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sábado, 29 de abril de 2023

Brasa perfeita - Do carvão à brasa: aprenda 4 técnicas infalíveis para acender o fogo do seu churrasco

Bom Churrasco [UTILIDADE PÚBLICA - afinal a picanha em pó, criação do petista mentiroso, está chegando.]

Vem comigo que te ensino os segredos da gastronomia na brasa.

Alê Mocellim

Acender o carvão pelo menos uma meia hora antes de iniciar o churrasco, garante que o carvão queime e vire brasa.| Foto: Bigstock

Nesta matéria irei explicar algumas formas de acendimento do fogo na hora daquele belo churrasco. Para seu churrasco ser perfeito, seu fogo tem que estar perfeito, portanto um bom churrasco se inicia por uma bela brasa. Todos sabemos que o churrasco deve ser feito na brasa, e não nas labaredas. Por isso, aconselha-se acender a churrasqueira ao menos 30 minutos antes de colocar a carne na brasa.

O fogo é uma reação química exotérmica que ocorre quando há uma combinação de calor, oxigênio e um material combustível. É uma forma de transformação da energia química em energia térmica e luminosa, e pode ter diversas utilidades, como cozinhar e assar alimentos, produzir calor em ambientes frios e iluminar ambientes escuros. Um elemento que foi primordial para nossa sobrevivência e que, nos dias de hoje, é essencial para nosso saudoso churrasco.

Confira 4 formas ou técnicas de como acender o fogo do seu churrasco:
1. Álcool
Pode-se utilizar o álcool em gel ou líquido, deixando penetrar no carvão por mais ou menos 2 minutos. Em seguida, acender um fósforo ou papel e jogar no carvão. Nessa técnica, deve-se ter extremo cuidado, pois se a concentração do álcool for grande e o ambiente for fechado, como nas churrasqueiras tradicionais, deixar o álcool por muito tempo cria um gás que, quando em contato com o fogo no ato do acendimento causa uma explosão, podendo até levar a lesões sérias.

2.  Papel Higiênico
Abra um espaço no carvão, coloque vários papéis em formato de cone nesse espaço. Despeje um pouco de óleo entre os papéis, ateie fogo e, em seguida, coloque pedaços de carvão no fogo em formato de pirâmide. O intuito é fazer com que vire uma espécie de tocha, fazendo com que a chama fique viva por maior tempo e o suficiente para que o carvão acenda.

 3. Sistema Vulcão
Técnica bastante usada,
você precisará de uma garrafa de vidro e um jornal velho. Enrole as folhas de jornal fazendo tiras. Depois, enrole essas tiras em uma garrafa, mas sem tampar a parte fina e o fundo dela. Coloque a garrafa de pé na churrasqueira e a envolva com carvão. Tire a garrafa de um modo que o jornal fique com o formato dela. Ateie fogo no molde de papel.

Importante
: o espaço deixado pela garrafa é primordial para que o oxigênio circule entre ele e as tiras, contribuindo para que a chama pegue mais rápido.

 4. Técnica do Pão
Método bem
curioso (mas muito utilizado) que funciona assim:
Pegue metade de um pão francês velho e o encharque com álcool. Coloque o pão no fundo e no meio da churrasqueira. Envolva o pão com pedaços grandes de carvão (fazendo uma espécie de pirâmide) e coloque um pouco mais de álcool sobre esse monte de carvão. Com cuidado, ateie fogo.

Percebeu que todas as técnicas, fora a mudança dos elementos são muito parecidas?  
O que é importante entendermos é que para se ter um fogo bom e de rápido acendimento é necessário a combinação de 3 elementos base que são: calor, oxigênio e um material de combustão duradouro ou resistente.
 
 Seu braseiro no ponto certo!
Não é recomendado fazer churrasco diretamente nas labaredas, pois isso pode levar a queima excessiva ou até mesmo carbonização da carne. Quando a carne é exposta diretamente às labaredas, ela pode ficar queimada por fora e crua por dentro, além de aumentar a exposição aos gases tóxicos liberados pela queima incompleta da madeira ou carvão e vir a dar um gosto ruim na sua carne.

A forma correta de se assar ou grelhar uma carne é quando seu carvão já virou brasa. Aqui, o correto é acender o fogo do seu churrasco pelo menos uma meia hora antes de iniciar seu churrasco, pois é o tempo suficiente para o carvão queimar e virar brasa.

Veja Também:

    Paixão nacional, o churrasco tem data comemorativa no Brasil

    Dicas para fazer uma Costela Fogo de Chão de respeito  

 

Alê Mocellim - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Um outro país - William Waack

O Estado de S.Paulo

Bolsonaro precipitou mudanças institucionais, algumas contra ele

Em geral, ficou demonstrado que se confia mais no que dizem os médicos e técnicos da saúde pública do que nas palavras do presidente.

Entre os vários medos à disposição parece claro que as pessoas permaneceram apegadas ao medo de morrer, o mais natural de todos. A grotesca forçada de barra dos “gênios” de comunicação de Bolsonaro – a falsa dicotomia entre empregos ou saúde – voltou-se contra o próprio presidente. Em geral, ficou demonstrado que se confia mais no que dizem médicos e técnicos em saúde pública do que nas palavras do presidente.

[inserção do vídeo pelo Blog Prontidão Total - VÍDEO DE UMA APOIADORA.O Povo exige a normalidade




 "...A mulher pediu que se retorne à normalidade produtiva. Depois de ouvir a reclamação, por três minutos, Bolsonaro concordou que aquele era o mesmo pensamento de milhões de brasileiros.


A imagem, com bastante chance, será oportunisticamente censurada pela imprensa. Ainda bem que as redes sociais ainda conseguem cumprir seu papel de difusor de informação. O "isolamento social", empregado como exagerado remédio, já causa prejuízos incalculáveis à economia brasileira, gerando o caos para quem sobrevive, principalmente, na chamada economia informal. ...]

Edição Extra do Alerta Total – www.alertatotal.net

O resultado, bastante previsível dada a correlação das forças políticas, foi mais um encurtamento da caneta presidencial. A diminuição do seus poderes vem de uma combinação de restrições institucionais que dificilmente desaparecerão quando a urgência da questão de saúde pública amainar, e ninguém sabe quando. Tem como mais recente exemplo a articulação para a aprovação do tal “orçamento de guerra”, que não é outra coisa senão a definição de responsabilidades políticas e administrativas na utilização de recursos para enfrentar uma situação de calamidade nacional.

Para ter acesso aos fundos com os quais pretende combater a inevitável recessão, o próprio ministro Paulo Guedes assinalou que precisa de uma PEC (sim, tudo no Brasil passa por mudar algum artigo da Constituição e, portanto, pelo Congresso) que regula rigidamente como o Executivo atuará, dando amplas prerrogativas ao Legislativo e ao Judiciário. Na prática, o chefe do Executivo não faz nada na gestão de crise sem consultar previamente os outros Poderes. [a necessidade de uma PEC é consequência de tudo que o presidente Bolsonaro tenta realizar, no cumprimento do mais DEVER/DIREITO de um Presidente da República, é bloqueado por ser constitucional.
O ministro Guedes sabendo  de tal circunstância se antecipa e já pede uma PEC - pediu no dia 31 passado e o Maia está tentando 'pecar' na próxima semana.]


A chave para entender o que se convencionou chamar de “isolamento” do presidente está em dois fatos concomitantes, um de fundo e o outro bem escancarado. O de fundo é o Legislativo atuando diretamente em entendimento com governadores e prefeitos, além de uma série de entidades representando setores da economia, ao largo do Planalto. O Judiciário entrou nessa articulação desde o primeiro momento, há mais de 15 dias. O presidente ficou de lado.

O segundo foi o escancarado comportamento institucional do “dream team” de ministros (Sérgio Moro, Paulo Guedes e Henrique Mandetta), além dos militares. Prevaleceu entre eles a reiteração de que obedeceriam à norma técnica – para todos os efeitos práticos, deixaram Bolsonaro falando sozinho contra o isolamento social. Chegava a ser constrangedor assistir ao contorcionismo verbal com o qual esses ministros tratavam de “traduzir” bobagens ditas ou feitas pelo presidente ao mesmo tempo em que se esforçavam para não apoiá-las.

Os tais famosos “bastidores” (pedacinhos de informação a respeito dos quais nunca se sabe exatamente o que é fato e o que é fofoca) em Brasília indicam que Bolsonaro esteve, sim, à beira de provocar grave crise ao considerar decretos que suspenderiam medidas restritivas tomadas por governadores, preso à paranoica noção de que é alvo de conspirações e superestimando a claque de apoiadores que chama de “povo”. Ao mesmo tempo em que deflagrava campanha política usando também recursos públicos.

Tomou uma freada brutal em público e em privado. O STF o proibiu de seguir adiante com a campanha “O Brasil não pode parar”. Em conversas reservadas, mais de um ministro garantiu que o Judiciário derrubaria qualquer decreto de Bolsonaro que fosse contrário ao isolamento social. [fica evidente que o STF antecipa posições, violando o principio ético e legal de que juízes não podem, nem devem, antecipar votos.] E, em privado, ele ouviu o seguinte recado de uma importante autoridade da qual dependem várias investigações de interesse direto também do presidente: “Não vou ser coautor de um genocídio”.

O fenômeno da contestação da autoridade presidencial, como aconteceu agora, pertence à categoria “gênio que não volta para dentro da garrafa”. Ou seja, trata-se de consequências políticas duradouras.  Mas há outros gênios que não voltarão para a garrafa: em prazo recorde houve flexibilização de leis trabalhistas, suspensão do teto de gastos, alterações em regimes de contratação, desengessamento do Orçamento. Teremos um outro país.

William Waack, jornalista - O Estado de S.Paulo


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Por que de repente a coisa desanda, como agora no Chile - Alon Feuerwerker

Análise Política

[as dificuldades do  Sebastián Piñera no Chile, reforçam o entendimento que um governante só pode partir para o confronto quando tiver certeza da sua superioridade.

A esquerda no Chile está de há muito se preparando para o conflito; perderam uma vez e nao querem perder novamente.]

A explicação difundida sobre as ditas jornadas de junho de 2013 no Brasil era a profunda insatisfação com os serviços públicos. Havia inclusive uma tese de a vida ter melhorado dentro de casa mas continuado ruim fora. Obviamente uma explicação errada. Ou pelo menos gravemente parcial. Pois os serviços públicos continuam do jeitinho que eram e nunca mais se viu nada remotamente parecido com 2013. Teve as mobilizações pelo impeachment, mas já era outra coisa.

Há um esforço intelectual disseminado para encontrar um fio condutor que ligue as rebeliões populares ao redor do planeta,
e naturalmente cada um puxa a brasa para sua sardinha particular. Uns culpam o que chamam de neoliberalismo ali, outros a falta de liberdade acolá, outros o déficit de soberania nacional mais adiante. É provável que todas essas explicações estejam algo certas. E também por isso elas têm pouca utilidade para localizar o tal fio condutor.

A erupção de rebeliões populares, como agora no Chile, exige duas premissas: as pessoas comuns não estarem mais dispostas a aceitar as condições materiais e espirituais em que vivem e o sistema não mais deter força suficiente para obrigar as pessoas a continuar aceitando tais condições. E o segundo fator está associado diretamente à queda nas taxas de coesão entre os grupos que detêm o monopólio weberiano da "violência legítima”.

A ubiquidade da transmissão de informações e da conectividade, algo traduzido na expressão genérica “redes sociais”, afetou diretamente a possibilidade de aplicar essa violência. Ela persiste firme em situações, como na Síria, onde o poder consegue bloquear a informação. No Chile não dá. Sebastián Piñera chamar as Forças Armadas teve pouco efeito prático porque a tropa não pode atirar nos manifestantes para matar. O remédio pinochetista está vencido. [é aceitável que a tropa use da força necessária para ter sua integridade preservada;

manifestantes, em principio, não possuem o poder de fogo para enfrentar as tropas mas, se essas vacilarem poderão sofrer pesadas baixas - manifestantes que incendeiam, depredam, são desordeiros e não vacilarão em causar vítimas, sem diferenciar inocentes desarmados e forças de segurança policiais lenientes.]

Qual seria então o tal fio condutor? Uma boa hipótese é o sentimento de a injustiça ter ultrapassado o limite do aceitável. Verdade que a régua para medir esse “aceitável" é bastante subjetiva, mas paciência. A subjetividade explica por que a rebelião popular pode perfeitamente acontecer, e acontece, mesmo quando as condições materiais objetivas não estão piorando, ou até quando estão melhorando. Um paradoxo que neutraliza as explicações mecanicistas e economicistas.

Esse viés subjetivo explica também a certa imprevisibilidade de acontecimentos como do Chile. Não existe um método quantitativo 100% confiável para medir quando os de baixo não mais estarão dispostos a viver como antes e os de cima não mais poderão obrigá-los a isso. Daí que duas atitudes sejam essenciais no exercício do poder: 

1) ficar esperto
2) não dar sopa pro azar. O primeiro depende de empatia. Já para o segundo contribui bastante a paranoia. [as duas recomendações do ilustre articulista, fecham com o nosso entendimento desfavorável a forças de segurança lenientes.
Mais vale um paranóico vivo do que um confiante morto.]
Um dia alguém disse que apenas os paranóicos sobreviverão. Mesmo se for verdade, não é suficiente constatar. É preciso dar consequência à paranoia. Por isso governos investem tanto em sistemas de informação, espionagem e repressão, mas também difundem platitudes do tipo “governarei para todos”, “precisamos unir o país”, “basta de polarização”. São platitudes, mas ajudam a atenuar o sentimento de estar excluído do jogo, e portanto de ser alvo de injustiça.

Outro detalhe: os mesmos atores colocarem o gênio de volta na garrafa pode exigir um nível da tal “violência legítima” acima do disponível em determinada correlação de forças. Também por isso governos caem. Aliás, as chamadas transições pacíficas costumam resultar não tanto de um caráter pacífico inerente aos atores, mas de correlações de força esmagadoras e que levam à situação ideal de vencer sem precisar guerrear. Só que nem sempre é possível.

Para o poder, bom mesmo é não deixar o gênio escapar. 


Alon  Feuerwerker, jornalista  - Analista Político