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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Coreia do Norte insiste que não tem nenhum caso de coronavírus

O país isolado tomou rápidas medidas ao fechar as fronteiras em janeiro e adotar um rígido confinamento

A Coreia do Norte continua sem registrar nenhum caso de coronavírus, reiterou o regime de Pyongyang, apesar do crescente ceticismo do mundo, no momento em que a pandemia já afeta quase um milhão de pessoas.  O país isolado, que desenvolveu armamento nuclear, fechou rapidamente as fronteiras em janeiro, quando o vírus foi detectado na vizinha China, e adotou rígidas medidas de confinamento.

[Difícil acreditar no que diz a Coreia do Norte - é um país comunista e a mentira e o comunismo se completam;
Apesar de parecer mentira, tudo é possível. 
Vejamos:
- há alguns países que ainda não registraram o vírus;
- a Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo - vive sob um permanente e rígido confinamento - e sob o tacão de uma ditadura tirânica (a maioria das ditaduras são tirânicas, mas as comunistas estão entre as 'piores das piores').

Não seria surpresa se o Kim Jong Un, ao decretar o 'confinamento do confinamento', estabelecesse que qualquer cidadão violador das regras fosse sumariamente executado, pena estendida aos seus familiares - os maiores absurdos, cometidos pela Coreia do Norte, são sempre apoiados, por omissão, pela ONU.

A possível imunidade dos norte-coreanos ao coronavírus e à Covid-19, corrobora o que já sabemos:
- Democracia é prejudicial ao combate à pandemia - Itália, Espanha, Estados Unidos confirmam.
Tem coisa pior a uma 'guerra' em que medidas excepcionais precisam ser promulgadas pelo presidente da República e o Congresso Nacional e o Poder Judiciário impedem?
Não será surpresa se qualquer dias destes uma suprema decisão proibir o presidente Bolsonaro de pensar em governar.]

Pak Myong Su, diretor do departamento que luta contra as epidemias, insistiu que os esforços deram resultado.  "Até o momento, nenhuma pessoa foi infectada com o novo coronavírus no país", declarou Pak à AFP.  "Adotamos medidas preventivas e científicas como inspeções e quarentenas para todas as pessoas que chegavam ao país, desinfetamos os produtos e fechamos as fronteiras e bloqueamos todas as rotas marítimas e aéreas".

Praticamente todos os países do mundo registraram algum caso do novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira que quase um milhão de pessoas contraíram o vírus. Além da China, epicentro do coronavírus, a Coreia do Sul registrou um dos piores focos da pandemia, que já matou mais de 45 mil pessoas no mundo.

De acordo com especialistas, o norte da península coreana é particularmente vulnerável ao vírus devido a seu frágil sistema de saúde. Os desertores acusam as autoridades de ocultar um surto da doença. O comandante militar americano na Coreia do Sul, general Robert Abrams, declarou no mês passado que tinha "praticamente certeza" de que o Norte registrava casos do vírus. Em fevereiro, o ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que enviou a Pyongyang 1.500 kits de diagnóstico após um pedido, dado "o risco existente do Covid-19".

A OMS pretende destinar 900 mil dólares para ajudar Pyongyang a responder ao coronavírus, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).

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Correio Braziliense


sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A gente somos inúteis - Nas entrelinhas

“Na revolução em curso no mundo do trabalho, a maioria das profissões que existirão daqui a 25 anos, provavelmente, ainda não foi nem criada; mesmo entre as novas, algumas terão vida efémera”

Ao examinar a medida provisória sobre a geração de empregos para jovens, devido aos jabutis incluídos pela equipe econômica no projeto do governo para criar quatro milhões de novos postos de trabalho, é inevitável lembrar do refrão da música Inútil, da banda de rock Ultraje a Rigor. Não só por causa do grande número de jovens nem-nem, fora do trabalho e da escola, sem condições de ingressar no mercado de trabalho devido à escolaridade precária (eram 23% dos 33 milhões de jovens entre 15 e 24 anos), mas também por causa de algumas ideias sem nenhuma chance de serem aprovadas pelo Congresso, como a taxação do seguro-desemprego e a extinção de várias profissões regulamentadas.

A medida provisória acaba com registros profissionais de jornalista, agenciador de propaganda, arquivista, artista, atuário, publicitário, radialista, secretário, sociólogo, técnico em arquivo, técnico em espetáculo de diversões, técnico em segurança do trabalho e técnico em secretariado, entre outros. Se levarmos em conta certas atitudes e declarações do presidente Jair Bolsonaro e a política adotada em relação à educação, à cultura e à imprensa, faz até certo sentido, pois existe realmente uma ojeriza governamental aos profissionais que atuam nessas áreas.

Jornalistas revelam o que certos poderosos não gostariam que fosse de conhecimento público; sociólogos estudam problemas para os quais as autoridades muitas vezes fecham os olhos; arquivistas classificam, preservam e organizam documentos que muitos gostariam que fossem incinerados; técnicos em segurança do trabalho denunciam condições insalubres e desumanas nas empresas; artistas fazem a crítica dos costumes e dos poderes. Por ironia, sobrou até para o empregado do lava-jato. Tudo bem que é preciso modernizar a legislação trabalhista, mas não precisa o governo meter uma mão peluda no mercado de trabalho para precarizar ainda mais profissões que estão passando por grandes transformações devido à revolução tecnológica. O governo deveria se preocupar mais com a sua reforma administrativa e as carreiras do serviço público, pois, essas sim, o mercado não resolve.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se manifestou sobre a proposta do governo. Disse que vários dispositivos, entre os quais o que acaba com o registro profissional de jornalista, deverão ser retirados
[uma medida que faltou é que o parlamentar, especialmente o que está presidente da Câmara - cargo para o qual não foi eleito, visto que seus eleitores votaram para deputado apenas e no caso do Maia pouco mais de 72.000 eleitores - tenha seus poderes ditatoriais eliminados.
Ditatoriais? SIM: no sistema atual o presidente da Câmara é quem decide sobre o que a câmara dos Deputados vai deliberar.
Caso ele não concorde com um projeto é só sentar em cima.]
A rigor, esse não é um assunto interditado ao debate, pois a comunicação, com as redes sociais, deixou de ser oceânica para se tornar galáctica e os jornalistas perderam o monopólio da notícia. Nada acontece sem que um cidadão com o celular ou uma câmera de segurança registre em tempo real. Entretanto, não tem sentido resolver a questão por medida provisória. Na revolução em curso no mundo do trabalho, a maioria das profissões que existirão daqui a 25 anos, provavelmente, ainda não foi nem criada; mesmo entre as novas, algumas terão vida efêmera, como tiveram o fax, o DVD e o iPod.

Não se resolve esse assunto com uma canetada. A medida provisória restringe as profissões àquelas que têm conselhos que as regulamentam, que são justamente as mais corporativistas e que transformaram seu mercado de trabalho em grande cartório. Mesmo as profissões mais valorizadas estão sendo muito impactadas pela inteligência artificial, como as de advogado e de médico. A propósito, a inteligência artificial deveria ampliar o acesso e baratear os serviços, e não encarecê-los ainda mais e elitizá-los, como acontece no Brasil.

O governo fez cálculos cabalísticos sobre a geração de emprego, com base em medidas que, a rigor, não aumentam a produtividade, apenas a exploração do trabalho, como medidas para reduzir indenizações e multas trabalhistas. Acaba até com o seguro para acidentes da trânsito, Dpvat, que é sabidamente impactado pelos acidentes com motoboys. Espera com isso criar 1,8 milhão de empregos por ano, uma meta chutada, que não pode servir para legitimar as maldades da equipe econômica, pressionada a resolver o problema do desemprego pelo próprio presidente Bolsonaro.

Um dinheiro, aí
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a reunião do Brics, na qual passou a presidência da cúpula para o líder russo Vladimir Putin, para pedir mais isonomia no tratamento dado ao Brasil pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelo grupo. Dos 45 projetos de financiamento já aprovados, apenas seis são brasileiros. Somados, eles aportaram cerca de US$ 1,4 bilhão em áreas como logística, infraestrutura, transportes e sustentabilidade. “Os números mostram que precisamos trabalhar juntos para superar o desequilíbrio em desfavor do Brasil na carteira de financiamento do NDB”, disse. Criado em 2014, o NBD tem capital de US$ 50 bilhões, dividido igualmente entre os cinco países do Brics.


No documento assinado pelos chefes de Estado de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, há citações à região do Golfo, ao Afeganistão e à Península Coreana, mas não há menção aos conflitos regionais sobre os quais divergem, como as crises na Venezuela, no Chile e na Bolívia, o conflito entre Índia e Paquistão na disputa pela Caxemira, a anexação dos territórios de Donets e da Crimeia pela Rússia e os protestos em Hong Kong contra o governo da China.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense
 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Leia os termos do que se chama estupidamente de acordo entre Trump e Kim Jong-un. Texto é um primor da retórica oca. Não quer dizer nada

O presidente Trump e presidente Kim Jong-un mantiveram uma profunda, completa e sincera troca de pontos de vista sobre questões relativas ao estabelecimento de novas relações entre os Estados Unidos e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) e à construção de um regime de paz sólido e duradouro na península Coreana.

O presidente Trump se comprometeu a dar garantias à RPDC, e o presidente Kim Jong-un reafirmou seu firme e inquebrantável compromisso com a total desnuclearização da península Coreana.
Convictos de que o estabelecimento de novas relações Estados Unidos-RPDC contribuirá para a paz e a prosperidade da península Coreana e do mundo e reconhecendo que o estabelecimento da confiança mútua pode promover a desnuclearização da península coreana, o presidente Trump e o líder Kim Jong-un declaram:
  1. Os Estados Unidos e a RPDC se comprometem a estabelecer novas relações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, de acordo com o desejo de paz e de prosperidade dos povos dos dois países.
  2. Os Estados Unidos e a RPDC unirão seus esforços para construir um regime de paz duradoura e estável na península coreana.
  3. Reafirmando a declaração de Panmunjom de 27 de abril de 2018 [assinada pelas duas Coreias], a RPDC se compromete a trabalhar para a desnuclearização completa da península Coreana.
  4. Os Estados Unidos e a RPDC se comprometem a recuperar os | 4 | restos mortais de prisioneiros de guerra e desaparecidos em ação, incluindo a repatriação imediata daqueles já identificados.
Reconhecendo que a cúpula dos Estados Unidos/RPDC, a primeira deste tipo, é um evento marcante, que nesta data vira a página de décadas de tensão e de hostilidades entre os dois países e augura um novo futuro, o presidente Trump e o líder Kim Jong-un se comprometem a implementar as disposições desta declaração conjunta de maneira incansável.

Os Estados Unidos e a RPDC se comprometeram a realizar negociações de acompanhamento, conduzidas pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e um homólogo de alto nível da Coreia do Norte, para implementar os resultados da cúpula dos Estados Unidos/RPDC.
O presidente Donald Trump e o líder Kim Jong-un se comprometem a cooperar para o desenvolvimento de novas relações entre os Estados Unidos e a RPDC e a promoção da paz, da prosperidade e da segurança da península Coreana e do mundo”.

Blog do Reinaldo Azevedo

 

terça-feira, 15 de maio de 2018

Coreia do Norte suspende reunião com Sul e ameaça cancelar cúpula com Trump

Agência oficial norte-coreana cita como motivo exercícios militares entre Seul e Washington iniciados na sexta

A Coreia do Norte suspendeu abruptamente uma reunião de alto nível com a Coreia do Sul marcada para esta quarta-feira, citando como razão os exercícios militares iniciados na última sexta-feira entre militares sul-coreanos e americanos. Segundo a agência oficial de notícias norte-coreana, a KCNA, a reunião de cúpula marcada para o dia 12 de junho em Cingapura entre o ditador do país, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também estaria em risco.  "Este exercício, direcionado a nós, que está sendo realizado em toda a Coreia do Sul, é um desafio flagrante à Declaração de Panmunjom e uma provocação militar intencional que vai contra o desenvolvimento político positivo na Península Coreana", afirmou a KCNA, em referência ao documento aprovado na cúpula de 27 de abril entre Kim Jong-un e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

Chamados de "Max Thunder", os exercícios já estavam previstos antes da cúpula intercoreana de abril, que foi a primeira em 11 anos e marcou a primeira visita de um dirigente norte-coreano ao Sul desde a divisão da península, no pós-Segunda Guerra Mundial. A Declaração de Panmunjom não faz referência à retirada das forças dos Estados Unidos da Coreia do Sul, onde Washington mantém bases militares desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953.

No entanto, a agência oficial norte-coreana chamou de "provocação" os exercícios militares, citando a participação de bombardeiros B-52 e jatos invisíveis aos radares.
"Os Estados Unidos também terão que empreender deliberações cuidadosas sobre o destino da planejada cúpula Coréia do Norte-EUA, à luz deste tumulto militar provocativo conduzido em conjunto com as autoridades sul-coreanas", advertiu a KCNA.
Uma porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, disse que não tinha nenhuma informação sobre a ameaça da Coreia do Norte e que o planejamento da cúpula com Trump estava de pé. A Casa Branca não comentou.  A reunião entre Norte e Sul prevista para esta quarta-feira deveria se concentrar nos planos para implementar a Declaração de Panmunjom, que, entre outros itens, prometeu que os dois países buscariam a desnuclearização completa da Península Coreana e um acordo de paz para pôr fim formalmente à Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício.

O anúncio norte-coreano causou estranheza porque no início de março, depois de um encontro com Kim Jong-un, o chefe da Segurança Nacional da Coreia do Sul, Chung Eui-yong, disse norte-coreano entendeu que exercícios militares conjuntos "rotineiros" entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos continuariam. Isso foi considerado uma importante concessão da Coreia do Norte, embora Pyongyang nunca tenha suspendido formalmente sua demanda pelo fim dos exercícios.

No último sábado, em um gesto de boa vontade antes da cúpula entre Kim e Trump, a Coreia do Norte havia informado que vai desmantelar seu local de testes nucleares entre os dias 23 e 25 de maio. O governo norte-coreano convidou a mídia internacional para testemunhar a destruição do local, mas não os inspetores técnicos, deixando especialistas em desarmamento e cientistas nucleares desconfiados sobre a eficácia da iniciativa. Nesta terça, imagens de satélite mostraram que o local já havia começado a ser desativado.

O Globo
 


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Inauguração de Embaixada dos EUA em Jerusalém aumenta clima de tensão



Sob contestação internacional, transferência da de órgão oficial coincide com escalada com Irã



Nesta segunda-feira, quando se comemoram os 70 anos da criação de Israel, os Estados Unidos transferem a sua embaixada no país de Tel Aviv para Jerusalém, atendendo a um pedido histórico dos israelenses e dos religiosos americanos. E a data não é uma coincidência: trata-se de mais um símbolo da proximidade entre os dois países. Mas a festa deve ser restrita, pois a tensão na região está crescente e especialistas afirmam que a possibilidade de uma nova guerra no Oriente Médio fica a cada dia mais próxima.



Estradas em Jerusalém recebem enfeites para inauguração de embaixada americana - AHMAD GHARABLI / AFP


O local da nova representação americana em Israel, anunciado em dezembro, escancarou o apoio incondicional de Washington ao governo de Benjamin Netanyahu, dificultando a retomada de negociações de paz entre israelenses e palestinos. Ao mudar a embaixada para Jerusalém sem fazer nenhum outro gesto aos palestinos, que reclamam o setor oriental da cidade como sua capital, o governo de Donald Trump deixa de ser visto como mediador do conflito. Em consequência, a data chamada pelos palestinos de Nakba (dia da catástrofe e do êxodo) — não por coincidência 15 de maio, dia seguinte à criação de Israel — deverá registrar recordes de protestos.

“Mover nossa embaixada não é um desvio do nosso forte compromisso de facilitar um acordo de paz duradouro; pelo contrário, é uma condição necessária para isso”, afirmou, em nota, o Departamento de Estado americano.

A medida reforça a ligação entre o presidente Donald Trump e Netanyahu, um dos líderes estrangeiros mais próximos do republicano. Especialistas afirmam que essa aproximação entre os dois é a mais intensa desde os anos 1990, quando Bill Clinton e Yitzhak Rabin compartilhavam um profundo vínculo de amizade e uma visão estratégica que os levou à primeira tentativa de um acordo entre os israelenses e palestinos baseado na premissa da troca de terras por paz.

DESCOMPASSO COM EUROPA
Além disso, outros dois fatores contribuem para a escalada de tensão. A mudança da embaixada ocorrerá seis dias após os Estados Unidos deixarem o acordo nuclear com o Irã, grande inimigo de Israel na região. Logo em seguida, Israel atacou bases iranianas na Síria, no que afirmou ser uma retaliação contra o lançamento de foguetes contra suas forças nas Colinas de Golã — território sírio cuja conquista por Israel em 1967 não é reconhecida internacionalmente. Esses fatos se relacionam e ampliam a possibilidade de novos confrontos.  — O conflito entre israelenses e palestinos está envolto em camadas de significado simbólico, e esses dois dias (aniversário de Israel e Nakba) são especialmente poderosos — disse ao GLOBO David N. Myers, professor de História Judaica e diretor do Centro Luskin de História e Política da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), referindo-se à data escolhida por Trump para a inauguração da nova embaixada. — E os fatos no Oriente Médio são dinâmicos. A decisão americana de se retirar do acordo nuclear com o Irã terá repercussões em toda a região. E são particularmente preocupantes as crescentes tensões na fronteira norte de Israel com o Líbano e a Síria, em especial a “guerra por procuração” entre o Irã e Israel (no front da guerra civil síria).

Até agora poucos países — a maior parte sem expressão diplomática relevante — seguiram o exemplo e transferiram embaixadas. Na semana passada, foi o Paraguai, por exemplo. Já os europeus criticam a decisão dos EUA, pois defendem seguir as resoluções da ONU segundo as quais o status definitivo de Jerusalém deve ser determinado em negociações. Americanos e europeus também ficaram em posições contrárias no caso do acordo iraniano, levando Angela Merkel, chanceler alemã, a afirmar que o Velho Continente não pode mais “confiar” nos EUA.

Por outro lado, o governo Trump tenta — talvez sem uma estratégia muito clara — repetir com os palestinos o que fez com os norte-coreanos: tensionar a relação para buscar um acordo. Mas no Oriente Médio a situação é menos clara do que na Península Coreana, e o risco de errar na dose, fazendo eclodir um novo confronto, parece ser maior, segundo especialistas.
— A mudança da embaixada sinaliza um afastamento de uma política de 30 anos que tentava uma solução para o conflito dentro da visão de dois Estados. É uma indicação de que os EUA não pretendem ser um intermediário honesto, mas sim um aliado de Israel — disse Myers. — Receio que estejamos caminhando para um período de crescente tensão. Quando há percepção de estagnação e falta de progresso, surge a perspectiva de violência.

Desde que ficou claro o apoio incondicional de Trump a suas políticas, o governo de Netanyahu tem se preocupado menos com a pressão internacional na questão dos assentamentos em territórios ocupados — são cerca de 600 mil israelenses vivendo na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dan Arbell, pesquisador do Centro de Estudos sobre Israel da American University, na capital americana, acredita que essa mudança da embaixada é historicamente errada”:
— Os Estados Unidos atenderam a um dos mais importantes pedidos de Israel sem pedir nada em troca, sem utilizar isso como moeda de negociação em um acordo de paz com os palestinos. Perderam uma oportunidade.

A cerimônia de inauguração contará com a presença de Ivanka Trump e Jared Kushner, a filha e o genro do presidente americano, que tem sido um intermediário nos contatos com Israel. A embaixada começará a funcionar com ao menos 50 funcionários. São esperados 800 convidados na cerimônia — nenhuma autoridade palestina.
Essa mudança também serve como uma luva para as pretensões internas de Trump, pois parte da base evangélica dos republicanos defende que Israel tem direito à “terra prometida”.
— A love story entre Trump e Netanyahu deve continuar — disse Arbell. — A questão será quando os democratas voltarem ao poder. Acredito que, neste momento, os israelenses terão grandes problemas.


[Clique aqui e conheça mais sobre a 'manobra suja' feita por um brasileiro quando presidiu parte da Assembleia Geral da ONU, que permitiu a criação de Israel, usando território pertencente ao Povo Palestino e invadido por Israel. ]