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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Ex-ministro da Defesa teme “paralisia” das Forças Armadas diante de crise insuflada por Bolsonaro - Bela Megale

O Globo

Crise entre os poderes

O ex-ministro da Defesa Celso Amorim não acredita nas chances de as Forças Armadas embarcarem numa aventura golpista do presidente Bolsonaro, mas afirma ter outro receio sobre os militares. O temor de Amorim é que haja uma paralisia por parte de integrantes das Forças Armadas diante de um eventual pedido de atuação das mesmas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou pelo Congresso Nacional, caso a crise atinja seu ápice. – Meu maior temor não é que as Forças Armadas embarquem em um golpe. O que temo é que fiquem paralisadas, e que, na hora que o presidente do STF ou do Senado verem necessidade de intervir em uma situação caótica criada por milicianos ou policiais rebelados, os militares não atuem por estarem divididos e influenciados por esse ambiente. E aí nossa democracia se afundaria pelo ralo – disse à coluna. [temos uma certa dificuldade em entender a motivação de certos órgãos da imprensa em entrevistar EX; Ao que entendemos, ex é ex, especialmente os que além do título de ex também estão mergulhados no ostracismo. Talvez a motivação que não entendemos, se fortaleça na possibilidade de ser mais fácil obter de um ex posições convenientes à quem entrevista.
De qualquer forma, apesar de pouco somar, temos que reconhecer que o entrevistado andou lendo o artigo 142 da Constituição Federal, em uma leitura conjunta com a LC 97/99, especialmente seu artigo 15.]

O ex-ministro também elogiou a atuação do general Edson Pujol, que deixou o comando do Exército com os chefes das demais Forças em março. O presidente Bolsonaro exigiu a demissão de Pujol por não aceitar a sua postura de não defender as pautas do governo. – Pujol fez concessões, como a produção da cloroquina durante a pandemia  pelo Exército, mas fez um esforço para manter as Forças Armadas afastadas dessas atitudes golpistas. Bolsonaro lhe estendeu a mão e ele estendeu o cotovelo – disse Amorim. [sem a ousadia de  criticar a turma da "ciência", que está sempre tentando acertar, conduta louvável, lembramos a cloroquina é adequada para tratamento da malária, moléstia presente em regiões do território brasileiro e nas quais as FF AA estão presente, necessitando de meios eficientes que livre nossos militares do males daquela secular moléstia.]

Bela Megale, colunista - O Globo


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Não existe vírus grátis - Nas Entrelinhas

A fatura chegou primeiro para os desempregados e trabalhadores “por conta própria”, que dependem do auxílio emergencial do governo; mas virá para todos, à prestação

Desculpe-me o trocadilho, mas tem tudo a ver com a velha frase dos bares norte-americanos que nas décadas de 1930 e 1940 ofereciam a refeição para quem pagasse a bebida. Ficou mundialmente famosa porque intitulou um dos livros do economista liberal Milton Friedman, guru do ministro da Economia, Paulo Guedes. A lembrança não tem nenhuma relação direta com suas frases de efeito, até porque, ele tem evitado declarações polêmicas, mas, com o artigo publicado, ontem, pela economista Mônica de Bolle no jornal O Estado de S. Paulo, a propósito dos custos econômicos do negacionismo de Donald Trump em relação à pandemia. Os custos políticos podem inviabilizar a reeleição dele.

Segundo os economistas norte-americanos David Cutler e Lady Summers, citados no artigo, a queda do PIB norte-americano deve chegar a US$ 16 trilhões até outubro do próximo ano, ou seja, 90% do PIB, se a pandemia for controlada até lá. Nos cálculos dos dois economistas, foram incluídos os indicadores econômicos, como o aumento dos pedidos de seguro desemprego, mas, também, estimativas relativas aos prejuízos causados pela liquidação de vidas humanas, ou seja, de força de trabalho geradora de riqueza. [a realidade mostrada nesse parágrafo, isenta o governo Bolsonaro por qualquer responsabilidade de eventual desastre econômico no ano 2020 = incluindo, sem limitar a esperada queda do PIB.]

O Brasil não tem indicadores que possibilitem esse tipo de cálculo, mas tem estatísticas que podem servir de referência para um razoável balanço de perdas e danos. Pesquisadora do Peterson Institute for International Economics e professora da Sais/Johns Hopkins University, Mônica De Bolle destaca que o nosso Sistema Único de Saúde (SUS), posto à prova pela pandemia, pode nos dar uma noção, por exemplo, de quanto será preciso investir na Saúde em razão das sequelas da covid-19 nas pessoas que se recuperaram da doença. Como a população está envelhecendo, a pandemia também agrava, por falta de tratamento, as doenças associadas à idade — diabetes, câncer, cardiopatias —, que se somam àquelas que são consideradas endêmicas, como tuberculose, dengue, hanseníase, malária e Aids, que já pressionavam o sistema de saúde.

Crediário
O número de casos graves com longas internações é sete vezes maior do que o de óbitos; 30% dos que sobreviveram apresentam sequelas. Projetam-se 350 mil pessoas nessa situação, a grande maioria dependente do SUS. Com mais de 150 mil mortos, Mônica de Bolle estima que o custo econômico da pandemia no Brasil, por baixo, pode chegar a R$ 9 bilhões, sem considerar as mortes prematuras, ou seja, dos jovens que não faziam parte da população de risco. Coincidentemente, ontem, num evento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o presidente Jair Bolsonaro disse que a pandemia da covid-19 no Brasil foi superestimada. Bolsonaro insiste que o vírus e o desemprego devem ser tratados de igual maneira, simultaneamente. [Bolsonaro é presidente do Brasil e de todos os brasileiros, o que torna imperativo que sempre considere o Brasil no todo e tenha sempre presente evitar a frase: sobreviveu à covid-19,mar morreu de fome.] 

O Brasil é o 2º país com mais mortes por covid-19. Só os Estados Unidos têm mais vítimas: 220.694. Até o final da tarde de ontem, eram 150.998 óbitos de brasileiros causados pela doença. Segundo o Ministério da Saúde, 5.113.628 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus no país, 10.220 a mais nas últimas 24 horas. O número de mortes, felizmente, está caindo: foram 309.

Aproximadamente 4,5 milhões de pessoas se recuperaram da doença até o momento. Outras 436 mil estão em acompanhamento. São 713 vítimas a cada milhão de habitantes, o que coloca o Brasil na 3ª posição de letalidade da pandemia no ranking mundial. O Peru é o país onde a covid-19 mais mata em relação ao número de habitantes (1.008 pessoas para cada milhão), o segundo é a Bélgica (880 pessoas). [percebe-se que a letalidade da pandemia ignora a capacidade econômica dos países: Peru x Bélgica ?

Falando sobre letalidade da covid-19 no Brasil, surge a necessidade de destacar uma informação:

Se consultarmos o site do Registro Civil, que tem fé pública, constatamos que, no ano passado, no Brasil, no mesmo período, morreram de pneumonia 139.906 pessoas e, neste ano, 140.957 da covid-19. Não houve histeria por causa da pneumonia no ano passado. Seria medo de uma doença desconhecida? ]

As advertências de Mônica de Bolle são importantes porque as pesquisas de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, com a recuperação de seu prestígio, reforçam o discurso negacionista oficial, robustecido pelo fato de que o pior já passou e a redução das taxas de contaminação permite que a política de isolamento social seja flexibilizada, como está sendo, na maioria das cidades. A fatura do vírus chegou primeiro para os desempregados e trabalhadores “por conta própria”, que perderam sua fonte de renda e dependem do auxílio emergencial do governo. A ideia de uma recuperação econômica rápida, acalentada pelo ministro Paulo Guedes, porém, não tem sustentação técnica. A conta está chegando para os demais à prestação.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


sábado, 11 de julho de 2020

Quem são os empresários que ganham com a cloroquina no Brasil


Defendido por Bolsonaro como tratamento para covid-19, remédio teve alta de 358% no consumo

 A campanha do presidente Jair Bolsonaro a favor da cloroquina ajudou a empurrar os negócios de cinco empresas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a produzir o medicamento no País. Eles não informam quanto o faturamento aumentou, mas dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) mostram que o consumo de cloroquina pelos brasileiros cresceu 358% durante a pandemia. A alta acompanha o crescimento nas vendas de máscaras e álcool em gel, cujo uso é recomendado no mundo todo. A cloroquina, ao contrário, coleciona mais críticas do que apoio na comunidade científica.


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Diagnosticado com a covid-19, presidente Jair Bolsonaro mostrou o medicamento durante uma live e recomendou o uso da cloroquina Foto: REPRODUCAO /YOUTUBE/JAIR BOLSONARO
Recomendada para tratar malária, artrite e lúpus, ela passou a ser utilizada por pacientes com coronavírus após relatos de resultados positivos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma, contudo, que a substância é ineficaz no tratamento da covid-19. Trump é acionista de laboratório que produz cloroquina. Empresários dizem que relação é 'institucional' [Sabemos que qualquer remédio de alto custo eficaz no combate ao Covid-19, abrirá as portas para um intenso mercado de corrupção - os valores envolvidos são de milhões de dólares.
Um medicamento barato, nos moldes da cloroquina, e já existente, reduzirá em muito as oportunidades de corrupção e os valores a serem ganhos com a prática.
Assim, medidas de controle para evitar boicotes interesseiros ao medicamento devem ser ativados juntamente com uma vigilância implacável - é inaceitável que se sacrifique vidas humanas pelo lucro.]
O laboratório Aspen, do empresário Renato Spallicci, triplicou em abril a produção de Reuquinol, à base da substância, aproveitando a onda criada por Bolsonaro. Em 26 de março, a caixinha do produto apareceu no mundo todo ao ser exibida pelo presidente num encontro virtual com líderes do G-20. Militante bolsonarista, daqueles que gostam de compartilhar na internet o que o presidente faz, Spallicci aproveitou as redes para divulgar as imagens do presidente exibindo seu remédio.

Na quinta-feira, 9, já com diagnóstico positivo da covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixinha de hidroxicloroquina durante sua live semanal, assistida por 1,6 milhão de pessoas. “Por volta das 17h (de terça-feira) tomei um comprimido de cloroquina. Recomendo que você faça a mesma coisa. Sempre orientado pelo médico. É um testemunho meu: tomei e deu certo, estou muito bem”, afirmou o presidente. “No meu caso deu certo. Não estou ganhando nada com isso. Não tenho nenhum negócio com essa empresa”, justificou.

Desta vez, o remédio exibido era a versão genérica do medicamento, produzida pela EMS. A empresa faz parte do grupo controlado por Carlos Sanchez, também dono do laboratório Germed, outro autorizado a vender a cloroquina no País. O empresário está na lista da revista  Forbes como o 16.º homem mais rico do Brasil e uma fortuna avaliada em U$ 2,5 bilhões. Sanchez participou de duas reuniões com Bolsonaro desde o início da pandemia. O último encontro, virtual, ocorreu em 14 de maio. Antes, em 20 de março, Bolsonaro já havia se reunido com o dono da EMS e outros empresários, também por videoconferência, para discutir a pandemia do coronavírus. O encontro ocorreu no mesmo período em que o presidente passou a amplificar a divulgação da hidroxicloroquina em declarações e nos canais oficiais.
Outro fabricante de cloroquina, o empresário Ogari de Castro Pacheco viu o laboratório Cristália, do qual é cofundador, ser prestigiado pessoalmente pelo presidente no ano passado. Filiado ao DEM, Pacheco é segundo-suplente do líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), e eleitor de Bolsonaro.

Na ocasião, a convite de Pacheco, o presidente participou da inauguração de uma das plantas do laboratório, em 6 de agosto. Durante a cerimônia, Bolsonaro parabenizou o empresário pela “coragem de erguer” o empreendimento. Pacheco cita, em declaração no site da empresa, o fato de a pandemia ter levado a um “crescimento sem precedente de venda de medicamentos”. Segundo o senador Eduardo Gomes, o empresário está internado com covid-19 e fez uso do medicamento que vende. O único laboratório estrangeiro autorizado a vender cloroquina no País é o francês Sanofi-Aventis, que tem o presidente dos EUA, Donald Trump, como acionista. A exemplo de Bolsonaro, Trump é entusiasta do medicamento. Em abril, o jornal  The New York Times publicou reportagem na qual questiona se a defesa do presidente americano da cloroquina estaria relacionada à saúde ou aos seus negócios.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, compartilhou uma foto de uma caixa de cloroquina da marca Plaquinol, da empresa da qual Trump é acionista, no Twitter, em 10 de abril. A imagem vinha acompanhada de uma notícia de que o grupo iria doar medicamento para infectados com a covid-19.
Além do contato com os empresários, o governo acelerou a produção da hidroxicloroquina no laboratório do Exército. Segundo o Ministério da Defesa, até o fim de junho, 1 milhão de comprimidos da substância tinham sido distribuídos e havia um estoque de mais 1,85 milhão de unidades. A produção foi suspensa até que todos sejam enviados a hospitais e postos de saúde públicos. Procurados pela reportagem, os empresários autorizados a produzir cloroquina no País afirmaram manter contato institucional com o governo.

Carlos Sanchez, da EMS, disse por meio de sua assessoria que a empresa tem mais de 55 anos de história, “já passou por muitos governos e busca sempre estabelecer diálogo com todos eles”. “A empresa é a favor do Brasil, independentemente de partidos políticos. Como a maioria dos brasileiros, quer um país mais próspero e mais justo, com oportunidades para todos. A empresa tem feito a sua parte, gerando empregos, investindo em pesquisa e em aumento de capacidade fabril, ampliando o acesso a medicamentos e promovendo saúde à população”, disse a EMS.

Segundo a empresa, os encontros com o presidente Jair Bolsonaro foram promovidos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para discutir “questões econômicas e o novo cenário brasileiro diante da pandemia de coronavírus”. A Apsen disse não apoiar ou financiar partido político e que o presidente da empresa, Renato Spallicci, não mantém relações pessoais com Bolsonaro. “A atuação da Apsen se dá no âmbito do governo federal, com o Ministério da Saúde, Ministério das Relações Exteriores e Anvisa. Esse contato atende todas as regras do setor e o cumprimento das leis do País”, diz nota enviada pela empresa.

Já a francesa Sanofi disse que tem como prioridade a segurança e o atendimento aos pacientes atualmente tratados sob as indicações aprovadas de “nosso medicamento Plaquinol (hidroxicloroquina): doenças reumatológicas e dermatológicas crônicas, além de malária e lúpus”. “Continuamos totalmente comprometidos em garantir o fornecimento de hidroxicloroquina para essas indicações, com base em nossa demanda histórica”, disse a empresa, que não cita o uso da substância para combater o coronavírus. A empresa confirmou ao Estadão que Trump é acionista, mas não informa qual o porcentual que ele tem da empresa. A assessoria do laboratório Cristália informou que o dono da empresa, Ogari Pacheco, está hospitalizado e que não poderia responder aos questionamentos da reportagem.

[Falem o que falar, mas mais uma vez tentativas de alimentar eventuais ligações, ou interesses outros, do presidente Bolsonaro com empresas produtoras da cloroquina,não prosperaram.
As cinco empresas autorizadas no Brasil recebem atenção igual do presidente.
Mesmo que as vendas cresçam e alcancem bilhões de dólares, não teria sentido as cinco se unirem para subornar o presidente.
O nosso presidente tem um gênio explosivo, um comportamento que o leva a falar em excesso mas não encontrarão nada que atinja sua honestidade. DESISTAM.]


Patrick Camporez, O Estado de S.Paulo




quarta-feira, 20 de maio de 2020

Enquanto o coronavírus mata, ... VEJA - Blog do Noblat

Cloroquina é a droga receitada pelo presidente para tratar doentes com coronavírus. [A cloroquina é usada, com êxito, no tratamento da malária.
Estudos realizados por várias instituições de pesquisa recomendam que a medicação só deve ser utilizada sob prescrição médica - portanto, a palavra final será dos médicos, da ciência.]Não há comprovação científica de que ela funcione, mas ele mandou que o Exército a produzisse em larga escala. Tubaína é um refrigerante de baixo custo à base de guaraná. Jair Bolsonaro é o presidente mais estúpido e ignorante da história do Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro durante protesto realizado por seus apoiadores, em Brasília Adriano Machado/Reuters

O mundo em que ele vive não gira em torno do Sol. Não tem vida inteligente nem seres sensíveis. As espécies são as mais rudimentares. Chafurdam em pântanos que exalam odores apodrecidos e venenosos. Não sobrevivem por muito tempo. Mas enquanto duram, tentam capturar e destruir os seus semelhantes. O planeta da morte. 

Em menos de dois meses, o número de brasileiros vítimas fatais do coronavírus ultrapassará, hoje, a casa dos 18 mil. E o de infectados poderá chegar a 300 mil. A soma dos mortos já é maior do que a população de mais da metade dos municípios do país. O Brasil é o terceiro país com mais casos confirmados da doença e avança célere para a vice-liderança. [Situação complicada e que mostra que a decisão de deixar por conta de governadores e prefeitos o combate à pandemia não foi das mais felizes;
O primeiro decreto estabelecendo medidas para combater o coronavírus foi em São Paulo, estado onde foi constatada a primeira vítima do vírus, em fevereiro/2020 e que se mantém na liderança (certamente indesejável) do número de contaminados e de mortos.]  

O fato é que o Brasil perdeu a luta contra o Covid-19. Como poderia ganhar com um presidente da República que se recusou a lutar? Bolsonaro foi o maior aliado do vírus quando ele apareceu por aqui em meados de março último. E continua sendo aliado. Não parece possível que ao cabo da pandemia seja absolvido por crime tão monstruoso e premeditado.

Quantas vezes você já o ouviu dizer: “Fiquem em casa, se protejam, é uma doença perigosa”? Nunca disse. Parece absurdo, mas ele nunca disse. Quantas vezes você ouviu Bolsonaro lamentar as mortes? Duas ou três vezes, se tanto. E sempre de maneira apressada. Quantas vezes você o ouviu dizer: “Precisamos salvar a Economia”. Ah, dezenas! São poucos no mundo os chefes de Estado que se comportam dessa maneira. Conta-se nos dedos de uma mão o número deles. Bolsonaro é um dos dedos. E é também o mais importante dado ao tamanho do país que preside, e ao tamanho de sua população. É por isso que o mundo olha para o Brasil com assombro e não quer acreditar no que vê. 
Como foi possível a eleição de um tipo tão primitivo como é Bolsonaro?
[o presidente Bolsonaro foi eleito com quase 60.000.000 de votos para  moralizar o Brasil, restabelecer a LEI e a ORDEM, jamais, se esperava uma pandemia que está derrubando toda a economia mundial e já causou mais de 300.000 mortes e milhões de infectados.
Agora é rogar a DEUS para que a epidemia seja contida, a economia se recupere logo e o presidente Bolsonaro volte ao seu programa original de governo - mesmo que para executá-lo necessite de mais de uma reeleição.] Como é possível que os militares batam continência para ele e o apoiem com entusiasmo depois de tê-lo afastado do Exército no passado por indisciplina e conduta antiética? Até quando esse sujeito se manterá no poder apesar de todo o mal que causa ao país?

VEJA - Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - MATÉRIA COMPLETA



domingo, 17 de maio de 2020

E se Caso Bolsonaro fizesse uma live defendendo o isolamento social? - O Globo

Dorrit Harazim 

E se...?

‘Foi o derradeiro comando, o mais essencial”, escreveu George Orwell no clássico distópico “1984”, referindo-se à ordem da fictícia Oceania para que seus súditos rejeitassem tudo o que os olhos vissem e os ouvidos escutassem à margem da linha oficial. Donald Trump volta e meia adapta a citação quando aponta para o inimigo que adoraria domesticar: a imprensa independente. “Lembrem-se, o que vocês estão vendo e o que vocês estão lendo não é o que está acontecendo”, avisa sempre. No Brasil de Jair Bolsonaro o que se vê, ouve ou lê é bastante parecido com o que acontece intestinamente no governo manicomial eleito em 2018. Um assombro diário. E é o jornalismo arretado, investigativo, que nos permite ver e escutar. Já a tarefa de pensar fica a cargo de cada um.

Basta misturar alguns fatos da semana para constatar que eles mereceriam manter rigoroso distanciamento entre si. No Brasil que beira 15 mil mortes de Covid-19, o participante de uma reunião virtual de empresários com o chefe da nação se esqueceu de desativar a função “vídeo” e apareceu meio peladão na tela tornada pública. Debatiam-se os rumos da economia nacional. O país ultrapassa a barreira de 200 mil casos confirmados do vírus, o SUS pede socorro, erguem-se hospitais de campanha desossados e fraudados, aos moribundos resta esperar morrer fora da curva. Cinco meses após o primeiro caso da doença na China, Bolsonaro ainda se atrapalha com o uso de máscara e mistura “lockout” e “blecaute” com “lockdowntalvez por horror ao real significado do termo. Mas trocou de ministro da Saúde pela segunda vez em um mês, e comanda o país de 211 milhões de almas sem diretriz clara de enfrentamento da crise tríplice sanitária, política e econômica. A execução do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 virou cipoal de armadilhas para os mais necessitados, e a realização do próximo Enem também promete ser. Jair Bolsonaro, pseudônimo Airton, Rafael ou Paciente 05 nos testes negativos de Covid-19 que apresentou dias atrás, libera academias de ginástica, salões de beleza e barbearias como sendo serviços essenciais. Não fosse tudo tão sério, o conjunto daria um roteiro e tanto para o diretor Cacá Diegues filmar um “Bye Bye Brasil 2020”.

Se em tempos excepcionais é desejável que o mundo tenha líderes de qualidades adequadas, em tempos de crise pandêmica é mais crucial ainda. É quando a diferença entre exercer ou não uma liderança sólida vai definir o cociente de vidas salvas ou mortes desnecessárias. Estatísticos e formuladores de métricas da Covid-19 poderiam trabalhar com uma variável hipotética: e se Jair Bolsonaro fizesse uma live proclamando que doravante, para o bem da amada pátria e em nome de Deus, todos deveriam aderir ao distanciamento social — se necessário até mesmo a um isolamento temporário? 

Considerando-se a fidelidade já demonstrada pelos milhões de apoiadores do presidente-mito, é provável que uma boa parcela o seguiria de casa e bíblia na mão.
Nessa hipótese, como seria a mudança de comportamento da curva do vírus no Brasil? 
O índice de contaminação diminuiria para quanto? E a mortandade? Poderíamos regredir quantas casas no sombrio ranking global? 
Dá para calcular o efeito de mais leitos de CTI e respiradores com tempo de se tornarem operacionais. Talvez deixássemos de ser o país-pária da atualidade, e fronteiras se entreabririam para o Brasil quando o mundo retomasse sua rotina. A gritante subnotificação de óbitos e contaminados do país teria mais chances de ser computada e aperfeiçoar as políticas sanitárias?

O exercício de métrica serve apenas para jogar o foco no tamanho da (ir)responsabilidade do ocupante do cargo. Liderança é uma questão de fatos, não de opinião, e nem todo chefe de nação nasce estadista. As dificuldades se agravam quando o governante tem consciência íntima de estar aquém do exigido para conduzir um país em crise. No caso da Covid-19, deve ser irreprimível a tentação de acenar com a falsa promessa de uma vacina iminente ou uma droga capaz de inverter o quadro. A aposta presidencial no uso da cloroquina deve ter essa raiz.

Já disponível para outras enfermidades como malária mas ainda não liberada para tratar o coronavírus em sua fase inicial, a poção mágica abraçada por Bolsonaro torna-se, agora, política oficial para pacientes do SUS. Os dois ministros da Saúde defenestrados, ambos médicos, se opunham à medida devido a seus possíveis efeitos colaterais. “Votaram em mim para eu decidir e esta questão passa por mim”, decidiu o presidente.

Nos Estados Unidos, onde o número de óbitos se aproxima dos 100 mil, o Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas deu início a um teste clínico da droga em 2.000 adultos. Até a conclusão do estudo, nem Donald Trump, outro fervoroso adepto da droga, terá vez. O terceiro promotor ativo da cloroquina é o venezuelano Nicolás Maduro, formando um improvável eixo de líderes errados para tempos de pandemia.

Dorrit Harazim, jornalista - O Globo


terça-feira, 14 de abril de 2020

Secretaria de Saúde do DF inclui a Cloroquina no protocolo para tratamento de casos graves de Covid-19 - CB - Poder

ANA MARIA CAMPOS

A Secretaria de Saúde incluiu a cloroquina no protocolo de tratamento para pacientes com Covid-19, internados em hospitais do Distrito Federal. Em portaria publicada agora à noite (13/04), o secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, informa que o governo passará a disponibilizar a Cloroquina 150 mg, fornecida pelo Ministério da Saúde, para os pacientes com forma grave ou caso crítico. O secretário explica que o Ministério da Saúde define em nota informativa a Cloroquina como “terapia adjuvante” no tratamento de formas graves de Covid-19.

O medicamento já era prescrito em alguns casos, a critério dos médicos. Mas agora a Cloroquina passa a ser adotada como protocolo de atendimento de pessoas infectadas com o novo coronavírus.  Há uma grande controvérsia sobre o uso dessa medicação, já adotada em pacientes com lúpus e malária. O problema são os possíveis efeitos colaterais. Em alguns doentes, a Cloroquina provoca arritmia cardíaca que pode levar à morte.

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, é um defensor do uso da Cloroquina em casos de Covid-19O remédio foi usado pelos médicos David Uip e Roberto Kalil Filho em benefício próprio, uma vez que ambos foram contaminados pelo coronavírus e se recuperaram.   Infectologista, Uip é o coordenador da equipe de combate à Covid-19 do governo de São Paulo.

MATÉRIA COMPLETA - Ana Maria Campos, jornalista - Blog CB - Poder


quinta-feira, 9 de abril de 2020

É preciso despolitizar o coronavírus - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

Em meio a pandemia

Estudiosos dizem que o Brasil está se aproximando do pico do coronavírus. O país ainda não diminuiu a velocidade do contágio, mas pode estar perto de chegar ao ponto de saturação. Sendo assim, a crise epidêmica começa a regredir.

Isso já está acontecendo na Itália e na Espanha, tal como já aconteceu na China. Os Estados Unidos começam a dar sinais de melhora, principalmente em Nova York. São boas notícias, mas temos que tomar cuidado para não relaxar demais e vir aí uma segunda onda.

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O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL)está afrouxando as regras do isolamento social liberando algumas atividades. O governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), está reabrindo os bancos tomando os devidos cuidados.

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro, acabou com a quarentena em 30 municípios onde nenhum caso de coronavírus foi notificado. Não há motivos para fazer quarentena nos lugares em que não houve ocorrência.

Entretanto, não podemos descuidar dos grupos de risco. Nesses estão: pessoas com doenças prévias, os idosos ou que tenha qualquer tipo de vulnerabilidade, como fumantes, cardiopatas e diabéticos. É preciso tomar cuidado com quem vem do exterior e evitar aglomerações. [defendemos que seja mantido o bloqueio total para a entrada de estrangeiros e os brasileiros que viajarem para o exterior devem ser impedidos de retornar até que cesse a pandemia.]
Alguns já falam em retomada da economia. Não vai haver os resultados catastróficos que estavam imaginando. Mas, é preciso despolitizar o vírus e acabar com o sensacionalismo que enfraquece a resistência das pessoas transmitindo medo e pânico.

O uso da cloroquina
Eu vi um depoimento de um médico da Amazônia que já teve malária 71 vezes e se tratou com cloroquina. Ele disse que para a malária a cura é 100%. Um médico estadunidense conseguiu curar todos os 699 pacientes com o medicamento. Outro médico de Nova York usou o remédio para algumas centenas de pessoas e houve somente uma morte, mas essa pessoa tinha 86 anos e outras doenças. Há uma grande esperança.

Pena que dois médicos que se recuperaram do coronavírus, em São Paulo – provavelmente por razões políticas –, Roberto Kalil e David Uip infelizmente não disseram se haviam usado cloroquina no tratamento.
David Uip disse que o caso dele não pode ser tomado como modelo. Se eu tiver diarréia e me curar com determinado chá, eu vou para todos os meus amigos o poder medicinal do chá.

Infelizmente está uma grande politização, mas há muita esperança de que a recuperação econômica vai vir antes do tempo imaginado aqui no Brasil e que os números de casos de coronavírus sejam menores do que o esperado.

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo




quarta-feira, 8 de abril de 2020

"Coronavírus já tem partido e ideologia aqui no Brasil" - Alexandre Garcia

O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo


Se você é contra Bolsonaro, não precisa ser contra a cloroquina

O coronavírus, que nem brasileiro é, já tem partido e ideologia aqui no Brasil. Como partido, por ser estrangeiro, é inconstitucional e não pode, por exemplo, ter atividade política com intenções de reeleger ou derrubar presidente nem pode, pela lei eleitoral, ter candidatos a prefeito, governador ou presidente da República. Esse estrangeiro oportunista, no entanto, está fazendo política e conseguindo matar brasileiros, empresas, empregos e renda.
Será que não percebemos que a politização e a ideologização do vírus são o que nos torna reféns desse perigo para a nossa saúde física, mental e financeira? 
E que o bate-boca ideológico só agrava a situação?  

Enquanto nos mandam cobrir nosso nariz e boca com máscara, na verdade quem se mascara para não ser reconhecido na sua personalidade política e ideológica é o corona. Superando a perplexidade do pânico que imobiliza o pensamento e a ingenuidade passiva de massa-de-manobra, é tempo de perceber que não se pode permitir que esse estrangeiro seja usado na disputa do poder. Politizar o vírus é potencializar seu poder de destruição. A manipulação a que temos sido submetidos por razões políticas é o velho truque de tirar vantagem no caos. E quem tem o caos como meta pouco está ligando para a sobrevivência dos brasileiros.

Veja uma questão óbvia. Descobriu-se que um velho conhecido remédio contra a malária é capaz de combater com êxito a Covid-19, desde que aplicado logo nos primeiros sintomas, sem sequer esperar o resultado do exame. A contraindicação é mínima, que o diga a ex-senadora Marina Silva, 62 anos, que já passou por cinco malárias. Em São Paulo, em alguns hospitais, a aplicação da hidroxicloroquina com azitromicina tem salvado vidas e recuperado rapidamente os doentes. Mas há resistências políticas, pois poderia significar uma vitória sobre o vírus e um antídoto contra o caos. O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo. [para os que defendem o caos como uma consequência aceitável para tentar derrubar o presidente Bolsonaro, pouco importa que morram muitos brasileiros.
São pessoas que não aceitaram a vitória do presidente Bolsonaro, por quase 60.000.000 de votos - eles aguardam um terceiro turno que não existe.
E o desespero,  que acaba com os limites da ética e da decência, domina os inimigos do presidente Bolsonaro - também inimigos do Brasil - quando pensam na possibilidade de sanada a pandemia, a economia reiniciando o processo de crescimento - bruscamente sustado, em todo o mundo, pela Covid - 19, Bolsonaro ser reeleito em 2022 eles se tornam disposto a tudo. E esse tudo inclui a morte de inocentes.
Tem pacientes com Covid - 19 em fase terminal, nada restando a não ser aguardar a morte, exceto se houver uma intervenção de DEUS. Pacientes em tais condições são eleitos, até mesmo por questões humanitárias, para tratamento experimental com as drogas tão criticadas.]

Já se sabe que o vírus perde força no calor e num corpo jovem e saudável. 
O nosso país tropical tem 80% de brasileiros abaixo dos 50 anos. 
São quase 170 milhões de pessoas. 
Tirando dessa faixa doentes e primeira infância, ainda temos uma população de mais de 140 milhões que está sendo paralisada. Protegendo os de saúde debilitada, poderíamos segurar as duas pontas da crise: a doença e o despencar da renda. Em ambas, estão vidas. 
Mas se associaram ao corona, os subvírus da política, do ódio, da vingança, do egoísmo, da vaidade. Se nos isolássemos disso, cedendo espaço à razão, ao método, à união, amanhã estaríamos mais fortes.

Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense




domingo, 22 de março de 2020

Colapso - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Mortes, contaminação, calamidade, colapso, recessão. Não é ‘gripezinha’

Os mortos pelo novo coronavírus já passam de 11.500 no mundo. Chegaram até ontem a 18 no Brasil, 220 nos Estados Unidos, em torno de 500 na França, 1000 na Espanha, 1.400 no Irã e 4000 mil na Itália, além de mais de 3100 na China. O número de contaminados nem dá mais para contar. E muitos deles vão morrer.

Em sã consciência, é impossível chamar tudo isso de “gripezinha” e defender realização de cultos religiosos, como fez o presidente da República Federativa do Brasil, depois de ter reduzido tudo a uma “fantasia”, criticar a “histeria”, estimular manifestações (aliás, contra o Congresso e o Supremo [sic] ) e tocar mãos e celulares de centenas de pessoas mesmo ainda sujeito a novos testes para o vírus. Como não criticar esses absurdos?

Quanto mais a doença se abate sobre a humanidade, mais os cidadãos buscam o melhor de si para reforçar a empatia, a solidariedade, o patriotismo, a resistência. Arrasada, a Itália nos brinda com exemplos comoventes de artistas cantando óperas e distribuindo gentileza e esperança pelas janelas e varandas. O Brasil segue o exemplo e faz panelaços em agradecimento ao bravo pessoal da saúde.

[Constatação irrefutável: 
não importa a classificação que Trump, Boris Johnson, Viktor Orban  e outros líderes mundiais apliquem ao novo coronavírus e a doença que causa, Covid-19.
O que importa é o que fazem no combate a mesma.

Bolsonaro, ao estilo de político - o estilo comício, palanque  comportamento que,  se pronunciasse o presidente via porta-voz, seria deixado de lado, alterna os mais diversos estilos nas menções  à praga.
Ora chama de 'gripezinha', o que não importa. Casa classificasse de pneumonia dupla, peste, seja qual for o termo que use, NÃO IMPORTA.
O QUE IMPORTA é que ele adote todas as medidas necessárias para combater a peste que surgiu na China - não estamos dizendo criada pelo País asiático. E isto ele tem feito.

Vamos deixar a ideologia de lado e considerar que ainda no Brasil, alguém que seja capaz de relaxar nos cuidados de prevenção, alegando que o presidente disse ser uma 'gripezinha', tal pessoa tem que ser não colocada sob isolamento e sim confinada por problemas mentais.

A democrática Itália demorou na adoção de medidas enérgicas e está tendo dificuldades de conter a pandemia em seu território, a autoritária China foi lenta no principio - lentidão talvez consequência do desconhecimento de como combater a nova peste - mas, conseguiu recuperar o tempo perdido, estando há 3 dias seguidos sem novos casos, descontando os importados.

Todas as medidas possíveis estão sendo adotadas pelo Brasil no combate a peste maligna, (felizmente o presidente Bolsonaro soube conter os arroubos separatistas, e inconstitucionais, do Witzel) vamos esquecer as denominações da peste,  confiar em DEUS e venceremos.]
Não vamos estragar isso, presidente. Só o uso de máscaras inúteis não resolve nada nem do ponto de vista simbólico nem do epidemiológico. O ministro Henrique Mandetta prevê “colapso na Saúde” logo ali, em abril, enquanto o governo anuncia transmissão comunitária em todo o País e Câmara e Senado providenciam às pressas votações remotas e aprovam o estado de calamidade pública. O teto de gastos e a tão suada e fundamental Lei de Responsabilidade Fiscal foram devidamente jogados pela janela para abrir espaço ao principal: o combate ao coronavírus.

Nesse quadro de guerra, de responsabilidade, é preciso pensar antes de falar, ter cuidado com o outro, respeitar a dor das famílias dos mortos de hoje e de amanhã. E não custa lembrar que, neste momento, o presidente é uma ilha cercada de contaminados: os chefes do GSI, da Secom, da Segurança, da Ajudância de Ordens e do Cerimonial, que integram a incrível lista de 22 pessoas da comitiva presidencial que trouxeram o coronavírus dos Estados Unidos (e não da China...). Entre as vítimas mais sensíveis, está a economia. A previsão do governo para o crescimento de 2020 era de 2,4, caiu para 2,1% e já está em 0,02% que, tira daqui, põe dali, significa zero, nada, estagnação. E é considerada otimista. A FGV já trabalha com um tombaço de 4,4%. Recessão das brabas. [a previsão do custo global devido o coronavírus é superior aos US$ 3.000.000.000,00, de dólares, o que justifica, praticamente impõe, que o Brasil tenha crescimento zero ou próximo disso.
Felizmente, o Brasil não tem tecnologia para tanto, só isso impede que acusem o Brasil de ter criado o coronavírus - claro, criação ordenada por Bolsonaro.]

Levantamento feito pela Cielo, maior credenciadora de cartões do País, mostra que as vendas do varejo caíram 5,4% nos primeiros 19 dias de março em relação a fevereiro e essa queda vem piorando de semana a semana. O setor mais afetado é exatamente o de serviços, onde se encaixa o turismo: queda de nada mais nada menos que 25,5%. As pessoas, trancadas em casa, não viajam, não consomem. Lojas estão fechadas, não lucram. Empresas param, não produzem. Um ciclo maldito, cujo resultado final, em tese, é quebradeira, queda de empregos e renda. Dor.

Em meio a tudo isso, o Brasil segue os EUA e a Europa e começa a testar cloroquina em pacientes de Covid-19 em situação gravíssima, mas o presidente da Anvisa, médico e contra-almirante Antonio Barra Torres, faz um apelo dramático: “Não comprem cloroquina!”
Segundo ele, 1) os testes para o coronavírus ainda são muito preliminares; 
2) há risco sério de efeitos colaterais; 
3) o medicamento pode faltar (aliás, já está faltando) para os que realmente precisam: os que têm Lupus, malária, artrite e outras doenças reumáticas. É preciso ouvi-lo. Automedicação é uma praga. Numa pandemia, uma praga ainda mais perigosa. Como a irresponsabilidade e a displicência nos momentos graves.

[situação complicada a do capitão:
se segue ou deixa seguir a Europa e EUA, se deixa fazer pesquisas, vai pra o tronco;
se não segue ou não deixa seguir aquele Continente e os EUA, se impede pesquisas, tronco com ele.]

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo





sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A revolta dos fiéis da África contra a Igreja Universal - VEJA

A IURD vive crise com um levante de suas lideranças em Angola, a depredação de templos em São Tomé e a prisão de um pastor na Costa do Marfim


Os frutos do plano de expansão para o exterior da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) não se multiplicaram por milagre. Eles foram resultado de um planejamento cuidadoso, posto em prática a partir da década de 80 pelo bispo Edir Macedo, que exportou o modelo de atuação da Iurd para cinco continentes. 

Atualmente, a instituição tem cerca de 2 800 templos espalhados por mais de 100 países. A África se revelou o terreno mais fértil para esse crescimento formidável, concentrando hoje a maior parte da operação internacional. Ali, não faltam pessoas privadas dos bens mais básicos, assoladas por doenças e ávidas pelos dois principais “produtos” oferecidos pela instituição neopentecostal, prosperidade e cura. Nos últimos meses, no entanto, a grande presença dos religiosos brasileiros começou a ser posta em xeque em algumas nações da região e o quadro evoluiu para uma grande crise internacional. Os focos de problemas incluem a prisão de um pastor na Costa do Marfim, a depredação de seis templos em São Tomé e Príncipe e um manifesto assinado por 330 pastores de Angola contra a cúpula da Universal.


O estopim da confusão foi aceso em 9 de setembro, quando ocorreu a prisão na Costa do Marfim do pastor são-tomense Ludmilo da Costa Veloso, de 37 anos, que faz parte dos quadros da Universal há duas décadas. Segundo ele, a própria igreja o denunciou por difamação, atribuindo-lhe a autoria de um perfil no Facebook que fazia denúncias contra as lideranças brasileiras da Iurd por discriminação e humilhação de pastores africanos, por obrigá-los a esterilizar-se para se dedicarem integralmente à causa de Edir Macedo e por enviarem ilegalmente ao Brasil dinheiro de dízimos e doações levantado em países africanos. Em menos de duas semanas, o pastor foi julgado e condenado, sem direito a defesa. Acabou indo para uma das piores prisões da Costa do Marfim, Maca, em Abidjan. Lá, ficou numa cela com mais de 100 detentos, pegou malária e foi ameaçado de morte. “Não existe nada pior no mundo, e olha que já vivi no meio da pobreza e da guerra. Estava cercado por drogados e assassinos. Fui agredido três vezes por prisioneiros que queriam roubar o meu dinheiro. Quando nos deitávamos, só tinha espaço para encostar um lado do corpo. Eu pensava a todo tempo que não iria escapar daquele inferno”, disse Ludmilo a VEJA. Ele saiu da prisão há uma semana, depois de uma forte campanha popular em seu país.
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Em respostas enviadas pela Universal após a publicação da matéria, a instituição esclarece o seguinte: 
Sobre a carta-manifesto em Angola, “oito pastores, que foram desligados, organizaram o movimento e coletaram as assinaturas para a carta a partir de uma fraude: aqueles que a assinaram, denunciaram que foi apresentado um papel em branco, cujo teor anexado não teria qualquer relação ao que foi apresentado posteriormente”.
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Em VEJA - ReligiãoMATÉRIA COMPLETA




sábado, 26 de março de 2016

"O drama da microcefalia é mais chocante do que a morte", diz especialista


Professor de medicina social na UnB acredita que quantidade de investimentos em pesquisas e de pessoas debruçadas sobre o tema levará à descoberta da vacina para a zika. 

Mas destaca que o controle passa por saneamento e destino adequado

Especialista em medicina social e tropical, Pedro Luiz Tauil tem esperanças de que, em médio prazo, uma solução para o surto de zika e de microcefalia que assola o país seja encontrada. Apesar de assustado com o número de casos da malformação confirmados, o médico acredita que a quantidade de investimentos em pesquisas em todo o mundo e de pessoas debruçadas sobre o tema trará logo uma vacina para o vírus e uma solução no combate ao mosquito Aedes aegypti. Em entrevista ao Correio, o médico detalha as técnicas em andamento para o combate ao mosquito e destaca que sempre houve preocupação do Estado com a dengue, mas que os casos de microcefalia, cada vez mais comprovadamente associados ao zika vírus, são devastadores e têm acelerado estudos para o desenvolvimento de vacinas. 

“É uma coisa que choca as pessoas.” Para o professor, que dedicou grande parte da carreira à epidemiologia e ao controle da malária, da dengue e da febre amarela, o combate mecânico aos criadouros não é a solução mais efetiva, mas é o que pode ser feito neste momento para conter a epidemia. “Eliminar o mosquito é uma tarefa muito difícil. Precisamos de inovações. E, enquanto elas não vêm, o que tem de ser feito é o combate mecânico mesmo.” Entretanto, Tauil ressalta que o controle das viroses transmitidas pelo mosquito passa por saneamento básico, abastecimento adequado de água e destinação correta dos resíduos sólidos.
O Brasil já teve um controle maior do Aedes aegypti?
Em uma época onde a população urbana era muito menor. Nós tínhamos 50% da população em área rural e 50% em área urbana, isso na década de 1950, 1960. Como conseguimos eliminar o mosquito? Aliás, nós e mais 17 países da América. Foi uma campanha interamericana e, a partir de outros países que não conseguiram eliminar, como os Estados Unidos, o México, a Venezuela e alguns do Caribe, os outros se reinfestaram, com exceção da Ilha de Páscoa, no Chile, e o Canadá. A maioria está reinfestada, tanto que a chicungunha começou na América Central, em 2014. A complexidade da vida urbana é muito grande. Hoje, 85% da população brasileira vive em área urbana, e o fluxo foi tão intenso e rápido que fez com que a maioria dos municípios não conseguisse fornecer à população condições dignas de habitação e saneamento. Com isso, cresce a quantidade de Aedes. Recentemente, li que encontraram o Aedes até na Nova Zelândia, coisa que eles não tinham.


E qual é a principal dificuldade?
Primeiro, a expansão de prédios. Segundo, a falta de saneamento em favelas, cortiços e invasões. O cuidado básico nesses locais seria um bom fornecimento de água e destino adequado de dejetos. Terceiro, a indústria moderna privilegiou a confecção das embalagens descartáveis que, quando não recicladas, viram criadouros. Nunca tivemos tantos carros produzidos e o subproduto, os pneus, ninguém sabe o que fazer com ele. Houve uma solução, que era usá-los na confecção de massa asfáltica, mas pararam porque estava muito caro. E um quarto motivo é a segurança. As cidades são inseguras e as pessoas têm medo. O dono da casa não quer deixar o agente de saúde entrar para fiscalizar. E certos lugares que são inalcançáveis, como as favelas controladas pelo crime organizado.


O caminho de tentar eliminar as doenças com o combate ao mosquito é ineficaz?
Não. É uma das opções. Agora, estamos trabalhando em inovações para o controle desse mosquito. A primeira técnica, que acho bem promissora, é australiana. Eles introduzem no mosquito uma bactéria, a Wolbachia. Ela impede que o mosquito infectado viva infectante. Ela interrompe o ciclo impedindo que o vírus passe para o estômago e para as glândulas salivares. Está sendo testado em vários países: Singapura, Tailândia, China, Austrália. No Brasil, estamos trabalhando em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, em Tubiacanga, na Ilha do Governador e em Jurujuba, em Niterói (RJ). Em 20 semanas, cerca de 80% dos mosquitos foram substituídos por esses com a bactéria. Eles são produzidos em laboratório e liberados na natureza. Essa bactéria faz com que você conviva com o mosquito sem contrair as doenças, porque elas serão bloqueadas dentro dele. A segunda técnica é inglesa. Ela utiliza mosquitos transgênicos, que, mesmo fecundando as fêmeas, a prole não se desenvolve, morre como larva. Essa é está sendo utilizada no Brasil, em Juazeiro e em Jacobina, na Bahia.


Essa, utilizada na Bahia, pretende eliminar o mosquito?
Sim, nesse método, você elimina o mosquito, no outro você convive com ele. Em São Paulo, quando teve uma epidemia de dengue, construíram uma fábrica desses mosquitos em Campinas e estão testando em Piracicaba. Esse método é polêmico: você não pode parar de liberar esse mosquito na natureza, o que exige uma produção permanente, e o fato de ele ser transgênico pode fazer com que ele tenha uma outra adaptação. E a terceira técnica é a dos mosquitos irradiados com radiação gama proposta pela Agência Nuclear da ONU. Assim, ficam estéreis. Nessa você tem que jogar quatro mosquitos irradiados para um. Em alguns lugares, 10 para um, para competir com os mosquitos naturais.

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