Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Bom Churrasco[UTILIDADE PÚBLICA - afinal a picanha em pó, criação do petista mentiroso, está chegando.]
Vem comigo que te ensino os segredos da gastronomia na brasa.
Alê Mocellim
Acender o carvão pelo menos uma meia hora antes de iniciar o churrasco, garante que o carvão queime e vire brasa.| Foto: Bigstock
Nesta matéria irei explicar algumas formas de acendimento do fogo na hora daquele belo churrasco. Para seu churrasco ser perfeito, seu fogo tem que estar perfeito, portanto um bom churrasco se inicia por uma bela brasa. Todos sabemos que o churrasco deve ser feito na brasa, e não nas labaredas. Por isso, aconselha-se acender a churrasqueira ao menos 30 minutos antes de colocar a carne na brasa.
O fogo é uma reação química exotérmica que ocorre quando há uma combinação de calor, oxigênio e um material combustível. É uma forma de transformação da energia química em energia térmica e luminosa, e pode ter diversas utilidades, como cozinhar e assar alimentos, produzir calor em ambientes frios e iluminar ambientes escuros. Um elemento que foi primordial para nossa sobrevivência e que, nos dias de hoje, é essencial para nosso saudoso churrasco.
Confira 4 formas ou técnicas de como acender o fogo do seu churrasco: 1. Álcool Pode-se utilizar o álcool em gel ou líquido, deixando penetrar no carvão por mais ou menos 2 minutos. Em seguida, acender um fósforo ou papel e jogar no carvão. Nessa técnica, deve-se ter extremo cuidado, pois se a concentração do álcool for grande e o ambiente for fechado, como nas churrasqueiras tradicionais, deixar o álcool por muito tempo cria um gás que, quando em contato com o fogo no ato do acendimento causa uma explosão, podendo até levar a lesões sérias.
2. Papel Higiênico Abra um espaço no carvão, coloque vários papéis em formato de cone nesse espaço. Despeje um pouco de óleo entre os papéis, ateie fogo e, em seguida, coloque pedaços de carvão no fogo em formato de pirâmide. O intuito é fazer com que vire uma espécie de tocha, fazendo com que a chama fique viva por maior tempo e o suficiente para que o carvão acenda.
3. Sistema Vulcão Técnica bastante usada, você precisará de uma garrafa de vidro e um jornal velho. Enrole as folhas de jornal fazendo tiras. Depois, enrole essas tiras em uma garrafa, mas sem tampar a parte fina e o fundo dela. Coloque a garrafa de pé na churrasqueira e a envolva com carvão. Tire a garrafa de um modo que o jornal fique com o formato dela. Ateie fogo no molde de papel. Importante: o espaço deixado pela garrafa é primordial para que o oxigênio circule entre ele e as tiras, contribuindo para que a chama pegue mais rápido.
4. Técnica do Pão Método bem curioso (mas muito utilizado) que funciona assim: Pegue metade de um pão francês velho e o encharque com álcool. Coloque o pão no fundo e no meio da churrasqueira. Envolva o pão com pedaços grandes de carvão (fazendo uma espécie de pirâmide) e coloque um pouco mais de álcool sobre esse monte de carvão. Com cuidado, ateie fogo.
Percebeu que todas as técnicas, fora a mudança dos elementos são muito parecidas?
O que é importante entendermos é que para se ter um fogo bom e de rápido acendimento é necessário a combinação de 3 elementos base que são: calor, oxigênio e um material de combustão duradouro ou resistente.
Seu braseiro no ponto certo!
Não é recomendado fazer churrasco diretamente nas labaredas, pois isso pode levar a queima excessiva ou até mesmo carbonização da carne. Quando a carne é exposta diretamente às labaredas, ela pode ficar queimada por fora e crua por dentro, além de aumentar a exposição aos gases tóxicos liberados pela queima incompleta da madeira ou carvão e vir a dar um gosto ruim na sua carne.
A forma correta de se assar ou grelhar uma carne é quando seu carvão já virou brasa. Aqui, o correto é acender o fogo do seu churrasco pelo menos uma meia hora antes de iniciar seu churrasco, pois é o tempo suficiente para o carvão queimar e virar brasa.
Eu condenei o jornalista americano Glenn Greenwaldquando houve aquele ataque de hackers que revelou conversas entre o pessoal da Lava Jato.Foi um crime, previsto inclusive na Constituição, porque invadiu a privacidade dos promotores, mas foi usado para desmoralizar a Procuradoria da Lava Jato e o juiz Sergio Moro.
Mas agora, o jornalista Greenwald, não é que mudou de lado, ele percebeu que um outro lado exagerou e está fazendo eco a reportagens do New York Times que dizem que o Brasil está em um momento muito perigoso de arbítrio, de totalitarismo, de desrespeito à Constituição e as liberdades e de censura.
Ele está botando a boca no mundo. Interessante que é a forma de sair do Brasil e ir para os Estados Unidos e para o mundo o que tá realmente acontecendo aqui no Brasil. Fica aqui esse registro.
Eu não sou seguidor dele, mas estou vendo que ele percebeu o que está acontecendo aqui no país. Eu passo o dia inteiro falando que a Constituição tem que ser respeitada e vocês sabem, como eu sei, que ela não está, principalmente no Artigo 5º e no Artigo 220, que falam sobre as liberdades, o direito à liberdade de expressão e sobre a vedação à censura, essas coisas.
Começa o Fórum de Davos Hoje começa o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. O Brasil tem uma comitiva que é chefiada pelo vice-presidente da República, que também é Ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Ele chefia uma comitiva que tem a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Certamente, Marina Silva vai se enquadrar no politicamente correto das questões ambientais, que são muito bonitas, etc, mas que, pelo menos na Europa, não estão resultando muita coisa.
Isso porque eles são obrigados a produzir energia de carvão e energia nuclear, por exemplo. O Partido Verde da Alemanha até já afundou. Mas, enfim, Marina está lá. Não sei o que Fernando Haddad vai falar. Tomara que não fale muito. Mas o Mauro Vieira certamente vai explicar a posição do Brasil.
Logo depois, terminado o Fórum Mundial, dia 20, outra missão de Mauro Vieira será acompanhar o presidente da República à Argentina porque vai ter a reunião de cúpula dos chefes de governo da América Latina e do Caribe. O anfitrião é o presidente Alberto Fernandéz.
A maioria desses países agora é de esquerda, então vai ser um caminho indo para a esquerda.
Aqui no Brasil isso já está sendo posto em prática,com a reabertura das embaixadas do Brasil em Havana e em Caracas e a retirada de um general como embaixador do Brasil em Israel.
Vem aí a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado Está faltando só 15 dias para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.
As pessoas falam em reeleição. O Artigo 57, no parágrafo 2º, diz que não tem reeleição. Mas ninguém mais obedece a Constituição, né?
O que é um perigo muito grande, porque aí o que manda é quem tem mais força, não é a lei. É um perigo.
Quem desobedece a Constituição está armando alguma coisa que pode vir contra si próprio. Mas, enfim.
O grande perigo é reeleger Rodrigo Pacheco no Senado, porque ele foi omisso completamente com todos esses desrespeitos à Constituição. Eu estou torcendo para que ele não seja reeleito, para que o Senado tenha um papel realmente de câmara revisora,inclusive dos atos do Supremo, como diz a Constituição. Temos que respeitá-la.[a declarada torcida do douto articulista, nos deixou preocupado: será que torcer contra alguém que atuou, por omissão, favoravelmente ao Supremo, não é ato antidemocrático?]
Economia no governo novo Quinze dias de governo novo e já a economia completamente entregue ao acaso. A insegurança jurídica no país hoje é muito grande, o que faz com que os investidores, aqueles que estão investindo no país, em emprego, em produção, estejam todos com o pé atrás.
Koni estranhou a silhueta desconhecida e o som daquela voz. Em busca de compreensão, inclinou a cabeça de lado, como tendem a fazer os de sua espécie. Embora imperceptível às demais criaturas presentes, o cheiro de repolho fermentado, mais carregado no sal do que a habitual salmoura doméstica, logo excitou suas sensíveis células olfativas. Acostumado a cheirar as mãos do dono, que o contemplava com um sorriso ao mesmo tempo zombeteiro e orgulhoso, o imponente cão julgou por bem fazer o mesmo com a convidada, fonte de tão inédito olor. Esta, vítima de um ataque canino no ano de 1995, crispou-se de visíveis constrangimento e temor.
A inspeção farejadora durou pouco. Apenas pelas diferenças no tom da voz e postura corporal, a intuição canina dera ao animal a certeza de que o poder ali permanecia nas mesmas mãos, e que, tal como ele próprio, a nova criatura no pedaço haveria de acomodar-se gostosamente à autoridade do velho dono. Koni espantou-se apenas com o fato de, conquanto solta como ele, mas pela curiosa rigidez dos músculos, a outra mais parecesse encoleirada. Tratava-se, afinal, de um cachorro muito perspicaz, herdeiro de um centenário clã de farejadores a serviço da polícia secreta. A habilidade de farejar fragilidades emocionais e psíquicas era questão de pedigree.
O encontro ao qual Koni compareceu em condição estratégica, e sobre o qual, posto que nominalmente irracional, extraiu conclusões tão razoáveis, aconteceu no ano de 2007, na bela dacha de Vladimir Putin em Sochi, cidade localizada à beira-mar. Sim, o dono de Koni era o presidente russo, que então recebia para uma conversa sobre fornecimento de energia a chanceler alemã Angela Merkel – objeto dos perspicazes insights caninos. Com efeito, intimidada pela presença do labrador preto, e inteiramente submissa ao seu dono, Angela estava mesmo na coleira.
Posto que altamente simbólico do ponto de vista das relações interespecíficas envolvidas, o encontro em Sochi era apenas mais um episódio no processo de aprofundamento da dependência alemã do gás natural russo. Esse processo, que se iniciara com o filo-russo Gerhard Schröder, antecessor de Angela, agravou-se bastante com essa última, grande entusiasta da agenda anti-combustíveis fósseis da União Europeia, instrumentalizada, por exemplo, pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão, um dos produtos do famigerado Protocolo de Quioto. Guiada por ideólogos da “sustentabilidade”, Merkel era um dos líderes europeus para os quais a mudança para o gás natural preencheria o vácuo entre o estágio de abandono do arcaico carvão e a fase da futura consolidação das energias renováveis.
Resta que as implicações políticas dessa exaltada mudança são bem conhecidas. Quase metade do fornecimento de gás natural para a Europa provém da Rússia – uma proporção que tende a aumentar caso seja retomado o projeto do gasoduto Nord Stream 2, recentemente suspenso por conta da guerra, mas nada garante que de forma permanente. E, como prevê a Eurogas, o consumo europeu de gás natural – utilizado tanto para aquecimento quanto para gerar eletricidade –deve aumentar entre 14% e 23% até 2030, o que provavelmente deixará mais justa a coleira do Kremlin em torno do pescoço do Velho Continente.
Dentre as razões para o aumento do consumo de gás natural, destaca-se, por um lado, a radical agenda ambientalista de redução de emissão de CO2, cujo fundamento está na mitologia pseudocientífica e milenarista do aquecimento global antropogênico. E, por outro, o abandono do investimento em energia nuclear,também causado por histeria e alarmismo em torno da possibilidade de acidentes como os de Chernobyl e Fukushima. No ano 2000, por exemplo, o governo alemão assinou um tratado prometendo fechar todas as usinas nucleares até o presente ano, 2022. Sem combustíveis fósseis e sem energia nuclear, resta, obviamente, o gás natural, pelo menos até que as energias renováveis se tornem menos custosas.
O problema é que o aumento da dependência de gás natural – fruto de muita ideologia e pouca racionalidade – coincide com a diminuição de fontes alternativas para sua obtenção, (como as do Mar do Norte), criando uma situação obviamente explorada pela Rússia de Putin. Diante desse contexto, nações do Leste Europeu, a exemplo da Polônia, República Checa e Hungria, mostram-se apreensivas ao constatar que se encontram tanto mais vulneráveis aos fortes ventos geopolíticos que lhes chegam do Oriente quanto mais sujeitos a uma estratégia de redução de emissões formulada a muitas léguas dali, em Bruxelas. A cruzada contra os combustíveis fósseis é particularmente nociva a países como a Polônia, no qual esses combustíveis respondem por aproximadamente 80% da produção de energia.
Com o mercado cada vez mais regulado desde cima, e na medida do crescente controle russo sobre a oferta, esses países veem o futuro de modo ainda mais tenebroso do que estados-membros mais ricos da EU, nos quais o investimento em energias renováveis é muito maior. Antes da presente guerra, enquanto a política afetava mais sensivelmente os países mais carbono-dependentes, a Comissão Europeia pressionava por mais restrições às emissões. Resta saber se, agora, com o projeto imperialista neossoviético avançando obstinadamente, a Alemanha e outras nações ricas do bloco continuarão dóceis e submissas, presas na coleira curta de Vladimir Putin.
Está na cabeça de todo o mundo. Como Vladimir Putin simplesmente ignora telefonemas e visitas de representantes das nações mais ricas da União Europeia e dos Estados Unidos e faz uma invasão por terra, mar e ar na Ucrânia, nitidamente premeditada pelo enorme nível de coordenação?
Por semanas, ele deixou claro que não quer entregá-la bovinamente à Otan, abrindo flanco para a instalação de mísseis na cola da fronteira russa. Mas também está claro que sua ação tem um simbolismo maior, pelo nível de desprezo que demonstra em relação a outros chefes de Estado.
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Há indícios de que o Ocidente fraqueja, e como não há vácuo de poder, o Oriente avança pelas brechas.Putin dá sinais de que se preparou para este momento mais tenso, inclusive prevendo quais seriam os limites das sanções econômicas sobre a Rússia, o principal instrumento de reação. Suas aparentes calma e segurança viriam do fato de que boa parte das peças de seu jogo de xadrez bélico estão bem posicionadas em outro tabuleiro, os mercados de commodities.
Mesmo comandando uma economia com brilho menor, o governo russo fez apostas em produtos-chave, e a globalização tratou de criar interdependências miúdas, tão difíceis de desatar como nó de correntinha fina. Alguns exemplos. A Rússia tem grandes reservas de carvão e petróleo e é o maior produtor de gás do mundo. Muito se repetiu que quase 40% do gás consumido na Europa é russo. Agora vai ficando claro que não há fornecedores alternativos à altura da demanda europeia.
Na terça-feira (22), circulou nas agências internacionais a declaração de um executivo da indústria no Catar avisando que não há no mercado volume suficiente de GNL, gás natural liquefeito, para cobrir o eventual cancelamento de contratos de europeus com os russos.Muitos colocam dinheiro na mesa para apostar que a retaliação alemã, de suspender a licença do gasoduto Nord Stream 2, que levará gás russo ao país, não dura até o fim do outono.
A Rússia também é um importante produtor de cevada, aveia, centeio e principalmente de trigo, item básico de alimentação. Nos últimos anos, se tornou o maior exportador de trigo do mundo, e controla 20% do abastecimento global. Enquanto os analistas falam da perda de prestígio de Putin,os preços dos principais produtos russos ganham valor. O preço do barril de petróleo já passa de US$ 100 e o trigo acumula alta de 17% em uma semana.
Colocando um pouco de Brasil na discussão é preciso lembrar que Rússia é um fabricante tão expressivo de adubos e fertilizantes que nada mesmo de 62% das importações brasileiras daquele país estão concentradas nesses produtos. Outra fatia importante desses itens vem de Belarus, um aliado na guerra da Ucrânia. Como ficar sem?
Há outra questão. Apesar de os principais países terem condenado a ofensiva na Ucrânia, a China segue sem condenar Putin, com representantes do alto escalão emitindo manifestações dúbias. Representantes da diplomacia chinesa já fizeram ponderações sobre a relação da Rússia com a Ucrânia e as repúblicas separatistas.
Não tem segredo aí. Se a China condenar a Rússia vai complicar suas exigências em relação a Taiwan. Na quarta-feira (23), o ministro das Relações Exteriores chinês chegou a declarar que Taiwan não é Ucrânia porque sempre foi parte inalienável da China.Faz um tempo que os dois países caminham juntos na economia. O principal parceiro comercial da Rússia --de longe-- é a China, e vice-versa. Minério e um volume gigante de petróleo vão para a China, que vende para a Rússia muito maquinário e eletroeletrônicos.
Entre os dois países estão em construção redes de gasodutos que prometem mudar o equilíbrio da oferta do produto no mercado global.No início de fevereiro, quando a crise da Ucrânia já estava em curso, a parceria escalou. Putin foi a Pequim para participar da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Num claro recado ao Ocidente, especialmente aos Estados Unidos, ele e o presidente chinês Xi Jinping anunciaram um acordo "sem limites" nas áreas econômica e política. Essa aproximação consolida a organização de um poderoso bloco na banda oriental do mundo, liderado pela China, que vai escanteando as potências ocidentais.
No meio da pandemia, em novembro de 2020, enquanto o então presidente Donald Trump travava a guerra comercial contra a China, o gigante asiático e 14 países do Pacífico fecharam o maior acordo comercial do mundo. Chamado de Parceria Econômica Regional Abrangente, o bloco reúne 2,2 bilhões de consumidores e um terço do PIB global.
Ao mesmo tempo, a China mantém a construção da Nova Rota da Seda,megaobra de infraestrutura que liga Oriente Médio, Ásia, África e Europa, atravessando áreas que eram de influência da ex-União Soviética.
Todos esses movimentos, colocaram os dois países, que já foram os maiores impérios ao leste, de costas para o Oeste. Putin, em sua invasão da Ucrânia, fez um movimento mais ousado e novo, confrontou o Ocidente --aqui, entendido como o grupo desenvolvido dessa parte do mundo, Europa e Estados Unidos.
Sim, tudo indica que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pode ter razão. Há sinais de que Putin trabalha para reconstruir a antiga União Soviética. E a lacônica China quer o quê?
Poucos consumidores sabem da presença de celulose de eucalipto em sorvetes, biscoitos, hambúrgueres, queijos, ketchup e sopas
Vista aérea de uma floresta de eucalipto no Brasil - Foto: Paulo Vilela/Shutterstock
Todo dia comemos e consumimos eucalipto. E
ninguém se dá conta. O eucalipto reina entre as árvores cultivadas no
Brasil. São mais de 5,5 milhões de hectares de eucalipto, de um total de
cerca de 9 milhões de hectares de florestas plantadas, segundo a Indústria Brasileira de Árvores.
A produtividade média de 39 metros cúbicos por hectare por ano
(m³/ha/ano) do eucalipto brasileiro é cerca de duas vezes superior à das
florestas do Chile e da África do Sul. Ela supera em três vezes a de
Portugal e Espanha e em quase dez vezes a produtividade de Suécia e
Finlândia.
As florestas de eucalipto atendem à demanda por lenha,
carvão, madeira e, sobretudo, celulose.
Entre as aplicações da celulose,
a produção de papel e papelão são as maiores e mais conhecidas. Não é
só. As florestas de eucalipto participam da alimentação, do vestuário,
do conforto do lar e até dos cuidados de saúde de todos os brasileiros.
A palavra eucalipto foi criada por um botânico francês, Charles Louis
L’Héritier de Brutelle, em 1788. Ela se compõe do prefixo grego eu (bem, bom, agradável, verdadeiro) e de κάλυπτο, kályptos (coberto). Esse gênero botânico foi denominado assim pela
característica de sua inflorescência. Nela, o limbo do cálice se mantém
fechado, até depois da floração. Vale relacionar o significado de
eucalipto (eu kaliptos) com apocalipse (apo kalipse), apo significando ação contrária ao coberto e, portanto, revelação.
O prefixo eu prolifera entre plantas e humanos, em palavras
como Eugenia (bem gerada, nascida), Eunice (boa vitória), Eustáquio (boa
espiga, bom fruto), Eulália (boa fala), Eusébio (bem venera — Deus),
Euterpe (boa alegria, doçura), eufórbia (bom alimento), euforia (bem
suportar), eutanásia (boa morte) e eutrofia (bom crescimento, até
demais). E transforma-se em ev, em evangelho(bom anúncio, boa-nova) ou Evaristo (bom grado, muito amado).
Os eucaliptos são originários da Austrália e pertencem à generosa
família das mirtáceas, com cerca de 3.000 espécies, dentre as quais:
goiaba, araçá, cravo-da-índia, jaboticaba, jambo, pitanga, murta, uvaia,
grumixama, guabiroba, camu-camu, cambuci, cambuí, cambucá e muitas
outras.
Além da madeira, da lenha e do carvão, um produto excepcional extraído do eucalipto é a chamada polpa de celulose solúvel (dissolving pulp). Trata-se de um material com alto teor de celulose (> 92%-97%) quando comparado ao teor encontrado nas polpas kraft
convencionais (85%-90%), destinadas à produção de papel e papelão. A
polpa de celulose solúvel tem alta pureza e baixo nível de contaminantes
inorgânicos. Dada sua alvura e viscosidade, ela pode ser aplicada nos
mais diversos produtos, sobretudo em alimentação, saúde e cosmética.
Ela entra na produção de tripa de celulose para confecção de
embutidos (salsichas, linguiças, mortadelas etc.). A celulose solúvel é
um excelente estabilizante, emulsificante e espessante, capaz de
integrar grande número de alimentos industrializados e processados, como
sorvetes, iogurtes, biscoitos, doces, hambúrgueres, queijos, molhos, ketchup e sopas. Poucos consumidores sabem da presença celulose de eucalipto nesses produtos.
Além dos alimentos, a celulose solúvel entra na composição do
revestimento de comprimidos e cápsulas de medicamentos, das pastas de
dente e em formulações odontológicas (gel dental e soluções orais). Na
indústria de cosméticos, há derivados da celulose utilizados para a
confecção de gel, um veículo excelente para diversos princípios ativos
dermatológicos e terapêuticos, e em diversos produtos de higiene
pessoal, maquiagem, cremes cosméticos, fraldas e até em preservativos.
A celulose participa também na composição dos filtros de cigarros,
nas lentes de contato, máscaras e tecidos cirúrgicos e até em telas de
LCD. Em tudo isso há eucalipto. O processamento dos eucaliptos permite a
produção de outros insumos para fabricar vernizes, esmaltes, tintas,
óleos essenciais, celofane, filamentos para pneus, filmes fotográficos
etc. Na construção civil, a celulose é utilizada na confecção de painéis
e divisórias de ambiente (dry wall). No setor energético e
petroquímico, a celulose é usada na produção de bioprodutos e
biocombustíveis, inclusive o etanol celulósico.
A introdução do eucalipto no Brasil e seu plantio em escala comercial
se devem ao agrônomo paulista Edmundo Navarro de Andrade (1881-1941),
umplantador de florestas.
Ele estudou na Escola Nacional de Agricultura, em Portugal. Ao retornar
ao Brasil, em 1904, foi contratado pela Companhia Paulista de Estradas
de Ferro. Sua missão era encontrar a melhor espécie florestal para
reflorestar áreas desmatadas na construção das ferrovias, para fornecer
madeira para dormentes e carvão às locomotivas.
Em 1914, Edmundo Navarro buscou na Austrália 144 espécies de
eucalipto e testou sua aclimatação. Das espécies trazidas, 64 se
adaptaram muito bem ao clima do país. Navarro criou 18 hortos florestais
ao longo das ferrovias. Neles, estudou 95 espécies florestais, até
confirmar sua escolha pelo eucalipto.
Navarro instalou a sede do Serviço Florestal em Rio Claro. Publicou
mais de dez obras sobre suas viagens e o eucalipto, incluindo o livro Cultura do Eucalipto.
Ele também foi pioneiro na utilização do eucalipto para produção de
papel e papelão. Em 1925, viajou aos Estados Unidos para conhecer a
fabricação de papel a partir da madeira. E levou para serem testadas
algumas toras de eucalipto. Os testes foram satisfatórios, e o eucalipto
serviu à produção de quatro tipos de papel.
A produção florestal total do Brasil aproxima-se de 200 milhões de m³/ano, uma liderança mundial
Navarro foi secretário da Agricultura do Estado de São Paulo de 1930 a 1931. Criou oMuseu do Eucalipto,
o único do gênero no mundo. O Horto Florestal de Rio Claro, onde fica o
museu, leva o nome do pesquisador. São 2.230 hectares abertos à
visitação, com acesso às trilhas e ao Solar Navarro de Andrade,
residência do pesquisador, tombada pelo patrimônio histórico.
Vista da entrada do Museu do Eucalipto | Foto: Divulgação
Em 1941, ano da morte de Navarro, quase 100 milhões de eucaliptos, de
espécies diferentes, cresciam nos hortos florestais ao longo das
ferrovias. A sorte estava lançada. As décadas de 1960 e 1970 foram
marcadas pelo crescimento da produção de celulose no mercado brasileiro
graças à incorporação constante de inovações tecnológicas na produção
florestal e nos processos industriais. Nas décadas de 1980 e 1990, houve
grande expansão das áreas cultivadas com eucaliptos.
A produção florestal total do Brasil aproxima-se de 200 milhões de
m³/ano, uma liderança mundial. Desse total, cerca de 70 milhões de
m³/ano são de florestas energéticas: 53 milhões de m³/ano em lenha
industrial (presentes também em padarias e pizzarias, para a glória da
gastronomia) e cerca de 17 milhões de m³/ano em carvão. A produção de
carvão vegetal de eucalipto posiciona o Brasil como principal produtor
no mundo (12%). Ele substitui insumos de origem fóssil (carvão mineral) e
diminui a emissão de gases de efeito estufa na siderurgia. A maioria
das 180 unidades de ferro-gusa, ferro liga e aço no Brasil utiliza
carvão vegetal no processo de produção.
Em 2020, a indústria florestal produziu 10 milhões de metros cúbicos
de madeira serrada. O crescimento da produção de celulose é constante.
Em 2020, o Brasil produziu cerca de 21 milhões de toneladas de celulose,
alta de 6,4% em relação a 2019. No último trimestre de 2021, foram 4
milhões de toneladas exportadas, avanço de 12,7% no comparativo anual.
As exportações em 2020 totalizaram 15,6 milhões de toneladas, alta de
6,1% em relação a 2019.
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores, mais de 75% das
exportações do Brasil vão para dez principais destinos. A China está no
topo, com 48,1% do total (US$ 2,9 bilhões), seguida por União Europeia
(12,6%), Estados Unidos (5%), Turquia (2%), Tailândia (1,9%), Coreia do
Sul (1,7%), Irã (1,7%), México (1,7%), Vietnã (1,6%) e Bangladesh
(1,5%). Além dos US$ 6 bilhões alcançados em exportações de celulose, os
produtos da indústria de base florestal embarcaram US$ 1,7 bilhão em
papéis e US$ 276 milhões em painéis de madeira no ano de 2020.
[a leitura da presente matéria mostra a importância do agronegócio para o Brasil e da dependência do mundo aos produtos brasileiros, especialmente da agricultura e pecuária.
Os interesses estrangeiros em atrapalhar o crescimento do Brasil e do agronegócio é de tal ordem que muitas ONGs alienígenas, sebosas, movidas por interesses escusos, compram maus brasileiros, que se dizem especialistas ambientais - ou como tal são apresentados - quando não passam de especialistas de m... , (há raras exceções)... , para criticarem o fantástico desenvolvimento do Brasil em tão importante campo.]
São mais de mil municípios na área da indústria florestal. A receita
bruta total do setor foi de R$ 97,4 bilhões em 2019 e representa 1,2% do
PIB brasileiro. Graças ao eucalipto, a celulose é, de longe, a fibra
vegetal mais produzida e consumida no país. Desde os tempos de Navarro,
os críticos do eucalipto, em geral, não têm ideia da sua real dimensão
na economia e na vida dos brasileiros. Bom apetite!
Decisões de tributação de produtos importados de países sem políticas ambientais restritivas deixa exportadores preocupados com a vulnerabilidade brasileira.
Empresas de comércio exterior, bancos e indústrias têm relatado ao governo e ao Congresso sua crescente preocupação com decisões dos Estados Unidos e da União Europeia de avançar na tributação extra de produtos importados de países sem políticas ambientais restritivas.
Há duas semanas, os europeus definiram um plano (“Mecanismo de Ajuste de Fronteira”) com previsão inicial de impostos sobre empresas estrangeiras fornecedoras de commodities como petróleo, gás e carvão, e produtos cuja fabricação é intensiva na emissão de poluentes, como aço, alumínio, concreto e fertilizantes, entre outros.
O objetivo é proteger os fabricantes domésticos em transição tecnológica para cortar emissões de poluentes, principalmente o dióxido de carbono (CO2), um gás liquefeito, incolor, inodoro, não inflamável, levemente ácido, mais pesado que o ar e é solúvel em água. Eles disputam mercado com importadores de produtos adquiridos em países que não adotam restrições ambientais equivalentes às da União Europeia. Nas palavras de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, “o princípio é simples: a emissão de CO2 deve ter um preço, um preço que incentive consumidores, produtores e inovadores a escolher as tecnologias limpas, a ir em direção a produtos limpos e sustentáveis.”
Os Estados Unidos resolveram avançar na mesma direção. Semana passada, com aval da Casa Branca, o Partido Democrata apresentou um esboço de legislação para arrecadar US$ 16 bilhões por ano com um imposto verde sobre importações da China, Brasil e outros países que não estariam agindo com eficácia para reduzir emissões de poluentes que contribuem para o aquecimento global.[dois aspectos a considerar: 1) a China deve estar ardendo em preocupação com esse imposto; 2) os autores da ideia esquecem que o preço final do produto - incluindo custo de produção, transporte, impostos, lucros, se somam e produz o preço final que é bancado pelo consumidor final - que com certeza não é o Brasil,nem a China. Até a mudança tecnológico pretendida (parágrafo adiante) os habitantes dos países impostores (EUA,União Européia e outros) vão ter maiores despesas. Imposto subiu = custo final mais alto = produto mais caro para o consumidor final.]
Como no caso europeu, essa nova tributação nas fronteiras equivaleria aos custos assumidos pelas empresas americanas na mudança tecnológica prevista em regulamentações federais e estaduais para diminuição das emissões de gases de efeito estufa na queima de combustíveis fósseis. Inicialmente, seria aplicável a 12% das importações realizadas pelos EUA.
A previsão é de aprovação do imposto ainda neste ano, dentro do novo orçamento, para cobrança já a partir de 2024. Em tese, a maioria parlamentar democrata pode fazer isso acontecer até novembro, antes da Conferência do Clima na Escócia, promovida pela ONU. Cerca de duas centenas de nações, inclusive o Brasil, subscreveram o Acordo de Paris, em 2015, concordando em cortar as respectivas emissões de poluentes. Mas não há uniformidade em critérios, nem nos prazos.
Essas iniciativas europeia e americana tendem a desestabilizar o comércio global baseado nas regras atuais de organismos multilaterais, como a Organização Mundial de Comércio. Além de conveniências políticas domésticas, no aspecto protecionista, não existem parâmetros comuns definidos para se determinar um preço do carbono por cada produto-alvo de um imposto verde.
É parte do jogo de pressões da Europa e dos EUA para induzir países como a China a acelerar sua política de redução de gases de efeito estufa, o que resultaria em aumento de custos na mudança tecnológica de toda a base produtiva. O Brasil pode ser considerado alvo secundário, mas não menos relevante por causa dos sucessivos recordes de devastação florestal na Amazônia — 51% de aumento na área desmatada (8,3 mil km2) nos últimos 11 meses, segundo dados oficiais. O país já foi um protagonista do acordo climático global, agora é percebido como vilão ambiental.
Proposta em análise estabelece cobrança só a partir de 2022 e para novos investidores
O Projeto de Lei que trata de novas regras para a cobrança de tarifas sobre a autoprodução de energia solar,
a chamada geração distribuída, estabelece isenção permanente para quem
já colocou ou vai adotar placas fotovoltaicas até o fim de 2021.“Para quem já tem [as placas], está instalando ou tem parecer de acesso não muda nada. Para sempre, porque essas pessoas fizeram o contrato quando as regras não previam as tarifas”, afirmou o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
Na proposta, além da manutenção eterna da isenção para quem já possui o
sistema, está prevista uma tarifa mais branda do que a proposta pela
Aneel em seu relatório no ano passado. A ideia é cobrar apenas o serviço
da distribuição, que equivale a 28% da tarifa cheia e de forma
gradativa. O relatório da agência de 2019 propunha,além do pagamento da
distribuição, a cobrança da transmissão, bem como de encargos e perdas
do sistema elétrico,o que representaria 62% da tarifa cheia.Segundo Andrada, no caso da geração distribuída local(quem tem placa no
próprio telhado), a proposta é que o pagamento da tarifa comece a
partir de 2022, quando os donos dessas placas pagarão 10% da tarifa da
distribuição. De forma escalonada, a cada dois anos, a alíquota crescerá
20 pontos percentuais, chegando a 100% em 2032.
No caso da geração remota (aquela que não é gerada no local do consumo),
o deputado afirmou que a proposta é cobrar a tarifa de 100% da
distribuição já em 2022. Também haveria uma transição escalonada para a geração compartilhada
(local ou remota), hoje com representatividade irrisória. Nesta, a
partir de 2022 a alíquota subiria para 50% da distribuição e, em dez
anos, chegaria a 100%. Questionado sobre a não cobrança de encargos, como a CDE (Conta de
Desenvolvimento Energético, onde estão subsídios a programas do
governo), o deputado disse que, como a geração distribuída reduz o
consumo de energia de fontes mais caras, como a termelétrica,há um
barateamento natural na conta que compensa a isenção.
“Quando gero energia solar e a injeto no sistema, ela é diluída para
toda a estrutura [de distribuição]. Todo mundo usa. Se eu faço isso, eu
deixo de comprar energia térmica, a carvão, a diesel, que é caríssima,
poluidora e suja. Então as pessoas que têm energia solar nas suas casas
barateiam a conta de luz para todo mundo.”
O deputado disse que conversou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
que o aconselhou a esperar algumas semanas para apresentar o PL.
Segundo Andrada, Maia estaria estudando o caminho mais rápido para a
tramitação, se por comissão especial ou por regime de urgência. Pessoas que acompanham o assunto disseram à Folha,
em condição de anonimato, que a expectativa é que o projeto seja
apresentado ao Congresso já no início de fevereiro. Um empecilho, porém,
pode vir com a substituição de Caio Megale por Esteves Colnago na
relação do Ministério da Economia com o Congresso.
Com a supremacia já bastante combalida, o Supremo Tribunal Federal sofre
um ataque inusitado. O ministro Dias Toffoli decidiu transformar sua
autocombustão num processo de carbonização de toda a Corte. O cérebro de um
magistrado começa a funcionar no instante em que ele nasce. E não para até que
o dono da toga se mete em conchavos políticos. O presidente do Supremo virou
arroz de festa nos salões do Poder Executivo. Nesta quinta-feira, Toffoli
participou de café da manhã oferecido por Jair Bolsonaro à bancada feminina do
Congresso. Ao discursar, o capitão sentiu-se à vontade para dizer o seguinte:
"É muito bom nós termos aqui a Justiça ao nosso lado, ao lado do que é
certo, ao lado do que é razoável e ao lado do que é bom para o nosso
Brasil."...
Mesmo quem não entende de política é capaz de compreender os lances da
politicagem. No início da semana, noutro café da manhã, Toffoli comprometera-se
com os termos de um pacto a ser celebrado entre os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário. No embrulho do pacto há temas que podem resultar em
demandas judiciais com potencial para escalar a pauta do Supremo —reformas
previdenciária e tributária,por exemplo. Ao dizer que a Justiça está "ao
nosso lado", Bolsonaro utiliza Tofolli (9% da composição do Supremo) para
desmoralizar os outros dez ministros (91% da Corte).
É como se o chefe do
Executivo enxergasse no Pretório Excelso, do outro lado da Praça dos Três
Poderes, um puxadinho do Palácio do
Planalto. Uma instância da qual o governo espera ouvir apenas "amém",
pois a Bic do capitão só assina "o que é bom para o nosso Brasil."
Nesse
enredo, não parece haver espaço para meio-termo. Ou o Supremo Tribunal Federal
segura Dias Toffoli ou Dias Toffoli transforma em carvão o que restou do
Supremo
No
mensalão, o Supremo Tribunal Federal despertou no brasileiro uma mania de
Justiça. Os magistrados granjearam prestígio social inédito ao demonstrar que
não há reforma política mais eficaz do que a remessa dos ladrões para a cadeia.
No petrolão, um pedaço da Suprema Corte acalenta a ideia de abrir as celas num
julgamento marcado para 10 de abril. Se isso acontecer, o Judiciário tende a
ficar tão queimado quanto a banda devassa do Legislativo e do Executivo. Com
uma diferença: a toga pula na fogueira voluntariamente.
Nenhum
cidadão no mundo recebe mais informações jurídicas do que o brasileiro. Basta
passar na frente de um telejornal antes da novela para ser atropelado pelo
noticiário sobre roubos, inquéritos, denúncias, ações penais, sentenças,
embargos e habeas corpus. A maioria dos patrícios entende de leis apenas o
suficiente para saber que precisaria compreender muito mais. Entretanto, a
superexposição à TV Justiça, reproduzida por emissoras comerciais, desenvolveu
na plateia habilidades que evitam confundir magistrados certos com certos
magistrados.
A histórica decisão em que o Supremo autorizou o encarceramento de
corruptos condenados em segunda instânciajá foi confirmada uma, duas, três,
quatro vezes. Na decisão mais recente, a tranca prevaleceu por 6 votos a 5.Como certos magistrados mudaram de posição, não são negligenciáveis as chances
de uma reviravolta. Não importa que o placar seja apertado. Dependendo do
resultado, 54,5% dos ministros do Supremo (6) darão aos outros 45,5% uma
péssima reputação.
Deve-se o sucesso da Lava Jato a três fatores: Um, o risco de cana
tornou o roubo uma atividade arriscada; dois, a antecipação do cumprimento da
pena para a segunda instância estimulou as delações; três, a loquacidade dos
corruptores deixou nus os corruptos. Ao oferecer à bandidagem a doce impunidade
da Justiça Eleitoral, o Supremo reduziu a uma taxa próxima de zero o risco de o
assalto ao erário terminar em castigo. Abrindo as celas, a Corte restabelecerá
aquele cenário em que a concretização da justiça é um momento infinito. Com a
perspectiva de recorrer em liberdade até a prescrição dos crimes, apenas os
bobos cogitariam delatar.
A aversão
ao Supremo cresce porque a explosão de escândalos de corrupção, um se
sobrepondo ao outro, despertou no brasileiro uma fome de justiça. A mulher já
não apanha do marido calada, não tolera o assédio e se queixa da discriminação
salarial. O consumidor não suporta ser passado para trás. O eleitor comete
erros diferentes. E o contribuinte em dia com suas obrigações fiscais já se deu
conta de que a corrupção mata literalmente na fila do hospital e
metaforicamente nas escolas que nada ensinam.
Cogita-se
a abertura das celas num instante em que aguardam na fila por uma condenação
pessoas como Aécio Neves e Michel Temer, amigos de Gilmar Mendes. E sonha com a
reconquista do meio-fio um personagem como Lula, amigo de Ricardo Lewandowski e
ex-superior hierárquico de Dias Toffoli. Antes do mensalão, a oligarquia
política e empresarial do país achava que nenhuma ilegalidade justificava a
incivilidade de uma reprimenda. Depois do petrolão, o país se deu conta de que
o problema das prisões não era a superlotação de pobres e pardos. O que
envergonhava a nação era a ausência de bandidos de grife atrás das grades.
Se
modificar a regra sobre prisão, o Supremo Tribunal Federal vai virar carvão
antes de conseguir assar as primeiras pizzas. Dias Toffoli, o presidente da
Corte, fez muito bem em abrir por conta própria um processo para identificar e
punir os detratores da Corte. São intoleráveis os sujeitos que sistematicamente
desmoralizam o Supremo, jogando a opinião pública contra o tribunal. O problema
é que, infelizmente,os que fazem isso vestem toga e dão expediente na última
instância do Judiciário, o que dificulta a punição.