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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Um caminho árduo para o oxigênio chegar aos doentes no remoto Brasil - DefesaNet

Com as cobiçadas UTIs cheias, o consumo disparou o consumo de oxigênio, criando um pesadelo logístico

As palavras desesperadas de Thalita Rocha tornaram-se virais, em 14 de janeiro: “Estamos em uma situação deplorável”, disse ela em um vídeo postado no Instagram. “Quem tiver disponibilidade de oxigênio traga aqui na policlínica. Muitas pessoas estão morrendo." A sogra de Rocha, com teste positivo para coronavírus, estava internada em Manaus, a cidade isolada da Amazônia brasileira, quando o suprimento de oxigênio acabou naquele dia. Ao saber da carência, Rocha perguntou quando o hospital receberia mais oxigênio, apenas para ouvir que o Diretor não sabia.

Ela viu alguns pacientes serem ressuscitados nos corredores e outros sufocados até a morte. Ela viu médicos chorarem. Ela caiu de joelhos e orou. “Isto parecia o fim do mundo.” Nos dias 14 e 15 de janeiro, dezenas de brasileiros asfixiados enquanto as autoridades lutavam para levar mais oxigênio para Manaus. A sogra de Rocha era uma delas. “Há um colapso do sistema de saúde em Manaus. A fila para os leitos de UTI hospitalares está crescendo muito ”, disse

Com as UTIs lotadas e o alto consumo de Oxigênio o governo brasileiro inicia um esforço árduo para abastecer Manaus.
 
Ministro da Saúde do Brasil, Eduardo Pazuello, realizou uma transmissão ao vivo, em 14 de janeiro. Nos dias seguintes, o governo começou a transportar pacientes críticos para outros estados. Mas as filas para leitos de UTI hospitalares ainda são longas - há mais de 360 ??pessoas esperando. No ano passado, o consumo de oxigênio no estado do Amazonas, dobrou em 30 dias em abril, quando ocorreu a primeira onda do coronavírus. Mas, a demanda cresceu ainda mais rapidamente no mês passado, quase triplicando em duas semanas. Em meio à descoberta de uma variante do vírus no estado, o Amazonas notificou 66 mil casos em janeiro, mais de um terço do total registrado, em 2020.

Com os hospitais e UTIs lotados, o consumo de oxigênio disparou, criando um pesadelo logístico para as autoridades locais. O Brasil não é o único país com falta de oxigênio. O surto de casos de vírus corona em janeiro desafiou cidades de Lisboa à Cidade do México e Los Angeles. No Egito, os pacientes postaram vídeos de um hospital que parecia estar sem oxigênio, embora o governo negue qualquer escassez. O desafio no Amazonas é agravado pela dificuldade de acesso à sua capital, Manaus, que abriga todas as unidades de terapia intensiva do estado. A cidade de 2,2 milhões de habitantes está isolada do resto do Brasil.

As duas rodovias principais estão intransitáveis ??
por falta de manutenção (Nota DefesaNet A Rodovia BR-319 Porto Velho (RO) a Manaus está proibido de ter melhorias devido a licenças  ambientais). “Você só pode chegar aqui de barco ou de avião. Não existe outro acesso ligando a cidade ao resto do país ”, disse Marcellus Campêlo, secretário estadual de saúde. [preservam o meio ambiente - insuflados por ongueiros traidores da Pátria -  criam mais reservas indígenas, deixam brasileiros morrerem a míngua em hospitais e depois acusam Pazzuelo.]

Nas últimas semanas, o vírus começou a se espalhar rapidamente de Manaus para áreas rurais do estado, preocupando as autoridades sobre a logística de transporte para áreas remotas que só podem ser acessadas por barco. A viagem da capital dura, em alguns casos, dias. Um desafio de transporte O oxigênio é transportado em duas formas: gás, transportado em cilindros, e líquido, transportado em grandes tanques mantidos a menos 300 graus Fahrenheit

Apenas algumas aeronaves estão equipadas com o equipamento necessário para transportar oxigênio. A Força Aérea Brasileira tem usado três aviões para transportar oxigênio de outras capitais para Manaus. O avião de maior capacidade, um KC-390 Millennium, pode transportar apenas cerca de 6.000 metros cúbicos de oxigênio em cilindros ou tanques criogênicos por vez, menos de 7% do consumo diário do Amazonas. O oxigênio também está sendo embarcado para Manaus de barco. Embora isso permita embarques maiores, a viagem de Belém subindo o rio Amazonas leva pelo menos uma semana. Uma remessa de cerca de 90.000 metros cúbicos, aproximadamente o equivalente ao consumo de um dia no Amazonas, chegou a Manaus em 6 de fevereiro, várias semanas depois de deixar o estado de São Paulo.
 
O oxigênio é então transferido para veículos que podem chegar aos hospitais - um processo que leva três dias, segundo a fornecedora local White Martins. Em seguida, o tanque retorna para Belém, onde é reabastecido, e repete a viagem até Manaus. Para expandir a produção local, o governo estadual instalou 20 pequenas usinas de oxigênio em Manaus, que juntas geram cerca de 10,1 mil metros cúbicos de oxigênio por dia.

Outros 44 serão instalados na capital e nas áreas rurais do estado, segundo o governo. Uma doação de $ 300.000 do governo dos EUA será usada para construir mais fábricas de produção de oxigênio em todo o Amazonas. Embora a maioria dos hospitais em Manaus agora tenha oxigênio suficiente, muitos não têm capacidade para admitir novos pacientes.
 
Em 10 de fevereiro, as UTIs de coronavírus estavam 93,5% ocupadas, deixando os pacientes para se tratarem em casa. “Hoje recebi três ligações de pessoas que precisavam de oxigênio e não conseguiam encontrar”, disse Rocha, que se ofereceu para distribuir suprimentos pela cidade, ao The Washington Post. “A situação está longe do normal".

Avisos sobre a escassez de oxigênio , a White Martins, fornecedora local de oxigênio do governo, disse que avisou o governo sobre a escassez no dia 7 de janeiro e pediu à Força Aérea Brasileira para transportar mais oxigênio para Manaus. Em nota, a empresa informou, que também alertou o governo, em julho e setembro, que “o consumo de oxigênio fornecido ao estado não refletia mais o volume contratado”. Campêlo, o secretário estadual de saúde, reconheceu ter recebido a solicitação da empresa em 7 de janeiro, mas disseram que as autoridades não consideram, que o sistema de saúde está prestes a entrar em colapso. O presidente Jair Bolsonaro opinou. “Fizemos o que podíamos para resolver a crise”, disse ele. Mas, o Procurador-Geral da República (PGR) do Brasil, abriu uma investigação autorizada pela suprema corte sobre a resposta do governo federal e do Ministro da Saúde à crise. Ele observou que as autoridades federais não começaram a transportar oxigênio para Manaus até 12 de janeiro.

Bolsonaro negou negligência federal. Ele disse que não é “competência ou responsabilidade do governo enviar oxigênio para Manaus. ”Alex Machado Campos, diretor da agência reguladora de saúde do país, chamou a situação em Manaus de uma tragédia humana.   “É a expressão mais triste e revoltante do fracasso do governo em todos os níveis. Para Rocha, a falta de oxigênio é apenas um pequeno pedaço da crise de saúde em Manaus. “A crise do oxigênio foi a gota d'água, porque os hospitais ainda estão lotados, não tem leito de UTI, nem remédio, nem água em alguns hospitais. O problema é muito maior ”, disse ela. “Estamos lutando para sobreviver
"
 
DefesaNet - Transcrito em 16 fevereiro 2021
 
 

quarta-feira, 8 de abril de 2020

"Coronavírus já tem partido e ideologia aqui no Brasil" - Alexandre Garcia

O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo


Se você é contra Bolsonaro, não precisa ser contra a cloroquina

O coronavírus, que nem brasileiro é, já tem partido e ideologia aqui no Brasil. Como partido, por ser estrangeiro, é inconstitucional e não pode, por exemplo, ter atividade política com intenções de reeleger ou derrubar presidente nem pode, pela lei eleitoral, ter candidatos a prefeito, governador ou presidente da República. Esse estrangeiro oportunista, no entanto, está fazendo política e conseguindo matar brasileiros, empresas, empregos e renda.
Será que não percebemos que a politização e a ideologização do vírus são o que nos torna reféns desse perigo para a nossa saúde física, mental e financeira? 
E que o bate-boca ideológico só agrava a situação?  

Enquanto nos mandam cobrir nosso nariz e boca com máscara, na verdade quem se mascara para não ser reconhecido na sua personalidade política e ideológica é o corona. Superando a perplexidade do pânico que imobiliza o pensamento e a ingenuidade passiva de massa-de-manobra, é tempo de perceber que não se pode permitir que esse estrangeiro seja usado na disputa do poder. Politizar o vírus é potencializar seu poder de destruição. A manipulação a que temos sido submetidos por razões políticas é o velho truque de tirar vantagem no caos. E quem tem o caos como meta pouco está ligando para a sobrevivência dos brasileiros.

Veja uma questão óbvia. Descobriu-se que um velho conhecido remédio contra a malária é capaz de combater com êxito a Covid-19, desde que aplicado logo nos primeiros sintomas, sem sequer esperar o resultado do exame. A contraindicação é mínima, que o diga a ex-senadora Marina Silva, 62 anos, que já passou por cinco malárias. Em São Paulo, em alguns hospitais, a aplicação da hidroxicloroquina com azitromicina tem salvado vidas e recuperado rapidamente os doentes. Mas há resistências políticas, pois poderia significar uma vitória sobre o vírus e um antídoto contra o caos. O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo. [para os que defendem o caos como uma consequência aceitável para tentar derrubar o presidente Bolsonaro, pouco importa que morram muitos brasileiros.
São pessoas que não aceitaram a vitória do presidente Bolsonaro, por quase 60.000.000 de votos - eles aguardam um terceiro turno que não existe.
E o desespero,  que acaba com os limites da ética e da decência, domina os inimigos do presidente Bolsonaro - também inimigos do Brasil - quando pensam na possibilidade de sanada a pandemia, a economia reiniciando o processo de crescimento - bruscamente sustado, em todo o mundo, pela Covid - 19, Bolsonaro ser reeleito em 2022 eles se tornam disposto a tudo. E esse tudo inclui a morte de inocentes.
Tem pacientes com Covid - 19 em fase terminal, nada restando a não ser aguardar a morte, exceto se houver uma intervenção de DEUS. Pacientes em tais condições são eleitos, até mesmo por questões humanitárias, para tratamento experimental com as drogas tão criticadas.]

Já se sabe que o vírus perde força no calor e num corpo jovem e saudável. 
O nosso país tropical tem 80% de brasileiros abaixo dos 50 anos. 
São quase 170 milhões de pessoas. 
Tirando dessa faixa doentes e primeira infância, ainda temos uma população de mais de 140 milhões que está sendo paralisada. Protegendo os de saúde debilitada, poderíamos segurar as duas pontas da crise: a doença e o despencar da renda. Em ambas, estão vidas. 
Mas se associaram ao corona, os subvírus da política, do ódio, da vingança, do egoísmo, da vaidade. Se nos isolássemos disso, cedendo espaço à razão, ao método, à união, amanhã estaríamos mais fortes.

Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense




domingo, 12 de janeiro de 2020

Um choque no INSS - Eliane Catanhêde

O Estado de S.Paulo

Faltou ação contra velhos erros e planejamento para enfrentar as novas condições

Além da necessária reforma da Previdência, com mudanças de regras para pensões e aposentadorias, o governo deveria ter tomado um outro cuidado: um choque de eficiência no INSS. O problema é estrutural e conjuntural e, como sempre, faltou ação para corrigir erros antigos e planejamento para enfrentar condições novas.  Tenha ou não “culpa” pela atual crise no atendimento, a reforma da Previdência joga luzes no velho problema do tratamento a idosos, viúvas, mães, doentes e acidentados que buscam não favores, mas seus direitos. E a situação, que já era ruim, se tornou cruel.

De um lado do balcão, funcionários entediados, mal treinados, mal remunerados e em más condições de trabalho, grande parte sem a noção de sua função de servir ao público que paga não só impostos como os seus salários. Do outro lado, pessoas velhas, cansadas, doentes, que esperam horas, semanas, meses, para receber seus benefícios. A isso some-se a questão conjuntural: o governo criou o INSS Digital, que facilitou os pedidos de aposentadoria às vésperas de uma reforma da Previdência que todos sabiam que viria e muitos temiam. Houve uma avalanche de pedidos ao mesmo tempo, e não foram só do distintíssimo público, mas dos próprios funcionários.

Como o porcentual de determinada gratificação (dessas que abundam no serviço público) atingiu 100% em janeiro de 2019, os funcionários que estavam para se aposentar aguardaram essa “data ideal”. Segundo o governo, pouco mais de 6 mil se aposentaram no ano, em torno de um quarto dos 25 mil que sobraram. Resultado: aumentou a demanda e diminuiu o número de servidores. Um caos aunciado, mas o governo se envolveu demais com a reforma da Previdência e se esqueceu de se planejar para a rebordosa. As telas de TV estão cheias de pessoas humildes que esperam sua aposentadoria ou pensão há meses, mães amamentando seus filhos de três meses sem o auxílio-maternidade, pessoas doentes, operadas, engessadas, sem auxílio-doença. É mexer com a fragilidade e, principalmente, os direitos dos cidadãos.

Sem prevenir, o governo não sabe como remediar e tudo o que tem a dizer é que daqui a uns seis meses, talvez, quem sabe, o sistema estará normalizado. É uma eternidade para quem tem que comer, morar, se locomover e pagar as contas. E também para um sistema que promete o máximo de 45 dias de espera. É preciso um choque de eficiência e humanidade, com os programas digitais atualizados, informações corretas e disponíveis, treinamento, fiscalização, cobrança e, eventualmente, punição. Como deveria ser sempre no serviço público, tanto quanto no privado.

Minha mãe foi contadora dos institutos de pensão que antecederam o INSS, sem computador, internet, dados digitais, comunicação virtual. Tudo era à mão. Como pode o sistema piorar, em vez de melhorar, com toda a tecnologia e a modernidade? Ok. O público se multiplicou dezenas de vezes. Mas isso não justifica ineficiência. [Um exemplo próximo a área abordada no POST:
no Brasil, a modernidade nem sempre traz eficiência, o que sempre traz é aumento de custos:
com a modernidade, exames eficientes e precisos, incluindo com IA, reduzem o tempo para diagnósticos e o pessoal envolvido, o que causa redução de custos em 99,9999999% dos países, sendo raríssimas as exceções.
O Brasil é uma delas: quanto mais moderno o exame,  mais caro - a eficiência se torna uma 'justificativa' para aumentar preços.]

Eu mesma vi mesas vazias em posto do INSS. Cadê esse aqui? De licença. E aquele? A mãe está doente. E aquele outro? Problema em família. Como informa a repórter Idiana Tomazelli, do Estado, cerca de 20% do quadro está em licença médica. 20%?! Só pode ser alguma epidemia... É claro que há funcionários exemplares e que os salários são baixos, as condições precárias, o treinamento e a atualização de sistemas, aparelhos e os quadros humanos, falhos. Só não se pode admitir que o usuário pague o pato, vire vítima do Estado.

O ministro Paulo Guedes se reúne amanhã com o secretário da Previdência, Rogério Marinho, e espera-se um plano de emergência e outro de longo prazo. Não é falta de recursos. É falta de planejamento e de respeito.
 
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo