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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Não basta comemorar o 8 de janeiro; é preciso manter o estado de exceção no Brasil - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

As autoridades constituídas e a esquerda nacional tiveram, enfim, a comemoração que tanto queriam. Nem todas as autoridades, é claro. Algumas, como os presidentes das duas casas do Poder Legislativo, vão a esses comícios a portas fechadas do consórcio Lula-STF apenas para não despertar a ira do regime – e não porque acreditem no teatro oficial. 
Há um ano o governo Lula e o Supremo vêm mantendo a ficção de que houve uma tentativa de “golpe de Estado” no dia 8 de janeiro de 2022 em Brasília.

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Não conseguiram, em um ano inteiro de investigações e com o apoio de milhões de reais em despesas, apresentar uma única prova, nem uma que fosse, de que houve qualquer coisa sequer parecida com um golpe. Mais ainda, ao longo de todo o primeiro ano do governo Lula-3, não se registrou nenhum ato, nem um que fosse, contra a “democracia” – que segundo eles dizem, todos os dias, está sob ameaças fatais da “direita”. Por isso mesmo fizeram questão de comemorar o “dia 8 de janeiro” como uma data nacional. Já que não têm os fatos, ficam com a encenação.

Para defender a “democracia” ameaçada de morte, dizem eles, é preciso submeter o país a uma situação de repressão permanente.

A sociedade Lula-STF acha que a transformação artificial do “dia 8” num novo Sete de Setembro é uma operação multiuso. 
Serve, em primeiro lugar, para esconder as mentiras em série que dão suporte para a versão do governo. 
O caso todo, na verdade, fica mais escuro a cada dia que passa – mais escuro e mais suspeito.
 
Há dúvidas objetivas e graves sofre fatos que o STF, que assumiu funções de delegacia de polícia e de vara criminal para tratar do episódio, não consegue explicar. 
Após um ano de barulho, de repressão e de histeria, os responsáveis pela investigação e pelo processo simplesmente não deram até agora nenhuma informação sobre a presença de infiltrados no quebra-quebra – gente que não tinha nada a ver com os movimentos de protesto anti-Lula e apareceu no momento só para vandalizar. 
Há as imagens que foram apagadas pela “empresa privada” que cuida das câmeras de segurança do Ministério da Justiça. 
Há a omissão inexplicável das autoridades do governo Lula, que embora avisadas com dois dias de antecedência sobre a possibilidade de distúrbios, não tomaram providência nenhuma.
 
A transformação do 8 de janeiro em dia santo para a junta de governo Lula-STF também pretende eliminar as críticas sobre as maciças ilegalidades da repressão aos acusados de terem participado do quebra-quebra – algo sem precedentes na história do poder Judiciário brasileiro. 
Dezenas de advogados que defendem os réus denunciam há meses o cerceamento, ou até a eliminação, do direito de defesa dos seus clientes – incluindo coisas grosseiras como a supressão da sustentação oral.
 
Os réus são julgados em lotes. 
Jamais se fez a individualização de conduta dos acusados. 
O STF se deu ao direito de condenar pessoas sem nenhuma prova de que tenham destruído alguma coisa – são culpadas, segundo os ministros, por “crime de multidão”
Os acusados estão sendo condenados a até 17 anos de prisão por cometerem, ao mesmo tempo, os crimes de “golpe de Estado” e de “abolição violenta do Estado de Direito”.  
São condenados por “associação armada”, embora não se tenha descoberto até hoje uma única arma em nada do que aconteceu.
Pior que tudo, a invenção oficial do "golpe ” tem dado desculpas para o STF e o governo criarem um regime de exceção no Brasil – para defender a “democracia” ameaçada de morte, dizem eles, é preciso submeter o país a uma situação de repressão permanente. 
 
A verdade é que o governo Lula passou todo o seu primeiro ano utilizando os processos do “dia 8”, e os inquéritos perpétuos do ministro Alexandre de Moraes sobre “atos antidemocráticos”, para pressionar adversários e ganhar vantagens políticas. 
Ainda agora, no mesmo dia do primeiro aniversário do “golpe”, a Polícia Federal foi jogada pelo STF em mais um frenesi de buscas e apreensõesdesta vez, contra suspeitos de “financiarem os atos golpistas”, um deles com ordem de prisão e todos os outros com os seus nomes mantidos em sigilo
O “dia 8”, como se vê, não acaba mais. 
Não basta comemorar. 
Tem de manter vivo e operante o estado policial que criaram no Brasil.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

sábado, 9 de setembro de 2023

Sete de Setembro sem povo e nem verde e amarelo é o projeto de Lula para o país - J. R. Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo 

O projeto mais ambicioso do governo Lula – além, é claro, da utilização permanente da máquina pública para atender os interesses privados das castas que se penduram nele é construir um Brasil sem povo. 
 O assalto permanente ao Erário, por meios formalmente legais, ou por outros meios, é traço genético do PT e da esquerda nacional. Não sabem, simplesmente, viver de outro jeito.

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É por isso, e só por isso, que não param de exigir um “Estado Forte” e de cofre cada vez mais cheio.  
Já a ideia de criar um Brasil só para quem manda, e com uma população destinada unicamente a trabalhar para o sustento, conforto e prosperidade do ecossistema estatal, é coisa da atual encarnação de Lula.
 
    Na comemoração este ano foi tudo maravilhosamente “democrático”, segundo a propaganda oficial. 
Em compensação, não havia povo.

A demonstração mais recente deste “projeto de país”, como eles dizem, foi o desfile do Sete de Setembro em Brasília. 
 No ano passado, a Esplanada dos Ministérios recebeu possivelmente a maior concentração de povo em toda a sua história. O governo não teve nada a ver com isso; a manifestação foi espontânea.
 
Nas capitais e outras cidades multidões também foram à rua, de verde amarelo e por sua livre e espontânea. 
Foi tanta gente, na verdade, que o consórcio Lula-TSE proibiu que as imagens fossem mostradas no programa eleitoral do ex-presidente; eram, segundo essa decisão, um “ato antidemocrático”
A maioria da mídia escondeu o que tinha acontecido. 
O ministro Luís Roberto Barroso disse que as multidões presentes na praça pública serviam para medir “o tamanho do fascismo no Brasil”. Na comemoração este ano foi tudo maravilhosamente “democrático”, segundo a propaganda oficial. Em compensação, não havia povo.

    De mais a mais, quem está disposto a colocar camiseta amarela e sair à rua com a bandeira do Brasil?

Para Lula, o PT e seu sistema esse é o Brasil ideal. No palanque das autoridades, no desfile de Brasília, se amontoaram 250 autoridades. Havia general, almirante e brigadeiro. 
O verde e amarelo das cores nacionais, que hoje é equiparado pela associação Lula-STF aos símbolos do fascismo, foi escanteado em favor do vermelho. 
Para compensar as duas ministras que já foram demitidas nestes primeiros oito meses de governo, os gerentes de marketing do Planalto fizeram Lula aparecer espremido no meio de uma penca de mulheres.
 
Povo, que é bom, não havia nada remotamente comparável ao oceano de gente que estava no mesmo lugar no ano passado. 
Desta vez, ao contrário, as pessoas tiveram de se cadastrar previamente na internet e mostrar QR Code para ir ao desfile. Tiveram de passar por barreiras de ferro, detector de metais e revistas de mochilas e de bolsas. 
Foram fichadas pelo GSI. 
E nas outras cidades? A população não apareceu.
 
Foi uma manifestação em que só houve, mesmo, a presença do Estado.  
Funcionários do governo federal foram pressionados a comparecer. O Banco do Brasil distribuiu bonés. 
A mídia não anunciou casos de mortadela, mas tudo ficou uma cópia de um desses eventos do PT em ambiente controlado;  
- havia militares, mas apenas como elemento de exibição para a plateia. 
De mais a mais, quem está disposto a colocar camiseta amarela e sair à rua com a bandeira do Brasil?
 
A Polícia Federal do ministro Dino pode aparecer na sua casa às 6 horas da manhã. O STF pode enfiar você no inquérito perpétuo contra os “atos antidemocráticos”. 
É mais prudente ficar com a segurança de uma camisa vermelha. 
É a cor que a mulher do presidente usa na data da independência nacional
É a cor que ficou obrigatória nas peças de propaganda o governo Lula. 
É a cor de um Brasil feito só de autoridades.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A estridência do silêncio - Augusto Nunes

Revista Oeste

Sem sair de casa, o Brasil decente mostrou no Sete de Setembro que a rua lhe pertence

  

  Janja e Lula durante o desfile de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF, 7/9/2023) | Foto: Ricardo Stuckert / PR [está faltando alguma coisa ??? lembramos: FALTA O POVO]
 

Em 1982, o presidente João Figueiredo anunciou a criação de um Ministério Extraordinário para Assuntos Fundiários e instalou o general Danilo Venturini na sala no terceiro andar do Palácio do Planalto reservada ao chefe desse filhote de mamute administrativo. 
Intrigado, o ex-presidente Ernesto Geisel quis saber de um jornalista com quem conversava frequentemente quais seriam as atribuições do novo ministro. Ouviu em resposta que Figueiredo, por gostar de aconselhar-se com Venturini em momentos especialmente complicados, resolveu ter o consultor preferido a poucos metros de distância. “Entendi”, disse Geisel. “O Venturini vai assumir a chefia do Ministério para Ficar Perto de Mim.” Perfeito. Ir direto ao ponto é isso aí. 

 

 
7 de setembro de 2022, o maior da história! Nós nunca desistiremos do Brasil! 
 
 
O consórcio da imprensa conseguiu enxergar uma “reforma ministerial” nos arranjos concebidos por Lula e Arthur Lira para convencer parlamentares do centrão a aprovar sem favores adicionais projetos fabricados pelo governo. Quem vê as coisas são entendeu que, com a substituição da ex-jogadora de vôlei Ana Moser pelo deputado André Fufuca, recordista maranhense na modalidade não olímpica salto sobre o Orçamento, o nome certo do Ministério do Esporte seria Ministério para Alugar o PP. 
 
O Ministério de Portos e Aeroportos saiu das mãos de Márcio França e agora é chefiado pelo deputado Sílvio Costa Filho, especialista em pousos e decolagens nas imediações de cofres públicos, certo? Por que não rebatizar essa fatia do bolo federal de Ministério para Arrendar Republicanos?

Na live deste 3 de setembro, Lula avisou que estava em trabalho de parto o caçula do primeiro escalão. “Vamos criar o ministério da pequena e média empresa, das cooperativas e dos empreendedores individuais, para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade”, explicou o palanque ambulante

Dois dias depois, nasceu o Ministério do Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa. Podem chamá-lo de Ministério para Amansar o PSB que ele atende. O 38º galho do mais frondoso primeiro escalão da história estava desde janeiro no quintal do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, comandado pelo tucano convertido em socialista Geraldo Alckmin. Foi podado e mudou de árvore para que nele se pendurasse o companheiro despejado da gerência de portos e aeroportos. Márcio França disse a Lula que só não se sentirá rebaixado se o novo ministério for vitaminado pela incorporação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e alguma diretoria com microcrédito do BNDES. O presidente ficou de pensar.

Cretinice é desdenhar do povo, ensinaram no Sete de Setembro as ruas desertas, o desaparecimento dos brasileiros agredidos pela ignorância arrogante e, sobretudo, o estridente silêncio nacional

Em democracias adultas, políticos profissionais aprendem ainda no berçário que governar é escolher. Escolher prioridades, escolher caminhos, sobretudo escolher pessoas. 
Bons governantes recorrem aos critérios da meritocracia para alojar nos lugares certos o homem certo ou a mulher certa. 
Nestes trêfegos trópicos, um estadista de galinheiro transformou o primeiro escalão num balaio em que se amontoam companheiros desempregados pelas urnas, a irmã de Marielle Franco cujo currículo tem como único item ser irmã da vereadora assassinada, um zero com louvor em economia no comando do Ministério da Economia, uma ex-adversária que se dispensa de planejar o que fará porque o futuro a Deus pertence, um caso de polícia que ao ser nomeado já era menor que a própria capivara, um comunista que precisou de poucos meses no Ministério da Justiça e da Segurança Pública para virar Rei Momo do Carnaval no Clube do Cafajestes, perfeitas cavalgaduras e assombrosas nulidades, fora o resto.
 
Mas as coisas nunca estiveram tão bem, jurou o presidente no pronunciamento transmitido para todo o país na noite de 6 de setembro. 
O Brasil Maravilha de Lula só não chegou à perfeição porque teve de dedicar muitos dias ao esforço de restaurar o respeito do mundo inteiro pela nação que voltou a presidir. 
Faltou-lhe tempo para prender Jair Bolsonaro, ferrar Sergio Moro com a cassação do mandato de senador, induzir o Supremo a adotar o voto secreto e cuidar de meia dúzia de relevantes miudezas
Fora isso, Lula só vê motivos para festas. O PIB cresceu, a inflação caiu, os pobres regressaram à classe média, o desemprego está perto de zero, sobra comida para todos, os inadimplentes pagaram o que deviam, foi restabelecida a harmonia entre os Três Poderes e a praga do golpismo foi erradicada pelo Judiciário, e o casamento com Janja esbanja solidez. 
Pelo que disse o único deus da seita, se melhorar, estraga. 
 
A discurseira reiterou que, aos olhos do poderoso patife, o Brasil é habitado por um vasto aglomerado de idiotas. 
Cretinice é desdenhar do povo, ensinaram no Sete de Setembro as ruas desertas, o desaparecimento dos brasileiros agredidos pela ignorância arrogante e, sobretudo, o estridente silêncio nacional. 
 Até os napoleões de hospício entenderam o recado: o Brasil decente não comemora o Dia da Independência sob um governo infestado de liberticidas. 
Não houve plateia nos festejos organizados por quem sonha com o assassinato das liberdades democráticas.  
Nem haverá, avisam os vídeos que eternizaram o mais constrangedor momento do Sete de Setembro em Brasília: de pé no carro presidencial, o primeiro casal acena para ninguém.

Milhões de brasileiros ficaram longe da festa porque quiseram. Sem sair de casa, o país que presta mostrou que as ruas, praças e avenidas lhe pertencem.

Leia também O promotor deveria ter ouvido o juiz”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A ditadura do judiciário elegeu Lula - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES   

Após uma eleição sem precedentes na história desse país, com o TSE na função de elemento mais importante do processo, em vez de ser apenas o seu organizador, o ex-presidente Lula foi declarado vencedor pelas autoridades, com cerca de 1% de vantagem; 
aparentemente a maioria do eleitorado achou que a melhor solução para os problemas do Brasil, neste momento, é colocar na presidência da República um político condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É a primeira vez que uma coisa dessas acontece.  
É, também, a primeira vez que o alto judiciário deu a si próprio, sem autorização do Congresso ou de qualquer lei em vigor no país, poderes de exceção para mandar do começo ao fim o processo eleitoral. É a primeira vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que ganhou, justamente ele.

Foto: EFE

A questão não é definir se Lula, ou Bolsonaro, são bons ou maus para o Brasil, se a eleição foi justa ou se os brasileiros tomaram a decisão mais certa. Eleição não é um concurso para escolher o melhor, nem uma questão de justiça ou um teste de inteligência. Trata-se, exclusivamente, de um sistema para a população adulta dizer quem deve governar o país. Mas aí é que está o problema central com as eleições presidenciais de 2022 – quem tem de escolher é o eleitorado, e não o TSE. Não foi o que aconteceu. Antes mesmo da campanha começar, o complexo STF-TSE decidiu que cabia a ele nomear quem era o melhor para o país; está fazendo isso, na verdade, desde o primeiro dia do atual governo. 
O presidente Jair Bolsonaro, no seu entender, não poderia ser reeleito, em nenhuma hipótese; isso seria a destruição da “democracia”, e não se pode permitir que a democracia seja destruída, não é mesmo? Para salvar a “democracia”, então, os ministros se sentiram autorizados a violar a Constituição, as leis brasileiras e os direitos dos cidadãos
É esta a história das eleições que acabam de ser decididas. Lula foi eleito, num ambiente de ditadura – uma ditadura do judiciário.

    É a primeira vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que ganhou, justamente ele.

A Gazeta do Povo esteve sob censura, assim como outros órgãos de imprensa. É absolutamente ilegal: em que lei está escrito que o TSE pode exercer poderes de censor? Não pode; ninguém pode.  
Também não pode manter aberto um inquérito criminal perpétuo para perseguir quem o ministro Alexandre de Moraes decreta que é inimigo da “democracia”. Não pode decidir quase o tempo todo a favor de um candidato, e quase o tempo todo contra o outro. Não pode definir o que é “falso” e o que é “verdade” - e nem proibir a divulgação de fatos verdadeiros contra o candidato da sua preferência, com a alegação de eles levam “a conclusões erradas”. 
Não pode impedir que as pessoas se manifestem, sem cometer crime algum, pelas redes sociais. Que raio de “eleição livre” é essa, quando a polícia pode invadir a sua casa às 6 horas da manhã por que o ministro Moraes, com base numa notícia de jornal, decidiu perseguir empresários que apoiam o presidente da República? 
Qual é a liberdade de expressão de uma campanha eleitoral em que é proibido mostrar imagens de eventos notoriamente públicos, como foram as manifestações em favor do presidente no dia Sete de Setembro ou um vídeo em que um ex-ministro do próprio STF explica, juridicamente, por que Lula não foi absolvido de crime nenhum na justiça brasileira?

Todos esses fatos, e mais dezenas de outros, foram empurrados para debaixo do tapete, sempre com a mesma desculpa cívica – OK, a lei pode não ter sido respeitada nesses casos, mas não se pode ficar falando em lei etc. etc. etc. quando “a democracia” está em jogo – e para a dupla STF-TSE, mais as forças que estão a seu lado, ameaça à democracia é a possibilidade do candidato adversário ganhar a eleição. Nesse caso, a “democracia” tem de ficar acima de qualquer outra consideração; sim, estamos violando a lei e tirando do eleitorado o direito soberano de decidir quem vai presidir o Brasil, mas isso é para o ”bem”, o interesse de “todos” e a felicidade geral da nação.  

Nunca sai nada de bom desse tipo de coisa.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Moraes, STF e ‘juízes eleitorais’ não conseguirão mais tirar de Bolsonaro a bandeira verde e amarela - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O que se viu nas ruas no Sete de Setembro: a bandeira brasileira, definitivamente, passou a ser o grande símbolo do candidato à reeleição – nas costas das pessoas, nas janelas dos prédios, nos vidros dos carros

As ruas falaram, mais uma vez, e sua voz esteve mais forte do que nunca. Multidões se manifestaram, em cidades de todo o País, com um recado óbvio neste dia Sete de Setembro: querem a reeleição do presidente da República nas eleições de outubro
A festa foi da independência, e dos 200 anos de independência do Brasil, mas nunca houve dúvida nenhuma a respeito de que lado está a massa verde-amarela que lotou as principais avenidas e praças brasileiras, numa das maiores manifestações públicas que já se viu em tempo recente. 
Foi um ato político, e a massa declarou que está do lado de Jair Bolsonaro (PL) - por mais incômodo que seja admitir isso
É o exato contrário do que dizem as pesquisas de intenção de voto. 
É o contrário da “Carta aos Brasileiros” do dia “11 de agosto”
É o contrário do que querem as classes intelectuais, a mídia e o STF – ou o seu “tribunal” eleitoral, que faz os mais extraordinários esforços para ganhar a eleição no horário de propaganda política, na repressão às redes sociais e no controle do material de campanha. 
Proíbe o máximo que pode nas ações do candidato que declararam inimigo; permite o máximo que pode nas ações dos seus adversários.

Manifestação de rua é uma coisa. Urna no dia da eleição é outra. Não há, necessariamente, uma relação de causa e efeito entre as duas coisas – o resultado das eleições de outubro será o que for decidido por 156 milhões de eleitores brasileiros com o seu voto, daqui a vinte das. 

Mas é perfeitamente inútil fingir que não aconteceu nada neste dia Sete de Setembro – ou vir com teorias negacionistas para esconder que o único beneficiário das demonstrações que levaram a massa para a rua é o presidente da República, e não os seus adversários. 
Foi inútil, da mesma forma, a campanha de terror dos últimos dias, prevendo ou garantindo que os “bolsonaristas” iriam provocar todo o tipo de violência na rua; 
- era muito mais seguro ficar em casa, mesmo porque, segundo a campanha, quem fosse às manifestações poderia estar violando alguma lei do ministro Alexandre Moraes, ou coisa parecida.
 
Não pegou, também, a espantosa ideia de que comemorar o Sete de Setembro seria um ato “antidemocrático”. 
No fim, centenas de milhares de pessoas foram para a praça pública no Brasil inteiro e não se quebrou uma única vidraça, nem se jogou uma única pedra ou se tocou fogo em nada. 
Para que serviu a palhaçada de colocar atiradores de elite em volta da Praça dos Três Poderes, em Brasília? 
Do que adiantou cercar o prédio do STF com um aparato de segurança ridículo, como se fosse uma casamata sitiada por tropa inimiga? [PARABÉNS ao Guzzo pela brilhante classificação do aparato de segurança colocado cercando o prédio do STF - ridículo é um dos adjetivos mais generosos usados = voz corrente é que o projetista do aparato deve ter se baseado em livros da Primeira Guerra Mundial.]
De que adiantaram as ameaças e as análises dos “cientistas políticos”?

Tanto quanto a massa que esteve presente no Sete de Setembro, chama a atenção os que estiveram ausentes. 
Onde estava o candidato que as pesquisas até outro dia davam como eleito com 150% dos votos? 
Por que ele nunca aparece quando a população vai para a rua? 
Porque fica trancado com as suas plateias de intelectuais, sindicalistas e empresários de esquerda, cercado de seguranças e com ingresso controlado? 
Como se explica que o candidato que se apresenta e é apresentado como o candidato do povo se esconde no dia em que se comemoram os 200 anos de independência do seu próprio País? 
O fato é que Lula, o PT e as forças que o apoiam cometeram o erro trágico de abandonarem para Bolsonaro e a “direita”, de graça, a bandeira do Brasil, as datas nacionais, os símbolos da pátria, o verde e amarelo. 
O resultado é o que se viu nas ruas no Sete de Setembro: a bandeira brasileira, definitivamente, passou a ser o grande símbolo de um dos candidatos – nas costas das pessoas, nas janelas dos prédios, nos vidros dos carros.
 
Não há como, agora, parar com isso. O TSE do ministro Moraes, num momento especialmente insano, quis proibir o governo de divulgar qualquer material sobre a comemoração da independência; depois voltou atrás e permitiu, mas não deixou que ficassem menções à “proteção das nossas famílias” e à “construção de um Brasil melhor”. 
Não surpreende – essa é a imparcialidade do TSE, e vai continuar assim, numa tentativa cada vez mais desesperada para ganhar a eleição na base de despachos judiciais.  
 
O que Moraes, o STF e todos os “juízes eleitorais” não conseguirão mais fazer é tirar de Bolsonaro a bandeira e as cores verde e amarela; passaram a funcionar como o seu cartaz de campanha, ou como uma declaração de voto. 
Teriam, para tirar essa vantagem eleitoral do presidente da República, de declarar “antidemocrático” e, portanto, ilegal e sujeito à inquérito criminal, o uso em público dos símbolos nacionais. 
Se pudessem, fariam isso, sem dúvida. 
O problema é que não sabem se podem. [FATO: nas eleições passadas foi permitido que o eleitor adentrasse à cabine eleitoral com camiseta contendo propaganda eleitoral de candidato; da mesma forma, poderiam permanecer vestindo material publicitário de candidato nas proximidades das seções eleitorais - só os mesários estavam proibidos  de vestir material publicitário de seu candidato = proibição razoável. Imagine o ministro Moraes mandar prender um cidadão por ter comparecido à seção eleitoral portando a Bandeira Nacional! ou vestindo roupa com algum símbolo nacional!]
 
O Sete de Setembro veio para atrapalhar mais um pouco o seu projeto de País.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O prepotente, o dissimulado e o ególatra - Revista Oeste

Augusto Nunes

A trinca formada por Alexandre de Moraes, Fachin e Barroso faz o diabo para tumultuar as eleições deste ano 

Nem aos domingos é interrompida a marcha da insensatez conduzida por três ministros do Supremo Tribunal Federal promovidos a gerentes do Tribunal Superior Eleitorale dispostos a tudo para afastar Jair Bolsonaro da disputa que pretende provar que o Brasil é capaz de realizar uma eleição presidencial de matar de inveja qualquer norueguês. Com uma entrevista publicada em 13 de fevereiro na edição dominical do Globo e o discurso de despedida da presidência do TSE, no dia 17, Luís Roberto Barroso começou e encerrou a etapa desta semana como líder absoluto. [Barroso não conseguiu esquecer o presidente Bolsonaro em suas falas, nem quando o capitão  estava a milhares de quilômetros do Brasil, curtindo a hospitalidade dos seus anfitriões, Putin e a de Viktor Órban, primeiro-ministro da Hungria e líder da ultradireita  e sem lembrar da existência do TSE,  das urnas eletrônicas e do establishment que tenta infernizar o Governo do capitão.]

Os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
 
Entre um palavrório e outro, manteve-se à frente do sucessor no cargo, Edson Fachin, e do agora vice-presidente Alexandre de Moraes. Os três fizeram bonito no esforço para confundir e perturbar o país. 
Barroso mostrou que não é fácil superar alguém que acredita na inocência de terroristas e na pureza de João de Deus. 
Moraes confirmou que vai longe. 
E Fachin deixou claro que merece o posto: ele também acha que o sistema eleitoral brasileiro, adotado por outros dois países [Bangladesh e Butão], é o melhor do planeta.

A entrevista de Barroso foi um desfile de declarações à caça da manchete espetaculosa. “Vivemos um momento triste em que se misturam o ódio, a mentira, as teorias conspiratórias, o anticientificismo, as limitações cognitivas e a baixa civilidade”, caprichou na largada. (Sem citar o nome do seu Grande Satã particular, qualificou Bolsonaro de “burro” e “selvagem”.) Em outro trecho, jurou que há cinco meses o Brasil se livrou de um golpe de Estado. Por muito pouco, e porque o tiro disparado por nostálgicos da ditadura militar saiu pela culatra. “O Sete de Setembro foi o sepultamento do golpe”, ensinou o mestre. “Compareceram menos de dez por cento do que se esperava. Quer dizer: a extrema direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava. As polícias militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação.”  Segundo o declarante, todos os participantes da manifestação exemplarmente pacífica eram perigosos extremistas de direita. Não havia na Avenida Paulista, aos olhos do gênio da raça, portanto, um único democrata entre mais de 300 mil brasileiros de diferentes idades e classes socioeconômicas. Todos queriam ressuscitar à bala o governo militar. Isso só seria possível, nos cálculos do doutor em multidão, se os organizadores reunissem 3 milhões de radicais numa avenida onde não cabem mais de 620 mil viventes.

Moraes já inventou o flagrante perpétuo, instituiu a revogação temporária da imunidade parlamentar e ressuscitou no Brasil a figura do preso político

No dia 15, Alexandre de Moraes resolveu reduzir a distância que o separava de Barroso na busca do troféu reservado ao maior dos insensatos. Há quatro meses, o mais truculento dos ministros prendeu o líder dos caminhoneiros Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, por “atos antidemocráticos”, crime que só dá na telha destelhada do Chefe da Suprema Carceragem. Há poucas semanas, ele entendeu que o preso político merecia o regime de prisão domiciliar. Nesta terça-feira, contemplou-o com a meia liberdade
Com esse invento, revogou a pena de prisão, manteve a obrigatoriedade do uso de tornozeleira e proibiu o acesso de Zé Trovão a redes sociais. 
Teoricamente em liberdade, a vítima do arbítrio tem permanecido em casa o tempo todo. 
Nem no Carnaval alguém se anima a circular pelas ruas fantasiado de preso com tornozeleira. Graças à presença do impetuoso ministro na vice-presidência do TSE, nenhum candidato estará blindado contra a criatividade alexandrina. Ele já inventou o flagrante perpétuo, instituiu a revogação temporária da imunidade parlamentar e ressuscitou no Brasil a figura do preso político. Veteranos palanqueiros que há tempos não se espantam com nada serão expostos a sustos de bom tamanho.

Moraes é o vice perfeito para o novo comandante, atesta a entrevista de Edson Fachin publicada pelo Estadão neste 16 de fevereiro. Ao anunciar com cara de paisagem, voz de comissário de bordo e dois anos de atraso que as condenações de Lula seriam anuladas porque os processos haviam tramitado na cidade errada, o carrasco da Lava Jato mostrou-se um exímio praticante da arte da dissimulação. Com uma única chicana, ele pagou com juros a dívida de gratidão com a presidente que o indicou para o STF, e demonstrou que a toga não havia melhorado a cabeça do professor de Direito que admirava Dilma Rousseff e sempre apoiou os pontapés na legalidade desferidos pelo MST. A entrevista avisa que a camuflagem se foi. A entrada em cena do Fachin de verdade completou a tropa de choque do Pretório Excelso convertido em Poder Moderador. Barroso, Moraes e Fachin não se importam com a segurança jurídica, os códigos legais e a Constituição. Sonham com a expulsão de Bolsonaro da corrida rumo ao Planalto. O que eles querem é o tumulto.

Com a mesma pose de diretor de banco aposentado exibida no dia em que guilhotinou a Lava Jato, Fachin sobrevoou a estratosfera já na terceira resposta: “A Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de ataque de hackers, não apenas de atividades de criminosos, mas também de países, tal como a Rússia, que não têm legislação adequada de controle”. Como assim? Os ministros não vêm recitando de meia em meia hora que o sistema eletrônico brasileiro é inviolável?  
Quer dizer que hackers russos conseguiram desvendar o segredo do acesso às urnas? 
Em que provas ou indícios Fachin se amparava para constranger o presidente brasileiro em visita oficial à Rússia? “Os dados que nós temos dizem respeito a um conjunto de informações que estão disponíveis em vários relatórios internacionais”, desconversou a sumidade em crimes cibernéticos. “Eles mostram que 58% dos ciberataques têm origem na Rússia.” O arrojo de Fachin parece ter preocupado o líder da marcha, que intensificou a velocidade no dia seguinte ao discursar em outra despedida.

De volta aos barulhos de setembro, Barroso espancou impiedosamente a verdade. “As afrontas à democracia, garantiu, incluíram “o desfile de tanques de guerra na Praça dos Três Poderes, com claros propósitos intimidatórios, e a ordem para que caças da Força Aérea Brasileira sobrevoassem a mesma praça, com a finalidade de quebrar as vidraças do STF, em ameaça a seus integrantes.”  
Se nenhuma vidraça foi sequer arranhada, se ninguém viu caças voando a poucos metros do solo, se nem mesmo o PT ousou encampar o besteirol, em que se baseava o orador para formular uma acusação de tal magnitude? 
Na história que lhe contara Raul Jungmann, ex-deputado federal e ex-ministro da Defesa. Jungmann tem tanto acesso a informações de tal calibre quanto o caçula dos porteiros do Palácio do Planalto.  
Mas os limites estabelecidos por lei são invisíveis aos olhos do trio que juntou um dissimulado, um prepotente e um ególatra.

Para o jurista Dircêo Torrecilas Ramos, os três atropelaram a Lei que trata do impeachment de ministros do Supremo. O parágrafo 3º do artigo 39 veda a integrantes do STF a prática de atividade político-partidária e exige que sejam imparciais. O parágrafo 5º os obriga a desempenhar suas funções com honra, dignidade e decoro. “As mais recentes declarações demonstram que Barroso e Fachin interferem indiretamente no processo eleitoral ao manifestar-se contra o presidente que é candidato à reeleição”, diz Torrecilas. “Barroso também se refere com palavras ofensivas ao chefe de outro Poder”. Alexandre de Moraes pode ser enquadrado no artigo 9º: “Decretar medida de privação de liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais”. Moraes também violou o inciso I do artigo 1º da Lei de Abuso de Autoridade, que pune “condutas praticadas pelo agente com a finalidade de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”. Leis não faltam. O que falta ao Senado, encarregado de julgar integrantes do STF, é altivez. Ou vergonha. Livres de vigilância, Barroso, Fachin e Moraes estarão à vontade para reinar no mundo das urnas.

Sobram semelhanças entre eles. Todos amam o som da própria voz. A cada ponto, ou a cada vírgula, têm de conter a ânsia de ovacionar o próprio falatório. Por se acharem oniscientes, onipresentes e onipotentes, veem na sua passagem pela Terra um favor que fazem ao restante dos humanos. 
Com a segurança de semideuses, deliberam sobre rigorosamente tudo — da demarcação de terras indígenas à metodologia de combate a pandemias, da premiação do verdadeiro vencedor do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1987 ao destino de imóveis pertencentes à família real. Não é de espantar que a sorte das eleições seja confiada a uma trinca que chegou lá com um único voto — o do presidente da República —, enxerga no povo um bando de iletrados e nunca administrou sequer a escolha de um síndico. O tumulto tem boas chances de ser vitorioso.

Leia também “A bandidagem derrota os xerifes”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Bolsonaro quer dobrar a espinha da Justiça - IstoÉ


Depois de ter instrumentalizado os órgãos de investigação e controle, como a PF, Coaf, Receita e PGR, entre outros, agora Bolsonaro resolveu cooptar a Justiça, interferindo em outro Poder, o que é inconstitucional e ilegal. O capitão quer domar o Poder Judiciário
 
O primeiro passo nesse sentido será o de, no início do ano que vem, nomear 75 novos desembargadores para os Tribunais Regionais Federais (TRFs) espalhados pelo País, dos quais 18 novos magistrados vão compor o TRF-6, em Minas Gerais, recém criado pela Câmara. De 139 desembargadores, o Brasil passará a contar com 214 novos juízes nesses tribunais. E, como sempre, o rei das rachadinhas, Flávio Bolsonaro, é o articulador desse movimento, escolhendo nomes e os indicando para o pai, que, sem pudor algum, vai fazer as nomeações de acordo com os interesses dos filhos e dos amigos. Este é um governo familiar e de compadrios
 
Mas, Bolsonaro não se satisfará com a indicação apenas dos juízos nos tribunais federais. Ele já traçou uma estratégia para tentar ter maioria no Supremo Tribunal Federal, para poder fazer todas as suas patifarias e ameaças à democracia, sem ser censurado na Corte Suprema. Como atualmente já conta com um ministro no STF (Kássio Nunes Marques), ele aguarda com ansiedade que Davi Alcolumbre marque logo a sabatina de André Mendonça para ter um segundo integrante no Supremo. Para ter maioria no tribunal, ele precisa ter seis ministros. Nesse caso, conta com a reeleição no ano que vem para poder indicar outros dois ministros em 2023, para a substituição dos magistrados que se aposentarão, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Nesse caso, o capitão passaria a ter quatro nomes no tribunal.

[a matéria ora transcrita, torna obrigatório apresentar em nossa opinião, o desastre cometido na elaboração do texto. 
Vamos iniciar pela omissão, nos parece proposital, de que a criação do TRF- 6 está em processo de execução bem antes de Bolsonaro pensar em sua candidatura a presidente.  
Há mais de dez anos que a criação do TRF-6 é cogitada para desafogar o TRF-1. Assim, não há como se cogitar ser uma armação do presidente para eventual favorecimento dos seus filhos.
As nomeações de juízes são de competência do Presidente da República - atribuição conferida bem antes de Bolsonaro ser eleito presidente da República.
Acusa o presidente da prática de atos que sequer são tipificados como crimes.
Classifica  o   SETE DE SETEMBRO, data magna do Brasil, como famigerado - não cita as razões, mas tudo indica ter como causa que naquela ocasião o POVO BRASILEIRO mostrou,  de forma pacífica, que está do lado do Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO.
Acusa o presidente Bolsonaro de intenções golpistas e que foi contido pelo juiz do STF Alexandre de Moraes - ao fazer tal narrativa esquece que GOLPE não é um assunto que costume ser discutido nas esquinas ou em redes sociais, portanto, só se torna público se, e quando, ocorre. 
Tivesse em 'gestação' um golpe, se tornaria público pelos seus efeitos e como acontece em todo movimento golpista, toda a ordem legal vigente é quebrada o que impede que os poderes da República, válidos em  situação de normalidade constitucional, possam intervir.
Por favor,  deixem o Presidente    da República governar e vamos fazer o que é nosso DEVER e DIREITO:  respeitar as LEIS.]
 

Para obter a maioria dos seis votos na Corte, no entanto, o mandatário precisa cooptar mais dois ministros. E aí precisaria atrair para o seu campo os ministros que normalmente dão acolhida às suas teses, como Gilmar Mendes. O sexto nome é que não é tão fácil identificar hoje. Afinal, ministros como Alexandre de Moraes, Luiz Roberto Barroso, Luiz Fux, Edson Fachin e Cármen Lúcia têm votado sistematicamente em oposição às teses antidemocráticas do mandatário. Além desses, o ministro Dias Toffoli também tem sido um voto que contraria os interesses de Bolsonaro no Supremo. Nesse caso, nem mesmo tendo quatro ministros no tribunal o mandatário teria maioria por lá.

Certamente, porém, teria uma posição mais confortável na Corte, o que lhe permitiria fazer tentativas mais ousadas no sentido de confrontar a democracia. Movimento, que, aliás, ele tentou sem sucesso, em meados deste ano, sobretudo no famigerado Sete de Setembro. Nesse período, ele procurou dar o golpe e nem fez questão de esconder seus propósitos fascistas, mas não conseguiu levar o projeto em frente. Nesse caso, porque o ministro Alexandre de Moraes não permitiu que ele avançasse nessa ideia insana, adotando medidas duras contra os que tentaram desestabilizar a democracia. A luta dos democratas em 2022, portanto, será pela viabilização de uma frente anti-Bolsonaro para impedir que ele possa se reeleger e concretizar sua obsessão de implantar um governo autoritário, com ele, filhos e apaniguados no Poder.

Opinião - Germano Oliveira - Revista IstoÉ
 
 

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

A solução para o 'problema Bolsonaro' é a mais simples do mundo: a eleição de 2022 - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Problemas muito complicados do mundo político, frequentemente, podem ser resolvidos com soluções muito simples – e, por isso mesmo, é tão difícil resolver alguma coisa na vida pública brasileira. 

Soluções simples, em geral, atendem ao interesse da maioria, mas quem toma as decisões, sempre, é a minoria – e é essa minoria, justamente, quem ganha com a complicação. O pior tipo de problema, para as forças que influem e controlam a política nacional, é o problema resolvido; problema bom, ali, é problema em aberto, enrolado e em processo de piora. É com esse tipo de dificuldade que surgem as melhores ocasiões para se vender facilidades – e providenciar “saídas”, como se sabe, é o que realmente valoriza quem está nesse jogo.

O problema mais complicado que o Brasil tem hoje se chama Jair Bolsonaro; seus adversários não admitem, de jeito nenhum, que ele esteja na Presidência da República, basicamente por ser, em sua opinião, o pior chefe de Estado que este país já teve em toda a sua história e a pior ameaça que existe para a própria sobrevivência do Brasil. 

Bolsonaro, por sua vez, quer continuar sendo presidente, e isso é muito mais que um mero desejo. Ele acaba de levar às ruas, neste último Sete de Setembro, um mar de gente, pelo País todo – multidões maiores do que qualquer outro político brasileiro poderia sonhar em ter a seu lado na praça pública. Está nos vídeos, nas fotos e no testemunho de quem foi é perfeitamente inútil, portando, ficar arrumando teorias de que Bolsonaro se deu mal. Ao exato contrário, se deu muitíssimo bem – e é nisso que está toda a complicação.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Sete de Setembro - As maiores manifestações públicas ocorridas no Brasil desde 2016 - VOZES

J. R. Guzzo


Mobilização do Sete de Setembro em São Paulo - Foto: Fernando Bizerra/EFE

Centenas de milhares de brasileiros desceram às ruas no dia 7 de Setembro, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e ao seu governo, e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e os seus inimigos. Foram as maiores manifestações públicas ocorridas no Brasil desde que as multidões tomaram a rua em 2016, no irresistível “Fora Dilma” e “Fora a Corrupção” que mudou os rumos da vida política nacional. Foram, também, uma extraordinária demonstração de democracia e de empenho na luta pela liberdade. Não houve um único episódio de violência, nem qualquer incidente, nem uma vidraça quebrada – nem “um cadáver”, como se ameaçava na mídia e na coligação formada em defesa da prodigiosa alegação de que a população reunida na rua, livremente e em paz, era um “ato antidemocrático”.

É um fenômeno, em qualquer circunstância e em qualquer país do mundo: manifestações de massa que reúnem tanta gente, e nas quais, ao mesmo tempo, a multidão se comporta de maneira tão exemplar. 
E diante disso tudo, o fato político mais importante do ano, o que fazem as nossas altas autoridades?  
Não conseguem dizer nada, absolutamente nada, que possa ter alguma utilidade ou que mostre uma compreensão mínima do que aconteceu na sua frente. 
É uma exibição, mais uma, do eterno vício da vida pública brasileira: a sua incapacidade patológica de lidar com a ideia de que é preciso, pelo menos de vez em quando, reconhecer que existe no país algo chamado “povo”. Não apenas não reconhecem; no episódio deste Sete de Setembro não conseguiram, nem mesmo, enxergar fisicamente o que estava se passando diante dos seus próprios olhos - um mar de gente na rua, gente de carne e osso, com alma, coração e vontade própria.
 
A reação do presidente do STF, Luiz Fuxum dos funcionários do Estado com a maior obrigação de dizer alguma coisa que prestasse sobre as manifestações foi um desastre
Tudo o que conseguiu foi murmurar um amontoado de enunciados desconexos; não foi capaz de perceber que um mar de gente tinha ocupado a Avenida Paulista, a Esplanada dos Ministérios e outros pontos-símbolo da praça pública no Brasil.  
Ao invés de refletir por dois minutos sobre o espetáculo que estava acontecendo em sua volta, repetiu as ameaças de sempre contra o presidente da República. 
Bradou que ninguém vai “fechar” o Supremo, e outras tolices. [curioso é que enquanto o ilustre Guzzo faz uma classificação justa e verdadeira do que disse o presidente do Supremo, aquele jornalista, daquela TV, que apresentou no passado um jornal de grande credibilidade, junto com sua colega - ambos já processados por Bolsonaro - chamam de DURA RESPOSTA, Guzzo de forma incontestável classifica de desastre.]
 
Foi o retrato acabado de um homem que obviamente não está à altura do cargo que é pago para ocupar e das responsabilidades que vêm com ele.
 
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, justamente os que têm o dever de representar a população brasileira na máquina do Estado, disputaram entre si os papéis de nulidade número 1 e nulidade número 2.  
Nenhum dos dois admitiu, em nenhum momento, que o Brasil tem um povo e que esse povo, na forma de centenas de milhares de pessoas, ou mais, tinha tomado as ruas para fazer ouvir a sua voz. 
O presidente do Senado, na ânsia incontrolável de se aliar ao STF, à mídia e à esquerda em geral, achou que deveria falar sobre os que “não foram” às manifestações. 
Foi sugerido, também, que a população não deveria sair à rua, num feriado, para defender suas posições e exigir liberdade; deveria se preocupar com problemas realmente sérios, como a “crise de fome e de miséria”, sobre a qual ninguém tinha dito uma sílaba até as manifestações.

O único que foi capaz de reagir com palavras à altura de sua posição foi o procurador-geral da República, Augusto Aras apenas ele. “As manifestações do Sete de Setembro foram a expressão de uma sociedade plural e aberta”, disse Aras. “A voz da rua é a voz da liberdade e do povo”. Foi uma lição para os outros.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES