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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos

Alexandre Garcia

"Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos. Com toda a confiança que temos nos carteiros, preferimos nós mesmos digitar o nosso voto, sem intermediários"

[Defendendo os carteiros: além da sempre possível desonestidade de alguns funcionários dos correios, cabe lembrar que  carteiros sofrem investidas de bandidos, traficantes, etc. Além da ECT não possuir o poder investigatório do Serviço Postal dos EUA, existe no Brasil, por suprema decisão do STF, áreas que estão fora do alcance da atuação das forças policiais - o ingresso da polícia em favelas do Rio, está sujeito a rígidos protocolos que quando atendidos o sigilo da operação já era.]
 
Quem se impacienta com a demora de uma decisão definitiva na eleição americana não deve ter acompanhado a eleição de George W. Bush, em 7 de novembro de 2000. No dia seguinte pela manhã, a apuração já mostrava que o democrata Al Gore tinha 255 delegados e o republicano Bush, apenas 246. Imagino se o presidente do Brasil, Fernando Henrique, tivesse se adiantado e já cumprimentasse Gore, que estava mais perto dos 270 delegados que significam vitória. Mas ainda faltavam os 25 votos da Flórida. 
 
Dias depois, Bush estava ganhando por 300 votos na Flórida. No dia 26 de novembro, o conselho eleitoral da Flórida proclamou o resultado pró-Bush, numa diferença de 537 votos. Aí, o democrata Gore entrou na Justiça e pediu recontagem de 70 mil votos, cancelando a declaração do resultado. Em 12 de dezembro, a Suprema Corte, por um apertado 5 a 4, convalidou a decisão do conselho eleitoral, e Bush estava eleito presidente. Demorou 35 dias, e se discutia apenas um estado. O eleito teve 50 milhões 460 mil votos; o perdedor, 51 milhões e três mil. É isso mesmo. O perdedor teve 543 mil votos acima do vencedor.
 
 Agora, Trump denuncia fraude e se declara vitorioso. De 160 milhões de votos facultativos, mais de 100 milhões vieram pelo correio. O provável eleito, Biden, argumenta que foi uma vitória clara e convincente. Já fez discurso como eleito, falando em erradicar a covid e o racismo. Para erradicar a covid, a Pfizer, talvez, tenha esperado o momento certo para anunciar o resultado de sua vacina. Para erradicar o racismo, vai ser difícil. Está impregnado até no noticiário. Das características da vice Kamala Harris, a mídia americana destaca que ela é negra e sul-asiática. A mente brilhante da procuradora e senadora ficou secundária. Depois.

Enquanto eles, por lá, se dividem quase ao meio, nós, por aqui, vamos às urnas eletrônicas no próximo domingo, Dia da República. Voto obrigatório, com resultados nas horas seguintes ao encerramento das urnas, e segundo turno nos municípios mais populosos, onde não ficar clara uma maioria. Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos. Com toda a confiança que temos nos carteiros, preferimos nós mesmos digitar o nosso voto, sem intermediários. Se eles acompanhassem o nosso processo eleitoral, assim como nós acompanhamos os deles, nunca mais se refeririam ao Brasil como um exótico país tropical. Yes, nós temos banana; mas (graças ao Havaí) eles têm muito abacaxi, que pode levar tempo para descascar.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense

 

 

 

quarta-feira, 8 de abril de 2020

"Coronavírus já tem partido e ideologia aqui no Brasil" - Alexandre Garcia

O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo


Se você é contra Bolsonaro, não precisa ser contra a cloroquina

O coronavírus, que nem brasileiro é, já tem partido e ideologia aqui no Brasil. Como partido, por ser estrangeiro, é inconstitucional e não pode, por exemplo, ter atividade política com intenções de reeleger ou derrubar presidente nem pode, pela lei eleitoral, ter candidatos a prefeito, governador ou presidente da República. Esse estrangeiro oportunista, no entanto, está fazendo política e conseguindo matar brasileiros, empresas, empregos e renda.
Será que não percebemos que a politização e a ideologização do vírus são o que nos torna reféns desse perigo para a nossa saúde física, mental e financeira? 
E que o bate-boca ideológico só agrava a situação?  

Enquanto nos mandam cobrir nosso nariz e boca com máscara, na verdade quem se mascara para não ser reconhecido na sua personalidade política e ideológica é o corona. Superando a perplexidade do pânico que imobiliza o pensamento e a ingenuidade passiva de massa-de-manobra, é tempo de perceber que não se pode permitir que esse estrangeiro seja usado na disputa do poder. Politizar o vírus é potencializar seu poder de destruição. A manipulação a que temos sido submetidos por razões políticas é o velho truque de tirar vantagem no caos. E quem tem o caos como meta pouco está ligando para a sobrevivência dos brasileiros.

Veja uma questão óbvia. Descobriu-se que um velho conhecido remédio contra a malária é capaz de combater com êxito a Covid-19, desde que aplicado logo nos primeiros sintomas, sem sequer esperar o resultado do exame. A contraindicação é mínima, que o diga a ex-senadora Marina Silva, 62 anos, que já passou por cinco malárias. Em São Paulo, em alguns hospitais, a aplicação da hidroxicloroquina com azitromicina tem salvado vidas e recuperado rapidamente os doentes. Mas há resistências políticas, pois poderia significar uma vitória sobre o vírus e um antídoto contra o caos. O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo. [para os que defendem o caos como uma consequência aceitável para tentar derrubar o presidente Bolsonaro, pouco importa que morram muitos brasileiros.
São pessoas que não aceitaram a vitória do presidente Bolsonaro, por quase 60.000.000 de votos - eles aguardam um terceiro turno que não existe.
E o desespero,  que acaba com os limites da ética e da decência, domina os inimigos do presidente Bolsonaro - também inimigos do Brasil - quando pensam na possibilidade de sanada a pandemia, a economia reiniciando o processo de crescimento - bruscamente sustado, em todo o mundo, pela Covid - 19, Bolsonaro ser reeleito em 2022 eles se tornam disposto a tudo. E esse tudo inclui a morte de inocentes.
Tem pacientes com Covid - 19 em fase terminal, nada restando a não ser aguardar a morte, exceto se houver uma intervenção de DEUS. Pacientes em tais condições são eleitos, até mesmo por questões humanitárias, para tratamento experimental com as drogas tão criticadas.]

Já se sabe que o vírus perde força no calor e num corpo jovem e saudável. 
O nosso país tropical tem 80% de brasileiros abaixo dos 50 anos. 
São quase 170 milhões de pessoas. 
Tirando dessa faixa doentes e primeira infância, ainda temos uma população de mais de 140 milhões que está sendo paralisada. Protegendo os de saúde debilitada, poderíamos segurar as duas pontas da crise: a doença e o despencar da renda. Em ambas, estão vidas. 
Mas se associaram ao corona, os subvírus da política, do ódio, da vingança, do egoísmo, da vaidade. Se nos isolássemos disso, cedendo espaço à razão, ao método, à união, amanhã estaríamos mais fortes.

Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense