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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Quantas pessoas estão morrendo ‘de covid’ e quantas estão morrendo ‘com covid’? O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Existe uma diferença fundamental entre uma coisa e a outra

Números de mortes relacionadas como consequência da covid são um enigma

Os números de mortes relacionadas pelas autoridades como consequência da covid, que avançam neste momento para além de onde estavam seis meses atrás, são um enigma. Ajudam, com toda a certeza, a reproduzir pânico, insegurança e angústia
Deixam uma mensagem de terror: as coisas nunca estiveram piores, e se você tinha alguma esperança de que melhorassem pode desistir, pois nada está melhorando. Isso tudo aí continuará igual por um tempo indefinido, e de preferência para sempre. Mas não se sabe, com um nível razoável de lógica comum e de mero bom senso, o que esses números querem realmente dizer. Ninguém está fazendo o menor esforço para descobrir.

Não se trata de nenhuma complicação de matemática das curvas, ou de alta cirurgia de cérebro. É algo que qualquer professor de ginásio poderia perfeitamente estar tratando em suas aulas, se estivesse dando alguma aula após dois anos de pandemia. É apenas o seguinte: quantas pessoas, nessas listas diárias de mortos, estão morrendo “de covid” e quantas estão morrendo “com covid”? 
Existe uma diferença fundamental entre uma coisa e a outra — e essa diferença não está sendo apresentada ao público com um mínimo de honestidade, ou sequer de inteligência elementar. É assim de propósito? 
É resultado da desordem que tem marcado os números da covid desde o primeiro caso? São as duas coisas ao mesmo tempo? 
 
O fato é que a população está sendo ativamente desinformada. Deve continuar assim. Hoje em dia tudo o que não se conforma exatamente aos “protocolos” vigentes sobre como pensar a respeito da doença é imediatamente denunciado como “negacionismo”.
É claro que os dados exatos revelariam outra realidade. Se o paciente que pegou covid entra no hospital com um enfarte, tem uma parada cardíaca e morre, a sua morte se deve ao que: à covid ou à parada cardíaca? E, se além do vírus, ele tem um câncer de fígado, disfunções renais extremas ou pneumonia dupla, razões pelas quais, aliás, foi levado ao hospital? Qual é a causa real da sua morte?  
Muitas dessas mortes, ou um número literalmente incalculável, são atestadas pelas autoridades e reportadas pela mídia como resultado “da covid”; é óbvio que isso distorce completamente o que de fato está acontecendo.
 
O número de infectados com certeza subiu enormemente, considerando-se os números do passado recente — é inevitável, em consequência, que tenha aumentado o número de doentes graves internados nos hospitais com covid, com os seus outros problemas de saúde
 Na imensa maioria dos casos, quem pega a covid simplesmente se cura, sem precisar ir sequer ao pronto-socorro
Mas os que começam a passar realmente mal por causa de suas doenças (chamam a isso de “comorbidades”) vão para o hospital, como iriam tendo ou não tendo covid — e ali os que não têm recuperação morrem. Vão direto para a “lista” do dia seguinte.
 
O público está sendo enganado — no mínimo, nessa história toda, há a obrigação, por parte de quem informa, de separar uma coisa da outra. Isso simplesmente não está sendo feito. É muito simples. Todos os dias as autoridades da área da saúde, as prefeituras e os Estados divulgam os seus números — mesmo porque, na sua incompetência estatística sem limites, o Ministério da Saúde jamais conseguiu, desde o primeiro morto dois anos atrás, entregar uma única cifra decente sobre o que está acontecendo. Ninguém tem a mais remota ideia, do ponto de vista técnico, da seriedade das informações que passam — e ninguém tenta investigar qualquer uma delas, nunca. 
Os jornalistas apenas regurgitam, exatamente como engoliram, os números enviados pelas “autoridades locais”. Não é aritmética. Não é “ciência”. Não é jornalismo.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo
 
 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Os brasileiros saíram da caverna - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Aqueles que vivem na ignorância resistem à verdade. Mas não tem jeito, muita gente já descobriu que as sombras refletidas na parede não eram reais 

Desde o começo de 2020, quando a pandemia assustou o mundo, uma nova rotina de viagens e protocolos draconianos foram instaurados, e eu não consegui mais ir ao Brasil. Depois de quase dois anos sem pisar na terra que habita o meu coração, finalmente pude passar três semanas entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de uma rápida ida a Brasília. E que três semanas!
 
Foto: Shutterstock
 
Foto: Shutterstock

Logo nos primeiros dias, participei da edição brasileira do CPAC (Conservative Political Action Conference) em Brasília. 
O CPAC nos Estados Unidos, agora levando suas franquias por vários países do mundo, é uma conferência política anual com a presença de ativistas conservadores, políticos de todo os Estados Unidos e de outros lugares, e é organizado pela American Conservative Union (ACU). Fundado em 1974, o CPAC tem servido como um barômetro para o movimento conservador norte-americano — e agora mundial. Ronald Reagan, o 40º presidente norte-americano, discursou na cerimônia de estreia e, com 13 aparições, foi o presidente que mais participou do evento.

Já em Brasília, percebi que alguma coisa está transformando o brasileiro em um apaixonado por política. Política mesmo, com todo o pacote histórico global. Talvez a eleição de 2018 tenha contribuído com essa percepção, mas creio que há algo maior nesse “despertar”. Percebi que não havia uma idade média dos participantes nesta edição do CPAC, e isso foi muito marcante para mim. Tive a chance de bater bons papos com pessoas de 15, 20, 40 e até 75 anos! Adolescentes contando que haviam feito trabalhos na escola sobre o legado de Reagan, Winston Churchill, Margaret Thatcher e até sobre o brilhante pensador contemporâneo Thomas Sowell. Nem em meus mais profundos sonhos imaginei estar discutindo Reagan, que aprendi a admirar ouvindo histórias com o meu pai, com adolescentes no Brasil. Em Brasília, discutimos liberdade, responsabilidade, Constituição, perseverança para mudar os ares políticos no Brasil e planos, muitos planos. Saí da capital federal com o coração transbordando esperança e caí no histórico 7 de Setembro de 2021 na Avenida Paulista.

Ainda tento encontrar palavras para descrever o que vi e senti naquele dia. Como todos sabem, não foi um 7 de Setembro comum. Havia muito em jogo. Havia uma mensagem a ser entregue. 
Havia uma ferramenta de freios e contrapesos em nossa Constituição para ser usada entre os Poderes da República que foi ignorada. 
E há o povo, com seu poder supremo. E que povo! 
Quarteirões e quarteirões de povo. Não, não li na outrora relevante imprensa sobre o evento com “pouco mais de 100 mil pessoas”. Eu estava lá. E andei… e andei… e andei por muitos quarteirões lotados de gente de todas as idades até conseguir entrar na Avenida Paulista. 
As ruas pareciam o auditório do CPAC em Brasília elevado a sei lá que potência. Muita gente pequena, gente grande, gente jovem e idosos, negros, brancos, gays, héteros, pobres e ricos. Todos de verde e amarelo. Nunca havia visto nada igual.
 
Não consegui evitar que passasse pela cabeça um longo filme de 24 anos como atleta profissional.  
Todas aquelas viagens pelo mundo, todas elas com um uniforme verde e amarelo que transbordava orgulho da mala.  
Nosso Hino Nacional tocava em alguns carros espalhados pela Paulista, e o filme olímpico com nosso hino nos pódios insistia em voltar para trazer algumas lágrimas que tentei esconder. Estava em uma grande — na verdade, gigantesca — delegação olímpica pelo Brasil. A maior e mais bonita delas. E não havia lixo jogado nas ruas, baderna, vandalismo, brigas e discussões. Havia um grande senso de civilidade e responsabilidade, tão forte que poderia quase ser tocado no ar. Havia uma paixão profunda encrustada nos rostos das pessoas. Elas tinham o mesmo semblante de quando tirávamos da mala nossos uniformes novos com a bandeira do Brasil bordada na manga, como as que os soldados usam em seus uniformes nas guerras.

Às vezes, a cabeça ficava vazia, sem pensamentos. Eu apenas entrava em estado de transe diante de tantas imagens de que jamais esquecerei, tantas nuances de verde e amarelo, tantos sorrisos. Sim, sorrisos apesar de tudo que estamos vivendo no Brasil. Todas as incongruências dos parlamentares, as canetadas nada republicanas do STF com todo o seu descaso com a nossa Constituição. E, tentando decifrar aquela avalanche de informações em forma de imagens sobre a nova realidade do brasileiro e sua paixão pelo país e pelas ferramentas que podem transformá-lo em nação, lembrei de uma passagem da obra-prima do filósofo grego Platão, A República.

A “Alegoria da Caverna” é provavelmente uma das histórias mais conhecidas de Platão, e sua colocação em A República é significativa. A República é a peça central da filosofia de Platão, preocupada principalmente em como as pessoas adquirem conhecimento sobre beleza, justiça e o bem. A “Alegoria da Caverna” (ou Mito da Caverna) usa a metáfora dos prisioneiros acorrentados no escuro para explicar as dificuldades de alcançar e manter um espírito justo e intelectual.

A subida para fora da caverna é a jornada da alma na região do inteligível

A alegoria é apresentada em um diálogo entre Sócrates e seu discípulo Glauco. Sócrates diz a Glauco para imaginar pessoas vivendo em uma grande caverna subterrânea, que só é aberta para o exterior no fim de uma subida íngreme e difícil. 
A maioria das pessoas na caverna é de prisioneiros acorrentados de frente para a parede posterior, de modo que não podem se mover nem virar a cabeça. Uma grande fogueira queima atrás deles, e tudo o que os prisioneiros podem ver são as sombras brincando na parede à sua frente. Eles foram acorrentados nessa posição durante toda a vida, desde a infância. Há outras pessoas ali dentro carregando objetos, mas tudo que os prisioneiros podem ver são suas sombras. Alguns deles falam, mas há ecos que tornam difícil para os prisioneiros entenderem quem está dizendo o quê.

Em seguida, Sócrates descreve as dificuldades que um prisioneiro pode ter para se adaptar à libertação quando ela acontece. Quando vê que há objetos sólidos na caverna, e não apenas sombras, fica confuso. Os instrutores podem dizer a ele que o que viu antes era uma ilusão, mas, a princípio, ele presumirá que sua vida sombria era a realidade. Eventualmente, será arrastado para fora e ficará dolorosamente deslumbrado pelo brilho do sol e atordoado pela beleza da lua e das estrelas. Assim que se acostumar com a luz, terá pena das pessoas no interior da caverna e desejará ficar fora e longe delas, não pensando mais nelas e em seu próprio passado.

No capítulo seguinte de A República, Sócrates explica o que quis dizer, que a caverna representa o mundo, a região da vida que nos é revelada apenas pelo sentido da visão. A subida para fora da caverna é a jornada da alma na região do inteligível. O caminho para o esclarecimento é doloroso e árduo, diz Platão, e exige que façamos quatro estágios em nosso desenvolvimento: a prisão na caverna (o mundo imaginário, aquele que nos foi vendido como a única opção desde cedo), a libertação das correntes (a entrada no mundo real), a subida para fora da caverna (o mundo das ideias) e o caminho de volta para ajudar nossos companheiros.

Nessa passagem da obra-prima A República, creio que seja pertinente observarmos que a educação é dolorosa. Por mais confinado que seja o mundo lá embaixo diante da parede, ninguém sai da caverna feliz. O processo de aprendizagem envolveu o reconhecimento do homem de que tudo o que ele aprendeu ou ouviu na vida e tudo o que ele pensava ser verdade eram uma ilusão — nada além de sombras de coisas reais. Pode ser doloroso ser levado à verdade. Por muitas vezes, ela é acompanhada pela desconfortável compreensão de nossa própria ignorância e pelo fato de que muitas de nossas crenças e suposições mais queridas e mais íntimas eram falsas. O processo de aprendizagem muitas vezes envolve desafios, suas pressuposições fundamentais e, em última análise, desistir do que era caro para cada um de nós. E esse processo pode ser perturbador.

Na obra como na vida real, quando o prisioneiro é libertado e arrastado para fora da caverna, ele está cego e confuso pela luz, e pode resistir a ser levado para fora. No entanto, eventualmente, seus olhos se ajustam para que ele possa ver as coisas ao seu redor, e até mesmo o próprio sol. Quando o homem volta para a caverna é ridicularizado e até ameaçado de violência. As pessoas na caverna dizem que não querem sair, que querem ficar com o que é familiar, sem correr o risco de pensar em desistir de algo maior. Muitos podem até responder com ódio ou violência se empurrados para a verdade.

E fica cada dia mais claro. Aqueles que vivem na ignorância, na militância ou na prostituição intelectual resistem à verdade. Mas não tem jeito. Milhões de brasileiros saíram da caverna e descobriram que as sombras refletidas na parede não eram reais, que fomos manipulados e empurrados por tempo demais para que não chegássemos à superfície para apreciar o sol. O último 7 de Setembro mostrou que o Brasil não vai mais voltar para a escuridão.

Leia também “A história como liderança”


Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


domingo, 16 de maio de 2021

Balanço das descobertas feitas até aqui pela CPI da Covid-19 - Ricardo Noblat

Faltam mais de 70 dias para o fim da CPI, mas o prazo deverá ser prorrogado por mais 90 dias. Pazuello irá depor nesta quarta-feira.

[no pouco, muito pouco, que pensamos saber sobre jornalismo, consta que o TÍTULO de uma matéria deve permanecer o atribuído por quem a escreveu (é imexível, ensina Rogério Magri) - por isso o DESCOBERTAS, permanece soberano - nem aspas, ousamos aplicar.]

Duas semanas, não mais do que duas semanas bastaram para que a CPI da Covid-19 no Senado ouvisse de meia dúzia de depoentes a revelação de fatos que confirmam a incúria do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate à doença.

Os mais graves deles:

1) Houve uma tentativa de mudar a bula da cloroquina, medicamento sem eficácia contra o vírus, mas defendido com obsessão pelo presidente da República e seus áulicos; [QUAL CRIME FOI COMETIDO - especialmente se o ato foi apenas pensado, sequer foi tentado. Foi, digamos, um pensamento em sugerir o suicídio de trecho da bula.
Aliás, o Brasil é um dos poucos países do mundo em que remédios condenados, podem ser vendidos sob prescrição médica - talvez por incompetência intelectual e funcional dos que condenaram.
2) O vereador Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, participou de reuniões para a compra de vacinas, embora não tenha cargo formal dentro do governo do pai; [a ausência de cargo formal não impede participação de um cidadão, na condição de ouvinte - tipo um 'amicus curiae' administrativo.
Ao que consta nao votou nem foi votado. Apenas ouviu.]
3) O governo recusou sete propostas de compra da vacina Pfizer, só aceitando a sétima. Com isso, o país deixou de receber 1,5 milhões de doses em dezembro passado e 3 milhões até o final de março. [houve dolo na recusa? desídia?parcialidade? - bom ter presente que uma resposta afirmativa exige comprovação. Não pode ser olvidado que, até o momento, a vacina da Pfizer está entre as campeãs de entrega enrolada. = entrega enrolada impede vacina no braço.
Tal conduta - se dolosa e comprovada -  é  criminosa?]

À CPI, o Ministério da Economia admitiu que não reservou dinheiro no Orçamento da União para o combate, este ano, da Covid. Acreditou que a pandemia estava no finalzinho.

O senador Omar Aziz (PDS-AM), presidente da CPI, não tem mais dúvidas: – Pelo que já apuramos, pelo que eu estou vendo nos depoimentos, nunca houve o compromisso da compra da vacina. Sempre se tratou das questões da cloroquina, da ivermectina e de protocolos. [Temos convicção que a experiência do senador Omar no assunto, fará com que só encontre uma conclusão: NÃO HOUVE CRIME.]

Novas descobertas poderão ser feitas com o depoimento marcado para a próxima quarta-feira do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Ele só poderá ficar calado até certo ponto. A CPI tem mais de 70 dias pela frente para concluir seus trabalhos. O prazo deverá ser prorrogado por mais de 90. Daí o desespero de Bolsonaro que radicaliza seu discurso justamente por causa disso. [mais uma vez os inimigos do Brasil mostram que até para contar prazos, são ruins.
O primeiro prazo da CPI, se encerra - sendo generoso na contagem - em 10 de agosto. Os 90 dias da prorrogação, mais uma vez abusando na concessão da generosidade, expiram em 30 de novembro. 
O objetivo de ferrar o presidente foi para o espaço, já que a Covidão além de terminar bem  antes do inicio da campanha política de 2022, NÃO APRESENTARÁ NADA CONTRA O PRESIDENTE BOLSONARO.
Já o capitão apresentará, com as BÊNÇÃOS DE DEUS, um Brasil vacinado, sem covid-19, com a economia em recuperação. 
Em tempo: e mais uma supersafra do agronegócio a ser colhida no inicio de 2022 = preços baixos, já que a de agora está seguindo para o exterior, reforçando os estoques e reduzindo a necessidade de aquisições exageradas pelos países ricos.]

General, ministro da Defesa, discursa em manifestação bolsonarista

Braga Neto sobe em carro de som em Brasília e diz que as Forças Armadas estão prontas para garantir a volta ao trabalho dos brasileiros

Quando o presidente da Re]pública diz, referindo-se a Lula, que “eles tiraram da cadeia o maior canalha da história do país”, sabendo, como sabe Jair Bolsonaro, que quem tirou foi a mais alta Corte de Justiça, o que ele pretende com isso? [decisões recentes mantém firme e forte a sentença, até hoje não revogada, proferida por Rui Barbosa: "a Suprema Corte é a Corte que tem o direito de errar por último".
A manifestação complete e exata foi: “Em todas as organizações, políticas ou judiciais, há sempre uma autoridade extrema para errar em último lugar. 
O Supremo Tribunal Federal, não sendo infalível, pode errar. 
Mas a alguém deve ficar o direito de errar por último, a alguém deve ficar o direito de decidir por último, de dizer alguma coisa que deva ser considerada como erro ou como verdade.” 
Claro fica que o erro da Suprema Corte não transforma o erro acerto, ou a mentira em verdade.

Elementar, meus caros: jogar o povo, particularmente seus devotos, contra a mais alta Corte de Justiça do país, no caso o Supremo Tribunal Federal. Indiretamente, assina embaixo dos cartazes exibidos por eles que pregam o fechamento do tribunal. Isso é ou não é estímulo ao golpe que está na dele e na cabeça dos seus seguidores mais radicais? Relaxem, não haverá golpe. Não há disposição dos militares para instalar por aqui uma nova ditadura. General não dá golpe para beneficiar ex-capitão.

O general Braga Neto, ministro da Defesa, participou da manifestação de apoio a Bolsonaro promovida ontem, em Brasília, por evangélicos e ruralistas. Passeou entre eles, posou para fotos e discursou em cima do caminhão de som. A certa altura, avisou: – As Forças Armadas estão prontas para garantir que todos tenham direito de trabalhar.

No início da semana, Bolsonaro havia dito que está pronto um decreto que assinará em breve acabando com as medidas de isolamento baixadas por governadores e prefeitos. Um blefe, ao que tudo indica, porque o Supremo conferiu a eles tal poder. [se o Supremo tivesse o PODER SUPREMO,  que muitos pensam que possui, faria o tempo voltar e não editaria aquela malfadada decisão - revogar agora, ainda que com efeitos retroativos, não compensa os danos causados. 
Não se trata de blefe - mais uma vez alguém da 'assessoria jurídica', em minúsculas mesmo, pisa na bola. Talvez o mesmo que quando o capitão assumiu - no auge da empolgação de quem se torna a maior autoridade de uma Nação - não atentou para um detalhe de que a maior parte de medidas contra o 'estatuto do desarmamento', não teriam validade se estabelecidas por decreto. O Estatuto é uma lei e, com raras exceções, só pode sofrer alterações por lei = Congresso Nacional.
Essa mancad
a, comprometeu todo o esforço do presidente em honrar no menor tempo possível suas promessas de campanha. Também abriu espaço para ser acusado de autoritário e outras aleivosias.]  , Braga Neto endossou o blefe. Ora, ninguém está impedido de sair de casa para trabalhar. Então as Forças Armadas abandonariam os quartéis para não prender ninguém. Para quê? Para assegurar o direito a aglomerações e o acesso de banhistas às praias?

O general, apesar do seu cargo, não fala pela boca dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, a não ser sobre questões administrativas. E os comandantes estão calados, a uma distância segura do governo para não serem contaminados. Candidato que aparece na rabeira das pesquisas de intenção de voto, confrontado com seus números, não passa recibo. Ou tenta desacreditar as pesquisas ou afirma que ainda falta muito tempo para o dia da eleição e que até lá ultrapassará seus concorrentes.

No momento, em segundo lugar, faltando ainda 20 [vinte??? contra o capitão vale mudar o calendário? o segundo turno das eleições 2022 mudou para meados de outubro 2021?]  semanas para o primeiro turno da eleição do ano que vem, Bolsonaro passa recibo do seu incômodo e parte para atacar Lula com insultos do mais baixo nível. É coisa de político amador e assustado!

Pela primeira vez, a parcela dos brasileiros que apoia o impeachment de Bolsonaro é numericamente superior à parcela dos que são contra, segundo a mais recente pesquisa Datafolha (49% a 46%). Em abril de 2020, 53% rejeitavam o impeachment. [importante: pesquisa  virtual tem valor ZERO. Além do que, para um processo de impeachment, ainda que o pedido tenha sido recebido e encaminhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, seja instalado são necessários 342 votos só para abrir a sessão da Câmara. Com 341 deputados presente a sessão sequer é aberta. 
Constatada a presença de 342 deputados a sessão é aberta, mas se UM, apenas UM, dos presentes votar contra o impeachment, o assunto acaba naquela sessão.]

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Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - Metrópoles