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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

As entranhas do poder expostas em praça pública - Rodrigo Constantino

 Gazeta do Povo - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Os militantes disfarçados de jornalistas, que viraram uma espécie de assessoria de imprensa do STF, usaram seu espaço nos veículos de comunicação hoje para passar pano para a postura inaceitável dos ministros supremos nesta quinta.  
Um deles parece um fantoche de Gilmar Mendes, de tão escancarado o recado que tentou transmitir do "chefe". A outra falou em "vingança da extrema direita", torcendo para que Lira enterre a PEC para "acalmar os ânimos".
 
Poderíamos concluir que essa gente vive em Nárnia, mas não é nada disso: estão no Brasil mesmo, e sabem muito bem o que estão fazendo. São cúmplices de um golpe em curso desde a vitória de Jair Bolsonaro.  
Para "salvar a democracia", o sistema podre e carcomido rasgou a Constituição, soltou um corrupto e o tornou elegível, impediu Bolsonaro de governar e de fazer campanha, e depois ainda se vangloriou do feito: "Nós derrotamos Bolsonaro! Perdeu, mané, não amola!"
 
Mas Jaques Wagner votou a favor da PEC que ao menos tenta colocar limites no abuso de poder supremo, com suas medidas monocráticas absurdas. 
E os ministros ficaram em polvorosa. 
Como ousam "desafiar" o Supremo? 
Lembrem que nós colocamos Lula lá! 
Com o avanço da ditadura no país, era claro que petistas e tucanos se digladiariam em breve, tão logo Bolsonaro fosse carta fora do baralho. 
A união nefasta e instável, afinal, era justamente para afastar a direita e manter a hegemonia esquerdista.
 
Mas tem cacique demais para pouco índio, e eis o problema. 
Alexandre de Moraes, que foi do PSDB e trabalhou com Alckmin, acumulou poder em demasia. 
Gilmar Mendes sempre teve, e Portugal está aí para mostrar. 
Mas Lula também tem poder, junto ao Dirceu. 
Como conciliar gangues que disputam um mesmo trono? 
Como apaziguar quadrilhas de olho no mesmo prêmio?
 
O brasileiro está vendo, portanto, a disputa inevitável entre dois grupos parecidos, mas diferentes. E os militantes ficam trocando recados pela velha imprensa corrompida. 
Em comum: nenhum deles tem qualquer espírito público, preocupação legítima com a nação, apreço pelo império das leis. 
É briga para ver quem pode mais, quem manda mais. "Quantas tropas tem o Senado?", quer saber o fantoche de um ministro supremo. 
E quantas tropas comanda o STF?
 
O Brasil decente acompanha atônito e enojado, mas com um misto de esperança, essa disputa por poder. 
Afinal, quando estão "harmônicos" é que o cidadão honesto não tem chances mesmo. 
Quando brigam entre si, expondo as entranhas do poder em praça pública como agora, ao menos há alguma possibilidade de "fogo amigo" entre eles, com efeitos positivos para o país.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Podemos voltar a falar da confissão de Barroso? - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

O país parou para falar da suposta agressão sofrida pelo ministro Alexandre de Moraes e seu filho no aeroporto de Roma, na Itália. Muito pouco se sabia sobre o caso, mas nossos "jornalistas" e autoridades já tinham o veredicto: uma família bolsonarista agredira o ministro verbalmente e seu filho fisicamente. 
Ninguém quis ouvir o outro lado, esperar com cautela por mais informações, aguardar os fatos e as imagens.
 
De João Amoedo a Sergio Moro, de Gilmar Mendes a Augusto Aras, todos os puxa-sacos foram bem rápidos em publicar mensagens se solidarizando com o ministro e repudiando a agressão - da qual não tinham qualquer prova ou contexto. 
Nas redes sociais, tinha gente pedindo a prisão da família, expondo suas fotos e alimentando a Inquisição com desejos incontidos de linchamento em praça pública.

Na velha imprensa, chegou-se a se falar em prisão de vários anos por "ameaça ao Estado de Direito", isso por conta de uma confusão ainda não esclarecida que se deu em outro país. A Polícia Federal foi acionada imediatamente, o que causa algum espanto: sua jurisdição é o Brasil. João Mauad comentou:  Xingue um ministro do Olimpo, num país estrangeiro, e seja acusado de tentativa de abolição do estado democrático de direito. Parece piada, mas é o que a mídia sabuja anda especulando, a sério. Em Pindorama, eu não duvido mais de nada. Nem mesmo que o meliante super perigoso, de 70 anos, seja trancado em prisão perpétua. Basta que os poderosos assim desejem…

Agora a Itália vai entregar as imagens das câmeras de segurança para a PF, mas esta, segundo a Folha, pede preservação das imagens. O Brasil aguarda para descobrir o que realmente aconteceu, enquanto nossa mídia, que matou o jornalismo, não liga a mínima, pois já tem o culpado e a vítima - que precisa bajular para ser poupada de sua caneta poderosa.

Enquanto todos discutem o caso envolvendo Alexandre de Moraes em Roma, a confissão do seu colega Luís Roberto Barroso pode ser finalmente esquecida. A imprensa agradece! 
Barroso, sem se segurar na vaidade, assumiu os créditos por ter derrotado Bolsonaro. 
Torcedor na melhor das hipóteses, ativista ilegal na mais provável. 
É crime essa partidarização escancarada, e Barroso é reincidente. 
Várias vezes. "Perdeu, mané, não amola!" "O Poder Judiciário virou um poder político". "Eu impedi aquela PEC do retrocesso, do voto impresso!" "Eles queriam a volta do voto em cédulas de papel..."
 
Por que falar dessas confissões bizarras, não é mesmo?  
Isso derruba toda a narrativa encampada pela imprensa de que uma terrível ameaça fascista justificava atos mais "ousados" do nosso STF. 
O ladrão voltou à cena do crime, como diria Alckmin, com a ajudinha do sistema, o "amor" venceu, e o Brasil está de volta: Gedel, aquele das malas com cinquenta milhões de reais, pode prestar consultoria em Brasília, Sergio Cabral virou influencer, a Odebrecht pode negociar com a Petrobras e os impostos vão aumentar muito.
 
As armas serão confiscadas, mas não as dos traficantes, e sim da turma dos CACs, pois o governo vai endurecer nas regras.  
Está tudo funcionando que é uma maravilha no Brasil. 
Ai de quem ousar dizer o contrário! 
A democracia foi salva, os golpistas estão sendo punidos, e todos podem voltar à normalidade, sem Lava Jato para encher o saco. 
Empresários "bolsonaristas" se arrependem em público para ganhar o aval do sistema, e "jornalistas" petistas já liberam a volta do consumo de esfirras.
 
No Brasil da democracia e do amor, todos serão agraciados com alguma boquinha, desde que acendam velas aos reis.  
Só não pode bater boca com um deles, nem que seja reagindo a alguma ofensa. Isso é o único crime que vai restar no país, além de apoiar Bolsonaro...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta o Povo


terça-feira, 31 de maio de 2022

O ódio permitido - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Acordei hoje cedo com a recomendação de um texto por um parente, que não é muito interessado em política, mas rejeita o bolsonarismo. Dizia que a leitura é obrigatória, imperdível. Trata-se do texto de Fersen Lambranho publicado no Brazil Journal, "O ódio que nos separa - e a resposta que lhe cabe". Li o texto, que tem pontos até razoáveis, mas algo me incomodou bastante ali.

Explico. O autor fala do nazismo, do Holocausto, do ovo da serpente, do clima de intolerância, de banalização do mal, e tudo isso num contexto que parece pregar a tolerância e paz, o diálogo e o debate sobre ideias, em vez de um tribalismo que demoniza o "outro". Até aí, tudo bem. Mas o que está fora da ordem, então? O timing do texto, e o claro intuito, que uma pessoa mais atenta não deixaria passar batido.

“Pacote” de Lira contra inflação inclui projeto do PT para controlar preços da Petrobras

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Fersen é da escola Garantia, do Jorge Paulo Lemann. Ele fala da pandemia, e ali já salta aos olhos o real alvo de seu ataque disfarçado de moderação:

Invocar o Holocausto para chegar na reação que alguns tiveram nessa pandemia parece puro apelo retórico, para dizer o mínimo. Na pandemia, talvez o autor devesse ter ficado chocado é com a facilidade com que tanta gente aceitou tiranias em nome da ciência, enquanto demonizavam os céticos como se fossem "terraplanistas" ou "genocidas". Transeuntes arrastados em praça pública, banhistas presos, mulheres espancadas por policiais, pequenos comerciantes impossibilitados de trabalhar, vacina experimental obrigatória até em crianças, e tudo isso para "salvar vidas". Quem condenou essa postura chinesa era do mal?

Fersen fala do totalitarismo, mas não parece compreender que a maior ameaça totalitária hoje vem justamente do progressismo woke, da agenda globalista, da esquerda. Ele fala em "acolher" o próximo, mas não parece se dar conta de que essa elite "inteligentinha" resolveu transformar em pária social qualquer conservador que não reza na mesma cartilha do politicamente correto:

Para ser justo com o autor, ele fala que o discurso do ódio pode vir dos dois lados. Mas mesmo esse relativismo é pouco convincente. Ora, a turma petista criou o "nós contra eles" em nosso país, e era apenas natural que houvesse uma reação. O tribalismo à direita é uma reposta a isso. Imperfeita, um tanto raivosa às vezes, mas necessária. Especialmente quando lembramos que a turma "moderada" e "civilizada" passa pano muitas vezes para o "ódio do bem" enquanto repudia os "broncos" de direita. É a típica postura tucana, ou do "liberal purinho".

Nossa elite adota a visão estética de mundo, e dá mais peso à forma do que ao conteúdo. Um radical picareta com fala mansa tem mais chance de sucesso na sedução dessa turma do que um tiozão do churrasco sincero e honesto. Levei meu filho para ver "The Bad Guys" este fim de semana, e a animação da DreamWorks mostra bem isso (com spoiler): o porquinho pacifista, uma espécie de Gandhi que rivalizava só com a Madre Teresa de Calcutá, era na verdade o pior de todos os vilões! Cuidado com as aparências...

A preocupação com o suposto nazismo, que é o ponto central do texto de Fersen, existe apenas como histeria da elite tucana, enquanto a ameaça de volta da quadrilha petista é bem real. O autor simula uma incrível bondade, disposição ao diálogo, uma postura solidária, mas conclui que 2022 precisa ser a "festa da democracia", o que remete exatamente ao discurso de toda a elite tucana e do "sistema" que, em nome da suposta defesa da democracia contra uma terrível ameaça nazista, justifica todo tipo de absurdo.

Ou será que Fersen, ao falar em solidariedade e democracia, tem em mente condenar um evento que seu colega Lemann fez em Boston, em que a deputada Tabata Amaral, sua cria política, levantou a bola para o ministro Barroso se colocar como o bem e a democracia incorporados nele, lutando contra o mal, Bolsonaro?  
Isso sem dizer que o próprio Lemann afirmou que teremos outro presidente no Brasil ano que vem!  
É essa a "festa da democracia" que queremos? Uma democracia de gabinete, sem povo?

Será que Fersen tem duras críticas aos abusos supremos, a ministro que manda prender jornalista por crime de opinião, deputado com imunidade por se exceder em falas, abre inquérito ilegal contra bolsonaristas, inclui o próprio presidente em vários, um deles por quebrar o sigilo de um inquérito da Polícia Federal que nem era sigiloso, e ainda fala que a "extrema direita" tomou conta das redes sociais e o poder judiciário precisa reagir?

Sobre a cultura do cancelamento, que Fersen pede paciência e generosidade para lidarmos com seus efeitos, será que ele tem em mente os chacais e hienas que degolam cabeças virtuais de quem não se ajoelha sobre o milho woke? Será que ele tem em mente os "anões dorminhocos" que tentam destruir empresas e pessoas que não repetem as cartilhas esquerdistas?

Enfim, o texto em si tem pontos interessantes, mas quando analisamos o conjunto da obra, o timing, o perfil, o tema escolhido, fica claro o verdadeiro objetivo. Fersen vende tolerância, mas alfineta bolsonaristas. Fala em ameaça nazista, mas ignora a real ameaça golpista de um sistema podre que soltou e tornou elegível o ex-presidente ladrão socialista, enquanto tenta derrubar o presidente eleito - aquele que tem defendido a liberdade individual e a Constituição.

Por fim, o autor quer a festa da democracia, mas parece nem notar que a democracia tem sido atacada desde dentro, não por Bolsonaro, mas por todos esses da elite que primeiro rotulam o presidente como nazista, para depois justificar todo tipo de abuso de poder contra ele. Afinal, se é para impedir a volta de Hitler, vale tudo, não? 
Quem se importa com um ou outro inquérito ilegal?
 
Vamos lutar contra o ódio que nos separa, diz Fersen. Mas ele ignora que há o tal "ódio do bem", o ódio permitido, pois disfarçado de luta contra a inexistente ameaça do nazismo. Basta ver o caso da chef argentina, que chamou todo apoiador de Bolsonaro de "escroto ou burro", o que foi tomado pela mídia como uma singela "crítica", enquanto a reação natural de revolta de quem foi atingido assim foi chamada de "ataque"
A imprensa saiu em defesa da moça. Bolsonaristas podem ser tratados como párias sociais, segundo a elite tucana. Eles representam um ovo da serpente, não é mesmo?
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Povo vai às ruas protestar contra os parlamentares. E a culpa é toda deles J. R. Guzzo

Gazeta do Povo

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): insatisfação com os parlamentares é crescente.
É  muito ruim que uma parte da população brasileira encontre razões para sair de casa no dia 15 de março e ir à praça pública manifestar sua hostilidade, desrespeito e desprezo pelo Congresso Nacional. O Congresso é uma peça essencial da democracia – não pode ser considerado um inimigo do povo em nenhuma sociedade que pretenda ter uma vida democrática.

Tão ruim quanto isso são as tentativas, por parte dos que se apresentam como os marechais-de-campo do Estado de Direito, de negar o direito moral dos manifestantes a fazer o seu protesto, ou de acusar de serem inimigos da democracia os brasileiros dispostos a se manifestar no dia 15. Pior que as duas coisas, porém, parecem ser as demonstrações explícitas de cegueira quanto à questão básica disso tudo: de quem é a culpa pelo que está acontecendo?

Os grupos de direita que organizam as manifestações são, certamente, peças fundamentais na criação dessa fervura. [os aqui chamados grupos de direita querem apenas chamar a atenção para tudo de errado que é praticado no Congresso Nacional, sob o manto da democracia e do tal 'estado democrático de direito'.
Coisas erradas são feitas  pelo Poder Legislativo, os presidentes das duas Casas utilizam com frequência cada vez maior a prerrogativa de  forma isola, bloquearem o andamento de projetos que, quase representam, interesses não republicanos.
E contam em muitas ocasiões com o aval do Poder Judiciário.
É necessário acabar no Brasil o péssimo hábito de considerar qualquer denúncia contra os poderes JUDICIÁRIO e LEGISLATIVO um atentado à democracia.] As forças que gostariam de eliminar a democracia no Brasil também existem; estão ativas na ofensiva contra os políticos,  simbolizados como um todo pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Há nas redes sociais propaganda explícita e agressiva pregando a abolição do Estado de Direito. Também parece haver, dentro do governo, grupos determinados a agir em favor de um regime de força. O presidente e seus filhos atiçam abertamente a fogueira. Tudo isso é verdade.

Mas não estão aí os verdadeiros responsáveis pelo clima criado contra parlamentares e Parlamento. Por mais que façam, nenhum deles conseguiria colocar multidões na rua se essas multidões, por conta absolutamente própria, não estivessem detestando, do fundo da alma, a maioria dos ocupantes de cadeiras no Congresso.  Resumo, em português claro: os responsáveis diretos pela ida do povo às ruas no dia 15 de março são os próprios deputados e senadores, e ninguém mais. Dizer o contrário é mentira. Não mencionar a culpa direta dos parlamentares pelo que está acontecendo pode ajudar a compor belas construções de pensamento, sobretudo quando acabam por jogar a culpa de tudo no presidente da República – mas é apenas mentira.

O Congresso Nacional tornou-se odioso para grande parte da população única e exclusivamente pelos atos dos seus membros. A indignação não é contra o fato de existir um Congresso no Brasil. É contra aquilo que os congressistas fazem. Só isso.

Foram os organizadores do protesto do dia 15, por acaso, que aprovaram o infame “fundo partidário assalto à mão desarmada, sem disfarce, ao bolso do contribuinte, para entregar aos políticos dinheiro público que podem usar mais ou menos como querem? Foi a direita, ou os acusados de serem “golpistas”, que aprovaram o “fundo eleitoral”, tão safado quanto o outro ? Quem aprovou a doação de verbas do orçamento aos parlamentares? Quem foi que proibiu a abolição do “seguro obrigatório” para veículos, que o governo tinha decidido? Quem impede o direito da população a ter um acesso mínimo a armas de fogo? Quem protelou a aprovação do pacote anticrime do ministro Sergio Moro? Quem vota o tempo todo a favor dos direitos dos criminosos?

São os deputados e senadores que fazem cada uma dessas coisas, todas elas intoleráveis para a maioria da população. E quando a população quer expressar em público a sua revolta contra o que os congressistas estão fazendo é ela, a população, que acaba acusada de “atacar as instituições”? É o que diz grande parte da mídia, a esquerda em geral e o Brasil moderado do “centro” e do “equilíbrio”. Fica muito difícil convencer a maioria dos cidadãos comuns de que isso possa fazer algum sentido.

É positivamente absurda, enfim, a pretensão cívica de impedir que as manifestações sejam realizadas. Trata-se de um direito elementar de qualquer democracia – no caso do Brasil, esse direito é garantido expressamente pelo inciso XVI do artigo 5º da Constituição, onde se diz que todo o cidadão é livre para se manifestar em público, pacificamente, sem ter de pedir autorização a ninguém. Não se diz, ali, que é proibido fazer manifestações contra o Congresso, e muito menos contra os congressistas.

J. R. Guzzo, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo



domingo, 22 de novembro de 2015

Aborto: "O Estado é Laico!". E daí?

Quando algum grupo minoritário quer impor sua vontade sobre a maioria, imediatamente apelam para a laicidade do Estado. Obviamente, isso implica em atacar valores religiosos na defesa de suas posições. Foi o que aconteceu recentemente em um vídeo com alguns artistas idiotas defendendo a legalização do aborto. O recado desses abortistas (e outros istas) é a de que o Estado é Laico. Como se isso fosse uma espécie de salvo conduto para que se cometa qualquer coisa que vá de encontro aos valores religiosos. 
 
O Estado é a representação política de um povo e seu território. O fato dele ser laico não significa que seu povo também o seja. Ele é a soma das partes que o compõe. No caso brasileiro, por ser democrático, deve se esperar que o Estado reflita as aspirações da maioria de sua população. E os valores religiosos desta população (que no Brasil é de maioria cristã) precisam ser respeitados, mesmo ao arrepio da vontade daqueles que se autodeclaram representantes da população. Aliás, pessoas alienadas, como esses artistas do vídeo, desconhecem por completo a importância que a religião tem e teve na evolução da humanidade.
 
O surgimento da religião foi de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização. Aliás, é ela a responsável pelo seu surgimento e da família. A noção da imortalidade da alma, presente em virtualmente todas as religiões, foi o fundamento sobre o qual se ergueu o núcleo familiar. Foi este o conceito responsável pelo culto à memória daqueles que morreram, formando o que chamamos hoje de laços familiares. É por isso que toda e qualquer civilização têm na religião e na família, seus dois pilares de sustentação.
 
As primeiras organizações humanas com alguma formação semelhante ao que conhecemos hoje, baseavam-se em uma estrutura principal: o templo. Cidades-Estados surgiram em torno de seus locais de adoração. Estes eram o seus centros nevrálgicos e não é difícil entender o por quê. Todo o sistema moral e legal estava concentrado nos templos.

Foi a religião, pois, a responsável pelo surgimento do que conhecemos hoje como legislação civil. Assim, a religião de determinado povo ou civilização acabam os definindo. Ao abandoná-la, inicia-se sua extinção. Todas as civilizações duraram enquanto durou a sua religião. Sem o surgimento dela, não teríamos leis, normas ou coisas do gênero. O conceito no qual as leis civis foram baseadas derivam diretamente de valores religiosos. Entretanto, esta não é sua principal importância.
 
Colocar-nos em contato com Deus e dar a noção de que seremos julgados por todos os atos que praticarmos... Esta é a principal importância da religião. É este conceito fundamental que garantiu e garante ordem à sociedade. Afinal, uma condenação eterna assusta muito mais do que 10 ou 20 anos de cadeia! São os valores religiosos que trazem ao homem sentimentos como amor ao próximo, caridade, compaixão e perdão. É por isso que, até mesmo os ateus, sabem da importância que tem a religião na organização e formação da sociedade (mesmo não acreditando em Deus).
 
Impor à maioria que o aborto é direito da mulher é nada além de canalhice e vigarice. Ali está uma vida (ou a possibilidade de uma vida) de um ser completamente inocente das circunstâncias que o geraram. Sobre seus ombros, cai o peso da responsabilidade daqueles que o geraram. É a injustiça suprema, e a indefesa criatura paga, com sua vida, uma dívida da qual é completamente isenta.
 
O Estado é Laico. E daí? O povo não é.

PS: antes de começar com mimimi de "mas em caso de estupro" saiba que a campanha pró-morte dos abortistas visa a legalização do aborto sob qualquer circunstância.


PPS: vocês deveriam erguer as mãos aos céus e agradecer que o Estado Laico brasileiro é composto de um povo cristão. Porque se fosse composto por um povo islâmico, 80% desses artistas, gayzistas e outros istas já estariam pendurados em forcas e praça pública. 


 
Fonte: Blog do Lenilton Morato - http://leniltonmorato.blogspot.com.br/
 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Lula, o intocável, e a blitz petista



Hoje, na visão do PT, o maior crime é acusar o ex-presidente de ter cometido alguma irregularidade. Quem o fizer, mesmo de forma bem fundamentada, enfrentará a reação truculenta do partido e de sua tropa de choque 

Diante das acusações que brotam em profusão nas delações premiadas da Lava Jato e em investigações do Ministério Público, há um crime maior, inigualável por qualquer outro, no Brasil de hoje ao menos na visão do PT e de sua tropa de choque. É fazer qualquer tipo de acusação contra Lula e sua família. 

Embora tal crime não esteja previsto no Código Penal do país, quem levantar suspeitas contra os Da Silva irá enfrentar toda a truculência que os petistas costumam expressar quando seus interesses são contrariados. Provavelmente, será execrado em praça pública, como os hereges queimados vivos pela Inquisição entre os séculos XV e XIX.

Por mais fundamentadas que sejam as investigações e as acusações contra o ex-presidente e seus familiares, o PT e suas milícias não economizam munição para disparar contra seus detratores. Como Hitler na II Guerra Mundial, eles costumam promover uma verdadeira blitzkrieg a tática usada pelo III Reich para atacar as forças inimigas antes que elas tivessem condições de organizar a defesa. Ao mesmo tempo, numa bem traçada estratégia de contrainformação, o PT e seus militantes procuram travestir Lula de vítima, talvez imaginando que, desta forma, poderão gerar dúvidas sobre a força das evidências na mente dos brasileiros. Um número cada vez menor de pessoas, porém, parece acreditar nas mentiras de Lula e do partido.

É certo que o caso de Lula não é isolado. O PT nunca reconheceu qualquer malfeito praticado pelo partido e por seus líderes. Ao contrário. Prefere transformá-los em mártires, como fez com Delúbio Soares, José Dirceu e José Genoíno. Embora condenados no mensalão, eles foram aplaudidos de pé como heróis da causa em eventos partidários. Ou como fez com João Vaccari Neto, o sucessor de Delúbio na tesouraria petista. Apesar de condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, por operar, em nome do PT, o propinoduto bilionário instalado na Petrobras, Vaccari continua a merecer a solidariedade incondicional do partido e de seus dirigentes. Mesmo assim, nada se assemelha às demonstrações de devoção e à blitz implacável deflagradas pelo PT para tentar blindar Lula das acusações que lhe são feitas por irregularidades cometidas quando estava no governo. 

A mais recente vítima de Lula e de seus guarda-costas partidários foi a juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília, que autorizou uma busca no escritório do filho caçula do ex-presidente, Luiz Cláudio Lula da Silva, como parte das investigações que apuram a venda de Medidas Provisórias no segundo mandato de Lula.  No início de novembro, a juíza, que estava no posto como substituta, foi subitamente removida de suas funções, logo depois de autorizar a busca, com a volta do juiz titular da 10º Vara, Vallisney Souza de Oliveira, que estava atuando provisoriamente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Uma reação semelhante aconteceu com o procurador da República no Distrito Federal, Valtan Timbó, que assinou a abertura de uma investigação contra o ex-presidente, por tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht. Em julho, Timbó virou alvo de uma reclamação disciplinar de Lula ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM), sob a alegação de que ele teria interferido numa apuração conduzida pela procuradora Mirella Aguiar, que estava de férias. Neste caso, numa demonstração de rara independência, a Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público arquivou a representação feita por Lula.

Nem mesmo integrantes do primeiro escalão do governo  tem escapado da ira petista por abrir espaço para investigações contra o grande guru do PT. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, petista de carteirinha, que o diga. Acusado de não controlar a Polícia Federal, por permitir que ela cumpra suas funções constitucionais e realize diligências contra Lula e sua família, Cardozo está com a cabeça a prêmio, mas surpreendentemente, até agora, Dilma o manteve no cargo.

Em sua fúria para se defender, Lula chegou a dizer que “estamos vivendo quase um Estado de exceção”, ao se referir às delações premiadas feitas no âmbito da Lava Jato. Na verdade, o termo usado por Lula talvez se aplique melhor a uma situação em que um ex-presidente como ele se julga intocável, com o apoio dos companheiros do PT. Estado de exceção é ver Lula se aproveitar de seu bom relacionamento no círculo do poder, para tentar livrar a sua cara e a de seus familiares nos processos que não param de pipocar contra ele e sua parentela. Infelizmente, enquanto o Brasil estiver sujeito a manobras do gênero, em que um ex-presidente se julga acima da lei, continuaremos a ser uma espécie de republiqueta de banana igual a tantas outras espalhadas pelo mundo afora, na qual o império da lei só vale para quem não tem as costas quentes.

Fonte: Blog do José Fucs - https://www.facebook.com/blogdofucs/

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Programa do PT ameaça os brasileiros três vezes, reedita campanha eleitoral e hostiliza manifestantes do dia 16. É o esquenta da megamanifestação

O programa do PT, que vai ao ar à noite — panelas à mão! — é um lixo político, moral e estético. Que seja José de Abreu a apresenta-lo até faz sentido. Ocorre que ele estava muito convincente como Nino, o rei do lixão em “Avenida Brasil”, e se mostra um canastrão constrangedor nessa peça que se desenvolve entre o delírio e a ameaça de caráter terrorista. Sim, o programa do PT decidiu ameaçar os brasileiros, muito especialmente os 66% que querem o impeachment de Dilma, segundo o Datafolha, e os 71% que avaliam que seu governo é ruim ou péssimo.

Vídeo: PT na TV: Programa partidário - 06 de agosto de 2015


João Santana é talentoso, mas escorregou feio. Admita-se: não dá para fazer milagre. O produto que ele tem de vender é ruim, está bichado, ninguém quer comprar. Começo pelo mais grave.


O programa tem uma tese central: a crise política é pior do que a crise econômica, e fica evidente que ela virá, segundo os companheiros, caso se insista no afastamento de Dilma. E aí o partido radicaliza: ameaça o país com um “final trágico”. É mesmo? Convenham: petistas na cadeia em razão da indústria de assalto ao estado que eles promoveram é um final ruim para os bandidos, mas feliz para o país.


Em três momentos, os petistas ameaçam explicitamente a população:
entre 20s e 23s José de Abreu mira o abismo e fala “no final trágico para todos”;
entre 5min21s e 5min45s um rapaz pergunta: “será que tumultuar a política traz solução para a economia?” Nesse trecho, o PT chega a falar em golpe militar (ainda que esteja fazendo uma comparação com 1964);
-entre 6min12s e 6min20s – o partido volta a afirmar que é preciso evitar que a crise política ameace a democracia, “pois, sem democracia, tudo iria ao chão”.

Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: os ladrões! Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: os que pretendem chamar o cumprimento da lei de “golpe”. Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: quem entende o Brasil como a luta permanente “nós” e “eles”.

Eu sintetizo: hoje, a única força que molesta a democracia, porque não chega a ameaçá-la e não chega porque não deixamos —, é o PT.

É estupefaciente que o partido que faz um programa que deveria, então, apelar à concórdia e à união nacional recorra, duas vezes, ente 1min02s e 1min06s e 5min46s e 5min51s, a imagens de líderes da oposição, com o carimbo: “Não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos”. São contemplados, entre as personagens demonizadas, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Agripino Maia (DEM-RN), o deputado Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB, e Paulinho da Força (SD-SP). Atenção! Três deles são presidentes de partidos de oposição: Aécio, Agripino e Paulinho.

Nesta quarta, num apelo candente, tanto Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, como Michel Temer, vice-presidente da República e coordenador político do governo, falaram que alguém precisa “unir e reunir” os brasileiros. Como? Ora, acusando os líderes oposicionistas de egoístas e enganadores.

O PT é uma piada grotesca.

Aos 6min23s, eis que aparece Lula: “Nosso pior momento ainda é melhor que o melhor momento dos governos passados; nosso maior ajuste ainda é menor do que o ajuste que ELES fizeram”.

Seria muito fácil demonstrar a mentira de tal afirmação, mas me dispenso disso. Pergunto apenas se essa é a retórica de quem investe na paz ou na guerra. Lula, que nasceu destituído do senso de ridículo, não tem autocrítica. Julgando-se ainda uma referência acima de qualquer questionamento, diz: “Eu mesmo fiz um ajuste na economia e depois o Brasil ficou muito melhor”. De fato, ele se considera a única referência positiva que pode ter um governante na face da Terra. O PT ainda não percebeu que esse tempo passou.

Aos 7min55s, aparece Dilma, de branco. Afirma: “Sei suportar pressões e até injustiças”. Ela disse rigorosamente isso na entrevista concedida a Jô Soares. Era João Santana lá, é João Santana cá. Não temos uma presidente, mas uma personagem protagonizando um roteiro ruim.

O resto, meus caros, é campanha eleitoral, com a ligeira diferença, desta feita, de que Dilma foi eleita há menos de 10 meses. No oitavo mês do segundo governo, os brasileiros já conhecem todas as mentiras contadas pela candidata Dilma — e isso explica, em boa parte, os 71% de rejeição e os 66% que querem o impeachment, segundo o Datafolha.

Quem achou que era uma boa ideia ridicularizar os panelaços, submetendo-os a uma ironia ufanista e autorreferente? O programa certamente vai ajudar a pôr alguns milhares nas ruas no dia 16. Finalmente, e não me estenderei a respeito, José de Abreu, um ator mediano, tem um desempenho patético. Fala escandindo as sílabas, mal escondendo a leitura de um texto no teleprompter. Havia, para ficar com referências da arte dramática, algo de distanciamento brechtiano no seu desempenho: ele não nos deixava esquecer, em nenhum momento, que aquilo era uma farsa, uma representação, um discurso sobre a realidade, remetendo-nos, o tempo todo, para a vida real, que hoje rejeita o PT.

Lula e seu partido, na década de 80, eram Stanislavski. Os atores realmente pareciam possuídos pelo papel que encarnavam, diziam coisas críveis, que soavam naturais. Conduziam muitos à emoção. Agora não! É evidente que nem eles acreditam naquela porcaria. Para encerrar: a ruindade é tamanha que se estampa em letras garrafais, na tela, uma frase que flerta com o incompreensível. Deve ter sido redigida pessoalmente por Dilma. Está lá: “Não é melhor a gente não acertar em cheio tentando fazer o bem do que errar feio fazendo o mal?”.

Do ponto de vista da comunicação, é uma aberração porque: a interrogação é longa demais; – os “nãos” estão muito próximos e tornam a mensagem obscura; há uma óbvia desconexão de sentido entre “errar feio” e “fazendo o mal” como relação de causa e consequência: afinal, quem faz o mal não acha que erra; faz uma opção; torna as pessoas reféns da melancolia. Não há boa saída: ou se erra tentando fazer o bem ou se erra tentando fazer o mal.

A boa notícia é que o programa é mais uma evidência de que o PT morreu. E ninguém aparece para acender uma vela e encomendar o corpo. Ele fica aí, recendendo a cadaverina, em praça pública.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo