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terça-feira, 31 de maio de 2022

O ódio permitido - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Acordei hoje cedo com a recomendação de um texto por um parente, que não é muito interessado em política, mas rejeita o bolsonarismo. Dizia que a leitura é obrigatória, imperdível. Trata-se do texto de Fersen Lambranho publicado no Brazil Journal, "O ódio que nos separa - e a resposta que lhe cabe". Li o texto, que tem pontos até razoáveis, mas algo me incomodou bastante ali.

Explico. O autor fala do nazismo, do Holocausto, do ovo da serpente, do clima de intolerância, de banalização do mal, e tudo isso num contexto que parece pregar a tolerância e paz, o diálogo e o debate sobre ideias, em vez de um tribalismo que demoniza o "outro". Até aí, tudo bem. Mas o que está fora da ordem, então? O timing do texto, e o claro intuito, que uma pessoa mais atenta não deixaria passar batido.

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Fersen é da escola Garantia, do Jorge Paulo Lemann. Ele fala da pandemia, e ali já salta aos olhos o real alvo de seu ataque disfarçado de moderação:

Invocar o Holocausto para chegar na reação que alguns tiveram nessa pandemia parece puro apelo retórico, para dizer o mínimo. Na pandemia, talvez o autor devesse ter ficado chocado é com a facilidade com que tanta gente aceitou tiranias em nome da ciência, enquanto demonizavam os céticos como se fossem "terraplanistas" ou "genocidas". Transeuntes arrastados em praça pública, banhistas presos, mulheres espancadas por policiais, pequenos comerciantes impossibilitados de trabalhar, vacina experimental obrigatória até em crianças, e tudo isso para "salvar vidas". Quem condenou essa postura chinesa era do mal?

Fersen fala do totalitarismo, mas não parece compreender que a maior ameaça totalitária hoje vem justamente do progressismo woke, da agenda globalista, da esquerda. Ele fala em "acolher" o próximo, mas não parece se dar conta de que essa elite "inteligentinha" resolveu transformar em pária social qualquer conservador que não reza na mesma cartilha do politicamente correto:

Para ser justo com o autor, ele fala que o discurso do ódio pode vir dos dois lados. Mas mesmo esse relativismo é pouco convincente. Ora, a turma petista criou o "nós contra eles" em nosso país, e era apenas natural que houvesse uma reação. O tribalismo à direita é uma reposta a isso. Imperfeita, um tanto raivosa às vezes, mas necessária. Especialmente quando lembramos que a turma "moderada" e "civilizada" passa pano muitas vezes para o "ódio do bem" enquanto repudia os "broncos" de direita. É a típica postura tucana, ou do "liberal purinho".

Nossa elite adota a visão estética de mundo, e dá mais peso à forma do que ao conteúdo. Um radical picareta com fala mansa tem mais chance de sucesso na sedução dessa turma do que um tiozão do churrasco sincero e honesto. Levei meu filho para ver "The Bad Guys" este fim de semana, e a animação da DreamWorks mostra bem isso (com spoiler): o porquinho pacifista, uma espécie de Gandhi que rivalizava só com a Madre Teresa de Calcutá, era na verdade o pior de todos os vilões! Cuidado com as aparências...

A preocupação com o suposto nazismo, que é o ponto central do texto de Fersen, existe apenas como histeria da elite tucana, enquanto a ameaça de volta da quadrilha petista é bem real. O autor simula uma incrível bondade, disposição ao diálogo, uma postura solidária, mas conclui que 2022 precisa ser a "festa da democracia", o que remete exatamente ao discurso de toda a elite tucana e do "sistema" que, em nome da suposta defesa da democracia contra uma terrível ameaça nazista, justifica todo tipo de absurdo.

Ou será que Fersen, ao falar em solidariedade e democracia, tem em mente condenar um evento que seu colega Lemann fez em Boston, em que a deputada Tabata Amaral, sua cria política, levantou a bola para o ministro Barroso se colocar como o bem e a democracia incorporados nele, lutando contra o mal, Bolsonaro?  
Isso sem dizer que o próprio Lemann afirmou que teremos outro presidente no Brasil ano que vem!  
É essa a "festa da democracia" que queremos? Uma democracia de gabinete, sem povo?

Será que Fersen tem duras críticas aos abusos supremos, a ministro que manda prender jornalista por crime de opinião, deputado com imunidade por se exceder em falas, abre inquérito ilegal contra bolsonaristas, inclui o próprio presidente em vários, um deles por quebrar o sigilo de um inquérito da Polícia Federal que nem era sigiloso, e ainda fala que a "extrema direita" tomou conta das redes sociais e o poder judiciário precisa reagir?

Sobre a cultura do cancelamento, que Fersen pede paciência e generosidade para lidarmos com seus efeitos, será que ele tem em mente os chacais e hienas que degolam cabeças virtuais de quem não se ajoelha sobre o milho woke? Será que ele tem em mente os "anões dorminhocos" que tentam destruir empresas e pessoas que não repetem as cartilhas esquerdistas?

Enfim, o texto em si tem pontos interessantes, mas quando analisamos o conjunto da obra, o timing, o perfil, o tema escolhido, fica claro o verdadeiro objetivo. Fersen vende tolerância, mas alfineta bolsonaristas. Fala em ameaça nazista, mas ignora a real ameaça golpista de um sistema podre que soltou e tornou elegível o ex-presidente ladrão socialista, enquanto tenta derrubar o presidente eleito - aquele que tem defendido a liberdade individual e a Constituição.

Por fim, o autor quer a festa da democracia, mas parece nem notar que a democracia tem sido atacada desde dentro, não por Bolsonaro, mas por todos esses da elite que primeiro rotulam o presidente como nazista, para depois justificar todo tipo de abuso de poder contra ele. Afinal, se é para impedir a volta de Hitler, vale tudo, não? 
Quem se importa com um ou outro inquérito ilegal?
 
Vamos lutar contra o ódio que nos separa, diz Fersen. Mas ele ignora que há o tal "ódio do bem", o ódio permitido, pois disfarçado de luta contra a inexistente ameaça do nazismo. Basta ver o caso da chef argentina, que chamou todo apoiador de Bolsonaro de "escroto ou burro", o que foi tomado pela mídia como uma singela "crítica", enquanto a reação natural de revolta de quem foi atingido assim foi chamada de "ataque"
A imprensa saiu em defesa da moça. Bolsonaristas podem ser tratados como párias sociais, segundo a elite tucana. Eles representam um ovo da serpente, não é mesmo?
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O ovo da serpente está de volta - VOZES

Guilherme Fiuza

A Alemanha anunciou lockdown para não-vacinados. Claro que iríamos chegar a isso. Estava na cara desde o início. O lockdown é um slogan tosco alçado a política de segurança sanitária – sem jamais precisar demonstrar eficácia científica, porque a coletividade estava madura para o sadomasoquismo do controle pelo controle. Sem abrir mão da violência gratuita contra inocentes, claro, senão não teria graça. A graça é poder patrulhar o próximo com soberba de virtuoso.

Alemães protestam contra medidas restritivas impostas para conter a Covid-19.Alemães protestam contra medidas restritivas impostas para conter a Covid-19.

   Alemães protestam contra medidas restritivas impostas para conter a Covid-19.

E era evidente, portanto, que a irmã gêmea do lockdown seria a vacinação experimentaligualmente dispensada da aferição de eficácia. Ou melhor, com a licença poética para propaganda de eficácia voadora, prometendo uma panaceia para a saída da pandemia que jamais aconteceu. Ao contrário: os primeiros seis meses de vacinação coincidiram com o agravamento da pandemia em todo o planeta – levando o ano de 2021 a ter mais óbitos por Covid do que o ano de 2020 (sem vacina).

Claro que vocês vão tentar negar a realidade, dizer que não foi bem assim, que a vacina é sempre inocente, etc. Já conhecemos os seus dogmas de fundo de quintal. “Estudos mostram” que vocês são a seita da seringa. “Especialistas garantem” que vocês agem incondicionalmente para lustrar as botas do lobby custe o que custar. Parabéns pela bravura. Fiquem à vontade.

Como a mentalidade da “cautela em excesso” leva à tirania
“Você aí, ô branquinho, onde é que se doa sangue?”

Mas o fato é que em nenhum lugar do mundo se demonstrou que uma região mais vacinada teve melhor enfrentamento da pandemia do que uma região menos vacinada. Israel já passava de 80% de habitantes totalmente vacinados e enfrentava a pior recaída de casos de covid – inclusive com aumento explosivo de internações hospitalares, contrariando a tese “categórica” de que as vacinas ao menos garantiriam manifestações mais brandas da doença. Quem tem manifestação branda da doença não vai para o hospital.

Mas esse consórcio asqueroso que reúne a maioria da imprensa, plataformas de rede social, subcelebridades, boa parte da classe médica, autoridades de saúde, autoridades regulatórias, juízes e governantes não quis saber de nada disso. Estão todos excitadíssimos com o arrastão do lobby – e a sua montanha de doces agrados. Deu-se a lavagem cerebral mais fajuta da história – com a imposição de premissas toscas que neste exato momento “checadores” pagos ou voluntários devem estar fazendo seu serviço sujo de tentar carimbar neste texto.

Eu disse que são toscas, as premissas, mas fui suave: são ridículas. Neste momento um desses vassalos do lobby deve estar todo eriçado para gemer que as vacinas não são experimentais e que isso aqui é fake news. As vacinas SÃO EXPERIMENTAIS, porque mesmo conseguindo registro definitivo (leia acima quem integra o lobby asqueroso) ainda não cumpriram seu desenvolvimento completo (procure a data prevista para a conclusão dos estudos de cada fabricante, se quiser)que evidentemente é impossível de se cumprir num espaço de pouco mais de um ano. Jamais aconteceu na história – e jamais acontecerá, porque o lobby pode muito, mas não pode acelerar o relógio do tempo. E em pouco tempo efeitos adversos graves já estão espalhados por aí – não numa pesquisa controlada, mas num experimento criminoso nas veias da população.

Não adianta gemer, checador trouxa. Não adianta ameaçar. Essa tragédia de inconsequência e desumanidade vai estourar na sua cara. E não é porque eu queira. É porque eu já vi que está acontecendo. Eu estou acompanhando diversos casos, como acompanhei o do jovem Bruno Graf, morto pela vacina de covid. Jamais afirmei que a causa foi a vacina antes da comprovação técnica. Mas o que teria acontecido com um jovem totalmente saudável, sem nenhum histórico de complicação clínica, para ter um mal-estar atroz após tomar a vacina e evoluir em poucos dias para um AVC hemorrágico?

Enquanto tentávamos PERGUNTAR o que teria se passado, vocês, os covardes de aluguel e covardes voluntários, saiam gritando desesperados contra qualquer pedido de investigação da causa da morte de Bruno. Não foi a vacina! Negacionistas! Terraplanistas! Etc. Até assediar uma mãe em luto vocês fizeram. Vocês são uma vergonha humana.

Só que essa mãe é forte. E num momento que a imensa maioria dos seres humanos sucumbe, capitula, se entrega, ela foi à luta. Encomendou o exame indicado para aferir a causalidade da vacina, a partir da detecção de uma síndrome trombótica associável à substância inoculada segundo os próprios estudos de desenvolvimento do “imunizante”. O exame deu positivo. Arlene Ferrari Graf foi então buscar o reconhecimento oficial de que a vacina de covid matou seu filho. E é claro que nesse percurso ainda foi hostilizada, ameaçada, ultrajada por vocês, os pimpolhos da mamãe farma.

Ninguém reconheceu espontaneamente a causa da morte de Bruno. Mas Arlene não parou. E fez uma petição à Secretaria de Saúde de Santa Catarina com uma série de questionamentos sobre os efeitos adversos da vacina. Foi em resposta a essa petição que a Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado de Santa Catarina reconheceu que a morte de Bruno Graf foi causada pela vacina. Vocês, que tentaram intimidar os que PERGUNTAVAM sobre essa hipótese – ou seja, que agiam para IMPEDIR A INFORMAÇÃO à população sobre os graves riscos das vacinas EXPERIMENTAIS de Covid – deveriam estar presos.

Mas é claro que vocês ainda estão confiantes, numa conjuntura em que a Alemanha esquece o seu passado tenebroso e institui a segregação populacional como forma de controle totalitário. Sem um pingo de ciência, como sempre. Contando apenas com gente como vocês, o rebanho covarde que está gostando do jogo de perseguir, patrulhar e brincar de supremacia higienista. Vocês são tão cínicos que fingem não ver ultra vacinados adoecendo e morrendo. Vocês não querem saúde, nem imunidade. Vocês querem coleira.

E para isso são capazes de afirmar que as vacinas de Covid são seguras. Que casos como o de Bruno Graf são “isolados” – claro, porque da mesma maneira que vocês guerrearam para escondê-lo, há uma multidão de outros submersos pela hedionda propaganda vacinal. Na Alemanha dos anos 1930 também era assim. A ética emanava da propaganda.

Vamos ver se o mundo dessa vez vai cair de fato no pesadelo que os democratas conseguiram evitar, à custa de muito sangue, na Segunda Guerra Mundial. Se não cair, vocês, os ratos, vão pagar.

Guilherme Fiuza, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

 [Nota do Blog Prontidão Total: em respeito ao direito à informação dos nossos dois leitores transcrevemos a excelente matéria do colunista Guilherme Fiuza, ao tempo que expressamos nossa posição favorável às vacinas - seja os imunizantes contra a COVID-19 ou os mais antigos, tradicionais.] 

 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Veneno em palavras e imagens - Percival Puggina

De repente me veio à lembrança o “Realejo” de Chico Buarque. Diz assim:

“Estou vendendo um realejo.

Quem vai levar? Quem vai levar? Quem vai levar?

Já vendi tanta alegra, vendi sonhos a varejo.

Ninguém mais quer hoje em dia acreditar no realejo (...)”.

Não dá para acreditar, mesmo, mas o realejo continua rodando a manivela, apesar do descrédito, vendendo sonhos, narrativas, utopias, mentiras e mistificações. Os tocadores de nossos realejos quotidianos desenvolveram uma semântica astuciosa em que adjetivos como negacionistas, genocidas, fascistas, terraplanistas são usados para significados aquém e além daquele para o que existem e nunca com o intuito de serem entendidos no sentido para o qual foram criados. Delírios de linguística orwelliana. Veneno em poção verbal e visual. O mercado de veneno atrai ilustrados e apedeutas.

Recriou um “antifascismo”, sempre pronto a causar dano a algo que outros fizeram para destruir a divergência que merecem. Contudo, visto de perto, não passa do velho fascismo com estrela vermelha. Como sempre foi, aliás, desde antes do fim da Segunda Guerra Mundial.  Esse realejo que hoje toca no Brasil o dia inteiro tem como público cativo o cidadão do sofá, anatomicamente formado por corpo, membros e sei lá mais o quê. Pode haver certa má vontade minha, mas sempre achei mais fácil acreditar em Terra plana do que acreditar na Globo, por exemplo. Ademais, querer convencer pela repetição, como vem acontecendo no Brasil, desrespeita o público. É assim no adestramento, usado por humanos com animais. E nunca ao contrário. Pelo amor de Deus, nunca ao contrário!

O fato é que se por um lado isso está acontecendo, por outro nunca foi tão fácil saber em que banda toca a sujeito que fala. A linguagem impõe-se sobre as dissimulações e funciona como impressão digital da tendência política.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 23 de março de 2021

Loquidau, a hipnose - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Nenhum dos estagiários de Coreia do Norte é tratado como ditador. São todos 'empáticos'

A epidemia de coronavírus enfeitiçou as sociedades. Parte desse feitiço está nas palavras mágicas “pandemia” e “covid” — por isso elas foram deliberadamente evitadas na frase anterior. Não que tenhamos aqui o poder de desfazer esse feitiço. É só uma pequena desobediência aos ditames de um senso comum adoecido. A covid (citando pela última vez, por razões psicossemânticas) é real. E também é hipnótica. Aparentemente, pronunciando essa palavra você adquire poderes extraordinários sobre o seu semelhante.

A hipótese acima ainda não tem confirmação científica. Mas… Dane-se. Quem transformou a ciência em licença poética não fomos nós. Já vimos de tudo, até a Organização Mundial da Saúde empurrando pomposamente a humanidade para um gueto existencial chamado loquidau (se virar ciência a gente ajeita a grafia). Enfim, foram eles que começaram.

O tal feitiço está solidamente fundado num tabu. O fato de que o vírus se espalha rapidamente pelo mundo inteiro e realmente pode ser letal em milhares de casos foi transformado na seguinte armadilha: 
ou você aceita todo o repertório de salvacionismos estúpidos e inócuos que se espalhou igualmente pelo mundo inteiro, ou você é uma criatura horrenda que despreza a vida dos outros. 
Fotografar alguém andando de bicicleta para denunciar descumprimento de loquidau e falta de empatia é o diagnóstico inequívoco dessa outra doença que se espalhou junto com a c…
Essa epidemia de dedos-duros, patrulheiros, x-9 e como mais se queira chamar os empáticos de video game se tornou o combustível perfeito para a ascensão dos tiranetes. 
Se uma grande parte da sociedade está disposta a linchar moralmente um vizinho ou um irmão que não se sujeite a qualquer boçalidade apresentada como segurança sanitária, o caminho está livre para o autoritarismo envergonhado sair do armário. E ele perdeu mesmo a vergonha.
 
Governadores e prefeitos que se apresentam como democratas limpinhos já fizeram as seguintes bondades dizendo que estão “salvando vidas”: 
- toque de recolher ilegal supostamente contra aglomerações noturnas (mantendo aglomerações diurnas nos transportes); 
bloqueio de gôndolas de supermercados fingindo que a restrição ao consumo de parte dos produtos diminuirá o contágio; 
proibição de pessoas nas ruas mesmo durante o dia se o motivo da circulação for protesto contra essas falsas medidas sanitárias; 
fechamento de comércio à força soldando portas de lojas; 
proibição a lojista de expor na vitrine número de telefone para delivery; agressão física por parte de forças de segurança pública contra cidadãos (incluindo mulheres e adolescentes) que estavam circulando sem aglomeração (eventualmente sozinhas) por espaços abertos como orlas e praças;
invasão a residências para contar o número de pessoas presentes em reuniões particulares; 
proibição ao trabalho de vendedores ambulantes ao ar livre sem restrição aos que se espremem no ambiente fechado dos ônibus; rodízios de automóveis que aumentaram aglomeração nos transportes públicos e até rodízio de pessoas por número de CPF.

Mas nenhum desses estagiários de Coreia do Norte é tratado como ditador. São todos “empáticos”.

Decide aí. Se você quer continuar sendo enxotado para dentro de casa que nem rato porque te dizem que assim você é um empático contra a c…, fique à vontade. 
Você preferia não entregar sua liberdade de bandeja a tiranetes brandindo falsa ciência, mas e a c…? 
Você não se importa com a c…?? 
É horrível ficar na berlinda dos negacionistas, fascistas e terraplanistas, né? 
Então chega disso. Veste logo a sua ética de butique e sai rastejando aliviado, que ser rato não é tão ruim assim.

Não se esqueça de calar a boca para sempre sobre os estudos em torno do tratamento precoce — esse que médicos medalhões de São Paulo e Rio prescrevem discretamente aos seus pacientes, com todo o cuidado para não atrapalhar a ação dos senhores da verdade que perseguem, insultam, estigmatizam e banem como charlatões desgraçados os que fazem referência a essa terapêutica. 

O que salva é o loquidau.

Leia também “O novo totalitarismo”

Guilherme Fiuza, colunista - revista Oeste