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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Governo não vê risco na ameaça de greve dos caminhoneiros - Mourão sabe como poucos irritar Bolsonaro! - VEJA

Blog Radar

Ministério da Infraestrutura, comandado por Tarcísio de Freitas, monitora a situação do movimento

A pasta de Tarcísio de Freitas tranquilizou o Planalto ao descartar qualquer risco de o país vir a sofrer em fevereiro com paralisações de caminhoneiros.

Com a safra a pino nas lavouras do país, avalia o governo, é hora de os caminhoneiros faturarem transportando grãos, não de estacionarem na estrada para criar uma crise política. A conferir.

  A última do vice

Nada tira o presidente do sério como ver alguém antecipando decisões que ele deve tomar

Nada irrita mais Jair Bolsonaro do que ver alguém tentar antecipar suas decisões, como fez o vice Hamilton Mourão falando na queda de Ernesto Araújo do Itamaraty.

“Com essa fala, Mourão garantiu ao Araújo mais um tempo no cargo”, diz um ministro.

O presidente, como se sabe, passou os últimos dias destruindo o vice em declarações nas redes.

Robson Bonin - Blog Radar - Veja 


sábado, 13 de junho de 2020

Forças Armadas não aceitam tentativas de tomada de poder, diz Bolsonaro ao comentar decisão de Fux - O Globo

Presidente assina nota conjunta ao lado de vice e ministro da Defesa

[Pergunta que não quer calar:a quem os chefes dos Poderes Judiciário e/ou Legislativo devem encaminhar o pedido de atuação das FFAA?1 - ao ministro da Defesa? este não comanda as Forças Armadas e terá, por óbvio, que encaminhar o assunto ao comandante supremo das Forças Armadas = presidente da República;2 - encaminha ao Comandante do Exército? como fica se, operacionalmente, for mais adequado a atuação da Força Aérea ou da Marinha?3 - encaminha o pedido ao Comando de cada uma das Forças? a articulação irá para o MD e, assim, volta tudo ao número 1.
Lembramos que a Norma Legal que complementa e esclarece é a Lei Complementar 97 - que não modifica em nada o artigo 142, se modificasse teria sido declarada inconstitucional - vigora desde o século passado e nunca foi contestada.]

Em nota assinada em conjunto com o vice Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, o presidente Jair Bolsonaro se manifesta sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux sobre o papel da Forças Armadas. No documento, eles afirmam que os militares "não aceitam tentativas de tomada de poder".

Fux concedeu nesta sexta-feira uma liminar declarando que as Forças Armadas não exercem poder moderador em eventual conflito entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. A decisão foi tomada em uma ação em que o PDT pediu para a Corte esclarecer as atribuições dos militares, de acordo com a Constituição Federal. A nota de Bolsonaro, Mourão e Azevedo é dividida em quatro tópicos. No primeiro, há a lembrança de que, segundo o artigo 142 da Constituição, "as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República".

Logo em seguida, afirmam que "as mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".

Então, há um juízo sobre o papel dos militares: "As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos".

Em seguida, os três dizem que "o Sr. Min. Luiz Fux, do STF, bem reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade".

A polêmica sobre o papel das Forças Armadas ganhou notoriedade quando foi divulgado vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que existe um dispositivo que permite aos Poderes pedir intervenção militar para restabelecer a ordem.
“Nós queremos fazer cumprir o artigo 142 da Constituição. Todo mundo quer fazer cumprir o artigo 142 da Constituição. E, havendo necessidade, qualquer dos Poderes pode, né? Pedir às Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem no Brasil”, disse o presidente.

Leia a íntegra da nota:
— Lembro à Nação Brasileira que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República, de acordo com o Art. 142/CF.

- As mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

- As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos.

- Na liminar de hoje, o Sr. Min. Luiz Fux, do STF, bem reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade.

- Presidente Jair Bolsonaro.
- Gen. Hamilton Mourão, Vice PR.
- Gen. Fernando Azevedo, MD.

Clique aqui, para saber mais.


terça-feira, 21 de abril de 2020

Chance zero? - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Além de recados, cúpula militar tem de manifestar claramente repúdio a golpes e AI-5

[o repúdio ao AI-5, que jamais será reeditado - pelo menos na íntegra - é justificado.
Afinal, a versão do AI-5 apresentada pelo ministro Gama e Silva e promulgada foi a mais branda das duas que ele levou e assim deixou uma série de pontas.
Se a situação exigir a edição de um novo Ato Institucional talvez seja conveniente que seja promulgada a versão mais dura, com as adaptações devidas.]
Enquanto Jair Bolsonaro fazia discurso inflamado em manifestação não só contra o Supremo e o Congresso, mas a favor de um golpe militar e a volta do famigerado AI-5, um de seus filhos divulgava o vídeo de uma fila de sujeitos praticando tiro, alguns metidos em camisetas pretas com o rosto do presidente e todos gritando: Bolsonaro!  No mesmo domingo, o presidente e seus três filhos mais velhos, um senador, um deputado federal e um vereador licenciado, postavam a foto do café da manhã familiar com uma curiosidade: o quadro na parede não era de uma natureza morta ou da tradicional Santa Ceia, tão comuns nos lares brasileiros, mas de uma metralhadora AK-47, deveras inspiradora.

No dia seguinte, circulava um vídeo em que várias dezenas de soldados corriam num calçadão da zona sul do Rio e no fim se aglomeravam, ainda na praia, à luz do dia, gritando “Bolsonaro” e “mito”. Fariam isso sem orientação de superiores? Esses superiores pediram autorização ao Comando Militar do Leste? O comandante consultou o Comando do Exército em Brasília? Afinal, pode?  O que mais impressionou civis e até militares, porém, foi o local onde Bolsonaro discursou para militantes pró-golpe e AI-5: o Setor Militar Urbano, com o Quartel-General do Exército ao fundo. Um oficial pergunta: e se os políticos decidirem fazer protesto ali? Eu acrescento: e se a CUT e o MST também?

Aboletado na carroceria de uma caminhonete, vestido e agindo como vereador em campanha para a prefeitura de Cabrobó e liderando um ato ostensivamente antidemocrático, Jair Bolsonaro esquecia-se de que, além de presidente da República, eleito por 57 milhões de brasileiros, ele é também comandante em chefe das Forças Armadas - ambas as funções exigem decoro e compostura.  O episódio - que estressou o domingo e que o ministro do STF Luís Roberto Barroso chamou de “assustador” - deixou uma dúvida perturbadora: os comandos militares compactuam com pedidos de golpe e AI-5? Acham normal o uso do SMU e do QG - ou seja, da imagem das FFAA - para atos golpistas? Na primeira reação, generais do governo demonstraram “desconforto”, depois falaram em “saia-justa” e no fim do dia passaram a admitir “irritação”, enquanto discutiam como “reduzir danos”.

E os danos são muitos. As Forças Armadas, instituições de Estado, não de governo, durante décadas mantiveram-se profissionais e imunes à política e a governos que vêm e vão. Consolidaram-se assim no primeiro lugar de prestígio junto à sociedade, sem concorrentes. Vão jogar tudo fora em favor de um presidente, e logo de um que só faz o que lhe dá na veneta?  Há, ainda, a questão da hierarquia. Bolsonaro expõe Exército, Marinha e Aeronáutica a um velho fantasma: as divisões internas. Como já me ensinava o general Ernesto Geisel, quando a política entra por uma porta nos quartéis, a hierarquia se vai pela outra. Tendo como fato que a cúpula militar realmente considerou “péssimo” o teatro antidemocrático de Bolsonaro no domingo, a pergunta seguinte é: e as bases, os capitães, majores, sargentos - e suas famílias - acharam o quê?

O vice Hamilton Mourão já disse marotamente que “está tudo sob controle, só não sabe de quem” e nós, meros mortais, ficamos sem entender nada. É uma grande enrascada e remete à entrevista do então comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, em dezembro de 2016, em que ele me relatou como respondia aos civis “tresloucados” que vinham bater à sua porta pedindo intervenção militar: “Chance zero!” Em nota, nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa foi mais suave, mas disse que as FFAA trabalham pela “paz e a estabilidade”, “sempre obedientes à Constituição”. Logo, contra o golpe. É o que se espera dos líderes militares, diante não apenas da Nação, mas da história.

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 25 de junho de 2019

O capitão bate na mesa

Bolsonaro mostra aos generais quem manda e imobiliza adversários de 2022

Enquanto novas pesquisas de popularidade não vêm, o presidente Jair Bolsonaro bateu na mesa, mostrou aos generais quem manda, manteve seus filhos nomeando pessoas-chave e, engrenando uma segunda, na contramão do que dissera na campanha, deixou claro que vai disputar a reeleição.  [detalhes: 
- o presidente Bolsonaro declarou na campanha que se fosse apresentada uma emenda acabando com a reeleição ele não seria contra;
- apesar do presidente ser um capitão do Exército, diante dos principios de hierarquia e disciplina os militares - o que  inclui os oficiais quatro estrelas, da ativa e mesmo os  com comando de tropas - ele é considerado  não um capitão e sim o presidente da República =  comandante supremo das Forças Armadas;
- provando que o ditado ninguém é perfeito, errar é humano - ressalvando que persistir no erro é diabólico - vale para todos o presidente Bolsonaro insistem em aceitar que seus filhos se intrometam no exercício da função para qual ele foi eleito e não os filhos.] 
 
Os ambientes e a oportunidade do lançamento à reeleição foram escolhidos a dedo: na cidade onde cresceu, a pequena Eldorado (SP), e na Marcha para Jesus, na capital paulista. Dos 57 milhões de votos que Bolsonaro teve, em torno de 22 milhões são atribuídos aos evangélicos. As imagens só poderiam ser o que foram: festa, aplausos, apoio emocionado. Quanto à oportunidade: quando o governador João Doria começa a botar as manguinhas de fora, o ministro Sérgio Moro está na palma da mão do presidente e o vice Hamilton Mourão anda quieto como nunca. Detalhe: Bolsonaro falou em reeleição dele, não da chapa dele. Assim, demarcou território, botou os potenciais adversários nos devidos lugares e jogou a isca para seus eleitores e seu rebanho.

Demite um general daqui, outro dali, o capitão presidente está preocupado mesmo é com sua base eleitoral, incluídas as tropas, não os chefes militares. Quando o general Santos Cruz (defenestrado da Secretaria de Governo) acusou o governo de ser “um show de besteiras”, muitos concordaram plenamente, mas Bolsonaro deu de ombros.  Personagem central já na campanha, o também general Augusto Heleno tinha a missão de dar conselhos, segurar os excessos e corrigir erros do presidente como a tal base militar dos EUA. Era assim. Agora, Bolsonaro manda, Heleno escuta. Para completar, Bolsonaro empurrou o general Floriano Peixoto para os Correios e pôs no seu lugar na Secretaria-Geral da Presidência o major PM Jorge Oliveira, amigão da família e ex-assessor do gabinete do “03”, deputado Eduardo Bolsonaro. Trocar um general do Exército por um major da PM na mesma função é esquisito, mas o presidente deu o seu recado: o governo é dele, ele faz o quer.

Outra mudança curiosa foi na articulação política:
sai o deputado e chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entra o general de quatro estrelas da ativa Luiz Eduardo Ramos, outro amigão do presidente. Ninguém aposta um tostão furado na permanência de Onyx por muito tempo no Planalto.  O ministro, porém, não tem do que reclamar. Diferentemente do general Juarez Cunha e do economista Joaquim Levy, ele não foi demitido pela imprensa. E, diferentemente dos generais Santos Cruz e Franklimberg de Freitas, ex-Funai, nem mesmo foi demitido. Vai ficando, comemorando a troca da articulação política pelo PPI, o programa de parceria de investimentos, bem estruturado, com cronograma definido e bilhões de reais à mão. A troca foi boa? Há controvérsias.
De toda forma, Onyx se livrou de um abacaxi, porque, seja um deputado, seja um general da reserva, seja um da ativa, não adianta. O problema da articulação política não é do titular, mas no presidente, que passou 28 anos na Câmara, mas se recusa a fazer política, a boa política.  No Congresso, a pergunta que não quer calar é: por que o presidente descarta o “banco de talentos” indicado por parlamentares, mas um só deputado, o “03”, já nomeou o chanceler, o primeiro e o segundo ministro da Educação, o presidente do BNDES e, agora, o secretário-geral da Presidência?

Câmara e Senado trabalham a pleno vapor, como, justiça seja feita, algumas áreas técnicas do governo. Enquanto isso, o presidente está no palanque, com criancinhas no colo, fazendo flexões, envolto por multidões e metido em camisas do Flamengo. Se a economia se recuperar, pode até dar certo. Se não, parece pouco para garantir a reeleição.


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 




quarta-feira, 19 de junho de 2019

Chance de TSE cassar Bolsonaro é inexistente

O uso de mensagens de WhatsApp como anabolizante eleitoral constitui um crime. A lei não ampara robôs que disparam material a favor de um candidato ou contra o seu rival. De resto, o pagamento do truque eletrônico, feito por baixo da mesa, sem registro dos patronos na prestação de contas, é tipificado como abuso do poder econômico. No limite, a encrenca pode levar à cassação de mandatos. 

Avolumam-se os indícios de que a campanha de Jair Bolsonaro encostou sua estratégia na mágica do WhatsApp. Entretanto, ainda que se comprovasse a influência do expediente no sucesso do capitão, a chance de a Justiça Eleitoral cassar os mandatos do presidente e do vice Hamilton Mourão seria inexistente. O poder do Tribunal Superior Eleitoral para punir transgressões do gênero morreu em 2017. A causa da morte foi suicídio.

Deu-se no julgamento do pedido de cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer. Reuniram-se provas testemunhais e documentais que tornaram irrefutável a conclusão de que dinheiro sujo da Odebrecht irrigara a caixa registradora do comitê petista. Mas a maioria dos ministros do TSE decidiu, por incompreensíveis razões processuais, que as provas deveriam ser enterradas. Relator do processo, o ministro do STJ Hermann Benjamin, que à época fazia hora-extra no TSE, deu de ombros para a posição da maioria. Embora soubesse que o suicídio do tribunal tornara-se inevitável, recomendou a cassação da chapa Dilma—Temer. As frases de Benjamin tiveram o peso de uma lápide: "Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório. Mas não carrego o caixão."

Para impor eventual punição à chapa encabeçada por Bolsonaro, o TSE teria de ressuscitar. E não há vestígio de que a Corte máxima da Justiça Eleitoral cogite retirar da sepultura seus poderes punitivos. A ação aberta há oito meses contra Bolsonaro a pedido do PT não saiu do lugar. O capitão já nem se dá ao trabalho de negar eventual transgressão. Limita-se a alegar que seu adversário também foi beneficiado por disparos massivos via WhatsApp. Quer dizer: não é que o crime não compensa. É que quando compensa ele muda de nome. Chama-se esperteza eleitoral.



[um pequeno comentário sobre o súbito empoderamento do Congresso Nacional, no caso o Senado Federal: 

o nosso presidente Bolsonaro, movido a uma teimosia incompreensível e insustentável, insiste em modificar mediante decreto regramento estabelecido por lei;
um decreto presidencial tem como função primeira a de esclarecer pontos da lei que se apresentam, no texto original, confusos, permitindo interpretações diversas.
Na realização de tal função NÃO PODE modificar a lei - seja acrescentando, ou reduzindo, disposições existentes no texto que regulamenta.

E no chamado 'decreto das armas', Bolsonaro faz diversos acréscimos, reduções, sugestões, etc.

Por razões que só Deus e Bolsonaro sabem, nosso presidente insiste em manter o tal decreto - mesmo tendo ciência de que será derrubado pelo STF, por inconstitucionalidade, e neste caso o Supremo não estará legislando.  
Os parlamentares, entre eles Maia, o 'amigão' de Bolsonaro, sabem disso, o que os leva a esse arroubo de poder.]


O uso de mensagens de WhatsApp como anabolizante eleitoral constitui um crime. A lei não ampara robôs que disparam material a favor de um candidato ou contra o seu rival. De resto, o pagamento do truque eletrônico, feito por baixo da mesa, sem registro dos patronos na prestação de contas, é tipificado como abuso do poder econômico. No limite, a encrenca pode levar à cassação de mandatos. Avolumam-se os indícios de que a campanha de Jair Bolsonaro encostou sua estratégia na mágica do WhatsApp. Entretanto, ainda que se comprovasse a influência do expediente no sucesso do capitão, a chance de a Justiça Eleitoral cassar os mandatos do presidente e do vice Hamilton Mourão seria inexi...... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/06/18/chance-de-tse-cassar-bolsonaro-e-inexistente/?cmpid=copiaecola

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Erros e acertos

Senado dá tiro no pé, enquanto Bolsonaro surpreende positivamente

 O aumento dos salários dos ministros do Supremo foi a primeira derrota imposta pelo Senado ao governo Jair Bolsonaro, antes mesmo da posse, mas o tiro saiu pela culatra. O aumento atiçou a irritação popular contra o Congresso e os partidos. Bolsonaro ficou do “lado certo”, os políticos, do “lado errado”.  Dinheiro para saúde, educação, saneamento, cultura e infraestrutura não há, mas para marajá do serviço público nunca falta. E o aumento do Supremo tem um efeito cascata que inunda todos os poderes e unidades da federação, com impacto danoso num déficit já pavoroso e no estado fiscal lamentável dos estados.

Derrota de Bolsonaro? Ou derrota do Brasil, do contribuinte, dos investimentos, da responsabilidade fiscal, do Congresso? O presidente Michel Temer, que poderia corrigir o erro, não pode nem o fará, porque já vinha negociando o aumento há meses com o presidente do STF, Dias Toffoli.  O Congresso insiste em não ver, ouvir, sentir e entender nada, mesmo após a vitória de Bolsonaro e a derrota de incontáveis políticos tradicionais, particularmente senadores, alguns deles até muito sérios, porque “os justos pagam pelos pecadores”.

Enquanto a imagem do Congresso continua afundando, Bolsonaro vai surpreendendo para melhor. As ameaças e manifestações fora do tom, tão chocantes na campanha, vêm sendo trocadas por reverência à Constituição, respeito às instituições – até ao presidente Michel Temer –, e uma relação civilizada com a imprensa.  Após a ameaça a um jornal e a exclusão da imprensa escrita da primeira coletiva, ambas decisões inadmissíveis, ele vem cedendo à realidade de que a mídia incomoda, mas é parte fundamental da democracia. Deu entrevistas às TVs e responde a perguntas improvisadas pelos repórteres. Seus homens fortes têm dado declarações e coletivas sobre suas intenções: o general Augusto Heleno, o economista Paulo Guedes, o juiz Sérgio Moro. Só o vice Hamilton Mourão anda calado.

Aliás, os novos ministros são a outra surpresa positiva. Gostem-se ou não deles e esgoele-se ou não a oposição, o fato é que a opinião pública e o mercado receberam bem os já citados, particularmente Moro, assim como o militar e astronauta Marcos Pontes para Ciência e Tecnologia e, agora, a deputada, agrônoma e ruralista Tereza Cristina, aplaudida no próprio Congresso.

Ex-líder do PSB, ela mudou para o DEM por votar no impeachment de Dilma Rousseff e, se vira ministra por indicação da Frente Parlamentar do Agronegócio, é um trunfo por ser a primeira mulher no primeiro escalão e tem um plus: o DEM tende a ser uma mão na roda para Bolsonaro, porque os dois são complementares. O partido do presidente eleito, o PSL, deu um salto, virou a segunda bancada na Câmara e, logo, roubará o primeiro lugar do PT. Mas quantidade nem sempre é qualidade nem garante resultados.

O PSL é um amontoado de caras novas, que mal se conhecem entre elas e têm pouca ou nenhuma experiência de Congresso. Já o DEM é muito experiente, disciplinado, passou por uma renovação que alavancou líderes mais novos e modernos. E o partido tem muita identidade com a pauta liberal de Bolsonaro, ou melhor, de Paulo Guedes.  Bolsonaro quer um diplomata de carreira no Itamaraty (logo, please!) e pode levar militares para duas áreas que eles consideram pontos fortes do regime de 1964: Infraestrutura e, não se assuste, Educação. [durante o Governo Militar, o general Rubem Carlos Ludwig e o coronel Jarbas Passarinho, exerceram com competência o cargo de ministro da Educação e Cultura.]

Por último, Heleno vai para o Planalto. Na Defesa, ficaria voltado para as Forças Armadas. No GSI, órgão de inteligência, terá acesso direto ao presidente e às principais informações e segredos do País. Ele já tem natural influência sobre Bolsonaro e informação é poder. Logo, é forte candidato a eminência parda.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S.Paulo


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Falha de segurança fez PF reforçar proteção a Bolsonaro na UTI

Presidenciável chegou a dormir com dois policiais federais dentro do quarto


Eram 22 horas da sexta-feira (14) quando os seguranças que faziam a ronda noturna na entrada da UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, começaram a discutir uma falha na guarda do quinto andar do bloco A, ala em que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estava internado até então. Ele se recuperava de uma facada desferida durante um ato público em Juiz de Fora, no início deste mês.

Poucas horas antes, um amigo da família aproveitou a passagem de policiais federais à paisana e ingressou na ala em que estão os leitos dos pacientes na UTI sem se identificar. O homem, flagrado pela PF enquanto circulava pelo local sem autorização, acabou removido do corredor. Imediatamente, o segurança que permitiu a entrada foi afastado e levou uma suspensão de três dias, com desconto no salário.

O deslize deixou a PF em alerta. Até então, três agentes com roupas de civil se revezavam 24 horas por dia em frente ao quarto de Bolsonaro. No cômodo de aproximadamente quinze metros quadrados, ficava permanentemente outro policial federal. Mas, diante da falha em captar a entrada de um intruso, um novo agente foi escalado para ficar ao lado do leito de Bolsonaro em tempo integral. Dividiram os 15 metros, portanto, Bolsonaro e dois policiais — até domingo (16), dia em que foi transferido para a unidade de tratamento semi-intensivo.

O endurecimento na fiscalização era perceptível desde que Bolsonaro ingressou no hospital. Seguranças haviam sido deslocados para cada uma das entradas da UTI – uma de pacientes, outra de funcionários e ainda a de visitantes. Os agentes de uma empresa privada se revezavam de duas em duas horas em frente às portas que davam acesso aos quartos dos pacientes em estado grave.

Todos os visitantes tinham de passar pela recepção para se identificar. O procedimento era obrigatório até para os filhos de Bolsonaro e incomodou pessoas próximas do deputado, como o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, que chegou a discutir com um segurança que não o deixou passar sem que fosse identificado. “Você sabe quem eu sou?”, esbravejou Bebianno para o funcionário. [protesto imbecil o desse tal de Bebbiano; que obrigação tem um segurança de conhecer um presidente de partido político? ainda mais um presidente em exercício.
Qualquer segurança tem o DEVER de só permitir o ingresso em local sob sua guarda de pessoas devida e previamente identificadas.]

Bebianno tem passado longos períodos no hospital. Foi no Albert Einstein que ele costurou uma trégua com os filhos do presidenciável, que reclamavam da centralização exercida por ele na campanha. O cessar-fogo teve como objetivo frear o protagonismo do vice Hamilton Mourão, que vinha distribuindo declarações desastrosas nos eventos que participou. A interlocutores, Bebianno afirmou que vive “o melhor momento” com os herdeiros de Bolsonaro.

Naquela sexta à noite, o dirigente do PSL entrou pela última vez no quarto de Bolsonaro às 19h30, acompanhado de três pessoas. A acompanhante de uma paciente da UTI logo o reconheceu. “Esse aí não sai daqui”, disse. Ele deixou o local no meio da entrevista que o principal adversário de Bolsonaro, o petista Fernando Haddad, concedida ao Jornal Nacional, da TV GloboNoticiários da rede Globo dominam a programação na TV do quarto de Bolsonaro no hospital. O filho Carlos é quem mais tem ficado ao lado do pai. Ele dorme no local enquanto Eduardo e Flávio fazem campanha para os cargos eletivos que disputam em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.

A mulher do candidato, Michelle, também visita o marido com frequência. Ela é descrita por familiares de outros pacientes como uma pessoa elegante e que costuma cumprimentar quem encontra pelos corredores. Em razão do estado fragilizado de Bolsonaro, as conversas no quarto perderam o tom exaltado que era característico de reuniões anteriores ao atendado. Pessoas que visitam o candidato dizem que ele está emocionalmente abalado e impaciente com as restrições impostas pelos médicos. O candidato deseja retomar as rédeas da campanha o mais rápido possível, mas os filhos têm freado o ímpeto do pai. O presidenciável nem sequer consegue se levantar sem o auxílio de um enfermeiro.

Na UTI, cinco enfermeiros e três juntas médicas, compostas por quatro especialistas cada, se revezavam de oito em oito horas para cuidar de Bolsonaro. Quando o quadro do candidato era considerado mais grave, e havia a necessidade de se fazer um exame, ele circulava pelos corredores deitado em uma maca e com o corpo todo coberto por um lençol – inclusive a cabeça, justamente para evitar ser fotografado.  As únicas imagens divulgadas na internet foram feitas por correligionários. Certa vez, uma mulher que acompanhava outro paciente na UTI tentou filmar o candidato clandestinamente. Foi repreendida pelos seguranças e forçada a deixar o local.