"Neste mundo eu também reparei o seguinte: no lugar onde deviam estar a
justiça e o direito, o que a gente encontra é a maldade".
A constatação
está inserida no livro de Eclesiastes, ou "o sábio".
Como se vê,
justiça e direito sempre estiveram presentes (ou ausentes) no cotidiano
dos povos, seja na vida nos antigos povos nômades (os sumérios, entre
eles), seja nas mais complexas civilizações que os sucederam pelo tempo.
Sem o mínimo de justiça e direito, o que temos é exemplo típico das
mais desaforadas e cruéis tiranias.
Onde se fizeram implantadas e
respeitadas, foram erigidas civilizações exemplares e evoluídas, em
democracia e nas liberdades individuais (a partir da Grécia antiga).
Estes povos,
no fim das contas, nos transmitiram a verdadeira forma de convivência do
Estado com o indivíduo. Neles, ao Estado coube o estrito papel de lhes
garantir unicamente o direito à vida e às liberdades.
A busca da
felicidade, a maneira de conduzir a vida é de estrita alçada de cada um
de nós. Até neste item está implícito o chamado livre arbítrio bíblico,
que nos faz criaturas únicas diante de nossos parceiros, os animais.
Tudo na vida
tem o seu tempo. De amar e de odiar; de calar ou falar. Também há o
tempo de paz e o tempo de guerra. Os exemplos históricos aí estão,
claros, evidentes, cristalinos. Nossa paz nos foi tirada, nossos sonhos
catapultados e lançados no rol das impossibilidades e nossos valores,
vilipendiados e desonrados.
Haveria
outros mais motivos para apontar que é chegado o tempo de guerra?
Que
sonhamos viver na paz, essa é a verdade, mas que isso jamais fez parte
dos planos de nossos líderes que nos querem escravizar e tornar
criaturas indignas do próprio e intransferível bem viver?
Que para eles
sequer a paz e, muito menos, as liberdades as merecemos verdadeiramente?
Vamos continuar dando chances para os inimigos nos condenarem a uma
vida de medo, total submissão e desonra?
No mesmo
livro acima referido há um versículo que bem se adapta aos Brasil de
hoje. Ei-lo: "Tenho visto escravos andando à cavalo e príncipes andando a
pé como se escravos fossem".
Até quando vamos nos conformar em ser
príncipes e escravos ao mesmo tempo?
E permitir, sem esboçar reação
digna de gente sábia e livre, que tolos continuem a comandar os destinos
de nossas vidas e de uma nação inteira?
*Conservadores e Liberais - O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista, professor e palestrante.