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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Verdades incômodas - A verdade do ministro Moraes, da série 'cada um com a sua verdade', ou ...

Paulo Polzonoff Jr

.....mentira da verdade (ou a verdade da mentira?) 

- Fake news é crime, Alexandre de Moraes é gênio e meu editor é bonito 

Se eu tiver que explicar a piada  é porque a coisa tá preta, mermão. Friedrich Nietzsche

 Meu editor: bonito, bom de bola e um coxa-branco inveterado

Meu editor: bonito, bom de bola e um coxa-branco inveterado -  Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom 

O ministro Alexandre de Moraes é um grande constitucionalista. E, apesar da pouca idade (45 anos), ele já se destaca como o melhor dentre todos os juízes do Supremo – e olhe que estamos falando de uma instituição que, de acordo com uma pesquisa recente, é a mais admirada pelos cidadãos, com 92% de aprovação. Além disso, desde que foi nomeado ministro, ele preza pela atuação discreta e cumpre como nenhum outro seu papel de guardião da Constituição.

 Foi assim, cumprindo apenas seu dever, que o ministro Alexandre Moraes abriu o chamado Inquérito das Fake News. Do qual é o juiz natural e também a vítima – como permite o ordenamento jurídico brasileiro. Desde que resolveu expor a mentira da verdade (ou a verdade da mentira?), porém, muita gente tem se dedicado a macular a honra ilibada do ministro, dizendo, entre outras coisas, que o inquérito pretende investigar e punir pessoas por um crime que não existe.  

Será preguiça de pegar o Código Penal na estante ou má-fé? Hein? Hein?

Todo mundo sabe que disseminar boatos e histórias falsas é crime intercontinental desde que Goethe causou uma onda de suicídios na Europa com seu romance “As Cartas do Jovem Werther” – uma fake news romântica em forma de literatura. No Brasil, as fake news, com o nome ultrapassado de conhecença proditória, viraram crime inafiançável com a Lei Nelson Rubens  – de cuja aprovação a direita não lembra porque estava ocupada demais dando o golpe que derrubou a presidenta Dilma.

Poderia ficar aqui horas e horas falando da inteligência, sagacidade, espírito democrático, desprendimento político e altivez de caráter do ministro Alexandre de Moraes. Mas, antes de voltar a defender a honra in-ques-tio-ná-vel dele e de seus pares, bem como sua conduta até aqui juridicamente perfeita, deixe-me expor mais alguns fatos relevantes para a compreensão deste texto.

É importante dizer, por exemplo, que o ministro Luís Roberto Barroso é um sábio. Nada menos do que um sábio. E que, em sua sapiência quase infinita, ele nos guia rumo a um futuro de democracia eterna. Barroso age movido por nenhum outro interesse que não testemunhar a prevalência da lei. Seu único defeito, aliás, é ser reconhecidamente um conservador que nunca, em nenhum momento, jamais defendeu causas progressistas.

Não menos importante para essa discussão toda, me vejo obrigado a incluir neste texto a informação que, no voto auditável, como nos ensinou a sempre muito didática e sobretudo pessoa do bem Tábata Amaral, as pessoas levam o papel impresso para casa – o que pode fazer com que o Brasil regrida 200 anos, para o tempo em que os nazistas, liderados por Borba Gato, controlaram o país por meio de uma ditadura militar. Viva o SUS e não ao retrocesso!

Preciso dizer mais, embora talvez seja um pouco tarde para isso. A fim de que o texto fique beeeeeem claro, sobretudo aos que chegaram até este parágrafo e estão olhando para um lado e para o outro, sem entender se é mesmo o Polzonoff escrevendo ou se a coluna foi tomada por um hacker (desses que nunca conseguiram violar nossas urnas eletrônicas), preciso agora dar duas ou três piscadelas e dizer que uma pesquisa recente aponta que 87% dos brasileiros votariam em Lula e pelo menos 112% confiam cegamente na urna eletrônica e na matemática do cronista.

Agora volto ao caso das fakes news em si, na esperança de me fazer compreendido. Pois bem. A ideia de que o Legislativo é quem cria as leis do país se baseia num conceito ultrapassado de homens brancos escravagistas que acreditavam em bruxas e na separação entre poderes

O novo entendimento, em vigor nos países mais modernos do mundo, incluindo o Butão, é o de que cabe ao Judiciário fazer leis quando o Congresso se omite ou está ocupado com CPIzinha. Isto é, sempre.

Na batalha de Alexandre de Moraes pela Verdade, talvez tenha sobrado ao ministro humildade. Só isso explica a não citação dessa passagem do livro Constituição à Luz do Consequencialismo, escrito pelo próprio Alexandre de Moraes, com prefácio de Luis Roberto Barroso (o que é mera coincidência) e com prefácio do ex-presidente Michel Temer. [o criador do Moraes] O trecho justifica claramente a existência de um Judiciário ativo, mas equivocadamente chamado pelos detratores de ativista. Vê se pode uma coisa dessa, Dirceu!

Para encerrar, ainda que pareça um parágrafo assim pinguelo e à solta num texto muito muito muito sério, gostaria de acrescentar que meu editor é bonito, bom de bola e um coxa-branco inveterado. E tenho dito.

Paulo Polzonoff Jr, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Dilma tentou assassinar Nelson Rodrigues com requintes de crueldade

Augusto Nunes

O gênio sobreviveu à nulidade

O genial Nelson Rodrigues protagonizou tantos e tão admiráveis assombros que sobreviveu à morte física: seu último dia de vida foi também o da estreia na eternidade. O Nelson dramaturgo inventou o teatro com diálogos em português do Brasil. O ficcionista devassou o universo habitado por aquela que muitos anos depois seria batizada de “nova classe média”. O cronista que via a vida como ela é criou metáforas luminosas, frases imortais, imagens sublimes, personagens que resumem não o que os nativos gostariam de ser, mas o que efetivamente são. E o apaixonado por futebol descobriu, por exemplo, que “a mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana”. Fora o resto.

Quem usa a cabeça para pensar sabe que alguém assim talvez não caiba num livro com a espessura da Bíblia. O cérebro baldio de Dilma Rousseff achou possível espremer Nelson Rodrigues num parágrafo que irrompeu, sempre caindo de bêbado, no meio de qualquer discurseira sem pé nem cabeça. Por algum motivo misterioso, em setembro de 2012 ela deu de exumar, para tratar invariavelmente a pauladas, o escritor que teve a sorte de partir sem conhecer a doutora em nada. Dilma precisou de dois ou três palavrórios para deixar claro que nunca leu Nelson Rodrigues. Ou passou os olhos e não entendeu nada.

Em março de 2013, por exemplo, a presidente descobriu uma frase famosa de Nelson: “O escrete é a pátria em chuteiras”, reiterava o cronista quando se referia à Seleção Brasileira. [Registro: a Seleção Brasileira referenciada na frase do genial Nelson era a seleção do século passado e não o timinho ridículo de hoje. 
A diferença entre àquela SELEÇÃO e o timinho do Tite, é que aquela tinha craques e a de hoje tem pernas de pau, vendidos...nós, flamenguistas, agradecemos quando os nossos jogadores não são convocados para estragar a imagem e a moral no timinho.] Na gíria do futebol, escrete é sinônimo de time. Na cabeça avariada da inventora do dilmês, a pátria em chuteiras virou “a pátria de chuteiras”. Um mês mais tarde, Dilma fundiu a expressão mutilada e uma teoria celebrizada pelo cronista para incluir a maluquice na selva de vogais e consoantes que tentava louvar a Copa de 2014 e a seleção de Luiz Felipe Scolari. Reproduzido sem retoques nem correções pelo Portal do Planalto, o discurso improvisado por Dilma assassinou com requintes de selvageria Nelson Rodrigues, o raciocínio lógico e a língua portuguesa. Trecho:

“Uma outra coisa importantíssima surgiu no Brasil, importantíssima. E eu vou falar o que é. Ela está ligada, de uma certa forma, a uma crônica feita por um senhor que se tivesse nascido em qualquer lugar de língua inglesa seria considerada gênio lá. Ele fez uma crônica ─ ele chamava Nelson Rodrigues, ele era muito engraçado ─ ele fez uma crônica que chamava “Complexo de Vira-lata”. Ele dizia que ─ isso foi na época, se eu não me engano, do jogo com a Suécia, final com a Suécia, não tenho certeza, mas foi na final, um pouco antes da final com a Suécia ─ ele fez uma crônica que ele dizia o seguinte: que o Brasil tinha complexo de vira-lata e que ele não podia ter complexo de vira-lata, e que a equipe era boa, tanto que a equipe era boa que ela era boa tecnicamente, taticamente, fisicamente, artisticamente. Tanto é que nós dessa vez ganhamos a Copa. Mas ele sempre falava desse complexo de vira-lata que pode… a gente pode traduzir como um pessimismo, aquela pessoa que sempre acha que tudo vai dar errado, que ela é menor que os outros. E ele dizia uma coisa, e eu queria dizer isso para vocês. Ele dizia que se uma equipe entra… eu não vou citar literalmente, não, mas se uma equipe entra para jogar com o nome Brasil, se ela entra para jogar com o fundo musical do Hino Nacional, então ela é a pátria de chuteiras”.

Semanas depois, ao festejar em Brasília a reabertura do Estádio Mané Garrincha, Dilma emocionou-se com o monumento à ladroagem e espantou a plateia com uma triangulação envolvendo a oradora, o cronista e o artista do drible. Confira: “O Garrincha, na sua simplicidade, era um jogador que demonstrou que o Brasil não era de maneira alguma, nem tinha por que, era um vencedor, e não tinha porque ter esse arraigado complexo de vira-lata que o nosso cronista esportivo Nelson Rodrigues, um dos maiores teatrólogos do nosso país, nas vésperas da Copa do Mundo, da Copa da Suécia, denunciou a existência pela quantidade de gente que previa um fracasso”.

 Eis aí uma cretina fundamental!, teria exclamado Nelson se confrontado com a deformação delirante do que escreveu em 1958 — meses antes do início da Copa da Suécia, não às vésperas da final. O complexo de vira-lata se limitou ao País do Futebol. Surgido em 1950, quando a derrota na final contra o Uruguai transformou o brasileiro no último dos torcedores, o fenômeno foi revogado dez anos depois pelo triunfo na Copa da Suécia. Na Era PT, o que assolou estes trêfegos trópicos foi o oposto do complexo de vira-lata. Foi a síndrome do Brasil Maravilha, uma disfunção produzida por ilusionistas de picadeiro que induziu os muito malandros e os imbecis de nascença a enxergar um jovem ricaço no pobretão que trajava um fraque puído nos fundilhos.

Farsas desse gênero vicejam mais facilmente em terrenos adubados por velhas crendices. O brasileiro aprende ainda no útero que nossa bandeira é a mais bonita do mundo, embora ninguém se atreva a sair por aí combinando uma camisa azul e uma calça verde com o paletó amarelo. Aprende no berço que nosso hino é o mais bonito do mundo, muitos sustenidos e bemóis acima da Marselhesa. Aprende no jardim da infância que Deus é brasileiro, e portanto deve-se aguardar dormindo em berço esplêndido a chegada do futuro. Não é surpreendente que, no auge da popularidade de Lula, apenas 4% dos nativos tenham continuado a ver as coisas como as coisas são e a contar o caso como o caso foi.

Esses teimosos 4% seguiram vendo o Brasil em que metade da população estava excluída da rede de coleta de esgotos e distribuição de água tratada. Continuaram a enxergar a incompetência dos governantes, a inépcia dos oposicionistas, a corrupção endêmica, as fraturas do sistema de saúde, o sistema de ensino em frangalhos, os mais de 14 milhões de brasileiros incapazes de ler ou escrever, os incontáveis analfabetos funcionais, a economia à deriva, os morros sem lei, as fronteiras desguarnecidas, as organizações criminosas em expansão, a demasia de horrores a combater e tumores a extirpar. O rebanho seguiu balindo o mantra: se melhorar, estraga. O padrinho de Dilma fez de conta que todos os pobres tinham sido promovidos a gente de classe média. A afilhada de Lula fingiu ter erradicado a miséria. E os dois recitavam que só quem tinha complexo de vira-lata não conseguia contemplar a edição melhorada de Pasárgada parida pelo presidente que nunca leu um livro e aperfeiçoada pela presidente que jamais pronunciou uma frase com começo, meio e fim. Só poderia dar no que deu.

A síndrome do Brasil Maravilha apressou o parto da política externa da canalhice, fruto do cruzamento da soberba com a ignorância. Lula não viu diferenças entre os ódios milenares que separam árabes e judeus e a troca de desaforos numa briga de casal em Sapopemba. Por nunca ter folheado um livro de História nem dado as caras numa aula de Geografia, informou na Jordânia que, aos olhos dos brasileiros, “árabe é tudo turco”. Salvou-o o intérprete que certamente sabia o que ocorreu durante o Império Otomano. Por escassez de neurônios, Dilma Rousseff baixou por lá recomendando o diálogo com os psicopatas do Estado Islâmico. Gentis, os anfitriões evitaram sugerir-lhe que fizesse o primeiro contato. Entre nós: para uma Dilma, a perda da cabeça não faz falta alguma.

Gente que pensa há séculos se aflige com três enigmas: 
quem somos?; de onde viemos?; para onde vamos? 
Se tais perguntas forem formuladas num botequim do Brasil deste estranho 2020, ao menos uma resposta estará na ponta da língua de todos os frequentadores. Eles decerto ignoram quem somos e para onde vamos. Mas todos já sabem de onde viemos: do imenso buraco negro escavado durante 13 anos por um corrupto irrecuperável, uma nulidade insolente e um bando de comparsas vigaristas.

Daqui a 500 anos, como a maior parte da obra de Shakespeare, não estarão grisalhos os melhores momentos de 17 peças, 9 romances, 7 livros de contos e crônicas e milhares de artigos em jornais escritos por Nelson Rodrigues. O legado impede a morte de um gênio. A criatura que não sabe juntar sujeito e predicado logo estará enterrada, ao lado do criador, na vala comum das velhacarias históricas. Para Nelson Rodrigues, a seleção era a pátria em chuteiras, a dar botinadas em todas as direções. Dilma e Lula são a pátria de ferraduras. De ferraduras e pisoteando com ferocidade todas as formas de vida inteligente.

Revista Oeste - Augusto Nunes, jornalista  

 

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Por que de repente a coisa desanda, como agora no Chile - Alon Feuerwerker

Análise Política

[as dificuldades do  Sebastián Piñera no Chile, reforçam o entendimento que um governante só pode partir para o confronto quando tiver certeza da sua superioridade.

A esquerda no Chile está de há muito se preparando para o conflito; perderam uma vez e nao querem perder novamente.]

A explicação difundida sobre as ditas jornadas de junho de 2013 no Brasil era a profunda insatisfação com os serviços públicos. Havia inclusive uma tese de a vida ter melhorado dentro de casa mas continuado ruim fora. Obviamente uma explicação errada. Ou pelo menos gravemente parcial. Pois os serviços públicos continuam do jeitinho que eram e nunca mais se viu nada remotamente parecido com 2013. Teve as mobilizações pelo impeachment, mas já era outra coisa.

Há um esforço intelectual disseminado para encontrar um fio condutor que ligue as rebeliões populares ao redor do planeta,
e naturalmente cada um puxa a brasa para sua sardinha particular. Uns culpam o que chamam de neoliberalismo ali, outros a falta de liberdade acolá, outros o déficit de soberania nacional mais adiante. É provável que todas essas explicações estejam algo certas. E também por isso elas têm pouca utilidade para localizar o tal fio condutor.

A erupção de rebeliões populares, como agora no Chile, exige duas premissas: as pessoas comuns não estarem mais dispostas a aceitar as condições materiais e espirituais em que vivem e o sistema não mais deter força suficiente para obrigar as pessoas a continuar aceitando tais condições. E o segundo fator está associado diretamente à queda nas taxas de coesão entre os grupos que detêm o monopólio weberiano da "violência legítima”.

A ubiquidade da transmissão de informações e da conectividade, algo traduzido na expressão genérica “redes sociais”, afetou diretamente a possibilidade de aplicar essa violência. Ela persiste firme em situações, como na Síria, onde o poder consegue bloquear a informação. No Chile não dá. Sebastián Piñera chamar as Forças Armadas teve pouco efeito prático porque a tropa não pode atirar nos manifestantes para matar. O remédio pinochetista está vencido. [é aceitável que a tropa use da força necessária para ter sua integridade preservada;

manifestantes, em principio, não possuem o poder de fogo para enfrentar as tropas mas, se essas vacilarem poderão sofrer pesadas baixas - manifestantes que incendeiam, depredam, são desordeiros e não vacilarão em causar vítimas, sem diferenciar inocentes desarmados e forças de segurança policiais lenientes.]

Qual seria então o tal fio condutor? Uma boa hipótese é o sentimento de a injustiça ter ultrapassado o limite do aceitável. Verdade que a régua para medir esse “aceitável" é bastante subjetiva, mas paciência. A subjetividade explica por que a rebelião popular pode perfeitamente acontecer, e acontece, mesmo quando as condições materiais objetivas não estão piorando, ou até quando estão melhorando. Um paradoxo que neutraliza as explicações mecanicistas e economicistas.

Esse viés subjetivo explica também a certa imprevisibilidade de acontecimentos como do Chile. Não existe um método quantitativo 100% confiável para medir quando os de baixo não mais estarão dispostos a viver como antes e os de cima não mais poderão obrigá-los a isso. Daí que duas atitudes sejam essenciais no exercício do poder: 

1) ficar esperto
2) não dar sopa pro azar. O primeiro depende de empatia. Já para o segundo contribui bastante a paranoia. [as duas recomendações do ilustre articulista, fecham com o nosso entendimento desfavorável a forças de segurança lenientes.
Mais vale um paranóico vivo do que um confiante morto.]
Um dia alguém disse que apenas os paranóicos sobreviverão. Mesmo se for verdade, não é suficiente constatar. É preciso dar consequência à paranoia. Por isso governos investem tanto em sistemas de informação, espionagem e repressão, mas também difundem platitudes do tipo “governarei para todos”, “precisamos unir o país”, “basta de polarização”. São platitudes, mas ajudam a atenuar o sentimento de estar excluído do jogo, e portanto de ser alvo de injustiça.

Outro detalhe: os mesmos atores colocarem o gênio de volta na garrafa pode exigir um nível da tal “violência legítima” acima do disponível em determinada correlação de forças. Também por isso governos caem. Aliás, as chamadas transições pacíficas costumam resultar não tanto de um caráter pacífico inerente aos atores, mas de correlações de força esmagadoras e que levam à situação ideal de vencer sem precisar guerrear. Só que nem sempre é possível.

Para o poder, bom mesmo é não deixar o gênio escapar. 


Alon  Feuerwerker, jornalista  - Analista Político