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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Não basta comemorar o 8 de janeiro; é preciso manter o estado de exceção no Brasil - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

As autoridades constituídas e a esquerda nacional tiveram, enfim, a comemoração que tanto queriam. Nem todas as autoridades, é claro. Algumas, como os presidentes das duas casas do Poder Legislativo, vão a esses comícios a portas fechadas do consórcio Lula-STF apenas para não despertar a ira do regime – e não porque acreditem no teatro oficial. 
Há um ano o governo Lula e o Supremo vêm mantendo a ficção de que houve uma tentativa de “golpe de Estado” no dia 8 de janeiro de 2022 em Brasília.

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Não conseguiram, em um ano inteiro de investigações e com o apoio de milhões de reais em despesas, apresentar uma única prova, nem uma que fosse, de que houve qualquer coisa sequer parecida com um golpe. Mais ainda, ao longo de todo o primeiro ano do governo Lula-3, não se registrou nenhum ato, nem um que fosse, contra a “democracia” – que segundo eles dizem, todos os dias, está sob ameaças fatais da “direita”. Por isso mesmo fizeram questão de comemorar o “dia 8 de janeiro” como uma data nacional. Já que não têm os fatos, ficam com a encenação.

Para defender a “democracia” ameaçada de morte, dizem eles, é preciso submeter o país a uma situação de repressão permanente.

A sociedade Lula-STF acha que a transformação artificial do “dia 8” num novo Sete de Setembro é uma operação multiuso. 
Serve, em primeiro lugar, para esconder as mentiras em série que dão suporte para a versão do governo. 
O caso todo, na verdade, fica mais escuro a cada dia que passa – mais escuro e mais suspeito.
 
Há dúvidas objetivas e graves sofre fatos que o STF, que assumiu funções de delegacia de polícia e de vara criminal para tratar do episódio, não consegue explicar. 
Após um ano de barulho, de repressão e de histeria, os responsáveis pela investigação e pelo processo simplesmente não deram até agora nenhuma informação sobre a presença de infiltrados no quebra-quebra – gente que não tinha nada a ver com os movimentos de protesto anti-Lula e apareceu no momento só para vandalizar. 
Há as imagens que foram apagadas pela “empresa privada” que cuida das câmeras de segurança do Ministério da Justiça. 
Há a omissão inexplicável das autoridades do governo Lula, que embora avisadas com dois dias de antecedência sobre a possibilidade de distúrbios, não tomaram providência nenhuma.
 
A transformação do 8 de janeiro em dia santo para a junta de governo Lula-STF também pretende eliminar as críticas sobre as maciças ilegalidades da repressão aos acusados de terem participado do quebra-quebra – algo sem precedentes na história do poder Judiciário brasileiro. 
Dezenas de advogados que defendem os réus denunciam há meses o cerceamento, ou até a eliminação, do direito de defesa dos seus clientes – incluindo coisas grosseiras como a supressão da sustentação oral.
 
Os réus são julgados em lotes. 
Jamais se fez a individualização de conduta dos acusados. 
O STF se deu ao direito de condenar pessoas sem nenhuma prova de que tenham destruído alguma coisa – são culpadas, segundo os ministros, por “crime de multidão”
Os acusados estão sendo condenados a até 17 anos de prisão por cometerem, ao mesmo tempo, os crimes de “golpe de Estado” e de “abolição violenta do Estado de Direito”.  
São condenados por “associação armada”, embora não se tenha descoberto até hoje uma única arma em nada do que aconteceu.
Pior que tudo, a invenção oficial do "golpe ” tem dado desculpas para o STF e o governo criarem um regime de exceção no Brasil – para defender a “democracia” ameaçada de morte, dizem eles, é preciso submeter o país a uma situação de repressão permanente. 
 
A verdade é que o governo Lula passou todo o seu primeiro ano utilizando os processos do “dia 8”, e os inquéritos perpétuos do ministro Alexandre de Moraes sobre “atos antidemocráticos”, para pressionar adversários e ganhar vantagens políticas. 
Ainda agora, no mesmo dia do primeiro aniversário do “golpe”, a Polícia Federal foi jogada pelo STF em mais um frenesi de buscas e apreensõesdesta vez, contra suspeitos de “financiarem os atos golpistas”, um deles com ordem de prisão e todos os outros com os seus nomes mantidos em sigilo
O “dia 8”, como se vê, não acaba mais. 
Não basta comemorar. 
Tem de manter vivo e operante o estado policial que criaram no Brasil.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A caminho do brejo - Gilberto Simões Pires

TÁTICA UTILIZADA POR JOSEPH GOEBBELS

Por incrível que possa parecer, muita gente, com enorme prazer, segue devota da velha tática, largamente utilizada pelo ministro da PROPAGANDA NAZISTA, Joseph Goebbels, que dá conta de que a -REPETIÇÃO DE MENTIRAS AUMENTAVA AS CHANCES DE CLASSIFICÁ-LAS COMO VERDADEIRAS-. 

REPETIÇÃO DE VERDADES

Ora, se levarmos em boa conta que a REPETIÇÃO DE MENTIRAS produz o convencimento de que venham a ser reconhecidas como VERDADES, da mesma forma há que se admitir que a REPETIÇÃO DE VERDADES oferece chances idênticas de serem entendidas, e aceitas, como algo dotado de VERACIDADE. Mais ainda quando devidamente acompanhadas de provas sobre aquilo que é dito e repetido.  

OBVIEDADES SUPREMAS

Mesmo levando em boa conta que OBVIEDADES SUPREMAS dispensam REPETIÇÕES, ainda assim, partindo do princípio de que a maioria dos nossos meios de comunicação são fiéis seguidores de Joseph Goebbels, aí se impõe uma necessária REPETIÇÃO daquilo que escrevi ontem, quando apontei que o CAMINHO DA PROSPERIDADE, -ECONÔMICA E SOCIAL- passa:  
1- PELA REDUÇÃO DE IMPOSTOS; 
2- PELA LIBERDADE ECONÔMICA; e, 
3- PELO CONTROLE DO GASTO PÚBLICO, QUE POR SUA VEZ REFLETE EM JUROS MAIS BAIXOS. 

CAMINHO DO BREJO

 Pois, tão logo publiquei o editorial de ontem, Lula, como se tivesse tomado conhecimento do conteúdo achou por bem, com absoluta certeza e convicção, apontar que sob o comando petista-comunista no Brasil a ordem única é seguir o CAMINHO DO BREJO. 

LULA SÓ PENSA NAQUILO

 Além de confirmar que mandou às favas a ideia de DÉFICIT ZERO, Lula não escondeu que tem os OLHOS GORDOS voltados para as eleições municipais. Isto significa que não medirá esforços -FINANCEIROS- para eleger prefeitos e vereadores petistas. 
Para forrar o CAIXA, Lula SÓ PENSA NAQUILO, ou seja, na CRIAÇÃO DE NOVOS IMPOSTOS E/OU AUMENTO DE ALÍQUOTAS DOS JÁ EXISTENTES, visando O AUMENTO DE ARRECADAÇÃO. Tudo que define o real CAMINHO DO BREJO!
 
Gilberto Simões Pires  - Ponto Critico

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Em silêncio e na cadeia - Nikolas Ferreira

Vozes - Gazeta do Povo

Em silêncio e na cadeia - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
 
Condenado a 20 anos e 1 mês de prisão na Operação Spoofing, que investiga vazamento de conversas de autoridades ligadas à Operação Lava Jato, sem dúvida o destaque da semana foi o depoimento de Walter Delgatti na CPMI do 8 de janeiro. 
O hacker, que de manhã se mostrou cheio de confiança e respondeu os questionamentos dos deputados de esquerda, mudou totalmente de postura na parte da tarde, quando foi questionado pela oposição.
 
As mentiras proferidas por ele até poderiam ter mais credibilidade se não fossem os fatos que o rodeiam. 
O depoente já disse em 2022 que não só votaria em Lula como faria campanha em prol de sua eleição, externou interesse em se candidatar, e se assim o fizesse, afirmou que seria por um partido de esquerda. 
Além disso, já foi condenado por estelionato, e em novembro de 2021 o advogado que o representa postou uma foto com o livro que conta a história do atual presidente. 
Como se não bastasse, convocou seus seguidores para uma noite de autógrafos, onde os direitos autorais dos livros vendidos seriam revertidos para Walter.
 
Todo esse histórico ideológico, somado com as inúmeras contradições e a seletividade nas respostas, renderam uma nova convocação para prestar depoimento na PF. 
 Isso demonstra que, mais uma vez, os governistas não estão preocupados em apurar os fatos, mas politizar os trabalhos da comissão para atingir seus alvos preferidos. 
Enquanto isso, inocentes são presos e perseguidos unicamente por exercerem o seu direito à manifestação, conforme consta no artigo 5º da Constituição Federal.

    As mentiras proferidas por ele até poderiam ter mais credibilidade se não fossem os fatos que o rodeiam

Quando imaginei que as mentiras haviam acabado ao fim da audiência, um dia depois, o advogado Ariovaldo Moreira afirmou que seu cliente não conseguiria provar o conteúdo das supostas conversas com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em virtude do celular estar no modo avião.  
Realmente querem que você acredite que o hacker, especialista em tecnologia, que invadiu celulares e divulgou conversas, não conseguiu fazer algo extremamente básico. Conclusão?  
Eu não esperava menos de quem se calou até quando foi questionado por mim sobre suas próprias palavras. 
Pra variar, mais uma vergonha na conta da base do atual governo.  
Quanto a nós, ficaremos no aguardo da próxima narrativa, já que agora, Delgatti ficará em silêncio e na cadeia. [Em nossa opinião é indispensável lembrar que apesar do revés do mentiroso Delgatti, com a condenação e os encarceramentos,  o hacker (que o retiraram da condição de principal entrevistado diário  de uma determinada emissora de TV, fazendo com que sumisse do noticiário e da telinha ) consolida seu status de presidiário - e nada muda o fato que qualquer individuo que esteve preso, se torna um presidiário e mesmo que venha a ser libertado sempre será um EX-presidiário - condição que será inerente e imutável ao  hacker, logo que seja libertado. 
Sendo um mentiroso nato, compulsivo e um EX-presidiário, eventual candidatura Walter Delgatti,  nas próximas eleições,   decolará firme.]
 

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Nikolas Ferreira, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



domingo, 13 de agosto de 2023

Questionar resultado eleitoral não é crime - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

No mundo ideal, dois adversários se enfrentam no segundo turno, numa campanha limpa sobre projetos políticos, e o perdedor aceita a derrota, num processo transparente, e deseja o melhor ao vencedor e diz que será uma oposição vigilante e construtiva. Alternância de poder e responsabilidade: eis aí o sonho democrata...

No mundo real, isso parece cada vez mais distante. Adversários se tratam como inimigos mortais, campanhas sujas focam em ataques pessoais e muitas vezes assassinato de reputação incluindo mentiras, o processo eleitoral é opaco e o derrotado alega ter sido vítima de fraude ou eleição manipulada.

Não estou falando de um país onde existe até um Tribunal Superior Eleitoral para comandar todo o processo de forma centralizada; estou falando dos Estados Unidos mesmo. 
E Trump pode ter exagerado na repetição de que houve fraude, o que ele não foi capaz de provar na Suprema Corte, mas isso não configura crime algum.

O Partido Republicano possui uma página em que mostra as 150 vezes em que democratas rejeitaram os resultados eleitorais. Diz o site: "Biden e os democratas têm uma longa história de contestação de resultados eleitorais. Muitos democratas, incluindo Hillary Clinton e Barbra Lee (D-CA), Maxine Waters (D-CA) e Sheila Jackson Lee (D-TX), lançaram dúvidas sobre todas as vitórias presidenciais republicanas nas últimas duas décadas. Todos os presidentes democratas desde 1977 lançaram dúvidas sobre a legitimidade das eleições nos Estados Unidos. Ainda neste ano [2022], Biden lançou dúvidas sobre a legitimidade das próximas eleições".

Al Gore afirmou repetidamente que ele era o verdadeiro vencedor da eleição de 2000. 
Eu sei, pois fui em uma palestra sua em Moscou e ele abriu exatamente com essa afirmação. 
Hillary Clinton, mais de uma vez, questionou a legitimidade da eleição de 2000. A lista é bem longa. 
Quase sempre, quando os democratas perdem, eles bancam a vítima e alegam que houve algum tipo de fraude eleitoral. 
Mas só Trump é indiciado por "conspirar um golpe" contra a democracia.
 
No Brasil não foram poucos os políticos que apontaram para supostas fraudes eleitorais quando derrotados. A começar pelo próprio presidente Lula, que disse que poderia haver fraude nas urnas no passado. Em entrevista à rádio CBN, ele disse que "desviar dois ou três milhões de votos neste país é mais fácil que tirar pirulito de criança". 
Entre os indícios de fraude, Lula disse que que já foram descobertas cidades na Bahia e em Tocantins onde há mais eleitores que habitantes. "Nestas cidade não poderia haver eleição", reclamou.

Outro que vivia repetindo que havia farsa eleitoral era Brizola. "Os votos que faltarem para eleger Fernando Henrique serão dados a ele pelos computadores", disse Brizola no passado.
Ele comparou a situação à enfrentada por ele, em 1982, quando disputou e venceu a eleição para o governo do Rio.
Na ocasião, a Proconsult, empresa encarregada de totalizar votos, foi acusada de criar um programa de computador que desviava votos para Moreira Franco, candidato do PDS.

Roberto Requião também já criticou bastante as urnas e defendeu o voto impresso. "Eu acredito que as urnas eletrônicas possibilitam a fraude", chegou a afirmar. 
Vários políticos já defenderam o voto impresso no passado recente, receosos do processo eletrônico sem tanta transparência. Foi o caso de Simone Tebet, atual ministra de Lula. Não obstante, quando bolsonaristas dizem basicamente o mesmo, isso é tratado como "ataque contra a democracia".
 
Não cabe aqui sequer entrar no mérito da questão, se é ou não possível fraudar as urnas eletrônicas. 
Vale simplesmente apontar para o escancarado duplo padrão do sistema, que persegue conservadores quando eles agem exatamente como esquerdistas, ainda que sejam apenas maus perdedores, e frisar o óbvio: numa democracia, questionar o resultado eleitoral jamais deveria ser confundido com um ataque às instituições ou à própria democracia.

Mas no Brasil virou tabu questionar o processo eleitoral, a ponto de ser esse o principal motivo de perseguição ao jovem libertário Monark pelo ministro Alexandre de Moraes. Vale repetir então o que disse o advogado constitucionalista André Marsiglia: "Uma democracia que se vê em perigo pelo que Monark pensa não precisa ser protegida, precisa ser repensada".

Será que nossas instituições são tão frágeis assim que se alguns comentaristas repetiram que acreditam na fraude eleitoral isso vai abalar todo arcabouço democrático a ponto de necessitar do arbítrio supremo para "proteger" o edifício democrata?


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo

 

quinta-feira, 9 de março de 2023

Quem é mesmo fanfarrão? - Alex Pipkin, PhD

O ex-presidente Bolsonaro, não há um fiapo de dúvida, é imprudente com as palavras.

Muitas vezes, parecia-me que sua intenção era mesmo positiva, mas sua retórica deixava muito a desejar.

Muitos o classificavam como fanfarrão. Eu, porém, o apelidei de “rei do tropeço nas palavras”. Tá certo que, segundo sua estratégia, ele jogava para a turma bolsonarista-raiz.

Deve-se considerar que a grande pequena mídia, quase na totalidade, omitia e transformava notícias a fim de prejudicá-lo. Inegável. No entanto, ele falava mesmo em demasia e de forma não raras vezes inoportuna.

Contudo, não deverá existir na história desse país um presidente tão fanfarrão, populista, incompetente com o português e com as ideias, nem mentiroso, como esse tal de Lula da Silva.

A propósito, assisti a um vídeo em que o “pai dos pobres” chamava Bolsonaro de “fanfarrão”, cruzes!
O show presidencial de horrores de verborragia, de bravatas, de mentiras e de projetos estapafúrdios, é diário.

É surreal o que esse ser incivilizado e tosco é capaz de produzir em suas falas. E há quem o considere um grande orador! Só se eu estiver ouvindo o que ele diz quando embriagado.

Não é por acaso que esse sujeito quer regular a mídia! Dessa forma, só poderá ser notícia a “verdade rubra” e o que lhe convém.

Esse sujeito, dotado de um vocabulário em que inexiste plural, afirmou agora que há pessoas que são pagas para criticá-lo. Bem, eu não tenho recebido um centavo sequer. [Nem este Blog Prontidão Total - falamos de graça, apenas pelo prazerosa obrigação de mostrar VERDADES; o maligno presidente, este sim é pago com o polpudo salário de presidente para mentir e falar bobagens. Ele falou, TENHAM CERTEZA,  é MENTIRA, BOBAGEM ou BAZÓFIA o  produto expelido.]

Com sua boca que equivale a uma metralhadora de disparos automáticos de asneiras e de erros a cada momento em que a abre, é tarefa singela criticá-lo.

É surreal o que esse cidadão fala - e pensa!

Faz pouco, o ex-presidiário afirmou que os aplicativos exploram os trabalhadores. Exploração + trabalhadores, palavras-mágicas da seita ideológica.

Fanfarrão é café pequeno para esse sujeito. O negócio inovador de aplicativos funciona melhor exatamente pela não interferência da mão pesada e equivocada do Estado.

Há uma relação voluntária entre empregados e empregadores. Nela, caso os empregados não estejam satisfeitos com a relação, podem abdicar das respectivas atividades. Os próprios motoristas de aplicativos, por exemplo, estão repudiando os eventuais “projetos” desse (des)governo.

Toda vez que Ofélio abre a boca, a chance de prejudicar os trabalhadores e as indústrias envolvidas, é abissal.
O desastre é que não há luz no fundo do túnel, e a metralhadora giratória de asneiras, de ignorância econômica e de mentiras não tem previsão de encerramento.

Homens públicos, a meu juízo, deveriam ter rigoroso cuidado com as palavras e com as ideias. Aqui, porém, quase tudo se dá de maneira invertida.

Aliás, juízes da suprema pequena corte se comportam aqui como verdadeiros superstars, que tristeza.

Aprontemo-nos, pois mais e mais pérolas virão da boca do grande “pai dos pobres”. 

A única semelhança, tristemente, é a incorreção no uso do idioma pátrio…

Alex Pipkin, PhD

 

sábado, 7 de janeiro de 2023

Puxando capivaras - Carlos Alberto Sardenberg

A Advocacia Geral da União, defende os interesses do governo perante a Justiça;  Mas é muito duvidoso que seja função da AGU fazer “o enfrentamento” de fake news e desmascarar “mentiras” a respeito de políticas públicas.

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A Advocacia Geral da União, agora comandada por Jorge Messias, Órgão importante, já que o governo é alvo de frequentes demandas e, não raro, autor de processos. Mas é muito duvidoso que seja função da AGU fazer “o enfrentamento” de fake news e desmascarar “mentiras” a respeito de políticas públicas. A AGU pode, sim, ir à Justiça para acusar autores do que imagina ser fake news ou mentira. 
Mas quem decide o que é e o que não é só pode ser o Judiciário. [julgando o assunto, para tanto, seguindo as leis vigentes.]

         Muito estranho, portanto, que um dos primeiros atos envolvendo a AGU tenha sido a criação da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, justamente com o objetivo de identificar e enfrentar fake news e mentiras a respeito do governo. A Procuradoria vai decidir e punir? Em causa própria?

         Tem cheiro forte de censura.

         Em vez disso, seria interessante saber o que AGU do governo Lula vai fazer em relação aos processos do Petrolão
Não, isso não acabou, embora o STF tenha anulado a Lava Jato alegando vícios formais nos processos.
 
         Acontece que a Petrobras, é coautora, junto com AGU, Controladoria Geral da União CGU, responsável pela defesa do patrimônio público, transparência e combate à corrupção – e Ministério Público Federal (MPF), em ações de improbidade administrativa
A estatal também é assistente de acusação em quase uma centena de ações penais relacionadas aos casos da Lava Jato.

         Ainda agora, por exemplo, em 19 de dezembro, o MPF, a CGU e a AGU comunicaram a conclusão de dois acordos de leniência, com duas multinacionais. Uma, a Keppel vai pagar R$ 343,5 milhões à União. A companhia admitiu que um representante pagou propinas para obter contratos da Petrobras entre 2001 e 2014.

         Repararam nas datas? Pega dois anos de governo FHC, os oito de Lula e quatro de Dilma. Aliás, A Keppel já havia devolvido quase R$ 900 milhões em acordos anteriores.

         Outra multinacional, UOP, topou pagar R$ 456,3 milhões à Petrobras, por conta de reparação de danos e devolução de lucros obtidos ilegalmente. Também vai pagar multa de R$ 180 milhões.

A força-tarefa do MPF, da AGU e da CGU continua funcionando. A Petrobras, com esses dois últimos acordos, já recuperou cerca de R$ 7,5 bilhões. O “compliance” da Petrobras tem sido muito ativo nessa tarefa. O que fará sobre isso o futuro presidente da Petrobras, o petista Jean Paul Prates?

A CGU, agora comandada por Vinicius Carvalho, anunciou medidas imediatas para tentar derrubar os diversos sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro em vários temas que não são caso de segurança nacional. Trata-se de uma providência correta: puxar a capivara do governo Bolsonaro.

Mas há outras capivaras a levantar. E seria interessante saber se o governo Lula pretende manter os esforços para recuperar dinheiro da corrupção.[sendo que o dinheiro eventualmente recuperado deve ir para a PETROBRAS e  nela permanecer,nada de ser transformado em doação para o pt = perda total.]

Até aqui, os corruptos têm devolvido dinheiro. Surgiu uma outra ideia agora: que as empreiteiras devolvam o que roubaram fazendo obras. Considerando que elas roubaram fazendo obras, fica esquisito. Pode não ser, mas parece levar o criminoso a um outro local de crime.

São temas embaraçosos, claro, mas estes, sim, têm que ser enfrentados.

E por falar em capivaras ministeriais. Tem o caso da ministra do Turismo e suas ligações com milicianos. Mas tem mais: - o ministro da Integração, Waldez Goés, foi condenado pelo STJ, ainda em 2019, a seis anos e nove meses, em regime aberto. Acusação: desvio de dinheiro de consignados. Está recorrendo e entrou com Habeas Corpus no STF, onde o processo está parado com pedido de vistas desde abril do ano passado.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem uma condenação recente por nepotismo no Tribunal de Justiça de São Paulo. É segunda instância, tem recurso, como no caso de Goés.

Mas seria conveniente nomear para cargos públicos pessoas que têm condenação por mau uso de recursos públicos? 

Ambos alegam inocência. Então, que tal esperar o final do processo para depois nomear?[ou findo o processo e mantida a condenação, aguardar uma eventual descondenação ≠ inocentação, para concretizar uma possível nomeação.]

Se bem que se a gente começar a procurar mais capivaras…

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

As mentiras do desencarceramento (Parte 1) - Revista Oeste

Roberto Motta

Uma sociedade que não consegue condenar moralmente seus criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente — e muito menos puni-los. 

A função principal da prisão é afastar o criminoso do convívio social, impedindo-o de continuar a cometer crimes. A segunda função é enviar um sinal a toda a sociedade de que a atividade criminosa não será tolerada. A terceira função é punir o criminoso pelo crime que ele cometeu.

Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock 

Essa última função causa horror nos pensadores politicamente corretos. Segundo eles — a maioria sem qualquer experiência em policiamento ou criminologia —, o criminoso não deve ser punido, mas acolhido. Esse pensamento dá ao crime violento um caráter de ato de protesto contra a injustiça e a “desigualdade”, e transforma o criminoso em combatente pela causa de uma revolução.
Punir o criminoso — o combatente — seria apenas confirmar a opressão do “sistema” que, através do seu “mecanismo de concentração de riqueza”, produziu o criminoso em primeiro lugar.

Qualquer cidadão brasileiro — aquele que tenta sobreviver em meio ao crime sem fim do Brasil — reconhece nas ideias do parágrafo anterior um amontoado de bobagens. Pois bem: são essas as ideias que fazem a cabeça de um número cada vez maior de defensores públicos, promotores, juízes, desembargadores, ministros, professores de direito e — pasmem — até policiais.

São essas ideias que estão por trás da inacreditável pauta do desencarceramento.

Essa visão romantizada do criminoso e do crime, e o equívoco (ou, em muitos casos, a deliberada estratégia político-ideológica) de transferir a responsabilidade do autor do crime para a sociedade, não são apenas violações da lógica e da moral; elas ignoram a imensa massa de estudos e de literatura científica já produzida sobre o tema, aqui no Brasil e lá fora, que afirma, com base em evidências claras, que o crime é uma escolha racional que o criminoso faz depois de avaliar os riscos e os benefícios de sua ação.

Do ponto de vista da sociedade, a prisão é uma punição essencial. A sentença do criminoso é uma resposta que a Justiça dá às famílias e aos indivíduos que tiveram seus direitos violados pelo bandido.

A prisão é uma das formas mais humanas de punição. Basta lembrar que, até poucos séculos atrás, criminosos eram condenados a espancamento e torturas, ou executados de forma cruel e lenta
Hoje, nas democracias ocidentais, até o autor do crime mais sádico e obsceno será condenado, no máximo, a uma sentença de prisão pelo resto da vida ou a uma pena de morte, executada de forma a minimizar seu sofrimento.
No Brasil, não existe nenhuma dessas duas opções.[lamentavelmente e por isso a criminalidade aumenta; além da flexibilização das punições as autoridade procuram facilitar a vida dos bandidos. Exemplos: o individuo eleito presidente da República criticou a prisão de ladrões de celulares, aos quais chamou, carinhosamente,  de 'mininos'; 
- no mesmo ritmo o ministro Fachin, do STF. proibiu a polícia do Rio de Janeiro de realizar operações em favelas, sem antes cumprir um extenso ritual que só favorece os bandidos, por dar oportunidade para vazamentos e mesmo para fugas.]

Uma sociedade que não consegue condenar moralmente seus criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente — e muito menos puni-los.

No Brasil, enquanto um pai de família assassinado pode deixar sua família na miséria, a família do assassino pode ser protegida pelo “Auxílio-Reclusão”

Dizem a lógica e a moral e o próprio conceito de Estado de Direito — que a punição do criminoso tem de ser proporcional ao crime cometido. Ou dito de outra forma: a sentença do criminoso não pode ser mais leve que a sentença da vítima.

Como se trata de punição, uma prisão jamais será uma colônia de férias paga com os impostos dos cidadãos honestos. 
As condições dos presídios são ruins na maior parte dos países, inclusive nos desenvolvidos.
 As únicas exceções talvez sejam alguns países nórdicos, que são exceções em quase tudo.  Ir para a prisão não é a mesma coisa que ir para a escola ou para uma colônia de férias bancada pelos contribuintes. Prisão é sempre uma coisa ruim. Cadeia não é assistência técnica de pessoas. Cadeia é punição. [no Brasil, o criminoso pode ser  condenado por vários crimes, por diferentes juízes e confirmação em várias instâncias, ganha o direito a cumprir pena em condições que tornam sua cadeia um 'resort', depois pode ser descondenado, SEM SER INOCENTADO, e liberado para concorrer a Presidência da República.
NÃO É ´PIADA. Aconteceu no Brasil, nas eleições de 2022.]
 
É evidente que todo indivíduo merece ser tratado de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas esses direitos precisam ser garantidos primeiro aos indivíduos cumpridores da lei, e não aos que a violam. Um criminoso não pode ter direitos que são negados a um cidadão honesto
Mas, no Brasil, enquanto um pai de família assassinado pode deixar sua família na miséria, a família do assassino pode ser protegida pelo “Auxílio-Reclusão” (perceba a cuidadosa escolha das palavras)
Criado pela Lei nº 8.213, de 24 de junho de 1991, o Auxílio-Reclusão dá ao preso o direito de receber um benefício de até R$ 1.503,25 (valor vigente no ano de 2021). 
Para isso, o preso precisa apenas comprovar que exerceu atividade remunerada que o enquadre como contribuinte obrigatório da Previdência Social. Trocando em miúdos: basta o criminoso ter passado pelo período de experiência de 90 dias em um emprego antes de cometer um crime para que, ao ser preso, sua família tenha direito a receber o auxílio todo mês. Em 2012, o governo pagou R$ 434 milhões em Auxílio-Reclusão.

O Auxílio-reclusão é um deboche. Dar dinheiro do Estado para um criminoso enquanto ele cumpre sua pena é fazer piada com o sistema de Justiça Criminal e com o sofrimento das vítimas.

Quando apresento minha crítica a essa inaceitável inversão da lógica e da moral (mais uma), alguns usam o argumento — que funciona com muitas pessoas — de que o dinheiro vai para a família do preso, não para ele.

Eu pergunto: e daí?

Me perguntam: mas a família do preso vai ficar desamparada, Roberto?

Eu pergunto: e a família da vítima, vai ser amparada por quem?

Na verdade, a família da vítima, além de não receber nada, também ajuda — com seus impostos — a sustentar a família do criminoso.

Perceba a gravidade do que está acontecendo aqui: confrontados com a situação trágica de um crime —por exemplo quando um bandido, para roubar um celular, mata um pai de família —, os arquitetos da confusão jurídica que é o sistema de Justiça Criminal brasileiro fizeram a opção de ajudar a sustentar o criminoso e sua família e esqueceram a família da vítima.

É óbvio que aquele que escolhe o caminho do crime coloca o sustento de sua família em risco. Mas os legisladores brasileiros resolveram proteger o criminoso desse risco. É a moral pelo avesso. Investir no crime tem de deixar de ser um bom negócio no Brasil. Precisamos de promotores, deputados, senadores, juízes e desembargadores com a coragem de dizer isso.

Para entender melhor o problema do crime no Brasil e as alternativas que temos para resolvê-lo, é preciso também perguntar: para que servem as prisões? Elas realmente reabilitam?

“Sem punições para aqueles que as violam, as leis são ineficientes. No caso da lei criminal que proíbe homicídio, agressão, estupro, roubo e outros crimes, a punição pode tomar a forma de prisão”, diz A.C. Grayling, professor de filosofia da Universidade de Londres, em seu livro Ideias que Importam. Ele lembra que existem outras questões importantes
Será que a punição é a resposta correta ao crime? 
Não seria melhor pensar em termos de reabilitação, reparo e compensação? 
Será que prendemos criminosos para proteger o público, e não para punir o criminoso?

Segundo Grayling, as teorias de punição se dividem em dois grupos. O primeiro é o da escola Utilitária, que afirma que a punição só é certa se produz boas consequências, como proteção da sociedade e reabilitação do ofensor. O segundo grupo é o da escola Retributiva, que diz que, se um erro é cometido voluntariamente e o ofensor tem consciência disso, ele merece ser punido e sofrer.

A taxa de reincidência de ex-presidiários nos Estados Unidos é de 60%. A média europeia é de 55%

Em meados do século 20, ainda havia visões otimistas sobre a possibilidade de usar o sistema penal como uma oportunidade de reabilitar criminosos e devolvê-los à sociedade como cidadãos melhores. Essa ideia foi incorporada, por exemplo, no nome usado nos Estados Unidos para o sistema penitenciário — que é chamado de sistema “correcional”.

“Mas, por uma dessas dolorosas ironias que nos ensinam as melhores lições, os Estados Unidos encarceram uma porcentagem maior de sua população que qualquer outro país”, diz Grayling. Ao mesmo tempo — ou talvez como consequência disso —, os Estados Unidos têm índices de criminalidade muito inferiores aos dos países em desenvolvimento.

Segundo Grayling, estudos sobre reincidência criminal realizados por especialistas em Direito penal, criminologistas e sociólogos nos anos 1970 demonstraram que as prisões não reabilitam:

A esses fatos empíricos juntaram-se as vozes de filósofos retornando à ideia de que a punição é, na verdade, essencialmente retributiva, e com propriedade, pois serve aos interesses da Justiça que o causador de dano e sofrimento pague o custo dos seus atos com sua liberdade e sua propriedade.

Se as prisões são incapazes de reabilitar os criminosos para uma vida em sociedade, elas ainda assim cumprem um importante papel: o de demonstrar a disposição da sociedade de punir de forma exemplar aqueles que violam seus valores mais sagrados.O sistema penitenciário não recupera criminosos. [entendemos que deve ser priorizada a punição e não a ressocialização = e a cada reincidência a penalidade agravada.] Ressocialização é um conceito ideológico usado para aliviar a culpa do criminoso e provar” a “ineficácia” da prisão. A mídia e os “especialistas” brasileiros repetem todos os dias: não adianta prender criminosos porque nossas prisões são horríveis e não “ressocializam” os presos.

Mas a prisão não “ressocializa” nem reabilita em nenhum país do mundo. Nenhum sistema penitenciário do mundo faz isso. A taxa de reincidência de ex-presidiários nos Estados Unidos é de 60%. A média europeia é de 55%. Dois terços dos ex-presidiários da Grã-Bretanha são presos novamente em um período de 3 anos.

Apenas uma minoria dos criminosos se regenera, e a influência do Estado nesse processo é mínima. Por mais que isso ofenda os ideólogos e muitas pessoas bem-intencionadas, crime é uma escolha individual, especialmente o crime econômico, cometido pelo criminoso para ganhar uma vantagem ou benefício (que pode ou não ser material).

Cela da delegacia da cidade de Eunápolis (BA) - 
 Foto: Joa Souza/Shutterstock

Os ativistas recorrem também à falácia de dizer que manter alguém preso custa caro. Na verdade, custa muito mais caro deixá-lo solto, como explica o economista Thomas Sowell em seu livro Economia Básica:

Uma das objeções levantadas contra a construção de mais penitenciárias para manter mais criminosos presos por maiores períodos é que custa ao Estado uma grande quantia mantê-los atrás das grades.

Frequentemente se faz uma comparação entre o custo de manter um criminoso preso versus o custo de manter uma pessoa na escola pelo mesmo período.

Entretanto a alternativa relevante aos custos de encarceramento incorridos pelo Estado são os custos impostos à população quando criminosos profissionais estão fora das prisões.

No início do século XXI, por exemplo, os custos totais do crime na Grã-Bretanha foram estimados em 60 bilhões de libras por ano, enquanto os custos totais das prisões são menos de 3 bilhões.

É claro que os funcionários do governo estão preocupados com os 3 bilhões de custo das prisões que são de sua responsabilidade, e não com os 60 bilhões que afetarão diretamente os cidadãos.

Nos Estados Unidos, estimou-se que o custo de manter um criminoso profissional atrás das grades é 10 mil dólares por ano MENOR que o custo de deixá-lo nas ruas.

Existe outro fator relevante para explicar o papel das prisões na preservação da segurança pública: a maior parte dos crimes é cometida por uma parcela relativamente pequena dos criminosos. O famoso estudo científico, “Revisitando os Lobos Vorazes: Uma Revisão Sistemática da Concentração de Crime”, realizado por pesquisadores da Escola de Justiça Criminal da Universidade de Cincinnati, concluiu que os 10% dos criminosos mais ativos no conjunto da população são autores de 66% dos crimes.

Diz o trabalho:

Numerosos estudos determinaram que o crime está altamente concentrado entre um pequeno grupo de criminosos. Essas descobertas orientaram o desenvolvimento de várias estratégias de prevenção ao crime. O tema comum a essas estratégias é que, ao nos concentrarmos nos poucos infratores responsáveis pela maior parte do crime, podemos prevenir a maior quantidade de crimes com o mínimo de recursos […]

Descobrimos que o crime está altamente concentrado na população e em diferentes tipos de criminosos. Existe pouca variação na concentração entre jovens e adultos ou entre infratores americanos e os de outros países […] Os 10% das pessoas mais ativas criminalmente respondem por cerca de 66% dos crimes.

Colocar esses criminosos na prisão significa reduzir significativamente o número de crimes cometidos e aumentar dramaticamente a sensação de segurança da população. Prestem atenção na consequência dessa descoberta: não é necessário prender milhões de pessoas para acabar com a crise de criminalidade do país.

Uma parcela desproporcional dos crimes é cometida por esse pequeno grupo de criminosos, já conhecidos da polícia e que, por causa da leniência da nossa lei, vive entrando e saindo da cadeia.

Esses indivíduos já fizeram sua opção pelo crime. Eles não são pobres coitados ou revolucionários tentando implantar um sistema social mais justo. Eles são criminosos por vontade própria, por vocação, ambição desmedida ou deformação do caráter.

Alguns são pobres, outros são ricos; alguns são negros, outros são brancos ou asiáticos. Há homens e mulheres, senhores de idade e garotos de 16 anos. Todos sabem o que estão fazendo e aproveitarão qualquer oportunidade para atacar a sociedade, cada um com sua forma peculiar: colocando uma pistola na cabeça de um motorista, dando uma gravata em uma senhora de idade, subornando para ganhar uma licitação ou violentando e matando crianças.

(continua na próxima edição)

Leia também “Elon e eu”

Roberto Motta, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Mentiras, fake news e artimanhas jurídicas - Percival Puggina

Deixei de usar o estrangeirismo “fake news”, que se tornou a mais vadia das expressões correntes em nosso vocabulário. Como a Geni de Chico Buarque, ela dá para qualquer um o que cada um quiser e, em seus momentos sádicos, tortura a verdade.

Na noite de 30 de outubro de 1938, milhões de ouvintes norte-americanos, sintonizados à CBS, ouviram a transmissão radiofônica de “A Guerra dos Mundos”. Durante uma hora, Orson Welles narrou uma invasão alienígena como se estivesse em curso na costa Leste dos EUA, espalhando pânico e, ao mesmo tempo, alçando sua carreira ao nível das estrelas de maior grandeza na luminosa abóboda hollywoodiana. O programa entrou para a história do rádio como um de seus capítulos mais notáveis.

Mentiras fazem parte do nosso cotidiano. Têm data própria no calendário anual.  Mentem-nos tanto que acabamos desenvolvendo intuições que nos protegem de muitas
Por outro lado, a verdade, não raro, é produto de uma trabalhosa escavação, seja dos acontecimentos de hoje, seja nas cinzas da história. A política só é o habitat de tantos mentirosos porque muitos eleitores preferem ouvi-los. Na lei de Deus, a mentira é pecado; na lei dos homens, não é crime (salvo em situações muito particulares previstas em lei).

Rejeitemos a falsidade e a mistificação. Protejamo-nos, inclusive, do autoengano. Afastemo-nos dos mentirosos. Busquemos a verdade. Querer acabar com a mentira, contudo, é devaneio autoritário de quem sonha com um Ministério da Verdade e este é mais nocivo do que aquela.

O STF e seu braço eleitoral tantas fizeram com a expressão fake news, tanto dela abusaram para transformá-la numa espécie de crime hediondo, que acabaram por depreciar o emprego que dela fazem. Esqueceram-se da frequência com que alguns de seus ministros relativizam a Constituição, recuam das próprias verdades já explicitadas em trabalhos acadêmicos, atividades profissionais anteriores e que deveriam nos proteger dos abusos das plataformas, delas não se valem para sancionar quem os contraria?

No transcurso de uma campanha eleitoral, quem impôs como verdade inquestionável a inocência de Lula – a maior mistificação da década – perdeu a autoridade para imputar falsidade às afirmações alheias. Desculpem-me os divergentes, mas me sinto moralmente vinculado às minhas percepções, principalmente se do lado oposto observo, ademais, graves violações ao estado de direito.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Top 10 das fake news que elegeram Lula - Revista Oeste

Flavio Morgenstern

O PT inovou nas mentiras, do fim do salário mínimo ao canibalismo. Enquanto isso, o TSE proibiu verdades do outro lado

De acordo com o excelentíssimo ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Sua Excelência Alexandre de Moraes, “notícias fraudulentas divulgadas por redes sociais que influenciem o eleitor acarretarão a cassação do registro daquele que a veiculou”. No último dia de maio, o então vice-presidente do TSE afirmou que a Justiça Eleitoral está preparada para combater as milícias digitais”, e que os eleitos com notícias falsas “podem “ter o registro de suas candidaturas cassado, ou mesmo perder o mandato”.

 Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock 

Para ajudar a Justiça Eleitoral em tão gloriosa missão pelo Estado Democrático de Direito e contra as assim chamadas “milícias digitais”, elencamos um Top 10 das (muitas) mentiras que foram importantíssimas para eleger Luiz Inácio Lula da Silva.

1. Bolsonaro prometeu “entregar o Brasil a Satanás” na maçonaria
Percebendo o fiasco que era o voto de Lula entre cristãos, e que questões morais (trocadilho proposital) seriam a tônica no segundo turno, logo no primeiro dia de campanha pulularam fotos retiradas de uma reunião de Bolsonaro em uma loja maçônica. Algumas eram manipuladas e traziam a imagem do demônio Baphomet. Uma das mais divulgadas dizia que Bolsonaro havia prometido entregar o Brasil a Satanás caso fosse eleito.
Foto: Reprodução

Enquanto pessoas como o deputado André Janones apareciam o tempo todo dizendo-se cristãs, perfis de Twitter fingiam-se de evangélicos do dia para a noite para dizer que “eram cristãos, mas, agora que descobriram isso, vão votar no Lula”. Nenhum deles se preocupou em disfarçar os posts pró-Lula, ou com imagens pouco cristãs, de dois dias antes.

2. Bolsonaro é “canibal”
Uma das acusações mais grotescas já feitas em qualquer campanha eleitoral foi a de que Bolsonaro seria um “canibal”. Tudo graças a uma entrevista de 2016 em que o então deputado federal comentou sobre um ritual indígena que envolvia o consumo de carne humana. Para ser visto, o ritual exigia participação. Bolsonaro disse não ver problema no “preço”. O PT recortou a fala para espalhar que Bolsonaro “confessava” canibalismo. O mesmo PT que critica qualquer proibição de rituais indígenas alegando “multiculturalismo”. De tão bizarra, a veiculação do vídeo foi proibida por unanimidade pelo TSE. Foi talvez no único caso em que a Corte decidiu favorecendo o presidente. Mesmo assim, o UOL defendeu a veiculação.
 
3. Bolsonaro promete acabar com o feriado de 12 de outubro

As fake news do PT são claramente de nicho. Uma delas mirou o coração do catolicismo brasileiro: o Feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil — embora tratado meramente como “Dia das Crianças” no imaginário popular. Após bispos esquerdistas tentarem impedir um discurso do presidente em Aparecida, perfis como o do influencer Bruno Sartori, divulgaram um post falso de Bolsonaro no qual o candidato teria afirmado que “nenhum padre ou bispo devem dizer onde posso ou não fazer campanha”.

Na mesma toada, apareciam posts como o do sociólogo Emir Sader afirmando que Bolsonaro tinha uma “demanda” para retirar o caráter de “santa” de Aparecida. Ou seja, da própria Nossa Senhora, que, apesar de não ser venerada por evangélicos, não tem sua santidade negada por 99% das igrejas. Afirmava também que Bolsonaro já estava pronto para rever o feriado do dia 12 de outubro.

Menção honrosa: o mesmo Bruno Sartori é famoso pela técnica de “deep fake” (sic), na qual se usa o vídeo de uma pessoa, sobreposto a um outro som. Nomen est omen. O influenciador perguntou se deveria criar vídeos de pessoas mortas pela covid pedindo voto no Lula com o macete. A proposta, de tão macabra, foi rechaçada pelos seus próprios seguidores.

4. Collor volta e vai confiscar as aposentadorias
As mentiras do PT têm um método maçante de tão repetitivo: retirar uma fala de contexto de um vídeo. Em um lance metalinguístico, usaram um vídeo em que Bolsonaro reclama justamente das fake news criadas contra ele, inventando de tudo, até de que Fernando Collor de Mello seria ministro e que “iria confiscar a aposentadoria dos aposentados”. Exatamente este trecho foi, então, recortado e colocado em destaque por André Janones (sempre ele). Para fingir que não estava espalhando “desinformação”, Janones só dizia “chequem antes de baixar e repassar”, o que foi, claramente, entendido como senha para baixar e repassar.

5. BOMBA! O celular de Bebianno
A baixeza de Janones atingia um novo patamar subterrâneo a cada segundo
. Nos dias de véspera do segundo turno, o deputado anunciava incansavelmente que “os mortos não falam, mas seus celulares sim” (sic). Dizendo possuir o celular de Gustavo Bebianno, que rompeu com Bolsonaro logo no começo do governo ao não ser indicado para nenhum ministério importante, o deputado anunciava o tempo todo que “algo” viria. Alguns eleitores de Lula que caíram na desinformação juravam até que seria durante o debate na Rede Globo. Janones, em linguagem histérica, marcava toda a família Bolsonaro, berrando: “Eu vou destruir vocês!!!!” Na verdade, tudo o que Janones possuía era uma declaração de Bebianno no Roda Viva, em que ele afirmava, sem nenhuma prova, que havia alertado Carlos Bolsonaro de que pegaria mal fazer fake news do Palácio do Planalto. Bebianno nunca demonstrou prova nenhuma da existência da conversa ou de qual notícia falsa havia sido criada (provavelmente por ele próprio). O clima de suspeita foi suficiente para abolir direitos como o de imprensa, de liberdade de expressão e de privacidade para criar um “Estado de exceção não oficial” no Brasil, no qual todos eram investigados por serem partes de uma “milícia digital” (seja lá o que for isso).

Janones publicou um vídeo com uma imagem de um celular qualquer e o áudio do Roda Viva por cima. Como os eleitores de Lula acreditavam na “bomba”, a manipulação eleitoral lograva êxito: dava-se a impressão de ser uma mensagem privada e “secreta” de Bebianno, e não um áudio público muito posterior, de quando já estava rompido. O empresário Paulo Marinho requentava as histórias. Nada da época de Bebianno como aliado nunca veio à tona.

Menção honrosa: este é o tipo de tuíte que o coordenador pouco oficial do PT postava sobre Bolsonaro. Um único do tipo vindo de qualquer apoiador de Bolsonaro a Lula seria provavelmente considerado motivo para impugnação da chapa.


6. Almoço com Guilherme de Pádua, amigo de Flordelis e goleiro Bruno como secretário
Enquanto dizia que seria “implacável” contra as notícias falsas, o TSE não parece ter se importado muito com notícias repetidas muitas vezes em uníssono pelo consórcio da mídia. Como a de que Bolsonaro havia “almoçado” com o assassino Guilherme de Pádua. O jornalista Valmir Moratelli, da Veja, noticiou “O encontro de Bolsonaro e Michelle com Guilherme de Pádua”. Logo depois, “Bolsonaro se pronuncia sobre encontro com Guilherme de Pádua”. Pelo título, o jornalista nem se preocupa em corrigir que não houve encontro nenhum (a informação só está na linha fina, após o clique). O jornalista nem se dignou a corrigir o primeiro texto, afirmando que não houvera encontro nenhum e que tudo não passou de uma notícia falsa.

Constantemente, e sem nenhum reparo do consórcio da mídia, Bolsonaro também era acusado de ser amigo de Flordelis, envolvida no assassinato do próprio marido. Flordelis era do PSD, um dos principais rivais de Bolsonaro.

Menção honrosa: no mesmo ritmo, até o ex-governador de São Paulo Márcio França (por ser vice de Alckmin) afirmou que o goleiro Bruno ganharia uma pasta na Secretaria de Esporte de São Paulo, caso o aliado de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, ganhasse a eleição.

7. Os 107 imóveis em “dinheiro vivo”
Uma das notícias mais repisadas no consórcio da mídia e que enganou um porcentual enorme de eleitores do Lula foi que a família Bolsonaro havia negociado 107 imóveis em “dinheiro vivo”. Na verdade, tratava-se de dinheiro em espécie, a forma como toda transação bancária normal ocorre: na moeda do país. Nem seria possível rastrear o dinheiro se ele tivesse sido em espécie, como eram os dólares na cueca, os envelopes de dinheiro embolsados por mensaleiros e apaniguados do PT. É como a escritura de todo imóvel registra. Bastou descrever com outras palavras para dar a impressão manipulada de que os imóveis tinham dinheiro sem passar pelos bancos — quando toda a “descoberta” foi feita, justamente, pelos bancos. Até um livro foi escrito sobre a desinformação manipuladora.

Na verdade, foram 107 transações por mais de três décadas. Envolveram até ex-esposas, ex-cunhados etc. Só um dos ex-cunhados é dono de uma rede de lojas de imóveis e compra e vende pontos comerciais. É separado da irmã do presidente há mais de 20 anos. Tudo foi catalogado — e, mesmo que tenha sido confirmado pelos tribunais, jornalistas até hoje insistem na maciota. É irônico que o imaginário de malas de dinheiro de Bolsonaro seja inspirado nas célebres malas de dinheiro do PT, como no Mensalão, escândalo dos aloprados, casa do Geddel etc.

8. Bolsonaro iria acabar com o SUS, o salário mínimo e o Auxílio Brasil
Ao contrário do que se pensa, o Nordeste votou muito mais em Bolsonaro do que em qualquer adversário do PT. Era preciso fazer algo para conter o avanço. A propaganda do PT mirou os nordestinos, principalmente nas últimas semanas. Sem nenhuma base na realidade, simplesmente macetavam no rádio, dia e noite, que Bolsonaro “iria acabar com o SUS”. Nenhum pedido da campanha do presidente para evitar a mentira foi aceito — enquanto toda fala ou foto real de Lula eram proibidos de ser veiculados pela campanha de Bolsonaro.

O que a esquerda hoje chama de “intelectuais” divulgavam a fake news sem nenhuma preocupação com a lei.

Fizeram o mesmo com o salário mínimo. Não importou que Paulo Guedes viesse a público explicar que isso nunca fora aventado, apresentar planos, inclusive mostrar a proposta de salário mínimo a R$ 1,4 mil no último debate: a propaganda petista repetia a desinformação, livre, leve e solta — e sem ter sido cassada pelo TSE.

9. Bolsonaro “confessa” pedofilia
Uma das últimas cartadas desesperadas da campanha petista, e mais uma vez seguindo o modus operandi de retirar falas de contexto, foi acusar Bolsonaro de “pedofilia”. Tudo pela sua mania de usar a expressão “pintar um clima” como metáfora para qualquer coisa. 
Em entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro denunciava justamente a situação degradante de venezuelanas que fugiam do regime socialista de Maduro, um dos aliados de Lula. Sendo muito novas e “bonitinhas”, arrumavam-se cedo, o que lhe levantou suspeita. Usando a expressão “pintou um clima” (que usou em outro contexto nada sexual na mesma entrevista, tal como falando sobre Tarcísio), disse que seria uma boa oportunidade de filmar a situação delas.

A filmagem foi feita com a equipe da CNN Brasil. Os vídeos mostrando como Bolsonaro entrou em suas casas com equipe já estavam nas redes no mesmo momento. As filmagens foram ignoradas pelo consórcio da mídia e pela militância, que dificilmente não teve acesso a elas: apenas preferiram manipular o resultado eleitoral e a democracia.

Até capas de revista foram feitas apenas com a frase. Como se Bolsonaro fosse “confessar” ser um pedófilo para todos verem. E como se o vídeo da filmagem não existisse – e não demonstrasse apenas um político preocupado com refugiadas venezuelanas. O que não parece ser muito bem o caso de Lula.

10. O “Orçamento secreto”, que é “pior do que o Petrolão”
É difícil contar a quantidade de vezes em que Lula e outros petistas foram refutados com a patacoada do dito “Orçamento secreto”. Que não é exatamente secreto, não foi criado por Bolsonaro, retirou poderes do Executivo sobre o Orçamento e é usado por pelo menos 11 petistas. Entre eles, os senadores Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES), atuantes na CPI do Circo, além do líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG).

“Orçamento secreto” foi como a mídia chamou as emendas de relator, que tiram o Orçamento das mãos do Executivo e transferem aos caciques do Legislativo sem muita transparência. Logo que Lula venceu a eleição com tantas fake news, o consórcio da mídia, sem corar, já passou a chamá-lo de “emendas de relator”.

Curiosamente, o próprio André Janones dizia não existir “Orçamento secreto”, além de garantir que “no governo Lula era uma roubalheira, e só a bandidagem do PT que tinha isso”. Janones disse ainda que não se vende “para a quadrilha do PT” antes de notar como poderia manipular o Estado Democrático de Direito e a democracia com a logorreia… e trabalhar para a citada “quadrilha do PT”, que teria “aparelhado a máquina pública por 16 anos” para se manter no poder.

Menção honrosa final
E não poderíamos deixar de citar um tuíte muito “civilizado” da Barbara Gancia, que só não é “fake news” por não ser “news”. Nele, a jornalista afirma que, quando a filha de Bolsonaro se arruma, ela parece uma… Bem, é melhor conferir a classe do seu post:

Isto, é claro, noves fora a censura ao outro lado, com canais de rádio e TV sendo censurados, proibidos de usar as palavras “ladrão, ex-presidiário, descondenado e amigo de ditadores”. Sendo obrigadas a soltar a fake news de que Lula seria “inocente”. Sendo proibido de mostrar as ligações de Lula com o ditador Ortega, e de mostrar que Lula se declarou a favor do aborto ainda em 2022, de mostrar imagens da ONU, de mostrar imagens no funeral da rainha Elizabeth II.

Também foi proibido de mostrar a fala do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (!) e do Tribunal Superior Eleitoral (!!) Marco Aurélio Mello sobre Lula nunca ter sido inocentado. E houve a censura prévia ao documentário Quem Mandou Matar Bolsonaro?, da Brasil Paralelo. (Censura prévia só não é inédita porque era praticada durante a ditadura militar). Proibido de mostrar a fala de Lula agradecendo a natureza por ter criado a covid. Proibido de mostrar fotos (!!!) de Lula com o boné CPX enquanto agências de checagem afirmam erroneamente que CPX não significa “cupincha”.

boné CPX de lula
O ex-presidente Lula, durante caminhada no Complexo do Alemão, 
com boné polêmico que teria relação com o trafico – 12/10/2022 - 
 Foto: Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo

Foi proibido também de dizer que o PT foi contra o Auxílio Brasil. Proibido de dizer que Lula foi campeão de votos em presídios. Proibido de exibir o áudio de Marcola sugerindo voto no Lula. Proibido até de adesivar carros ou fazer desconto de 22%…

Ah, claro, e teve o senador Randolfe Rodrigues mandando a militância desrespeitar ordem do TSE. O que, pelos termos atuais, é crime contra a democracia, ato antidemocrático e enseja prisão, busca e apreensão, quebras de sigilo e, claro, cassação da chapa e impugnação da candidatura. Lembrando que nunca foi feito pelo outro lado, que obedeceu a lei.

Leia também “A origem da ilegalidade”

Flavio Morgenstern, colunista - Revista Oeste