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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Bolsonaro cobra apoio de aliados e diz que ‘não acabou a eleição ainda’

Um dia após Ibope mostrar queda na intenção de votos, presidenciável diz que parlamentares eleitos devem apoiá-lo: ‘A prioridade de vocês é Jair Bolsonaro’

Um dia após pesquisa feita pelo Ibope mostrar que a diferença dele para Fernando Haddad (PT) caiu quatro pontos percentuais [dentro da margem de erro, visto que ele oscilou para baixo 2% e o petista oscilou positivamente 2%] e que sua rejeição aumentou cinco pontos, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) cobrou duramente seus aliados para que se empenhem em sua campanha e alertou que “não acabou a eleição ainda”.
Novas informações e mentiras que estão sendo difundidas ao meu respeito
 
Em uma transmissão ao vivo no Facebook de 21 minutos, ele afirmou que “os deputados de esquerda estão mobilizados” nas redes sociais defendendo Haddad e fazendo ataques a sua candidatura, enquanto entre seus aliados “o engajamento está muito fraco”.  “Eu apelo aos parlamentares eleitos que entrem nessa briga. Não acabou a eleição ainda”, afirmou. Segundo o Ibope, o capitão reformado do Exército lidera o segundo turno da eleição presidencial com 57% dos votos válidos contra 43% de Haddad – no levantamento anterior, os números eram de 59% a 41%.

Apesar de ter oscilado dentro da margem de erro, o capitão experimentou queda na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor) – ele passou de 47% para 42%, enquanto Haddad foi de 31% para 33%. A rejeição ao candidato do PSL também subiu cinco pontos.

Bolsonaro lembrou aos 52 deputados eleitos pelo PSL segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT – que eles não foram eleitos apenas em razão de seus esforços. “Vocês se elegeram em grande parte pelo meu trabalho como candidato a presidente da República”, disse.
Para ilustrar a crítica, ele citou a situação de São Paulo, onde deputados do PSL gravaram vídeo de apoio ao candidato Márcio França (PSB), enquanto outros representantes da campanha, como o vice Hamilton Mourão, externou apoio a João Doria (PSDB).

“Eu estou vendo a briga em São Paulo. Em vez de brigarem por voto para mim, ficam apoiando um candidato ou outro. Pelo amor de Deus, a prioridade de vocês é Jair Bolsonaro”, disse. “O que está em jogo é a cadeira presidencial”. 

O presidenciável também pediu aos seus eleitores que continuem mobilizados em busca de votos durante o que ele chamou de “sprint final”. “A eleição não está decidida ainda”.

Fake news
O candidato também listou – e rebateu cada uma – o que considera informações falsas divulgadas pela campanha de Haddad a seu respeito. Ele citou as informações de que iria acabar com o emprego de professores e merendeiras com a adoção do ensino à distância, que iria permitir o desmatamento da Amazônia, que iria distribuir armas indiscriminadamente para a população e que iria legalizar os cassinos no Brasil.
“Nós fazemos uma campanha baseada na verdade, e o outro lado, na mentira deslavada”, disse.

Confira números da pesquisa do Ibope sobre o estado de São Paulo

Revista Veja




sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Falha de segurança fez PF reforçar proteção a Bolsonaro na UTI

Presidenciável chegou a dormir com dois policiais federais dentro do quarto


Eram 22 horas da sexta-feira (14) quando os seguranças que faziam a ronda noturna na entrada da UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, começaram a discutir uma falha na guarda do quinto andar do bloco A, ala em que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estava internado até então. Ele se recuperava de uma facada desferida durante um ato público em Juiz de Fora, no início deste mês.

Poucas horas antes, um amigo da família aproveitou a passagem de policiais federais à paisana e ingressou na ala em que estão os leitos dos pacientes na UTI sem se identificar. O homem, flagrado pela PF enquanto circulava pelo local sem autorização, acabou removido do corredor. Imediatamente, o segurança que permitiu a entrada foi afastado e levou uma suspensão de três dias, com desconto no salário.

O deslize deixou a PF em alerta. Até então, três agentes com roupas de civil se revezavam 24 horas por dia em frente ao quarto de Bolsonaro. No cômodo de aproximadamente quinze metros quadrados, ficava permanentemente outro policial federal. Mas, diante da falha em captar a entrada de um intruso, um novo agente foi escalado para ficar ao lado do leito de Bolsonaro em tempo integral. Dividiram os 15 metros, portanto, Bolsonaro e dois policiais — até domingo (16), dia em que foi transferido para a unidade de tratamento semi-intensivo.

O endurecimento na fiscalização era perceptível desde que Bolsonaro ingressou no hospital. Seguranças haviam sido deslocados para cada uma das entradas da UTI – uma de pacientes, outra de funcionários e ainda a de visitantes. Os agentes de uma empresa privada se revezavam de duas em duas horas em frente às portas que davam acesso aos quartos dos pacientes em estado grave.

Todos os visitantes tinham de passar pela recepção para se identificar. O procedimento era obrigatório até para os filhos de Bolsonaro e incomodou pessoas próximas do deputado, como o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, que chegou a discutir com um segurança que não o deixou passar sem que fosse identificado. “Você sabe quem eu sou?”, esbravejou Bebianno para o funcionário. [protesto imbecil o desse tal de Bebbiano; que obrigação tem um segurança de conhecer um presidente de partido político? ainda mais um presidente em exercício.
Qualquer segurança tem o DEVER de só permitir o ingresso em local sob sua guarda de pessoas devida e previamente identificadas.]

Bebianno tem passado longos períodos no hospital. Foi no Albert Einstein que ele costurou uma trégua com os filhos do presidenciável, que reclamavam da centralização exercida por ele na campanha. O cessar-fogo teve como objetivo frear o protagonismo do vice Hamilton Mourão, que vinha distribuindo declarações desastrosas nos eventos que participou. A interlocutores, Bebianno afirmou que vive “o melhor momento” com os herdeiros de Bolsonaro.

Naquela sexta à noite, o dirigente do PSL entrou pela última vez no quarto de Bolsonaro às 19h30, acompanhado de três pessoas. A acompanhante de uma paciente da UTI logo o reconheceu. “Esse aí não sai daqui”, disse. Ele deixou o local no meio da entrevista que o principal adversário de Bolsonaro, o petista Fernando Haddad, concedida ao Jornal Nacional, da TV GloboNoticiários da rede Globo dominam a programação na TV do quarto de Bolsonaro no hospital. O filho Carlos é quem mais tem ficado ao lado do pai. Ele dorme no local enquanto Eduardo e Flávio fazem campanha para os cargos eletivos que disputam em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.

A mulher do candidato, Michelle, também visita o marido com frequência. Ela é descrita por familiares de outros pacientes como uma pessoa elegante e que costuma cumprimentar quem encontra pelos corredores. Em razão do estado fragilizado de Bolsonaro, as conversas no quarto perderam o tom exaltado que era característico de reuniões anteriores ao atendado. Pessoas que visitam o candidato dizem que ele está emocionalmente abalado e impaciente com as restrições impostas pelos médicos. O candidato deseja retomar as rédeas da campanha o mais rápido possível, mas os filhos têm freado o ímpeto do pai. O presidenciável nem sequer consegue se levantar sem o auxílio de um enfermeiro.

Na UTI, cinco enfermeiros e três juntas médicas, compostas por quatro especialistas cada, se revezavam de oito em oito horas para cuidar de Bolsonaro. Quando o quadro do candidato era considerado mais grave, e havia a necessidade de se fazer um exame, ele circulava pelos corredores deitado em uma maca e com o corpo todo coberto por um lençol – inclusive a cabeça, justamente para evitar ser fotografado.  As únicas imagens divulgadas na internet foram feitas por correligionários. Certa vez, uma mulher que acompanhava outro paciente na UTI tentou filmar o candidato clandestinamente. Foi repreendida pelos seguranças e forçada a deixar o local.

 

domingo, 9 de setembro de 2018

Haddad vira presidenciável graças a escândalos

 [vale lembrar que sem escândalos PT não existiria; toda a história do perda total é fonte de escândalos.]

Em 2005, quando explodiu o mensalão, Lula deslocou Tarso Genro do comando do Ministério da Educação para a presidência do PT. Ao aceitar a missão, Tarso pediu que fosse acomodado no seu lugar Fernando Haddad, então secretário-executivo da pasta da Educação. Dona Norma, mãe de Haddad, soube pelo noticiário da promoção do filho. Telefonou-lhe para perguntar por que aceitara ser ministro de um governo em má situação. E Haddad: “Mãe, se a situação fosse boa, nunca me ofereceriam o ministério.” Lula encantou-se com sua gestão.

Decorridos 13 anos, Haddad está na bica de se tornar candidato ao Planalto graças a outro escândalo que marca a ruína petista: o petrolão. Nesta segunda-feira, o filho de dona Norma visitará Lula, em Curitiba. Se tudo correr como planejado, sairá da cela especial, finalmente, com o aval do preso mais ilustre da Lava Jato à sua conversão em cabeça da chapa presidencial do PT. A promoção precisa ocorrer no dia seguinte, 11 de setembro, quando vence o prazo fixado pela Justiça Eleitoral para a substituição de Lula.

Haddad terá, então, 28 dias para tocar uma campanha eleitoral sui generis, na qual o sucesso depende de sua capacidade de se autoanular. Terá de se apresentar como um candidato invisível —de modo que o eleitor consiga enxergar o Lula que há por trás dele. Em tais circunstâncias, o apelido de poste talvez seja inadequado. Haddad participa da eleição mais com um laranja de Lula. Para que a transfusão de votos ocorra na proporção desejada pelo petismo, o eleitorado precisaria acreditar que, votando no candidato em liberdade, estará elegendo o padrinho preso.

A escassez de tempo não é a única adversidade. Haddad herda uma equipe de campanha que não escolheu. Terá de tourear petistas que avaliam que ele não é o melhor Plano B —a começar pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que queria a vaga para ela. Precisará molhar a camisa para evitar que parte dos votos de Lula escorra para Ciro Gomes e Marina Silva. De resto, entrará no jogo depois da facada que praticamente colocou Jair Bolsonaro no segundo turno, obrigando os outros candidatos a se engalfinhar pela vaga restante.

Na noite desta segunda, Haddad terá uma ideia do tamanho do seu desafio. O Datafolha divulgará uma pesquisa presidencial que captará os efeitos da primeira semana do horário eleitoral, dos primeiros debates, das sabatinas, do veto à candidatura de Lula e do atentado cometido contra Bolsonaro. Pesquisa do Ibope, divulgada na semana passada, colocou Haddad (6%) na quinta colocação, atrás de Bolsonaro (22%), Ciro Gomes (12%), Marina Silva (12%) e Geraldo Alckmin (9%). Nessa pesquisa, o laranja de Lula estava tecnicamente empatado com o candidato tucano.

De acordo com o lema da campanha petista, só a vitória do laranja de Lula será capaz de fazer “o Brasil feliz de novo”. Aposta-se que o apagão do governo de Michel Temer acenderá na cabeça do eleitor a memória dos melhores tempos da gestão de Lula, quando havia empregos, renda, crédito e consumo. Os adversários de Haddad se equipam para levar à vitrine outra realidade. Que a gestão Temer foi ruinosa, ninguém tem duvida. Mas planeja-se levar à vitrine também a ruína de Dilma Rousseff, que produziu desequilíbrio fiscal, recessão e desemprego.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%.Na gestão empregocida de Dilma, o desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua cerca de 12 milhões de trabalhadores. Deflagrada em 2014, a Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. Agora, o PT tenta empurrar o espólio de Dilma para o gavetão do esquecimento. Os adversários cuidarão de instilar no eleitorado o receio de que Haddad, a nova criatura de Lula, vire uma nova Dilma.

Não será a primeira vez que Dilma assombra projetos políticos de Haddad. A gestão impopular da ex-gerentona de Lula conspirou contra a recondução de Haddad à prefeitura de São Paulo, em 2016. Em fevereiro daquele ano, quando se equipava para reivindicar a reeleição, Haddad distanciou-se de Dilma numa entrevista ao blog. Entre outras críticas, apontou “problemas de condução” da política econômica. Reveja um trecho abaixo. A íntegra está disponível aqui. Haddad não foi reeleito. O rival tucano João Doria prevaleceu no primeiro turno. Os rivais do PT talvez forcem Haddad a renovar em 2018 as ressalvas que fazia a Dilma há dois anos.

Blog do Josias de Souza

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Bolsonaro cresce nas pesquisas, a esquerda se assusta e começam a surgir acusações infundadas e insinuações sem suporte

Patrimônio de Bolsonaro e filhos cresceu na política, diz jornal

Por meio de um blog, na tarde deste domingo, a família Bolsonaro se defendeu dizendo que acusações são "calúnia" e "mentira da esquerda amedrontada"

O patrimônio do deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) cresceu consideravelmente desde sua entrada na política, apontou reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste domingo.  Bolsonaro e três de seus filhos, que também exercem cargos públicos, são donos de 13 imóveis com valor mínimo de 15 milhões de reais. Segundo o jornal, a maioria dos imóveis está localizada em áreas nobres do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.


De acordo com as informações obtidas por meio de documentos de cartórios, todos os imóveis foram adquiridos nos últimos dez anos. Os bens dos Bolsonaro também incluem carros com valores de até 105.000 reais e aplicações financeiras de 1,7 milhão de reais.  Procurados por VEJA, Jair e um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro, não responderam às tentativas de contato sobre a reportagem.

Horas depois, Jair retuitou um post do blog Família Bolsonaro, que chamava as acusações do jornal de “mentira da esquerda amedrontada”. “As calúnias não param e outras, infelizmente, virão! A mais recentes acusam Jair Bolsonaro de ‘lavagem de dinheiro’ e de possuir, além de uma mansão em Angra dos Reis – RJ, outras duas na cidade do Rio de Janeiro que valeriam R$ 10 milhões.” O post ainda prometia “breves explicações sobre essas piadas” em dois links, que direcionavam, na verdade, a páginas não disponíveis do Facebook.

Até 2008, a família havia declarado à Justiça Eleitoral bens em torno de 1 milhão de reais, entre eles apenas três dos 13 imóveis que possuem atualmente. Quando ingressou na política, em 1998, Jair Bolsonaro tinha declarados apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes que valiam pouco mais de 10.000 reais, segundo a Folha. Bolsonaro não tem nenhuma outra ocupação além da política.

Três filhos dos cinco filhos do deputado federal também ocupam cargos públicos. Flávio Bolsonaro é deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Eduardo é deputado por São Paulo e Carlos vereador no Rio desde 2001. Eles também apresentaram crescimento de patrimônio acelerado nos últimos anos. Flávio negociou 19 imóveis nos últimos 13 anos. [negociar imóveis, o que inclui, sem limitar, operações de compra e venda não representam acréscimo patrimonial.]

Lavagem de dinheiro
Segundo a Folha, as transações para a compra da casa em que Jair Bolsonaro vive, na Barra da Tijuca, têm indícios de lavagem de dinheiro, segundo critérios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazendo e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci). O presidenciável recebe atualmente salário bruto de 33.700 reais como parlamentar, além de um soldo do ExércitoO valor real dos imóveis de toda a família, cinco em nome de Jair Bolsonaro, três de Carlos, dois de Eduardo e três de Flávio, representa cerca do triplo do que a família declarou à Justiça. A lei, contudo, exige apenas o informe de bens, e não de seu valor. [alguém precisa explicar para a Folha que indícios são bem diferentes de provas e insinuações fundadas em indícios não merecem sequer ser consideradas.]

Revista VEJA

 

domingo, 3 de dezembro de 2017

Bolsonaro empregou ex-mulher e parentes dela no Legislativo



Deputado e filhos abrigaram em gabinetes Ana Cristina, seu pai e sua irmã

O deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus filhos, também parlamentares, empregaram, nos últimos 20 anos, uma ex-mulher do parlamentar e dois parentes dela em cargos públicos em seus gabinetes. Ana Cristina Valle, ex de Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o quarto filho do presidenciável; a irmã dela, Andrea, e o pai das duas, José Cândido Procópio, ocuparam as vagas a partir de 1998, ano de nascimento de Jair Renan. Ana Cristina e José Cândido não estão mais nos gabinetes da família, mas Andrea continua no do deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável.

[A leitura atenta da matéria demonstra que todas as contratações do deputado Jair Bolsonaro estão dentro da legalidade, não constituindo caso de nepotismo e as pessoas trabalham realmente e com competência;
as que está lotadas em um Gabinete e não foram encontradas, comprovadamente, trabalham em outro local e com o devido amparo legal.
Mesmo assim sugerimos: antes de qualquer juízo de valor sobre o assunto abordado na presente matéria, pedimos que clique aqui e veja vídeo

Embora esteja lotada no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ela não trabalha no local. O GLOBO a procurou duas vezes no gabinete nos últimos dias, e os funcionários disseram desconhecê-la. A ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina, alegou que a irmã, assim como o pai, sempre trabalhou em Resende, uma das bases eleitorais de Bolsonaro. O trabalho de assessores nas bases dos parlamentares é permitido.

Apesar dos quase 20 anos de nomeações, os casos não podem ser tecnicamente enquadrados como nepotismo.
A contratação de parentes foi normatizada por uma súmula do Supremo Tribunal Federal, em 2008. Os casos da família Bolsonaro ocorreram antes disso.
Andrea, pelo grau de parentesco com Flávio Bolsonaro, não se enquadra na proibição expressa na súmula do STF.

O cargo com Flávio não é o primeiro de Andrea perto do presidenciável. Sua trajetória junto à família Bolsonaro começou após o nascimento de seu sobrinho Jair Renan, em 1998. Naquele ano, Jair Bolsonaro a nomeou como assessora na Câmara. Andrea ficou lotada ali até novembro de 2006, quando deixou o cargo. Em 2008, uma semana depois da publicação da súmula anti nepotismo pelo STF, foi nomeada no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro e de lá não mais saiu. Pela folha salarial de setembro, ela recebe R$ 7,3 mil entre salário e gratificações, além de R$ 1,1 mil em auxílio escolar. O valor líquido recebido por Andrea, depois do desconto de Imposto de Renda e Previdência, foi de R$ 6,5 mil. A entrada de Andrea no gabinete de Flávio Bolsonaro se deu no mesmo dia em que o pai dela e de Ana Cristina, José Cândido Procópio Valle, foi exonerado. Ele estava lotado no gabinete do deputado estadual desde fevereiro de 2003, quando Flávio assumiu seu primeiro mandato. Mas, segundo regra editada pelo STF sobre nepotismo, o vínculo familiar entre Procópio e Flávio Bolsonaro é um grau mais próximo que o de Andrea. O trabalho na Alerj, no entanto, não foi o primeiro do patriarca dos Valle no clã Bolsonaro. Ele já havia sido contratado em novembro de 1998 para o gabinete de Jair, então seu genro, onde ficou até abril de 2000. Já Ana Cristina trabalhou no gabinete de Carlos Bolsonaro, o primeiro filho de Jair a entrar para a política, eleito vereador aos 17 anos, em 2000. A Câmara do Rio não informou o período em que ela atuou na casa. Embora ressalte que não se lembra do período exato trabalhado, Ana Cristina afirma ter deixado a Câmara em 2006, quando terminou a relação com Jair Bolsonaro.


Antes, Ana Cristina ocupou outros cargos no serviço público. Ela começou a trabalhar na Câmara em abril de 1992, no gabinete do deputado Mendonça Neto (PDT-AL), onde ficou até agosto do mesmo ano. Quatro meses depois, assumiu cargo na liderança do PDC, partido pelo qual Jair Bolsonaro cumpria seu primeiro mandato de deputado. Entre agosto de 1993 e maio de 1994, atuou como secretária parlamentar com o deputado Jonival Lucas (BA), que foi correligionário de Bolsonaro no PDC e migrou para o PSD.
A partir de 1995, ela passou a trabalhar no Executivo — na Casa Civil e na Integração Regional —, e só voltou à Câmara no fim de 1998, quando seu filho não tinha ainda completado um ano, e foi lotada no gabinete da liderança do PPB, partido pelo qual Bolsonaro acabara de ser reeleito. Ana Cristina foi nomeada para o cargo menos de dez dias depois de seu pai assumir um posto de assessoria no gabinete de Bolsonaro, e dois meses após a irmã fazer o mesmo. Ou seja, os três estavam empregados em cargos ligados ao clã.

Em abril de 2005, durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bolsonaro defendeu a contratação dos parentes e citou a situação do filho Eduardo, hoje deputado federal por São Paulo. Ele foi funcionário da liderança do PTB entre 2003 e 2004, quando o hoje presidenciável estava no partido. — Já tive um filho empregado nesta casa e não nego isso. É um garoto que atualmente está concluindo a Federal do Rio de Janeiro, uma faculdade, fala inglês fluentemente, é um excelente garoto. Agora, se ele fosse um imbecil, logicamente estaria preocupado com o nepotismo, ou se minha esposa fosse uma jumenta eu estaria preocupado com nepotismo também justificou.

O relacionamento entre Jair e Ana Cristina durou dez anos, de acordo com declaração do deputado em um processo judicial, em 2011, sobre a guarda do filho Jair Renan. Atualmente, a ex-mulher de Bolsonaro é chefe de gabinete do vereador Renan Marassi (PPS), em Resende. Em outubro, o salário de Ana Cristina foi de R$ 5,8 mil. No dia 14 de novembro, o vereador foi recebido por Jair para divulgar a apresentação, pelo deputado, de duas emendas para o município.

O QUE DIZ JAIR BOLSONARO
O deputado e presidenciável Jair Bolsonaro afirma que sempre agiu dentro da lei, respeitando a súmula vinculante editada pelo STF, em 2008, que normatizou a contratação de parentes. Bolsonaro reconhece que sugeriu o nome de sua ex-mulher Ana Cristina Valle para trabalhar como assessora de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio, e que contratou em seu gabinete o pai e a irmã de Ana Cristina, mas ressalta que essas indicações e contratações ocorreram antes da decisão do Supremo.
O deputado enviou nota ao GLOBO, que segue na íntegra:
"1. Mantive, do final de 1997 até o início de 2007, união estável com a Sra. Ana Cristina Siqueira Valle que já havia exercido atividades de assessoramento a 2 parlamentares e Comissões da Câmara dos Deputados, ressaltando que nunca foi comissionada em meu Gabinete;

2. Considerando a experiência adquirida no exercício de atividades anteriormente desempenhadas em assessoramento a parlamentares, aliado ao fato de sua formação escolar, sendo atualmente advogada, sugeri o nome da Sra Ana Cristina para assessorar o Vereador Carlos Bolsonaro, em seu primeiro mandato, tendo sido demitida há cerca de 10 anos.

3. O Sr. José Procópio e a Sra. Andrea Valle estiveram algum tempo comissionados em meu Gabinete, exercendo funções de assessoramento parlamentar no Estado do Rio de Janeiro. Posteriormente o Sr José Procópio foi comissionados no Gab do Deputado Flavio Bolsonaro, exercendo funções de assessoramento parlamentar. A Sra Andre Valle foi demitida em 2006 e o Sr. José Procópio, em 2008.

4. Até o ano de 2008, antes da edição da Súmula Vinculante nº 13, do STF, não havia vedação de comissionar parentes em cargos temporários e indiquei, para gabinetes no Estado do Rio de Janeiro, onde residiam, alguns parentes da Sra Ana Cristina para exercício de funções relacionadas a assessoramento de atividades parlamentares, sendo que após esse período não houve mais nomeação de parentes até o 3º grau em meu Gabinete.;

5. Recebi em meu Gabinete, no corrente ano, o Vereador Renan Marassi, de Resende-RJ, que acompanhava o Prefeito daquela Cidade, assim como recebi centenas de outros prefeitos e vereadores, não só neste, mas também em outros anos, que no interesse de seus municípios buscam recursos orçamentários via Emendas de Parlamentares e desde 2005, com frequência, destaco recursos para aquele Município, independente do partido político a que pertença seu Chefe do Executivo.
6. Não fiz indicação do nome da Sra Ana Cristina e de nenhum outro a qualquer político visando nomeação para cargo de confiança."

O QUE DIZEM FLÁVIO E CARLOS BOLSONARO
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC-RJ) disse que Andrea trabalha para seu gabinete em Resende, organizando reuniões e fazendo divulgação e panfletagem das atividades parlamentares na cidade, além de fazer a triagem de pessoas que querem entrar em contato com o deputado. Em contato com o GLOBO por telefone na última quinta-feira, Flávio Bolsonaro
- Ela está lotada no meu gabinete, mas é trabalho parlamentar, ela organiza uma série de coisas para mim em Resende. Ela tem um trabalho que não tem de estar aqui no gabinete batendo ponto, mas é um trabalho importantíssimo. Tanto é que lá em Resende é o município onde tive, proporcionalmente, minha segunda maior votação no estado. Sou natural de lá, tenho família e amigos lá. Ela me dá ótimo retorno. (Sua contratação) Não tem nada a ver com a questão familiar. Ela entrou no meu gabinete em 2008, quando meu pai já nem estava mais casado com a Cristina.


O deputado estadual diz que respeita a legislação vigente:
— Tem que separar os casos, né? Tem gente que fazia isso e o pessoal não trabalhava. Com base na competência, para fazer aquele trabalho, não via problema nenhum. Mas, a lei é para todo mundo, a gente respeita a lei. Se eu fosse governador do Rio de Janeiro, meu secretário de segurança, eu queria que fosse Jair Bolsonaro. Alguém ia discutir que ele tem a competência e o perfil? Então, cada caso é um caso, tem que estar sempre dentro da lei.

Sobre a contratação em seu gabinete, entre 2003 e 2008, de José Cândido Procópio, pai de Ana Cristina e Andrea, o deputado estadual comentou:  — Tudo que falei da Andreia pode transcrever para ele. Ele é uma pessoa bem relacionada lá (em Resende), fincou raízes na cidade, é de confiança nossa, e trabalhou para o gabinete lá.
O vereador Carlos Bolsonaro afirmou, por meio de seu gabinete, que contratou Ana Cristina Valle por seu currículo e qualidades profissionais, e que ela deixou o trabalho porque ganharia mais como advogada.

O Globo