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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Os jornalistas foram os palhaços da CPI - J. R. Guzzo

Revista Oeste

A prova mais elementar disso é o seu resultado concreto: após seis meses de atividade, não foi capaz de produzir uma única acusação que pudesse ficar de pé do ponto de vista judicial

Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros, membros da CPI da Pandemia, concedem entrevista à imprensa | Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros, membros da CPI da Pandemia, concedem entrevista à imprensa | Foto: Roque de Sá/Agência Senado 
 
Como é que pode? Durante seis meses inteiros, dia após dia, sem parar, a população brasileira foi informada que o presente governo federal tinha sido destruído por uma explosão termonuclear e que estava nos últimos frangalhos. Quem ficou dizendo isso? 
A esquerda em peso, em primeiro lugar — o PT, as classes intelectuais, o padre. A imprensa repetia exatamente a mesma coisa, numa espécie de ataque de nervos permanente; na verdade, ninguém repetiu isso mais do que os jornalistas. Os “analistas políticos” que aparecem nas mesas-redondas do rádio e televisão depois do horário nobre completavam o serviço. Nunca nenhum deles teve a menor dúvida. Adeus, governo — com essa “CPI da Covid”, que montamos aí no Senado para revelar ao Brasil e ao mundo os crimes contra a humanidade praticados pelo presidente Bolsonaro, por seus três filhos e pelo ministro Pazuello, e quem mais passasse pela frente com cara de “negacionista”, vocês morreram. Se era assim, com tanta certeza, então por que não aconteceu absolutamente nada disso e o governo continua hoje no mesmíssimo lugar em que estava quando começou? Muito simples: porque esta foi a maior mentira que já quiseram socar em cima do Brasil nos últimos três anos, maior que os 130pedidos de impeachmentapresentados contra o presidente da República até agora com resultado 100% nulo, a “raspadinha” e o resto da palhaçada que passa por atividade de “oposição” no Brasil de hoje.

Testemunhas foram humilhadas, insultadas e ameaçadas de “prisão”

Mais de três meses depois do seu encerramento, ninguém dá mais um pio sobre “a CPI”. Se era uma coisa tão essencial, por que sumiu desse jeito? Porque, antes de tudo, nunca existiu. 
Não foi em nenhum momento uma investigação com um mínimo de seriedade; foi uma trapaça integral o tempo inteirinho. 
A CPI, na verdade, já nasceu morta, porque nunca teve a intenção de apurar coisa nenhuma; quis apenas servir aos interesses pessoais dos seus organizadores e “derrubar” o governo. Foi pretensioso? Muito, tanto que não derrubou nem o porteiro do Palácio do Planalto. 
 
Mas foi exatamente o que aconteceu, num país onde a hipocrisia é a regra número um para a ação política e o Senado Federal, para não falar da Câmara dos Deputados, é controlado em larga extensão por gangues de malfeitores agressivos e impunes. Continuou morta durante os 5 meses e 29 dias em que durou — depois dos seus três meses legais de prazo, foi ressuscitada e mantida em vida artificial com aparelhos por mais três. Nem foi enterrada depois de acabar, porque não havia nada para enterrar. Como poderia ter sido diferente?  
O presidente da comissão estava envolvido até o talo em investigações de corrupção feitas pela Polícia Federal na área da saúde, justamente da saúde, em Manaus; sua mulher e os irmãos chegaram a ir para a cadeia.  
O relator é o proprietário de um dos prontuários policiais mais extensos de Brasília. 
Havia mais um, o mais esquisito, que ficava gritando o tempo todo; era, aliás, um dos que deixavam os jornalistas em estado de graça. 
O público olhava para aquilo e pensava: o que está acontecendo com esse homem? (Os psiquiatras descrevem comportamentos parecidos ao dele como sendo acessos de histeria; vai saber.) 
É claro que uma comissão operada por pessoas assim vai funcionar como uma usina de processamento de lixo; entra lixo de um lado, sai lixo do outro.

A prova mais elementar disso é o resultado concreto da CPI do Senado: após seis meses de atividade, não foi capaz de produzir uma única — nem uma acusação que pudesse ficar de pé do ponto de vista judicial, nem contra o alvo principal, o presidente Jair Bolsonaro, nem contra ninguém. Só isso, e mais nada, já mostra o tamanho do escândalo: como você passa todo esse tempo fazendo um inquérito público imenso, sem limites de tempo, de meios técnicos ou de despesa, e no fim não apresenta o mais miserável indício contra nenhum dos acusados? 

O presidente, depois de 1.279 páginas de desvario escrito, foi acusado pela CPI de nada menos do que nove crimes diferentes. Hoje, três meses depois, ainda não foi acusado judicialmente de nada; é como se toda essa baderna nunca tivesse existido. Não foi só ele. 
Ao todo, pelas contas disponíveis, nada menos do que 78 pessoas foram acusadas de alguma coisa pelos senadores, sempre de forma grosseira, amadora e irresponsável; nenhuma dessas acusações resultou em qualquer processo, penal ou de qualquer outro tipo, em lugar nenhum, nem na comarca mais ordinária deste país. 
Foram quebrados 250 sigilos; não se descobriu nada que pudesse incriminar alguém. Apresentaram mais de 1.500 requerimentos, aprovaram mais de 1.000. Fizeram quase 400 horas de interrogatório. Tudo isso, somado, resultou em três vezes zero.[a incompetência da CPI foi tamanha, que um outro senador, petista, dos mais estridentes, chamado pelos comparsas de 'drácula' - andou enrolado,quando era ministro da Saúde no governo do Luladrão, com corrupção envolvendo bancos de sangue; o luladrão ficou tão puto com que proibiu o 'drácula' de ser candidato a governador; aliás, o 'drácula' que se cuide tem pessoas com péssimas intenções contra eles - clique aqui e confira.] 

A certa altura, criaram o crime de “cloroquina”; é lógico que não se conseguiu denunciar nenhum réu na Justiça

Os senadores fizeram de tudo no picadeiro do seu circo. Testemunhas foram humilhadas, insultadas e ameaçadas de “prisão”. Advogados das vítimas foram desrespeitados em seus direitos legais — um, aliás, foi alvo de piadinhas ofensivas do senador que interrogava seu cliente. (Quando reclamou, o senador ameaçou chamar a polícia.) Durante o tempo todo, do primeiro ao último dia da CPI, houve uma agressão serial à democracia, às leis e aos direitos individuais das pessoas chamadas a depor. Foram feitas, aos gritos, denúncias de corrupção –— sem jamais se demonstrar o pagamento de propina nenhuma, em dinheiro ou em qualquer outra forma. Sequer se concretizou, por sinal, a compra e venda de alguma coisa. [seria a prevaricação fundamentada em uma compra que não houve;  
outro tema foi que o secretário do Ministério da Saúde, decidiu ignorar um relatório de um conselho contrário ao kit 'covid' e, em nota recomendou o uso de medicamentos que especialistas em 'nada' desaconselham; de imediato, um desses partidecos SEM     noção, SEM votos, SEM representatividade, SEM programa de governo, solicitou ao Supremo que determinasse a imediata demissão do secretário autor da nota
Por razões que desconhecemos o Supremo optou por ignorar o assunto e nada determinou ao Poder Executivo.] Exigiram a presença em Brasília, com a única intenção de ofender e tirar proveito pessoal, de um empresário que não tem absolutamente nada a ver com qualquer questão de saúde, muito menos de vacina e covid. Tudo o que ele faz é ser um seguidor público do presidente Jair Bolsonaro e vestir-se de verde e amarelo. A certa altura, criaram o crime de “cloroquina”; é lógico que não se conseguiu denunciar nenhum réu na Justiça, pois este crime simplesmente não existe no Código Penal Brasileiro ou em qualquer outra lei deste país.

Nada disso, no fundo, chega a impressionar, no bas-fond político sem fim de Brasília; já se viu isso muitas vezes no passado, e vai se ver de novo. Trapaceiros profissionais se organizam o tempo todo em suas quadrilhas no Senado, Câmara e vizinhanças, atrás de lucro material, propósitos políticos e vítimas que podem explorar sem correr risco nenhum. O realmente extraordinário, nesse episódio da CPI da Covid, foi o espírito de colaboração da imprensa para servir aos vigaristas. 

Poucas vezes se viu neste país tanto jornalista aceitar com tanta pressa, e tanto entusiasmo, ser feito de palhaço de forma tão extrema pelos senadores. Não estavam trabalhando em seus veículos; estiveram trabalhando todos os dias, durante seis meses seguidos, como serviçais amestrados dos três cidadãos que operavam a CPI. Publica isso. Sim senhor. Publica aquilo. Sim senhor. Vem cá. Faz isso. Filma eu. Sim senhor, sim senhor e sim senhor. Foi um escândalo completo: poucas vezes a mídia tratou com tanto desprezo o seu próprio público. 

A CPI, convenceram-se os comunicadores, iria acabar, enfim, com o governo Bolsonaro; seria o ideal, no seu modo de ver as coisas, para trocar de presidente sem ter de ganhar as eleições de 2022. Não deu, no fim. Mas foi uma aula, melhor que qualquer outra em memória recente, sobre a qualidade da informação que a população brasileira está recebendo dos seus meios de comunicação. É esse o nível. É isso o que você lê, ouve e vê.

Leia também “Bolsonaro desapareceu – e daí?”

J. R. Guzzo, colunista   - Revista Oeste

 


domingo, 1 de abril de 2018

Estava demorando para surgir alguma autoridade e/ou especialista para acusar a Polícia Militar



Testemunhas novas podem ser importantes

Duas pessoas que viram crime revelaram detalhes para O GLOBO

Depois de reportagem do GLOBO revelar ontem o que viram duas testemunhas do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, especialistas afirmam que essas duas pessoas podem ter detalhes importantes para as investigações do caso e, por isso, deveriam ser ouvidas pela Polícia Civil. Localizadas por uma equipe do jornal, até ontem elas ainda não haviam prestado depoimento à Divisão de Homicídios, que apura o caso. 


Para Leonardo Vizeu, professor de Direito Constitucional da Fundação Getulio Vargas com especialização em segurança pública, o tempo transcorrido desde o crime “não é um fator relevante” diante de testemunhas que possam ajudar a polícia a solucionar o caso: — Elas devem ser ouvidas, até para saber se têm informações importantes ou só corroboram a linha de investigação que já está em curso. Se elas têm, por exemplo, um novo trajeto dos criminosos, podem levar a novos elementos, como outras filmagens. Por se tratar de um crime de tamanha repercussão, não se pode eliminar qualquer possibilidade.


As testemunhas contaram ao GLOBO que viram o momento em que um Cobalt, onde viajavam os criminosos, fechou o carro branco onde estavam Marielle e Anderson. O passageiro sentado no banco traseiro do Cobalt abriu a janela, cujo vidro tinha uma película escura, sacou uma pistola de cano alongado e atirou. O som da rajada soou abafado, como se a arma tivesse um silenciador. Numa manobra arriscada, o veículo do agressor deu uma guinada e fugiu pela Rua Joaquim Palhares, cantando pneus. Essa informação difere do trajeto apurado no inquérito até o momento.


Ainda de acordo com as testemunhas, policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) chegaram ao local e ordenaram que todos se afastassem, com exceção da sobrevivente do veículo atacado. Alguns agentes teriam sugerido que todos fossem para casa. De acordo com Rafael Barcia, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Rio, o protocolo a ser seguido pela PM, nesses casos, é preservar a cena do crime e procurar não interagir com possíveis testemunhas, o que não inclui aconselhar que elas deixem o local. O trabalho de arrolar depoimentos, destaca ele, deve ser feito pela Polícia Civil:  — A Polícia Civil é quem chega no local e arrola as testemunhas. A PM, no protocolo, não deve dispensar ninguém. Não é ela que investiga. Os PMs que chegam primeiro devem preservar o local. [ontem, quando comentamos a primeira matéria do Globo destacamos o caráter vago, genérico dos dois depoimentos, parecendo mais uma descrição do que julgavam ter acontecido;
- chamou também a atenção tais testemunhas não teres sido ouvidas pela Polícia;
- destacamos também aparentes contradições em dois trechos da matéria na parte sobre o que as testemunhas tinham a dizer.
Apontamos ainda uma certa insatisfação das testemunhas com a conduta dos policiais que chegaram ao local e iniciaram as ações de preservação da cena do crime.
Existe um protocolo e o cumprimento do mesmo sempre exige que os policiais mandem as testemunhas se afastar, alguns policiais até mandam os curiosos 'circular', já que se deixar por conta do público logo estarão pisando até o cadáver, de tão próximo querem chegar.
Este tipo de conduta não caracteriza que estavam os PMs interagindo, ou querendo, com as testemunhas.
De tudo se conclui que logo vão tentar encontrar uma forma de acusar policiais militares da possivel autoria do crime.]

Procuradas, as polícias Civil e Militar e a Secretaria de Segurança não responderam às perguntas feitas pelo GLOBO.


O advogado Breno Melaragno, presidente da Comissão de Segurança da OAB-RJ, diz que, se presenciaram o crime, o depoimento dessas duas pessoas pode conter informações relevantes:  — Cabe à autoridade policial avaliar essa importância. Em regra, se elas viram parte do crime ou o momento posterior, seriam testemunhas importantes. Às vezes, um detalhe é crucial na investigação.


O coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, também defende que as testemunhas deveriam ser ouvidas pela Polícia Civil, porque “nunca é tarde demais para coletar informações relevantes”:  — Toda investigação é um quebra-cabeça que depende de reconstituição dos fatos. Umas peças vão se encaixando com outras. A polícia tem que ir atrás das testemunhas, não pode ficar esperando ser procurada. Quanto mais elementos, mais o quebra-cabeça se forma. O problema da passagem do tempo é que as provas vão evaporando. E, quanto mais o tempo passa, mais as pessoas têm medo de falar.


O Globo

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

‘Mirabolante’, diz delegado que revelou farsa de ritual satânico

Polícia descobriu que três testemunhas foram compradas para inventar que crianças haviam sido sacrificadas; morte de irmãos ainda não foi esclarecida

A motivação do esquartejamento de dois irmãos, um menino com idade entre 8 e 9 anos e uma menina com idade entre 10 e 12 anos, encontrados em 4 de setembro em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre continua sendo um mistério. A única certeza até o momento é que a história de um suposto ritual satânico com as crianças é mentira. A farsa pode ter servido como “cortina de fumaça” para desviar o foco da investigação que inicialmente trabalhava com a hipótese de um crime ligado ao tráfico de drogas.
 Testemunhas inventaram que crianças foram sacrificadas em ritual encomendado a suposto bruxo com templo (foto) em Gravataí, diz polícia (Felix Zucco, Agência RBS/Folhapress)

A falsa solução do crime foi apresentada pelo delegado Moacir Fermino em janeiro durante as férias do delegado Rogério Baggio, que conduzia as investigações. Agora, Fermino e sua equipe estão sendo investigados pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol). A reportagem tentou contato com Fermino, que não atendeu as ligações.
“Não há crime perfeito. Descobrimos uma falha e encontramos a verdade. Tenho dez anos de profissão e nunca vi nada parecido”, disse Baggio a VEJA, em entrevista no seu gabinete. Ao retornar ao posto após as férias, Baggio estudou o inquérito do colega substituto, analisou as provas apresentadas, fez novos interrogatórios e concluiu: um homem comprou três testemunhas que inventaram sobre o sacrifício dos irmãos em um ritual de magia negra. Em troca, as testemunhas ganhariam salário e moradia do programa estadual de proteção às testemunhas, ou seja, foram corrompidas com dinheiro público – uma delas já estava no programa quando a mentira foi descoberta e outra estava prestes a ingressar.

A Cogepol investiga a operação para descobrir se policiais estão envolvidos na compra de testemunhas e a possível motivação para a versão do suposto ritual satânico.  “Foi uma história mirabolante e muito bem contada. Embora seja uma história mentirosa, é repleta de fatos verdadeiros que davam credibilidade à versão”, disse Baggio. Por causa da mentira, cinco homens estavam presos havia vinte dias e dois estavam foragidos com decreto de prisão.

Assim que percebeu que os homens presos não estavam envolvidos no crime, Baggio temeu por suas vidas. “Eles eram acusados de algo grave. Mesmo quem é criminoso não aceita esse tipo de coisa envolvendo crianças. Eu tinha que correr contra o tempo [para que outros presos não matassem os suspeitos]”, disse à reportagem o titular da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo.
“As vítimas, até então suspeitas, foram postas em liberdade. Fiquei mais tranquilo. A maior satisfação do trabalho não é prender, como as pessoas podem imaginar, mas libertar pessoas inocentes”, falou Baggio.

Quando o delegado usa o termo “mirabolante”, ele se refere ao quebra-cabeças que envolvia provas plantadas, denúncias anônimas, a ligação entre os sete suspeitos (alguns nem sequer se conheciam), detalhes falsos sobre o suposto ritual (sete homens encapuzados, velas acesas, crianças com capuz e cambaleantes), detalhes verdadeiros sobre os homens até então suspeitos e testemunhas compradas que serviam para “fechar pontas” da investigação. Tudo foi inventado.

Até um livro artesanal de ritualística, parecido com um roteiro de teatro com as falas indicadas, foi provavelmente alterado para servir de prova do suposto ritual. Uma página do manual foi arrancada para dar a falsa ideia de que ali estaria indicado o sacrifício e uma parte foi queimada para sugerir ocultação de provas. Mesmo com a busca e apreensão realizada pelo delegado Fermino em um templo, o livro só foi encontrado em outra operação de busca comandada por Baggio. A nova operação no local durou 55 horas e os policiais não encontraram nenhum rastro de sangue humano nos testes noturnos com lumiol, substância que brilha na presença de sangue.
Ainda não se sabe por que os sete homens acusados foram escolhidos, se por vingança ou aleatoriamente, e não se sabe quem matou as crianças e o porquê. O assassinato ainda está sendo investigado por Baggio: “Não descarto nenhuma hipótese, só sei que as mortes não ocorreram da forma anunciada”.

Saiba mais sobre crimes brutais, envolvendo a prática de satanismo
 

Paula Sperb - Veja


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Lula promove a testemunhas 87 torturadores da verdade

Quem mobiliza tantos comparsas fantasiados de testemunhas nem precisa de julgamento: é culpado

Para provarem de uma vez por todas que o jeitão de meliante sem remédio é só a enganosa camuflagem de um santo homem, os advogados de Lula arrolaram 87 testemunhas de defesa num processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro. O bando será instruído para jurar em coro que o chefão é a alma viva mais pura do Brasil. Ou do mundo.

Sem tempo nem paciência para mais chicanas e pilantragens destinadas a retardar o desfecho da ação judicial, o magistrado que simboliza a Lava Jato contragolpeou com um gol de placa: exigiu que o réu compareça a todas as audiências e acompanhe de perto o desfile de mentiras.

Lula talvez prefira pedir a Moro que dê o caso por encerrado e o remeta à mais aconchegante cadeia de Curitiba. Primeiro, porque nem mentirosos patológicos aguentam assistir a tão demorada e selvagem sessão de tortura imposta à verdade. Segundo, porque quem mobiliza tantos comparsas disfarçados de testemunhas nem precisa de julgamento.
É culpado.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA 

Veja comentário em vídeo, aqui

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Homenagem aos procuradores federais da Lava Jato



Mais importante do que conhecer é reconhecer.

Sim, os fatos narrados na longa dissertação do procurador Deltan Dallagnol são ofensivos, são impróprios, são intoleráveis por toda consciência bem formada. Sim, foram duras aquelas palavras e podemos dizer como os discípulos a Jesus: "Quem as pode ouvir?". Ora, se o cidadão comum se sente assim ao ver desvelada com crueza substantiva e adjetiva a ampla organização criminosa que saqueava o país, imagino o desconforto que as denúncias causam a quem vê exibida em público a face hedionda do objeto de sua devoção.

A entrevista ainda estava em curso e já começavam os protestos. "Essas coisas não são feitas assim!", clamavam uns. "O Ministério Público foi longe demais!", exaltavam-se outros. "A acusação deve simplesmente anunciar que encaminhou a denúncia e jamais produzir libelos públicos!", professoravam certos escolados. Mesmo entre os que concordavam com a narrativa da acusação, havia quem reprovasse a contundência do discurso.

No entanto, quanta lógica na decisão que os procuradores da operação Lava Jato tomaram! E com quanta admiração ouvi e acolhi sua iniciativa! Há mais de dois anos, pondo em risco a própria segurança, no torvelinho da maior investigação criminal da história do país, eles combatem os poderes das trevas que atuam no topo da nossa ordem política, econômica e judiciária. Contrariam interesses hegemônicos. Seus investigados têm, ao estalo dos dedos, todo o dinheiro de que possam necessitar para quanto lhes convenha e todas as facilidades para agir fora e acima da lei. Não bastasse isso, Dallagnol e seus colegas enfrentam, também, o carisma de Lula, as milícias de João Pedro Stédile, Guilherme Boulos e Vagner Freitas, e o escudo protetor que a prerrogativa de foro proporciona aos principais indiciados da operação.

Eles ouviram centenas de testemunhas. Setenta indiciados relataram seus crimes e informaram o que sabiam. Empilharam dezenas de milhares de provas, relatórios e documentos. A repetição das fórmulas evidenciou rotinas consolidadas ao longo dos anos. Os crimes eram revelados e confessados pelos beneficiários, pelos autores e por seus operadores. Bilhões de reais estão sendo devolvidos e reavidos.

O Brasil que não é comprado com depósitos na Suíça nem com pratos rasos de lentilha, louva a ação da Lava Jato e aplaude Sérgio Moro. Mas sabemos todos e sabem ainda melhor os procuradores que, assim como na italiana operação Mãos Limpas, o Congresso Nacional pode aprovar projetos que já tramitam e tornam inócuas suas apurações e denúncias. Sabem que seus inimigos agem no entorno e no interior do STF, dentro e fora do governo. Se o leitor entendeu, há de ter visto que estão aí, devidamente alinhadas, grossas fatias do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. E se entendeu completamente reconhecerá o imenso serviço que aquela coletiva prestou à Nação, com sacrifício e risco pessoal dos procuradores federais.

Não sei o que acontecerá nos próximos dias, mas quis escrever este artigo antes de o sabermos.

http://puggina.org     -   Percival Puggina