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terça-feira, 22 de novembro de 2022

Transição ao passado - Revista Oeste

A equipe chefiada por Geraldo Alckmin reúne antigos aliados do governo petista que também estiveram reunidos na lista do departamento de propinas da Odebrecht 

Da esquerda para direita, Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Guido Mantega, Aloizio Mercadante e Jorge Bittar | Foto: Reprodução/Agência Brasil/Shutterstock

Da esquerda para direita, Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Guido Mantega, Aloizio Mercadante e Jorge Bittar -  Foto: Reprodução/Agência Brasil/Shutterstock 

Ao ser reconduzido pelas urnas à cena do crime, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu Geraldo Alckmin (PSB), vice, ex-rival — e autor da frase que abre esta reportagem — para chefiar a equipe responsável pelo governo de transição. Os integrantes começaram a ser anunciados em 8 de novembro. “Tenho a alegria de fazer, em nome do presidente Lula, os primeiros anúncios do governo de transição”, declarou. Em diversos trechos, a lista remete a outra, revelada durante as investigações do escândalo da Operação Lava Jato, já que muitos integrantes da atual equipe também apareciam NO cadastro feito pelo departamento de operações estruturadas da Odebrecht, responsável pelo pagamento de propinas repassadas pela construtora. A começar pelo próprio Alckmin.

Na época, os codinomes do futuro vice-presidente da República eram “Belém” e “M&M”. Nada menos que R$ 13 milhões teriam saído do cofre da construtora para as campanhas dele em 2010 e 2014 ao governo paulista. Oeste fez um levantamento com 13 nomes de destaque anunciados para o governo de transição, incluindo o do antigo governador. Ao menos dez deles tiveram problemas com a Justiça e sete usaram a CPI da Covid como palanque para atacar o governo, que termina o mandato neste ano.

Alckmin
Geraldo Alckmin (PSB) | Foto: Reprodução
A volta dos comparsas
Gleisi Hoffmann (PT-PR) é um dos casos que se enquadram nos dois quesitos. Coordenadora da equipe de transição responsável pela articulação com os outros partidos, Gleisi foi extremamente atuante durante a CPI. Conhecida pelo codinome “Amante” no departamento de propinas da Odebrecht, foi acusada, junto com o ex-marido Paulo Bernardo em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Em parceria com o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, a dupla teria levantado R$ 1 milhão para a campanha que levou a parlamentar ao Senado, em 2010.

O Supremo Tribunal Federal (STF), entretanto, absolveu o trio da acusação. Três ministros da Corte decidiram que não existiam provas para a condenação por lavagem de dinheiro e corrupção. Dois deles, Dias Toffoli e Lewandowski, chegaram ao cargo graças à indicação de Lula.

Senadora Gleisi Hoffmann | Foto: Sergio Silva/Agência PT

Ministros com ficha corrida
Conhecido como “Filósofo” na lista da Odebrecht, Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento durante os dois mandatos de Lula na Presidência. Foi investigado por um esquema de corrupção implantando quando ele comandava a pasta acusado de desviar R$ 100 milhões.

O ex-marido de Gleisi
chegou a ser detido em 2016, mas passou poucos dias na carceragem. Agora, faz parte do núcleo de Comunicação no grupo de transição. Na escalação atual de ex-ministros de governos do PT também figuram Aloizio Mercadante (Coordenação dos Grupos Técnicos) e Edinho Silva (Esporte), que já foram denunciados pelo Ministério Público Federal. Na relação da construtora, seus apelidos eram “Aracaju” e “Itambé”, respectivamente.

Mercadante foi acusado de oferecer dinheiro pelo silêncio de Delcídio Amaral, ex-senador pelo PT de Mato Grosso do Sul. O ex-petista declinou da proposta e fechou um acordo de delação. Delcídio do Amaral disse que Edinho participou de um esquema para captar dinheiro do laboratório farmacêutico EMS para a campanha de Dilma à Presidência da República. O ex-ministro ainda apareceu no depoimento de Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, como pivô do esquema que desviou R$ 20 milhões para o mesmo fim.

Atualmente, Edinho é prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo. No comando do município paulista, ele é investigado em um esquema de compras irregulares de respiradores realizadas durante a pandemia de covid-19.

Quanto pior, melhor
A turma que cuidaria da transição, na verdade, começou a ser formada bem antes. Os primeiros nomes foram “anunciados” ainda em 2021. Na ocasião, Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) compuseram a equipe que, nos meses seguintes, trabalharia contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O palanque montado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em abril do ano passado, para investigar a covid foi o prenúncio do novo governo petista. Os discursos promovidos pelo trio e outros aliados durante os meses seguintes serviram de sustentação para a campanha eleitoral do petista para atacar o governo Bolsonaro.

O pujante esforço da senadora, que bradou em inúmeras entrevistas que o PT era o partido do Mensalão e do Petrolão, agora reivindica seu espaço no latifúndio governista

Atualmente, os principais rostos que figuraram durante a CPI são vistos rotineiramente cercando o novo grupo que vai comandar o Executivo a partir de 2023, já de olho em cargos e vantagens. “Essa equipe demonstra a dificuldade política que o governo vai ter para acomodar todas as correntes que deram sustentação à candidatura do Lula e fizeram essa composição”, disse Paulo Eduardo Martins (PL-PR), deputado federal.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado tradicional do PT, foi indicado para o conselho político da equipe de transição. Batizado de “Atleta” na lista da Odebrecht, foi alvo de seis inquéritos no STF, mais de 40 investigações e cinco processos de cassação. É um dos políticos mais influentes no círculo de Lula.

Na campanha eleitoral, o alagoano foi um dos maiores apoiadores do petista dentro do MDB. Ele chegou a se posicionar contra a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS), que hoje também faz parte da equipe de transição.Outra figura que esteve à frente da CPI e agora aparece no Grupo Técnico de Justiça e Segurança Pública é o senador Omar Aziz (PSD-AM). O ex-governador do Amazonas (na fila de investigados no STF por desvios de verbas destinadas à saúde) também já viu a mulher e três irmãos presos pela Polícia Federal, em 2019, por suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e 
Renan Calheiros (MDB-AL) | Foto: Wikimedia Commons

O senador Jader Barbalho (MDB-PA) foi suplente no circo parlamentar armado no ano passado. Agora, integra o conselho político do grupo de transição. Em 2016, uma delação premiada acusou oJacaré”, como era conhecido na lista da Odebrecht, de receber propina nas obras da Hidrelétrica de Belo Monte. A investigação, no entanto, foi arquivada neste ano pelo STF.

O petista Otto Alencar, da Bahia, foi escolhido para integrar o grupo de Desenvolvimento Regional durante a transição. Na CPI, ele é lembrado pelos ataques à médica Nise Yamaguchi, em junho de 2021. “A senhora não sabe nada de infectologia”, afirmou o senador, para insultar a médica. “A senhora deve saber a diferença entre um protozoário e um vírus. A senhora sabe?”. [esse petista senador e médico é tão defasado que aundo clinicava dava prioridde a uso de sanguessugas para fins terapêuticos.] Rodrigo Constantino, colunista de Oeste, escreveu na época sobre a tentativa de desqualificação da médica. “Foi o ponto mais abjeto desse espetáculo medonho da CPI da Covid”, observou.

Ao lado de Barbalho e Otto Alencar na equipe, Lula terá o midiático Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Vice-presidente da CPI, o parlamentar é um dos especialistas em judicializar o processo legislativo. No grupo da área da Saúde, o novo governo vai contar com o senador Humberto Costa (PT-PE),[conhecido nos círculos do crime, como 'drácula'] que era ministro de Lula quando estourou o caso da “máfia das ambulâncias”, em 2006. Anos mais tarde, o senador também apareceu na lista da Odebrecht, sob o codinome “Drácula”. Ele teria recebido R$ 1 milhão para beneficiar a empreiteira, mas o caso foi arquivado pelo STF no ano passado.

O grupo que atuou contra o governo Bolsonaro ainda conta com Simone Tebet (MDB-MS), ex-candidata ao Planalto e apoiadora de Lula no segundo turno. Na CPI, foi alçada como a voz feminina da patota, mas se calou diante dos ataques a Nise Yamaguchi. O pujante esforço da senadora, que bradou em inúmeras entrevistas que o PT era o partido do Mensalão e do Petrolão, agora reivindica seu espaço no latifúndio governista. E conseguiu: será coordenadora do Desenvolvimento Social.

simone tebet lula
A senadora Simone Tebet e o ex-presidente Lula, durante ato de 
campanha em Juiz de Fora (MG) – 21/10/2022 - 
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O trabalho da Comissão a favor da campanha petista terminou em outubro de 2021, com o indiciamento de quase 80 pessoas. Um ano depois, contudo, não foi elaborada sequer uma denúncia. Mas agora o foco da tropa lulista é outro. Todos querem colher os “frutos” da CPI nos próximos anos.

“O pessoal quer estar perto porque quer ter controle do processo, para não perder o espaço quando o governo assumir”, comentou Martins, sobre a escalação para a equipe de transição. O grupo escolhido mostra a dificuldade que Lula enfrentará para governar. E deixa claro que o futuro governo será uma angustiante transição ao passado.

Leia também “Desastre anunciado”

Artur Piva  e   Guilherme Lopes, colunistas - Revista Oeste

 

domingo, 28 de abril de 2019

Mais quatro juízes reiteraram que Lula é corrupto e lavador de dinheiro e decidiram que a pena aplicada por Moro estava certa

STJ: o preso político de araque é um ladrão condenado em 3ª instância

No tempo em que vencia eleições, o PT se transformou no único partido do mundo que, além de não saber perder, tampouco sabia ganhar. Em vez de comemorar o triunfo de seus candidatos, a companheirada preferia celebrar a derrota dos outros — e substituir a festa da vitória pelo espetáculo do ressentimento, protagonizado por gente incapaz de ser feliz.

Nesta semana, a reação do PT à decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça avisou que as coisas mudaram. Agora, a seita festeja derrotas do seu único Deus. Na terça-feira, o que aconteceu foi a condenação em 3ª instância do ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.  Movidos pela cegueira voluntária, os devotos tentam enxergar na redução da pena a absolvição simbólica de um ladrão. Vale a pena ler a declaração de Gleisi Hoffmann, mais conhecida no Departamento de Propinas da Odebrecht pelos codinome Amante e Coxa: “O STJ se ateve a meras formalidades para não examinar o mérito e absolver Lula, mas, pela primeira vez, uma Corte superior apontou os abusos de Moro e do TRF-4 com a redução das penas em mais de 1/3”.

Conversa de vigarista. Os quatro Juízes do STJ reiteraram que Lula é corrupto e lavador de dinheiro, mas decidiram que 8 anos e 10 meses — ou 106 meses — são castigo suficiente. A temporada na gaiola será 39 meses mais curta que a determinada pelo TRF-4, mas apenas oito meses menor que a fixada em 1ª instância por Sergio Moro. A decisão do STJ, portanto, sepultou a maluquice do “preso político” perseguido por um juiz a serviço da CIA.

Como Lula está no xilindró há 13 meses, o PT já começou a festejar a libertação do chefão em setembro, quando terá cumprido 1/6 da pena. Outra falácia. O restante do acerto de contas com a Justiça será pago em regime aberto. Mas Lula manterá o status de preso. 

Para os petistas, portanto, não há motivos para celebrações, sobretudo porque vem aí o julgamento em 2ª instância da farra do sítio em Atibaia. O TRF certamente chancelará a condenação em 1ª instância. Se fizer isso depois de setembro, Lula voltará para Curitiba. Se fizer isso antes de setembro, Lula continuará em Curitiba.


Em qualquer das hipóteses, o chefão vai passar pelo menos mais um réveillon na capital paranaense. Numa cela e sem festinha.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

O silêncio de Lula e seus devotos é tão abjeto quanto a atitude de Maduro

Dilma tratou com carinhos de noiva o farsante que fechou a fronteira para impedir que incontáveis venezuelanos doentes e famintos recebam remédios e comida

Os governos do PT agiram desde sempre como comparsas da Venezuela bolivariana. Sem a ajuda do Brasil lulista, não teria ido tão longe a abjeção político-ideológica que enfim vai amargando sua agonia irreversível. Entre 1999, quando Hugo Chávez chegou ao poder, e 2003, quando Lula se instalou no Palácio do Planalto, os presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso agiram em parceria para manter em seu devido lugar o governante venezuelano.

Nesse período, Chávez não criou nenhum problema nem se atreveu a protagonizar sequer molecagens. Ele sabia com quem estava falando. Entre 2003 e 2016, Lula ajudou a parir a tirania de um Bolívar de hospício e Dilma transformou-se em babá de um bigode sem cabeça chamado Nicolás Maduro.
Durante 13 anos e meio, o governo lulista se portou como um sabujo da Venezuela bolivariana. O ministro Marco Aurélio Garcia dizia que no país vizinho havia democracia até demais. Entre outras ações repulsivas, Lula torrou o dinheiro dos brasileiros em empréstimos que a Venezuela transformou em doações ao aplicar um calote bilionário. Dilma tratou com carinhos de noiva o canastrão que acaba de fechar a fronteira com o Brasil para impedir que incontáveis venezuelanos doentes e famintos recebam remédios e comida.

Tão asqueroso quanto o comportamento de Maduro e seus asseclas é o estridente silêncio de Lula e seus devotos sobre a crise na fronteira. Mesmo Gleisi Hoffmann, a usina de besteirol que fala até quando dorme, resolveu perder a voz.  Pena que, fechada a fronteira, Gleisi tenha ficado do lado de cá. Além da deputada conhecida como Amante ou Coxa no Departamento de Propinas da Odebrecht, mereciam ter ficado do lado de lá todos os integrantes da seita que tem um ex-presidente presidiário como seu único deus.


Blog do Augusto Nunes - Veja


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Lula foi de incendiário a pacificador em 8 meses [nada melhor que uma cadeia para amansar jararaca.]


Autoproclamado "metamorfose ambulante", Lula exagera no truque da manipulação da própria imagem. Em abril, transformou num culto aos pneus queimados e às propriedades invadidas o seu último comício antes de se entregar à Polícia Federal, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Nesta segunda-feira, Lula enviou carta para ser lida num evento realizado no mesmo sindicato. Nela, trocou o discurso incendiário pela louvação à paz e e fraternidade. Aquele Lula do dia da prisão dissera que a cadeia não iria silenciá-lo, porque seus devotos fariam barulho por ele. "Vocês poderão queimar os pneus que vocês tanto queimam. Poderão fazer as passeatas que tanto vocês queiram, fazer ocupações no campo e na cidade…" 

O Lula desta segunda-feira condenou o "discurso do ódio". E vaticinou: "Ainda iremos construir um mundo de paz e fraternidade, onde todos e todas, sem exceção tenham direito a uma vida digna…" Entre o Lula incendiário de abril e este Lula pacifista de dezembro há oito meses de cadeia, uma surra eleitoral, duas delações companheiras de Antonio e um sem-número de derrotas judiciais.  
[fique tranquila senadora Gleisi, 'coxa ou amante; ninguém vai matar Lula, não há o menor interesse de matar o presidiário petista;
o que todos querem, incluindo Bolsonaro, é que Lula apodreça - vivo e consciente - na cadeia.]
O presidiário planejara ganhar a liberdade acuando juízes com a militância incendiária do PT e o "exército" de João Pedro Stédile, do MST. Entretanto, secaram as fontes de dinheiro público para sindicatos e movimentos sociais. Sem a condução e o sanduíche, faltou ânimo à multidão para sair de casa.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

sábado, 24 de março de 2018

Enquanto Supremo solta Lula, a cidade de Passo Fundo fecha a cidade para impedir sua entrada

Criminoso condenado Lula é obrigado a cancelar evento devido a protesto a favor de sua prisão

Lula foi obrigado a cancelar evento em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, depois que integrantes de movimentos fecharam vias de acesso à cidade. 

Se o PT está animado com a possibilidade de o ex-presidente escapar da prisão, os defensores de uma punição para o petista intensificaram a pressão para que ele seja enquadrado pela justiça. Ontem, após três horas de espera, Lula foi obrigado a cancelar um evento em Passo Fundo (RS) porque manifestantes haviam fechado a principal via de acesso à cidade. Já o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua (VPR) convocaram manifestações em defesa da prisão de Lula para 3 de abril, véspera do julgamento do mérito do habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. A palavra de ordem de ambos os grupos para os atos é “ou você vai, ou ele volta”.

A pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, aumentou o coro dos insatisfeitos. Ela disse ontem que a “lei tem que ser aplicada independentemente de quem é o julgado” e voltou a defender a manutenção da prisão após a segunda instância. “Não é uma questão de: ‘é o Lula’. É uma questão de ‘é a lei’. A lei tem que ser aplicada independentemente de quem é o julgado, não se pode ter uma lei que é removida em função de quem está sendo julgado”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente de Lula.

“Eu vou esperar o dia 4 para saber o que vai acontecer”, disse Marina, quando questionada se acha que o Judiciário poderia estar envolvido no processo de “estancar a sangria” com outros partidos, como ela própria diz. “Não tem lei específica para ninguém. A Lei da Ficha Limpa é para todos”, concluiu.

Todos esses sinais mostram que o país está profundamente dividido em relação a essa questão. Lula e o PT foram obrigados a cancelar eventos ou alterar programações ao longo desta semana por conta de manifestações de eleitores de bolsonaros e ruralistas. A cúpula petista chegou a avaliar que foi um erro organizar uma caravana em uma região que nutre um profundo sentimento anti-PT.

Ontem, em Passo Fundo, os manifestantes, em sua maioria apoiadores do deputado Jair Bolsonaro, bloquearam o acesso do ex-presidente à cidade após serem informados da visita do petista. Eles usaram tratores, queimaram pneus para obstruir a passagem da caravana e atiravam  ovos, também exibiram chicotes, correntes e até um taco. A Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dissipar os manifestantes.

O MBL e o VPR criticaram, por meio das redes sociais, a decisão do plenário da Corte do STF. “Inventaram uma bizarrice jurídica só para livrar uma pessoa da cadeia. Colocaram uma pessoa acima da lei, simplesmente porque ele é ex-presidente da República”, afirmou Kim Kataguiri, líder do MBL, em vídeo publicado no Twitter.

Em uma das postagens, o VPR criticou a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. A imagem da ministra é exibida ao lado de uma foto do juiz federal Sérgio Moro, com a legenda “Moro é Moro, Carmen Lúcia é Carmen Lúcia”. Na quarta-feira, Cármen Lúcia recebeu integrantes do VPR para conversar sobre a manutenção da prisão após a segunda instância. Além da manifestação no dia 3, o MBL também convocou atos para os dias 26 e 31 de março e para 4 de abril, em frente ao STF.

Durante entrevista à rádio Super Condá, em Chapecó (SC), Lula voltou criticar a força-tarefa da Operação Lava-Jato, a negar com veemência que seja o dono do apartamento triplex do Guarujá (SP), pivô de sua condenação a 12 anos e um mês de prisão, e clamou: “Quero que a Suprema Corte analise o mérito do processo.” [esse bandido não tem direito a querer nada; quem é um bandido que responde a sete ações penais, em uma já condenado por NOVE JUÍZES para dizer que quer isso ou aquilo?
mas o criminoso condenado fala isso para intimidar o Supremo Tribunal de Lula, tribunal que ele já declarou para o mundo inteiro ser um 'supremo totalmente acovardado'.

Quando ele diz que QUER que o Supremo faça isso ou aquilo, a maioria de suas excelência convoca seus assessores para encontrar uma forma de atender ao demiurgo de Garanhuns - vai complicar é que se o Supremo proteger demais o condenado Lula, o povo se cansar e os ministros do Supremo terão que se locomover em caças da FAB.

Gilmar Mendes já passou por esse tipo de constrangimento e para não se comprometer optou por estar fora do Brasil no próximo dia 4.]
Quanto mais Lula fica impune mais nos vem a mente o fim de Mussolini e sua amante Clara Petacci

Lula disse ser vítima de uma sucessão de mentiras. “Tenho evitado falar desse processo porque prefiro que os advogados falem. Estou sendo vítima de uma mentira, acho que a história vai poder contar ao povo brasileiro. A Polícia Federal mentiu no inquérito e mandou para o Ministério Público. O Ministério Público pegou o inquérito mentiroso e transformou numa acusação mentirosa e foi pro Moro (juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato). E o Moro deu uma sentença mentirosa. E vem pro TRF-4 (Tribunal da Lava Jato), que deu outra sentença mentirosa”, disse. 

Correio Braziliense
 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A presidente e sua equipe econômica já foram postos contra a parede

Divórcio- A presidente e sua equipe econômica já foram postos contra a parede

Tudo indica que o governo e o PT caminham para um divórcio, embora a forte relação amorosa resista a essa separação. As mágoas e as desavenças se acentuam em ambos os lados, sem que os cônjuges consigam se entender sobre o caminho a seguir. Ademais, há uma espécie de tertius, um amante, que namora um e outro, quando, na verdade, ama apenas a si mesmo. Neste jogo de amantes desencontrados, encontra-se o Brasil que se torna, ele, o verdadeiro não amado.

O governo dá, progressivamente, mostras de desavença consigo, sem que consiga escolher uma via de ação que seja minimamente crível. Primeiro, é incapaz de reconhecer os seus erros, que conduziram o país a essa situação calamitosa de PIB negativo, desemprego em alta, inflação de dois dígitos, juros estratosféricos, real cada vez mais desvalorizado, orçamento deficitário. A lista seria longa e, ainda assim, não exaustiva.

Segundo, quando esboça um mínimo de reconhecimento, é para dizer que todos erram, e as verdadeiras causas são externas, incapaz que é de reconhecer as suas próprias responsabilidades. Assumir a sua responsabilidade seria o primeiro passo para uma efetiva mudança de rumos.

Terceiro, neste primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma, procurou ela ainda modificar algo, chamando o agora ex-ministro Levy para assumir a pasta da Fazenda. Condições nem lhe foram dadas para cumprir a sua missão, sendo obrigado a abandoná-la. Nem amor foi de tão fugaz.

Quarto, foi então alçado a este ministério crucial Nelson Barbosa, que foi um dos artífices da então dita “nova matriz econômica”, que tem tudo de velha, baseada que está no intervencionismo estatal, na gastança pública e no crédito farto, além do seu correlato, que é o afrouxamento fiscal generalizado. Logo, como se pode esperar uma verdadeira mudança, como podem as empresas e os cidadãos deste país acreditarem em uma transformação necessária?

O PT, por sua vez, mostrou-se satisfeito com a escolha de um dos seus para o Ministério da Fazenda, mas imediatamente mostrou que o seu amor não é incondicional. Frente às primeiras declarações do ministro de que o país deveria perseguir o ajuste fiscal e fazer a reforma da Previdência, declarou-se traído, sem mesmo averiguar se se tratava de uma verdadeira posição ou de uma mera encenação. Ressabiado, deixou claro que essa relação pode ser efêmera sem se traduzir por um verdadeiro casamento.

A presidente Dilma, após seu breve interlúdio com Joaquim Levy, abraçou-se com seu verdadeiro par estatista, que é o seu novo ministro da Fazenda. Aqui há uma verdadeira comunhão, que se traduz por ideias e afetos que são mutuamente compartilhados. O maior temor aqui consiste no ambiente macro desta relação, que tem como contexto decisivo o processo de impeachment em curso. Nesta perspectiva, o Brasil é um fator completamente secundário, que só entra em consideração enquanto coadjuvante longínquo, alguém que carece de encanto.

Mesmo assim, a presidente e sua equipe econômica já foram postos contra a parede. Foram logo lembrados de que as manifestações de rua contrárias ao impeachment foram por eles lideradas. O fôlego que ganharam é deles tributário. Cobram, agora, o seu preço. Só manterão a relação se forem satisfeitos em seus pleitos e exigências. O amor tem seus limites.

As condições do casamento foram refeitas, ganhando a nova versão de uma “lista de presentes” que deveria ser entregue. A lista é constituída por um conjunto de exigências que nada mais faz do que reiterar as condições que levaram o mesmo governo petista a um divórcio com o Brasil. Embora digam o contrário, pretendem que esse divórcio seja definitivo; caso contrário, farão eles mesmos uma nova separação.

Assim, querem a persistência de gastança pública, crédito farto, interesses corporativos satisfeitos, benefícios privados, não combate efetivo à corrupção, não reforma da Previdência, não reforma trabalhista, aumento generalizado de impostos e assim por diante.

Em um ponto, devemos reconhecer que têm razão. Querem simplesmente o que lhes foi prometido. E o que lhes foi prometido tinha ainda a névoa e a (des)graça ideológica de um encaixe, o de que ambos estariam em uma cruzada dos “pobres contra os ricos”, da “esquerda contra a direita”. Se não têm nada mais a dizer, voltam-se para a surrada linguagem socialista, como se uma bem-aventurança maior lhes fosse prometida. Se esse amor de múltiplas facetas não lhes for retribuído, ameaçam com o divórcio. Doravante, cada um seguiria o seu caminho, em busca da sobrevivência ou de novos amores.

O tertius, Lula, contudo, não os abandona. Está sempre à espreita procurando o amor de um e outro. Ou melhor, impondo as condições de seu próprio amor. O seu amor foi, em um determinado momento, ilimitado. Fez de Dilma a sua criatura, ungindo-a sua sucessora. Fez do PT um partido de massas, alçando-o ao poder, onde pode usufruir de todos os tipos de benesses. Agora, porém, esse triângulo amoroso está a perigo, corroído por suas discórdias internas.

A questão é tanto mais grave que esses amantes tudo podem perder. Se a presidente Dilma sobreviver ao impeachment e a uma eventual cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral, poucas são as chances de seu sucesso. Se as condições econômicas, sociais e políticas persistirem, o país chegará exaurido em 2018. O divórcio maior será inevitável, o do país com a presidente Dilma, o PT e o ex-presidente Lula. Dentre eles não haverá sobreviventes.

A decisão que têm diante de si é crucial. Uma verdadeira encruzilhada, em uma viagem sem retorno. O encurtamento do mandato da presidente Dilma, seja via impeachment, seja via cassação mediante a Justiça Eleitoral, não seria para dois desses amorosos uma má solução. Certamente traumática, mas mesmo assim necessária. O triângulo seria desfeito, Lula e o PT manteriam a relação e partiriam para a busca de um reencontro com o país. O tempo, porém, não lhes é favorável.

Fonte: Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - O Globo