dilma e Lula.

Segundo o senador petista, Dilma teria tentado por três vezes interferir na Lava Jato, sempre com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, teria afirmado Delcídio na delação.

Numa das tentativas, segundo o senador teria afirmado na delação, a presidente Dilma contou com o envolvimento pessoal do petista. A reportagem traz uma cópia do anexo da delação, na qual Delcídio diz que, diante do fracasso das duas manobras anteriores, entre elas o encontro em Portugal com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, “a solução” passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o STJ. “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos “habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”. Delcídio teria contado que esteve com Dilma no Palácio da Alvorada para uma conversa privada.

O senador relata uma conversa nos jardins do Alvorada na qual Dilma teria solicitado que ele, na condição de líder do governo, “conversasse com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez. Delcídio então teria se encontrado com Navarro “no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera”. Ele diz que a reunião pode ser comprovada pelas imagens das câmeras de segurança

Nela, de acordo com a delação de Delcídio, Navarro “ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o dr. Falcão (presidente do STJ, Francisco Falcão) já o havia alertado sobre o assunto”.

O acerto, então, teria sido cumprido à risca. Em recente julgamento dos habeas corpus impetrados no STJ, Navarro, na condição de relator, votou pela soltura dos dois executivos, mas foi voto vencido em placar de 4 a 1.

PASADENA
Delcídio afirmou, segundo a publicação, que Dilma tinha "pleno conhecimento do processo de aquisição da refinaria (Pasadena)", fechado quando ela estava à frente do Conselho de Administração da Petrobras. A presidente havia afirmado anteriormente que não tinha conhecimento das cláusulas desfavoráveis à estatal, que trouxeram um prejuízo de US$ 792 milhões, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Dilma, a decisão do Conselho havia sido tomada com base em um resumo técnico "falho e incompleto". Delcídio disse que "a aquisição foi feita com conhecimento de todos, sem exceção".


O senador afirmou também que Dilma teria tido "ingerência" na nomeação de Nestor Cerveró para uma diretoria da BR Distribuidora, contrariando a versão da presidente. Delcídio diz que Dilma ligou para ele duas vezes para tratar da indicação. Na primeira ocasião, perguntou se Cerveró já havia sido convidado para o cargo. Na segunda vez, telefonou para confirmar a nomeação.

MESADA PARA CERVERÓ
 No depoimento aos procuradores, Delcídio teria afirmado que o pagamento a Cerveró - um dos motivos para a prisão do senador foi a oferta de uma mesada para o ex-diretor da Petrobras - teria sido feito a pedido de Lula. De acordo com a reportagem, Delcídio disse que o ex-presidente pediu "expressamente" para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente e também preso na Lava-Jato, porque Bumlai seria citado nas delações premiadas do lobista Fernando Baiano e de Cerveró. Segundo Delcídio, Bumlai tinha "total intimidade" com Lula e exercia o papel de "consigliere" da família.

De acordo com a revista, Delcídio seria o responsável por intermediar os pagamentos à família de Cerveró. O senador disse ainda que acertou os detalhes com o filho do pecuarista, Maurício Bumlai. Ao todo, teriam sido pagos R$ 250 mil a Cerveró, em remessas de R$ 50 mil, entregues por meio do advogado Edson Ribeiro e por Diogo Ferreira, assessor de Delcídio.

Segundo a reportagem, os procuradores que tomaram o depoimento consideram que a revelação pode justificar um pedido de prisão de Lula.

MARCOS VALÉRIO E PALOCCI
A reportagem diz ainda que Delcídio afirmou que, em 2006, Lula e o ex-ministro Antonio Palocci articularam um pagamento de R$ 220 milhões a Marcos Valério, para evitar que o publicitário se manifestasse sobre o mensalão. Na ocasião, o dinheiro teria sido prometido por Paulo Okamotto, hoje presidente do Instituto Lula. No depoimento, Delcídio relatou o teor de uma conversa em que teria alertado Lula, naquela ocasião: "Acabei de sair do gabinete daquele que o senhor enviou a Belo Horizonte (Okamotto). Corra, presidente, senão as coisas ficarão piores do que já estão".

O senador relatou ainda que, depois, recebeu uma ligação de Palocci, que disse a ele que Lula estava "injuriado" com o teor da conversa. O ex-ministro teria afirmado que "assumiria a responsabilidade pelo pagamento da dívida (com Valério)". Segundo a revista, os procuradores afirmam na delação que "a história mostrou a contrapartida: Marcos Valério silenciou". Delcídio, que presidiu a CPI dos Correios, disse ainda que presenciou "tratativas ilícitas para a retirada do relatório (final da CPI) dos nomes de Lula e do filho Fábio Luís Lula da Silva em um acordão com a oposição". 

CPI DOS BINGOS
Delcídio, de acordo com a "Istoé", relatou que integrantes da CPI dos Bingos, encerrada em 2006, teriam agido para proteger Dilma. O senador afirmou que "uma das maiores operações de caixa dois para a campanha de Dilma em 2010 foi feita através do empresário Adir Assad", condenado por ser um dos operadores do esquema de desvios na Petrobras. Segundo o depoimento, a orientação do tesoureiro da campanha, José Di Filippi, era para que os empresários fizessem contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para a campanha. O senador disse que a CPI foi encerrada prematuramente "quando o governo percebeu que as várias quebras de sigilo levariam à campanha de Dilma em 2010".

SÍTIO DE ATIBAIA
O senador afirmou que Bumlai teria contratado um arquiteto e um engenheiro para realizar obras no sítio de Atibaia, usado por Lula e seus familiares. De acordo com Delcídio, a operação foi abortada pelo então presidente da OAS, Léo Pinheiro, que se dispôs a fazer o serviço por meio da empreiteira.

Delcídio disse ainda que os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) e os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) cobravam propina de empreiteiros para não serem convocados a depor na CPI da Petrobras. De acordo com a delação premiada, "a CPI obrigava Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa a jantarem todas as segundas-feiras em Brasília", com o "objetivo de evitar que os empresários fossem convocados a depor"

Fonte: O Globo

terça-feira, 26 de maio de 2015

Oposição entrega à Procuradoria-Geral acusação de crime comum contra Dilma



Ação pode resultar na cassação do mandato da presidente.

Com a palavra, Rodrigo Janot! Ou: A melhor distância entre dois pontos pode não ser a menor

Vamos lá. A reta é a menor distância entre dois pontos. Se, no meio do caminho, houver um precipício ou uma daquelas pedras incontornáveis e invencíveis, como no poema de Drummond, a lei da geometria não muda. Mas, nesse caso, você faz com a geometria o quê, além de nada? Será preciso fazer A MELHOR DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS. O impeachment de Dilma não é geometria, é política. E o eventual impedimento tem prescrições legais.

Perguntem a qualquer um em Brasília — e é bom que os valentes moços e moças do Movimento Brasil Livre estejam lá —, e se vai obter a resposta óbvia: uma eventual denúncia à Câmara seria hoje arquivada, sem que ao menos tivesse tramitação. E as oposições jogariam fora essa alternativa, que deve permanecer à mão. Fazer uma denúncia e vê-la morrer na praia é DESMOBILIZADOR. Em vez de juntar pessoas, vai acabar por dispersá-las.

ATENÇÃO, SENHORES! A CÂMARA JÁ REJEITOU VÁRIOS PEDIDOS DE IMPEACHMENT DE QUE NEM TOMAMOS CONHECIMENTO. E RECUSARIA DE NOVO, SANTO DEUS!

Já tratei aqui várias vezes do caminho escolhido pela oposição NESTE PONTO DA TRAJETÓRIA. E é bom que se tenha claro que estamos no começo do segundo mandato de Dilma Rousseff. A escolha, sensata, feita pelo jurista Miguel Reale Jr., com a qual concordaram os partidos de oposição, é acusar a presidente de crime comum — que também foi cometido. As pedaladas fiscais incidem nos Artigos 299 e 359, alíneas “a” e “c” do Código Penal.


A íntegra da petição redigida por Miguel Reale Jr.pode ser lida aqui. Ela será entregue a Rodrigo Janot nesta terça, às 17h. Cumpre, uma vez mais, refazer o roteiro do caminho escolhido.


Cuidado, leitores! As coisas não são, infelizmente, como a gente quer, mas como são. Não estou fazendo uma defesa de tese — até porque a minha tese é a de que houve crime de responsabilidade. Estou tratando do que é e do que não é viável. No caminho escolhido, eis as possibilidades e possível desdobramentos.

1: As oposições entregam a petição a Janot;

2: ele tem dois caminhos:
a) Insistir na tese absurda, e contrária à jurisprudência do Supremo, segundo a qual Dilma não pode nem ser investigada nem ser processada por atos ocorridos fora do mandato em curso. Não é o que está na Constituição. Lá está dito que ela não pode ser responsabilizada por atos estranhos à função. Se optar por isso, fim de caso. Nota: o ministro Teori Zavascki já deixou claro que a presidente pode ser investigada ao menos.

b) Mas o procurador-geral pode encaminhar a petição ao Supremo e tomar um de dois caminhos:
– b1: pedir a simples abertura de inquérito. Se fizer isso, Teori Zavascki, relator, pode tomar uma decisão monocrática: aceitar ou não. Mas também pode apelar ao pleno, isto é, aos 11 ministros, para que o colegiado decida;
– b2: oferecer denúncia contra a presidente da República. O Supremo nada faz nessa fase: apenas oficia a Câmara e encaminha o pedido de autorização para que a presidente seja processada por crime comum.

3) Se Janot oferecer denúncia, aí se entra numa nova etapa. Assim que a dita-cuja chegar à Câmara, a Presidência da Casa não pode interferir. A questão tem de ser mandada para o plenário. Aí, duas possibilidades se abrem:
a: o plenário aceitar a denúncia – para tanto, são necessários 342 votos. Se isso acontecer, vamos para a etapa 4.
b: o plenário rejeitar a denúncia. Caso isso se dê, o assunto está encerrado;

4: Aceita a denúncia pela Câmara, o assunto volta para o Supremo, e, de novo, duas veredas:
a: o Supremo aceitar a denúncia: aí a presidente é imediatamente afastada, nos termos do Inciso I do Parágrafo 1º do Artigo 86 da Constituição. E se vai para a etapa 5.
b: o Supremo rejeitar a denúncia. Com o aval de pelo menos 342 deputados, isso dificilmente aconteceria, mas impossível não é. Se for assim, fim de caso;

5: Aceita a denúncia pelo Supremo por crime comum, uma de duas coisas pode acontecer:
a: a presidente ser absolvida. Nesse caso, reassume o seu mandato;
b: a presidente ser condenada. Nesse caso, seu mandato é cassado
. Não é impeachment, mas dá no mesmo.

6: Se cassado o mandato, o vice, Michel Temer, assume a Presidência em qualquer ponto do mandato que expira em 2018, desde que ele próprio não tenha qualquer impedimento.

Vamos ver
Por que o caminho escolhido é o melhor?
1 – Já chegaram vários pedidos de impeachment à Câmara, que foram mandados para o lixo. Hoje, uma denúncia feita pela oposição teria o mesmo caminho. Nem mesmo começaria a tramitar. Nem sequer passaria pela primeira comissão. A Mesa se encarregaria de arquivá-la.
2 – Notem que Rodrigo Janot terá de se manifestar de novo. Quando menos, o caminho escolhido abre a vereda para que Dilma seja investigada.
3 – O processo por crime comum não impede que se opte futuramente pelo impeachment, ora essa!

Miguel Reale Jr.
Falei há pouco com Miguel Reale Jr. Perguntei se ele não enxerga razões técnicas para um pedido de impeachment. Ele foi claro: “Se você quiser saber, sim: enxergo, sim. Mas não bastam a minha convicção ou a de lideranças da oposição. Não faz sentido nenhum inviabilizar uma saída, numa investigação que ainda está em curso, que saída não é. Ora, por que essa petição teria destino diferente das outras? É preciso ter um pouco de realismo nessas coisas. Ninguém está desistindo de nada. Só estamos escolhendo o caminho que parece mais viável nesse instante”. Indago a ele sobre a pressão de movimentos que estão nas ruas cobrando o impeachment: “Eu entendo as razões deles e, na maioria dos aspectos, compartilho de sua leitura; não há diferença de mérito, só, me parece, de estratégia. Em coisas graves como essa, não faz sentido a gente apenas marcar posição, reitero. Até porque a minha e a dos partidos de oposição está claríssima. Me diga: faz sentido entregar uma denúncia à Câmara para que ela seja, em seguida, arquivada? Aí, depois, a gente faz o quê? Lamentar apenas? Estamos buscando um caminho viável que uma as pessoas, em vez de dividi-las.”

Com a palavra, Rodrigo Janot.


Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Veja OnLine