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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Amigos de Lula atacam o erário com a voracidade de um cardume de piranha - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Entorno do petista promove assalto geral às bocas da máquina pública

O sobrinho do presidente Lula, com todos os seus 19 anos de idade, acaba de ganhar um emprego público no governo de Sergipe; rende, com os penduricalhos somados, 7.500 reais por mês. A nomeação foi por “critérios técnicos”, disseram os responsáveis. Aparentemente, o público sergipano não pode abrir mão dos serviços do rapaz, embora não seja possível determinar que tipo de trabalho, na prática, ele vai fazer – sua função é ser assessor.

A neta do falecido chefe terrorista Carlos Marighella fez melhor. Levou o cargo de presidente da Fundação Nacional de Artes, a notória Funarte – uma escolha realmente esquisita, neste momento em que o governo Lula em peso, o Supremo Tribunal Federal e toda a esquerda brasileira denunciam furiosamente o terrorismo como a maior ameaça que o País já teve pela frente. A mulher do compositor Chico Buarque também faturou uma assessoria, no BNDES; pelo que deu para entender, é alguma coisa com cara de “direito internacional”.

A lista vai por aí afora. Tudo bem: o assalto geral às bocas da máquina pública é uma prerrogativa de quem é declarado vencedor da eleição pelo TSE. Mas a voracidade de cardume de piranha com que os amigos de Lula vêm atacando o erário é algo nunca visto. 
O governo mal começou e as coisas já estão assim. Onde vão estar daqui a mais um mês, ou quatro anos? [A felicidade dos brasileiros e do Brasil, é que este governo acaba ainda em 2023 - a dúvida é se no final do primeiro semestre ou inicio do segundo. Importante é que não será por golpe de estado, ato antidemocrático, coisas de tipo e sim por INCOMPETÊNCIA do atual presidente e dos demais integrantes.]
A ministra Margareth Menezes, da Cultura, indicou a vereadora Maria Marighella para comandar a Furnarte.
A ministra Margareth Menezes, da Cultura, indicou a vereadora Maria Marighella para comandar a Furnarte. Foto: Eraldo Peres/AP
Não existe, desta vez, a menor preocupação em disfarçar alguma coisa – ao contrário, os presenteados fazem festa e, se for possível, vão querer mais empregos ainda, para si mesmos e para os amigos.  
Quem não sabe, por exemplo, da mina a céu aberto que são os conselhos das empresas estatais? 
Isso sem falar das diretorias em si dessas empresas, que podem ser ocupadas, agora, por qualquer pessoa que o presidente queira nomear; estima-se, por alto, que haja cerca de 600 cargos disponíveis para consumo imediato.
 
Há, também, os novos ministérios inventados por Lula. Como não existiam antes, terão obrigatoriamente de fornecer empregos para começar a funcionar; já estão, aliás, fazendo exatamente isso. Acima de tudo, há a certeza absoluta da impunidade. 
Vão aparecer reclamações aqui e ali, e as notícias sobre a farra serão publicadas na imprensa. Mas quem é que está ligando? 
Um terço dos ministros que assumiram em 1º. e janeiro têm problemas com a justiça, que vão de dívidas não pagas a peculato e corrupção; 
- uma ministra, inclusive, tem cinco milicianos do Rio de Janeiro em seu círculo mais próximo.  
Todos têm 100% de certeza que ninguém vai encostar neles. 
Não poderia ser diferente, num governo que não pronuncia, simplesmente, a palavra “corrupção” – e num país em que falar no assunto pode levar quem falou a ser acusado de “atos antidemocráticos”. Está tudo liberado.
J. R.Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Veneno em palavras e imagens - Percival Puggina

De repente me veio à lembrança o “Realejo” de Chico Buarque. Diz assim:

“Estou vendendo um realejo.

Quem vai levar? Quem vai levar? Quem vai levar?

Já vendi tanta alegra, vendi sonhos a varejo.

Ninguém mais quer hoje em dia acreditar no realejo (...)”.

Não dá para acreditar, mesmo, mas o realejo continua rodando a manivela, apesar do descrédito, vendendo sonhos, narrativas, utopias, mentiras e mistificações. Os tocadores de nossos realejos quotidianos desenvolveram uma semântica astuciosa em que adjetivos como negacionistas, genocidas, fascistas, terraplanistas são usados para significados aquém e além daquele para o que existem e nunca com o intuito de serem entendidos no sentido para o qual foram criados. Delírios de linguística orwelliana. Veneno em poção verbal e visual. O mercado de veneno atrai ilustrados e apedeutas.

Recriou um “antifascismo”, sempre pronto a causar dano a algo que outros fizeram para destruir a divergência que merecem. Contudo, visto de perto, não passa do velho fascismo com estrela vermelha. Como sempre foi, aliás, desde antes do fim da Segunda Guerra Mundial.  Esse realejo que hoje toca no Brasil o dia inteiro tem como público cativo o cidadão do sofá, anatomicamente formado por corpo, membros e sei lá mais o quê. Pode haver certa má vontade minha, mas sempre achei mais fácil acreditar em Terra plana do que acreditar na Globo, por exemplo. Ademais, querer convencer pela repetição, como vem acontecendo no Brasil, desrespeita o público. É assim no adestramento, usado por humanos com animais. E nunca ao contrário. Pelo amor de Deus, nunca ao contrário!

O fato é que se por um lado isso está acontecendo, por outro nunca foi tão fácil saber em que banda toca a sujeito que fala. A linguagem impõe-se sobre as dissimulações e funciona como impressão digital da tendência política.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 9 de março de 2021

Informação privilegiada - Senador soube antes da decisão que “limpou” a ficha de Lula?

Gazeta do Povo - Alexandre Garcia

Ex-presidente Lula poderá disputar as eleições de 2022, já que deixou de ser ficha suja por decisão de Edson Fachin, do STF.

Em uma decisão monocrática, o ministro do STF e relator da Lava Jato Edson Fachin causou surpresa e espanto ao determinar a anulação das condenações do ex-presidente Lula proferidas pela Lava Jato de Curitiba. A justificativa é que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos de Lula porque não havia relação com a Petrobras. Isso porque uma decisão anterior do STF determinou que casos não ligados à Petrobras não estão na alçada da Justiça Federal de Curitiba e sim na do Distrito Federal.
 
O estranho desse caso é que o ministro Fachin, enquanto relator da operação, acompanhou o julgamento do ex-presidente desde o início e só manifestou esse entendimento agora, cinco anos depois. É tudo muito estranho. [tudo indica ser um hábito do ministro só dar o alarme de algumas posições que adota, quando o impacto é grande, rende holofotes e tumultua.
Lembram do caso dos twitter de alerta do general Villas Bôas?  - o ministro só expressou seu protesto, quase três anos após o fato = época de tensão latente e que quase gera uma crise entre o STF e a Câmara dos Deputados.
Agora atraiu atenção de milhões de brasileiros, derrubou a Bolsa e elevou o dólar - provavelmente satisfez o seu ego ao exibir o 'eu posso'.]
 
No domingo (7) à noite, o senador Humberto Costa (PT-PE), que é muito amigo de Lula, compartilhou no twitter um vídeo do ex-presidente malhando com a música “tô voltando” de Chico Buarque. Isso é estranho, porque foi na véspera da decisão de Fachin. Talvez o ministro não tenha se contido, já que ele sempre foi ligado à CUT e ao MST, fez campanha para Dilma Rousseff e foi indicado à cadeira no STF pela ex-presidente.
É bom lembrar que a condenação de Lula não foi decidida somente pela 13ª Vara Federal.  
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, também confirmou a sentença. Outras instâncias também. A impressão que passa com isso é que é uma anulação da Lava Jato.
 
Obstáculo para reeleição de Bolsonaro
Os partidos políticos também estão perplexos com a decisão. Principalmente a esquerda, que acreditava ser possível emplacar uma candidatura com Ciro Gomes (PDT) ou Guilherme Boulos (Psol). Além deles, isso também atrapalha as possíveis candidaturas de Sergio Moro e João Doria.
 
Mas agora com a anulação, Lula deixa de ser inelegível e provavelmente irá concorrer à Presidência em 2022, o que muda o cenário político para o ano que vem. Isso acaba com as chances de Fernando Haddad. Pelo menos isso deu mais cor ao pleito de 2022, porque antes era visível que Jair Bolsonaro iria ganhar. Agora ele terá um obstáculo, porque Lula ainda tem o voto popular. Será que Bolsonaro já ocupou o lugar que Lula tinha entre o povão? [certamente que sim e com o fim da pandemia, teremos doze meses de bonança para Bolsonaro começar a governar e mostrar que precisa de mais quatro anos - sem pandemia.]
 
Será que era o momento para anunciar isso? 
Bem no Dia Internacional da Mulher. 
O anúncio deixou tanta mulher triste, logo no dia em que elas tinham que festejar. Na verdade, anunciar isso durante uma pandemia não é legal, já há muito sofrimento com as mortes e o desemprego. Agora há mais uma notícia infeliz.
Bem na hora que o brasileiro achou que a Justiça iria voltar a funcionar, a impunidade iria terminar e os corruptos iriam para a cadeia. Agora está feita a soltura geral.
 

MATÉRIA COMPLETA - Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo

 

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

A derradeira estação - Nas Entrelinhas

“A corrupção endêmica no Rio de Janeiro tem uma dimensão cultural que precisa ser levada em conta, por causa da glamurização da ética da malandragem


Escrevo a coluna com o som na caixa. Chico Buarque canta Estação Derradeira, na qual glamuriza com afeto e poesia as mazelas do Rio de Janeiro: “Rio de ladeiras/ Civilização encruzilhada/ Cada ribanceira é uma nação”. A imagem de São Sebastião, o santo padroeiro da cidade, é invocada para sintetizar o sofrimento e a esperança, como nas paliçadas ao pé do Morro Cara de Cão, na Urca, na qual Estácio de Sá e os paulistas, com apoio do cacique Araribóia, em 1º de março de 1565, fundaram a cidade para expulsar os calvinistas franceses e seus aliados tamoios. Sobe o som: “São Sebastião crivado/ Nublai minha visão/ Na noite da grande/ Fogueira desvairada/ Quero ver a Mangueira/ Derradeira estação.”

A música não me saía da cabeça desde a notícia do afastamento do governador Wilson Witzel e a prisão de seus aliados por corrupção, entre eles o Pastor Everaldo, presidente do PSC. Não vou repetir o que já se sabe: mais um governo atolado no mangue da corrupção. Entretanto, para quem quiser saber como tudo isso começou, recomendo o romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, que retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX, com a chegada de D. João VI e sua Corte. A história foi publicada anonimamente, em folhetim, ou seja, em capítulos semanais, no Correio Mercantil, entre junho de 1852 e julho de 1853. O nome do autor foi revelado apenas na terceira edição em livro, póstuma, em 1863.

Personagens populares são os grandes protagonistas do romance, movidos por duas forças de tensão, a ordem e a desordem, características profundas da sociedade colonial da época, que se mantêm até hoje. O major Vidigal e sua comadre, dona Maria, pertencem ao lado da ordem, porém, nada têm de retidão, apenas estão em uma situação social mais estável. A desordem é representada pelo malandro Teotônio, o sacristão da Sé e Vidinha. Entretanto, todos transitam de um pólo para o outro, em momentos de acomodação. Mas voltemos à crise do Rio de Janeiro, que muitos atribuem à transferência da capital para Brasília e/ou à fusão da antiga Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro. Essa é uma visão nostálgica, embora tenha a ver com a crise estrutural do estado. De fato, a transferência da capital esvaziou política e economicamente a antiga Guanabara. 

Entretanto, a fusão dos dois estados foi feita exatamente para compensar essas perdas, pois o projeto do presidente Ernesto Geisel, no regime militar, era fazer do Rio de Janeiro a capital do setor produtivo estatal, que rivalizaria com São Paulo, pois concentrava as sedes da maioria das empresas estatais. O colapso do modelo de capitalismo de Estado dos militares, porém, pôs o Rio a perder. Era um erro de conceito, abatido pela crise do petróleo e pela falta de capacidade de financiamento do Estado brasileiro.

Ética da malandragem
Para complicar, a Constituinte da Fusão, em 1975, que acompanhei como repórter do antigo Diário de Notícias, encarregou-se de inchar a máquina do novo estado, que já nasceu envelhecida, efetivando os comissionados e celetistas dos antigos governos dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, e mais os que foram incorporados à intervenção pelo almirante Faria Lima. Sem muita racionalidade na distribuição de responsabilidades entre a administração estadual e a nova prefeitura da capital, o resultado foram mais gastos públicos e ineficiências, além de um passivo previdenciário exponencial e impagável. Essa situação agravou-se após a Constituição de 1988, com a efetivação de mais comissionados na aprovação da nova Constituição estadual.

A última grande frustração do estado foi o governo de Sérgio Cabral, que, inicialmente, parecia a redenção do Rio de Janeiro, por causa da exploração de petróleo e das Olimpíadas, mas se atolou no mar de lama da corrupção. A euforia do pré-sal logo se esvaziou, com a mudança do regime de concessões para partilha, que desorganizou o “cluster” de empresas do setor, devido à suspensão dos leilões de poços de petróleo por sete anos, e o escândalo de corrupção da Petrobras, que colapsou ainda mais a economia fluminense, em meio à recessão do governo Dilma Rousseff.

A corrupção endêmica nos governos do Rio de Janeiro, porém, tem uma dimensão cultural que precisa ser levada em conta, por causa da glamurização da ética da malandragem e da tolerância da elite fluminense com a secular e sistemática captura das políticas públicas por grandes interesses privados, que levam à formação de máfias de empresários e políticos, que drenam os recursos do estado para a constituição de patrimônio, além do compadrio, do fisiologismo e do clientelismo. O consequente apagão administrativo favorece, também, a ocupação de territórios cada vez maiores pelo tráfico de drogas e pelas milícias, protegidos pela banda podre do sistema de segurança pública. [além da falha do sistema de segurança pública, atribuída a banda podre daquele sistema, há decisão do STF que dificulta a ação policial em certas áreas da capital fluminense.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Assuma, mas não case - Carta a Regina Duarte, a noivinha do Brasil - Ruth de Aquino





Prezada Regina Duarte, não se case com Jair Bolsonaro. Aceite a pasta da Cultura, com letra maiúscula e autonomia, mas não se torne esposa, porque o marido exigirá obediência cega e surda até que a morte os separe. Ele já provou que não é “um cara doce”. Doce é você. Por seu talento e pelos sorrisos abertos que distribui, o Brasil caiu de amores há décadas. Não importa agora que você seja conservadora. Importa que seja humana e sensata. Não coloque a religião à frente de suas decisões. Não seja desagradável ou preconceituosa. 

O preconceito e a patrulha não são privilégio da direita ou da esquerda. “Em 2002 (na primeira eleição de Lula), fui chamada de terrorista e hoje sou chamada de fascista, olha que intolerância”, disse em Conversa com Bial. “E eu achando que vivia em uma democracia, onde eu tenho o direito de pensar de acordo com o que eu quero. Eu respeito todo mundo que pensa diferente de mim. Não saio xingando as pessoas por aí”.
Não xingar já é um tremendo avanço. Regina, você tem um legado artístico a proteger. A Cultura brasileira está órfã. Pior: no governo Bolsonaro, tornou-se uma filha enjeitada, uma inconveniente, uma borralheira, aquela que leva pontapés e ouve grosserias. Cultura engloba artes plásticas, cinema, teatro, balé, literatura, música. Quando um presidente manda uma repórter calar a boca, ou veta e persegue artistas em nome de Deus e de ideologias, negando-se até a entregar prêmios internacionais, isso não é ser censor. É ser estúpido. Você jamais se comportaria assim. Não se oporia a entregar o prêmio Camões a Chico Buarque. Acho que se sentiria honrada. Arte acima de tudo.
O Brasil só espera que você valorize nossa cultura em tudo que já encanta o mundo. A criatividade, a inventividade, a originalidade, a mestiçagem. Você fez isso inúmeras vezes como atriz de novelas, foi vista e admirada em outros países, como virgem ou prostituta. Foi feminista na série Malu Mulher, de 1980, discutindo temas tabus, embora não se diga feminista na vida real. Você vivia uma situação exatamente igual à da personagem. "Tinha acabado de me separar e estava assustada, machucada, com dois filhos para criar e não mais sob tutela do meu pai. Fazer o seriado me fortaleceu, foi terapêutico”.
Você cumpriu o papel de si mesma, como mãe e avó. Um marido autoritário e ciumento de seu carisma é tudo aquilo de que você não precisa, agora que completa 73 anos em fevereiro como uma mulher independente. Na ditadura militar, você brigou. “Eu corri de cavalos, me enfiei debaixo de porta para fugir da cavalaria, eu participei de palanques ao lado de Lula pelas Diretas Já, pela Anistia Ampla Geral e Irrestrita, Revolução dos Cravos...” Regina sempre assumiu ter medo de Lula. Tem direito de pensar assim. Em entrevista em 2018, disse que “Bolsonaro é fruto do país, é resultado dos erros monstruosos do PT e da falta de mea-culpa”.
Cuidado com as armadilhas. Após o compromisso selado, há o risco de desrespeitos privados e públicos, assédio moral, palavrões, exigências que coloquem suas convicções éticas em xeque. Ao cortejá-la, o noivo se comporta de maneira graciosa. É questão de honra para Bolsonaro que você aceite. Procure saber se poderá destituir os desclassificados nomeados por Alvim. Não troque alianças, da direita para a esquerda. Ou vice-versa. Regina, esqueça os anéis, fique com os dedos. [o mais importante: avise para aqueles que se dizem artistas, alguns em final de carreira (carreira que não começou e se iniciou não deslanchou) que a Cultura não aceite que tentem substituiu a competência, a capacidade, a genialidade, por palavrões, por ofensas à FAMÍLIA, a JESUS CRISTO e aos VALORES CRISTÃOS e MORAIS, que alguns aztistas a pretexto de fazer 'cultura', agridem e tentam destruir.]


Ruth de Aquino, jornalista - Coluna em O Globo




terça-feira, 8 de outubro de 2019

Máquina de guerra - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Após estrago no meio ambiente, metralhadora ideológica mira a cultura

Quando surgiu a notícia de que o Ministério da Cidadania havia demitido 19 funcionários do Centro de Artes Cênicas da Funarte, a primeira reação foi de aplauso. Afinal, o governo afastava o diretor Roberto Alvim, que, entre outras barbaridades, ofendeu Fernanda Montenegro como “mentirosa” e “sórdida”. Ledo engano. Era bom demais para ser verdade. Logo ficou claro o contrário: foram demitidos os coordenadores, gerentes e subgerentes, menos... o chefe Alvim! Ou seja, o governo “limpou a área” para Alvim fazer o que bem entender. [está certa a afirmação de que o governo limpou a área, visto que os demitidos compunham um parte da corja lulopetista, da esquerda, que tenta manter a política petista da Ancine prestigiar a contracultura,aquela que valoriza a pornografia, [o que inclui, sem limitar, artistas voltado a produções 'culturais' que atentam contra valores básicos da FAMÍLIA.]

Esse é apenas mais um capítulo da nova guerra ideológica do governo Jair Bolsonaro, com o mundo todo já espantado com sua visão e suas declarações sobre meio ambiente – aliás, o tema central do Sínodo que ocorre neste momento no Vaticano, sob a liderança do papa Francisco. É enorme o estrago à imagem do Brasil no exterior, por desmatamento, queimadas e, agora, a gravíssima mancha de óleo [até os animais que estão morrendo sabem que a mancha de óleo não surgiu por acaso e nem é fruto da irresponsabilidade do comandante de algum navio e sim um ato de sabotagem, na tentativa, felizmente inútil, de comprometer o governo Bolsonaro com política de agressão a vida marinha.] nas praias de todo o Nordeste, mas principalmente pela nova política para o setor. Ainda enfrentando essa frente, o governo já aprofunda os ataques, investidas e ingerências na área da cultura, onde habitam velhos fantasmas do bolsonarismo, embolados no tal “marxismo cultural”.

A expressão, sempre presente nos escritos e nas falas do chanceler Ernesto Araújo, é também frequente no mundo e nas fantasias do diretor Roberto Alvim, que também vê inimigos esquerdistas e perigosos por toda a parte, prontos a implodir a “cultura judaico-cristã do Ocidente”. Alvim, que quer transformar o Teatro Glauce Rocha em “teatro evangélico”, seja lá o que isso seja, também já vinha conclamando “profissionais conservadores” a integrarem uma “máquina de guerra cultural” na Funarte. Ai, que medo! Imaginem só o que vai virar o Centro de Artes Cênicas. Um amontoado de críticos à nossa produção cultural, nossos diretores, nossos atores.

A Funarte, porém, é só mais um dos alvos do Planalto e do Ministério da Cidadania, que engoliu o da Cultura já na posse. A artilharia contra a cultura se expande por todas as áreas do governo, até a financeira. No mesmo dia do anúncio das demissões na Funarte, veio a notícia de que a produção cultural da Caixa Econômica Federal agora é sujeita ao crivo ideológico da presidência do órgão e da Secom do Planalto. Isso remete ao veto de Bolsonaro a uma peça publicitária do Banco do Brasil dedicada ao público jovem, porque incluía a diversidade racial e sexual. Ou ao ataque que ele fez à Ancine, condenando seus “filmes pornográficos” e defendendo que deveriam enfocar os “heróis nacionais” – leia-se, os heróis do próprio Bolsonaro, como o coronel Brilhante Ustra, fartamente apontado como torturador?[sugestão anotada - está entre os dez primeiros heróis nacionais.]

Do outro lado, Chico Buarque, excelente escritor e ícone da música de várias gerações, além de não ser “herói”, é tratado como inimigo: a embaixada brasileira em Montevidéu acaba de suspender um documentário sobre o Chico. O Chico! É inacreditável, mas pode acreditar. A reação já começa, com manifestações de apoio e a devida reverência à diva Fernanda Montenegro e com decisões judiciais como a de ontem, da juíza Laura Bastos de Carvalho, da 11.ª Vara do Rio, que suspendeu por liminar uma portaria do Ministério da Cidadania sobre projetos da Ancine para TVs públicas. [trata-se de liminar que pode ser cassada;
caso a decisão judicial seja mantida, nada impede que outras medidas sejam tomadas para impedir o uso de dinheiro público para promover obras inadequadas - mantendo sempre o devido respeito ao Poder Judiciário, sem abrir mão do direito de contestar legalmente suas decisões.]

A juíza atendeu a um pedido do Ministério Público, que apontou na portaria, além de prejuízo ao erário, “inequívoca discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”. O STF, diga-se, acaba de criminalizar a homofobia. Demissões, perseguições e censura, além de asfixia financeira da cultura... Isso, sim, é muito “sórdido”.
 
Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo 
 
 

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A tesoura de dona Solange está de volta?

A tesoura de dona Solange está de volta?

Aposentada como delegada da Polícia Federal, a policial Solange Hernandes comandou a Divisão de Censura e Diversão Públicas do Ministério da Justiça durante o regime militar, entre 1981 e 1984, quando a ditadura agonizava sob o impacto da campanha das Diretas Já, que levou milhões às ruas por todo o Brasil. 

Dona Solange, como ficou conhecida, portava uma tesoura implacável contra críticos do regime e o espírito libertário dos artistas brasileiros, sobretudo letristas da MPB.  Agora a tesoura de Dona Solange parece estar de volta pelos mãos do capitão Jair Bolsonaro, que após vetar comerciais do Banco do Brasil que enaltecem a diversidade determinou que as peças publicitárias. 

Um dia depois de Jair Bolsonaro (PSL) vetar a divulgação de um vídeo publicitário do Banco do Brasil e exonerar o diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim, o governo informou a novidade às agências de publicidade contratadas (mais tarde, devido à repercussão negativa na mídia o Palácio do Planalto anunciou um recuo, sob o pretexto de que as empresas estatais têm autonomia, mas Jair Bolsonaro defendeu a censura e a demissão do publicitário que comandava o marketing do BB). .

Até então, somente os comerciais institucionais, ou seja, que visam a reforçar uma determinada marca, costumavam passar pela Comunicação do Planalto.  Ações mercadológicas, como a peça derrubada por Bolsonaro, cuja finalidade é ampliar participação da estatal no setor, na maioria das vezes, precisavam apenas da chancela da instituição que a encomendava. [os resultados em termos de clientela que seriam auferidos pelo Banco do Brasil - o  público do nicho que seria o alvo e foi usado como justificativa da campanha, seria pequeno, não compensando o investimento em publicidade.
Apesar da autonomia que as estatais possuem para publicidade, a regra não serve para o Banco do Brasil - que não é uma estatal e sim uma empresa de economia mista e seu maior acionista é a União Federal, comandada pelo Presidente Bolsonaro, que é o Presidente da República - até petista sabe que os lucros e prejuízos de um acionista são proporcionais a sua participação no capital da empresa.]
A campanha publicitária do Banco do Brasil, marcada pela diversidade, trazia atores e atrizes negros e jovens tatuados usando anéis e cabelos compridos. O objetivo era atingir a juventude. Durante a ditadura, além de Chico Buarque, Rita Lee, Taiguara, Raul Seixas, Gilberto Gil e Caetano Veloso, a censura prévia atingiu até cantores românticos como Odair José e o popular Chacrinha, provavelmente o mais famoso apresentador da TV brasileira.
Dona Solange inspirou uma música de Léo Jaime.

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LEIA TAMBÉM: General Heleno manda FHC calar a boca após crítica do ex-presidente ao governo



 


segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Chico Buarque fala de Sergio Moro. Millôr define Chico - Millôr Fernandes: "Não confio em nenhum idealista que lucra com seu ideal"

Veja



Chico Buarque, num ato em solidariedade ao jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, em 31 de julho de 2019:



Millôr Fernandes, no Roda Viva, em 3 de abril de 1989:


Blog do Augusto Nunes -  Veja


quinta-feira, 11 de julho de 2019

STJ nega soltura de integrantes de movimento sem-teto

[Parabéns !!! STJ - finalmente, está sendo feita Justiça. Agora é torcer para que a preventiva seja bem longa

Falta pegar o Boulos.]

A ativista Preta Ferreira, e seu irmão, Sidney Ferreira Silva estão em prisão preventiva desde o dia 24 de junho e são acusados de extorsão qualificada, esbulho possessório e associação criminosa

A vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, negou o pedido de habeas corpus da cantora e ativista Janice Ferreira Silva, conhecida como Preta Ferreira, e de seu irmão, Sidney Ferreira Silva. Preta Ferreira e Sidney são filhos de Carmen Silva, uma das lideranças dos sem teto do país, e ambos integram o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC). Os dois estão em prisão preventiva desde 24 de junho e são acusados de extorsão qualificada, esbulho possessório e associação criminosa, que teriam sido praticadas em ocupações promovidas por movimentos sociais de São Paulo. Além deles, Edinalva Silva Franco Pereira e Angélica dos Santos Lima também foram presos.

A investigação começou em maio de 2018, após incêndio ocorrido em uma das ocupações no centro da capital paulista. Segundo testemunhas, Janice e Sidney exigiam valores a título de aluguel dos moradores do local e ameaçavam quem não pagava. Para a defesa, a ordem de prisão não apresentou fundamento e os requisitos legais autorizadores da medida, além de Carmen já ter respondido por um processo parecido e foi inocentada. No processo, a líder do movimento havia sido denunciada por extorsão enquanto coordenava a ocupação do antigo Hotel Cambridge, no centro da capital paulista. 

Ontem, mais de 500 artistas assinaram um documento pedindo a liberdade dos dois filhos de Carmen. Entre eles, os cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, o cineasta Walter Salles, o produtor Nelson Motta, o artista plástico Vik Muniz  e os atores Wagner Moura, Camila Pitanga, Renata Sorrah e Leandra Leal assinaram o texto. Apesar da comoção e da representatividade social do caso, a juíza ressaltou que não é viável o deferimento do pedido de soltura por não se verificar ilegalidade no decreto de prisão e por questões de natureza técnico-processual.

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/07/10/interna_politica,769809/stj-nega-soltura-de-integrantes-do-movimento-sem-teto.shtml 


 

terça-feira, 21 de maio de 2019

O que Joana fez e o que não fez

Diretor da Etec onde Joana D’Arc dá aulas diz que ela é professora nata que faz aluno desinteressado estudar e ter desejo de saber mais


[Joana D'arc construiu toda uma vida profissional mentirosa; além da mentir ao declarar que fez cursos Harvard - quando não fez e no preenchimento do 'diploma' supostamente emitido pela instituição citada, errou na grafia de uma palavra de duas letras e de uso comum - escreveu 'oof' em vez do conhecido 'of'; 

ao inserir informações falsas em curriculum na plataforma Lattes, cometeu o crime de FALSIDADE IDEOLÓGICA; 

Também mentiu sobre a data que se matriculou na Unicamp. 

Basta ou querem mais?

Ao final um link para comprovar todo o acima afirmado.]


Quando a professora Joana D’Arc Felix voltou ontem ao trabalho na Escola Técnica Agrícola (Etec), onde dá aulas de química em Franca, encontrou um cartaz na sua mesa, feito pelos alunos: “Insista, persista, nunca desista”. A professora disse que tinha feito um curso em Harvard que não fez. O que ela de fato fez foi graduação, mestrado e doutorado na Unicamp, uma das melhores do Brasil. E ela tem sido uma excelente professora, segundo o próprio diretor da escola. “O trabalho dela é extraordinário”, diz Cláudio Ribeiro Sandoval.



Há duas formas de olhar o polêmico caso de Joana que provocou uma onda de críticas a ela nas redes sociais: falar do que Joana não fez ou do que ela fez. Hoje, o país já sabe que ela não fez pós-doutorado em Harvard, nem entrou na universidade aos 14 anos. Mas o que ela fez é suficientemente grande para torná-la um caso de sucesso. Mais do que a sua própria história, é o que ela é, como professora de química na Escola Carmelino Corrêa Junior: — A graduação, o mestrado e doutorado, que para nós era o que importava, na contratação, estão absolutamente regulares. Essa história de Harvard nunca tivemos essa informação, nem valorizamos. Mas o trabalho que ela desenvolveu na escola e continua desenvolvendo, de despertar o interesse dos alunos pela pesquisa, é uma coisa que não tem paga. Tem um resultado extraordinário —disse o professor Cláudio Sandoval, diretor da Etec.



Em 2017 eu estive na escola para conhecer o caso dela e fazer uma reportagem para a Globonews. Acompanhei uma aula, a interação dela com os alunos, os feitos que de fato existem de premiação internacional e nacional que os estudantes conseguiram. Na época, o caso dela era pouco conhecido. Foi um sábado estimulante o que passei em sua sala. Ontem voltei a falar com ela. Com voz rouca, interrompida às vezes pelo choro, ela reconhece o erro de ter exagerado nas conquistas. Ela se perde em detalhes que tentam justificar a referência ao pós-doutorado inexistente ou a afirmação que ela fez de ter entrado na Unicamp aos 14 anos. Ela diz que realmente passou no vestibular antes, quando era “treineira”, aquele estudante que prestava vestibular apenas para treinar. Não há muita explicação para ela ter dito que fez o que não fez. Joana se diz arrependida e pede desculpas seguidas.



Há muitos outros fatos a refletir nessa história de Joana D’Arc além de criticá-la por ter engalanado um currículo com pontos falsos. Se ela exagerou o que já era uma história notável — sair da pobreza para chegar ao doutorado pela Unicamp —foi também exagerado o tom da crítica. Ela sente que passou por um “linchamento”. Houve dias na semana passada que para ela se aplicava a música de Chico Buarque: “joga pedra na Geni”. É preciso pensar: o tom da reação, que considerou “imperdoável” o que ela fez, seria tão forte se ela não fosse negra? É uma questão que certamente divide opiniões mas que precisa ser encarada num país que sempre apartou os negros. Joana fez seu caminho sozinha, e quanto mais ascendia na vida escolar menos ela encontrava negros. Outra dúvida dessa história é se a violência das críticas não foi em grande parte pela cultura inclemente das redes sociais. É preciso pensar também no grau de exposição que recebe uma celebridade instantânea e como tudo isso é processado. É um caso que intriga tanta gente que continua vendo-a com admiração, mas se pergunta por que ela mentiu.



Na Etec de Franca ela tem todo o apoio de alunos, ex-alunos, colegas e diretor da escola. Lá, ela sempre foi a Joana, a professora que atrai os alunos para estudar e a sonhar com um futuro melhor. Hoje uma delas disse à Joana que antes de conhecê-la nunca havia pensado que era possível fazer curso superior e agora quer fazer Direito.

Sobre a prestação de contas da Fapesp, Joana pediu para reabrir o caso, alega que não teve acesso, e teve contas posteriores aprovadas, como as de 2011. Claro que ela tem muito a explicar, mas este não é o fim da sua história.— Ela continua sendo a pessoa simples e direta. Uma professora nata, que faz o aluno desinteressado, ou que tem dificuldades, querer estudar química, e desenvolve nele a ânsia por saber mais. E como nós sabemos, é pela educação que vamos mudar este país —diz o professor Sandoval.

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