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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Há 50 anos desaparecia Ana Lídia, criança assassinada em Brasília

Um dos assassinatos mais marcantes da história de Brasília ficou marcado pelo desaparecimento de provas, pistas ignoradas e um mistério sem solução: quem matou Ana Lídia?

 Era uma terça-feira normal até o horário em que Ana Lídia sairia da escola. -  (crédito:  Arquivo Pessoal)

Era uma terça-feira normal até o horário em que Ana Lídia sairia da escola. - (crédito: Arquivo Pessoal)

Há 50 anos, em uma tarde de terça-feira, às 13h50, Ana Lídia Braga, de 7 anos, deixava sua casa, na 405 Norte, acompanhada dos pais, e seguia para a escola. A mãe, Eloyza Rossi Braga, a levou até a sala de aula, no colégio Madre Carmen Salles, na 605 Norte, onde cursava 1ª série do ensino fundamental pela manhã e, à tarde, tinha aulas de reforço e de piano. O casal deixou o local rumo ao trabalho.
 

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Mistério: o que aconteceu com o policial morto no ataque ao Congresso? - Mundialista

Vilma Gryzinski

Pela narrativa dominante, Brian Sicknick foi abatido a golpes de extintor de incêndio na cabeça, mas os fatos não batem com a versão

O que é verdade e o que é mentira? Ou o que parece mais ser verdade? Jornalistas lidam com estas questões o tempo todo, é a parte mais fundamental de sua profissão. Como todos os outros seres humanos, eles também são influenciados por aquilo que acham ser a verdade. Quando descobrem que erraram, precisam se corrigir.

Uma história assim está acontecendo em relação ao caso mais dramático da invasão ao Congresso por partidários de Donald Trump no dia 6 de janeiro: a morte de Brian Sicknick, integrante da polícia do Capitólio, a força de segurança encarregada especificamente de zelar pelos membros do Congresso americano. A versão dominante foi dada pelo New York Times: Sicknick morreu por causa dos golpes de um extintor de incêndio na cabeça, desferidos por um ou mais dos invasores. Fonte: dois agentes da lei que falaram em off.

Devido à reputação do jornal – e, também, ao desejo de que isso fosse verdade, o que confirmaria a perversão dos trumpistas -, a versão se espalhou por outros veículos, como se fosse um fato incontestável. No clima de alta volatilidade emocional e política que se seguiu, Sicknick virou um mártir. Joe Biden, pouco antes de tomar posse, foi a seu velório solene.

Todos os veículos que tinham passado meses condenando, coletivamente, as forças policiais durante os protestos raciais desencadeados pela morte de George Floyd, transformaram-se em apologistas dos homens da lei. Felizmente, uma imprensa saudável sempre tem os mecanismos de verificação que flagram as inconsistências.

Independentemente de posições políticas, Greenwald dissecou as dúvidas sobre a morte de Sicknick, destacando sua importância para a narrativa dominante sobre os trumpistas malvados como o único caso de morte causada diretamente pelos invasores. Os outros quatro mortos não se encaixavam na narrativa: 
- um sofreu um infarto, 
- outro teve derrame, 
- uma mulher tombou ao ser comprimida pela massa junto da qual tentava invadir um salão do Capitólio. 
Ashli Babbitt, também da mesma turma, levou um tiro no pescoço desfechado por um agente da polícia do Capitólio quando tentava furar uma barreira de vidro no interior do Congresso.

Sobrou Sicknick como vítima inconteste da malta. Até agora, não saiu a causa mortis oficial. Quando falou sobre o caso, um irmão do policial disse que, na noite do dia 6, Sicknick tinha sido atingido por spray de pimenta, mas estava bem. Nada de corte na cabeça causado por extintor.

Foi uma reportagem na CNNjusto a emissora que colocou os invasores do Congresso numa categoria pior do que a dos hunos de Átila – que levantou a lebre, apontando a “falta de evidência” para enquadrar os possíveis responsáveis pela morte do policial. Não existe lugar mais cheio de câmaras de segurança do que o Congresso americano. A invasão do Congresso também foi amplamente documentada pelos próprios trumpistas, orgulhosos – e, em muitos casos, espantados – por terem conseguido entrar no Capitólio quase que sem resistência.

Daí o mistério: Como morreu o policial? Quem ou o que o atingiu? Onde estão os autores da agressão? Qual o resultado da autópsia? Por que as autoridades estão mantendo uma cortina de silêncio até agora?  É inconcebível que tudo não venha a ser esclarecido. Apurar os acontecimentos que cercam o caso – inclusive a nuvem de dúvidas – e “insistir na precisão factual”, segundo disse corretamente Greenwald, não significa ter simpatias pelos invasores ou querer favorecê-los.

Se Sicknick foi morto de alguma outra maneira, isso não altera sua posição de vítima de abusos praticados pela malta. A investigação criminal não muda muito. Mas os fatos não devem ser maquiados. O mistério da morte do policial Brian Sicknick será esclarecido e o New York Times, que se retratou muito discretamente, é o principal candidato a dar o furo: com os brios atingidos, tem o máximo interesse em apurar a versão mais parecida com a verdade que conseguir descobrir. E vai dar filme ou série de TV.

Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA


domingo, 16 de agosto de 2020

Supremo precisa esclarecer suspeita de espionagem – Editorial - O Globo

Governantes não têm o privilégio do mistério. Os governados é que têm o direito à transparência

[ações de busca de informações para planejamento de ações de segurança, notadamente manifestações de rua com grande potencial de desordem, passam a ser espionagem?
A prosperar tal classificação em breve todo estado terá que apresentar com antecedência, em horário pré-definido, todas as operação policiais que realizará nas próximas 24 horas.

Só os que preferem dizer que não sabem,  é que são capazes de considerar antifascistas, os fascistas camuflados de antifascistas,  como perfeitos 'antifas.] 
É notável o esforço do governo Jair Bolsonaro para impor mistério sobre as próprias ações, atropelando a legislação e os sistemas instituídos que garantem à sociedade plena visibilidade às decisões de Estado e aos atos dos agentes públicos.

Assiste-se, agora, a nova tentativa de legitimar uma inaceitável “democracia da ignorância”, na adequada definição introduzida pela ministra Cármen Lúcia no léxico do Supremo. O governo entra em rota de colisão com o STF e com o Congresso, ao se recusar a dar transparência devida no caso da suspeita de espionagem no Ministério da Justiça sobre um grupo de 579 servidores públicos. A insistência no sigilo confronta o modo republicano de administrar o Estado e o direito ao escrutínio social. Mais grave é que, desta vez, o governo exibe desconfiança no Supremo.

Em resposta à ordem da Corte para apresentação de documentos, relevantes para esclarecer a suspeita de espionagem, o Ministério da Justiça alegou que “a mera possibilidade” de exame das suas informações “por outros atores internos da República — ainda que, em princípio, circunscrito ao âmbito do STF — já constitui circunstância apta a tisnar a reputação internacional do país”. Absurdo. [para saber se o assunto se ficará circunscrito ao STF ou ampla divulgação, basta observar a publicidade da reunião realizada em abril 2020 - reunião de Estado e cuja previsão era permanecer secreta.] 

Acrescentou que “no cenário interno, não seria menos catastrófico abrir o acesso ao Judiciário a relatórios de inteligência”. Instou o Supremo à “parcimônia”, “sensibilidade” e “autocontenção”, sugerindo deixar o caso com o Legislativo, onde nasceu o recurso ao STF. Aparentemente, o órgão chefiado pelo ministro André Mendonça se vê como instância superior à autoridade constitucional.

Na quarta-feira, noutro processo, o Supremo estabeleceu limites à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia lembrou: “Arapongagem é crime. Praticado pelo Estado, é ilícito gravíssimo”.  A lógica autoritária tem sido constante no governo. Logo depois da posse, servidores comissionados foram autorizados a classificar documentos como secretos e ultrassecretos. O Congresso revogou o decreto.

Na sequência, houve recusa na divulgação de estudos que fundamentavam a reforma da Previdência. O Legislativo reagiu. O atropelo segue na prática cotidiana de desidratação da Lei de Acesso à Informação.  Neste ano, o presidente chegou a editar Medida Provisória interrompendo requisições de informação aos ministérios. O STF suspendeu a MP. Em maio, o presidente explicitou sua relutância em cumprir ordem do STF para entregar os registros de uma reunião ministerial e resistiu a divulgar laudos de seus próprios exames para Covid-19. A Constituição não permite aos governantes o privilégio do mistério. Ao contrário, garante aos governados o direito de saber como o Estado é administrado. O Ministério da Justiça está sob suspeita de espionagem política. O STF tem o dever de esclarecer se houve, ou não, um gravíssimo delito constitucional.

Editorial -  O Globo





domingo, 14 de junho de 2020

Governo desidrata a lei que obriga a transparência – Editorial - O Globo

Determinada pela Constituição, ela objetiva dar visibilidade às ações de Estado e de agentes públicos

Ações sucessivas nos últimos 17 meses indicam um esforço do governo Jair Bolsonaro para desidratar a Lei de Acesso à Informação (nº 12.527). Ela foi determinada pela Constituição, promulgada 23 anos antes, para garantir plena visibilidade às decisões de Estado e aos atos dos agentes públicos, incluindo a sua remuneração.  Em janeiro de 2019 o governo editou decreto autorizando servidores comissionados a classificar documentos com níveis de sigilo ultrassecreto e secreto. O decreto acabou revogado pelo Congresso. [A Lei de Acesso à Informação - LAI -  já 'nasceu' precisando de correções, visto que a pretexto de atender disposição constitucional - inciso XXXIII do artigo 5º, CF (aquele famoso que concede dezenas de direitos sem a contrapartida de obrigações) e parágrafo 6º do artigo 39 - violou a própria Carta Magna.
Além de ampliar exageradamente, ampliação sem suporte constitucional, acharam pouco e com aval do a época ministro do STF, Ayres Britto, inseriram na LAI, via Decreto regulamentador da mesma LAI, um parágrafo  permitindo o que a Constituição não exige e mais grave, a LAI,  editada a pretexto de atender à Constituição Federal, viola um direito previsto na CF. Pode?
No Brasil pode.
Confira aqui, inclusive legislação e liminar do Supremo determinando a inserção ilegal.]  

Na sequência, em abril, o governo se recusou a divulgar os estudos que fundamentavam a reforma da Previdência. Houve reação do Legislativo, e acabaram liberados. Em setembro do ano passado, a Secretaria-Geral da Presidência se recusou a autorizar a liberação de documentos usados para embasar a decisão de Bolsonaro no episódio da sanção da Lei de Abuso de Autoridade. Usou um argumento esdrúxulo, a relação de sigilo entre o “cliente”, no caso o governo, e seu consultor jurídico, a Advocacia-Geral da União.

A lei prevê recurso à Controladoria-Geral da União. Em dezembro, ou seja, mais de três meses após a requisição das informações, a Controladoria determinou à Presidência a entrega de todos os documentos, pois, nos termos da lei, a alegação da Secretaria-Geral não se aplicava. Fixou prazo de 60 dias. Os atropelos à legislação prosseguiram no Palácio do Planalto e, nove meses depois da solicitação dos papéis, o governo estabeleceu um novo entendimento: documentos produzidos no setor público só são públicos se o advogado público concordar com sua liberação ao público.

Em março último, o presidente assinou Medida Provisória suspendendo a tramitação das requisições de informação devido à escassez de pessoal na pandemia. O Supremo Tribunal Federal suspendeu a MP. 
Dessa forma, praticamente se anula uma lei determinada pela Constituição, aprovada pelo Congresso e respaldada pelo Supremo em inúmeras sentenças, inclusive na recente decisão do ministro Celso de Mello sobre a divulgação da tragicômica reunião ministerial de abril. Ele reiterou: “Os estatutos do poder, em uma República fundada em bases democráticas, não podem privilegiar o mistério.”

A essa mesma legislação se referiu na quarta-feira o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, ao examinar o balanço financeiro do governo em 2019. Anotou não somente o déficit de transparência nas despesas com divulgações oficiais como, também, identificou “risco de que os recursos públicos possam estar sendo utilizados para manipular as demais informações que circulam pela sociedade”. O governo precisa cumprir a Constituição. Até porque, como tem repetido a ministra Cármen Lúcia em julgamentos do STF, “não se pretende mais aceitar, como legítima, a democracia da ignorância”. [talvez, tenha sido a democracia da ignorância que impediu o ex-presidente Temer de nomear um ministro de Estado.]

Editorial -  O Globo




segunda-feira, 30 de março de 2020

O MISTÉRIO CHINÊS - Percival Puggina



 Durante muitos séculos, embrenhar-se na direção do Oriente era, para os europeus, uma aventura cercada de tantos temores quanto lançar-se ao Oceano Atlântico no prelúdio das Grandes Navegações. Fantasias, lendas, superstições. Caberia a Marco Polo, no último quarto do século XIII promover, meio a contragosto das autoridades venezianas, a aproximação com o gigantesco país asiático.


 Imensa maioria dos leitores destas linhas ainda não era nascida quando a China, em 1949, após longa guerra civil, mergulhou na escuridão, tomada pelas mãos tirânicas de Mao Tsé-Tung (ou Zedong) e do Partido Comunista Chinês. A partir de 1976, com a morte de Mao, o regime girou para uma economia capitalista, sem que o partido abrisse mão da condução totalitária do país. Isso permite, a qualquer juízo prudente, identificar a China como um Estado nacional perigoso. Dele não se esperam virtudes, nem valores de nosso apreço. É bom vender para eles, é bom comprar deles, mas evitem-se as más companhias. O comunismo chinês, embora “podre de rico”, não é menos apaixonado pelo poder, nem menos genocida do que os demais experimentos análogos. Apenas é mais esperto e errou menos, dentro do grande erro que é o comunismo. Hoje transmite sua experiência para o Vietnã e para Cuba: Partido Comunista como partido único, capitalismo e ditadura.

 Por isso, não é demasiado lembrar os séculos durante os quais o Oriente, envolto em mistério, suscitava temores. Nada a ver com os muitos povos que compõem a população chinesa, mas tudo a ver com o poder político local e o poder financeiro internacionalmente exercido pelo regime que controla o país. Se o capitalismo fez bem à economia e vai tirando da pobreza centenas de milhões de chineses, a ditadura do PCC ainda não ouviu falar em liberdade de opinião e transparência das instituições. Ao contrário, divulgar o surgimento do coronavírus transformou num inferno a vida do Dr. Li Wenliang.

Não têm a menor credibilidade os números que o governo chinês divulga sobre os efeitos do novo vírus em sua população. O que há algumas semanas era identificado como teoria da conspiração hoje quase dá para autenticar em cartório. Enquanto os disparates estatísticos chineses berram aos nossos ouvidos e sob nossos olhos, a imprensa brasileira não lhes dedica uma notinha de três linhas e só falam no “grande parceiro comercial do Brasil”. Ou seja, é tudo business? Mas quando Bolsonaro expressa sua angústia com a paralisia das atividades é acusado de estar preocupado com a economia e não com as vidas humanas. E eu devo dormir com um barulho desses?

Ontem (27/03), aqui em Porto Alegre, numa imensa carreata com mais de cinco quilômetros, empresários, autônomos, comerciantes e prestadores de serviços clamavam pela reabertura de seus negócios. Eram pessoas responsáveis, chefes de família, com idosos de sua afeição, unidas para a defesa do direito de proverem seu sustento.

Também ontem, João Dória, “o rebelde” almofadinha, a mais estampada antítese de Bolsonaro, novo queridinho da mídia nacional, após armar um circo contra o presidente da República, conclamou a poderosa indústria paulista a se manter ativa. Business!  A grande imprensa brasileira assumiu-se com partido político de oposição. Dedica-se exclusivamente a criticar o governo, exigindo que ele faça tudo para todos. E que faça já. É a coisa mais parecida com o PT que já se criou no Brasil.


Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O Incrível mistério do óleo nas praias nordestinas - Sérgio Alves de Oliveira



A incapacidade  das autoridades responsáveis  em  identificar   desde logo  a autoria do despejo de petróleo provavelmente em águas internacionais do Oceano Atlântico, que acabaram  atingindo em cheio  a costa  da  Região Nordeste do Brasil, causando   danos ambientais em dimensões ainda não bem avaliadas, numa extensão de cerca de 2 mil quilômetros, só pode ter sido produto de  uma conspiração terrorista mundial, com algum “apoio” interno. 

Mas não deve ser por mera coincidência que “concomitantemente” a essa tragédia ambiental provocada na costa nordestina, estejam acontecendo tumultos, revoltas, depredações e violência de toda ordem  em vários países latino-americanos. A conexão entre todos  esses episódios salta aos olhos. O “cheiro” de esquerda está no  ar.

Ora, tanto quanto a navegação aérea,  a navegação marítima é monitorada durante as 24 horas de todos os dias. A qualquer momento  ,por exemplo, a “fotografia” da  navegação aérea das linhas comerciais no mapa do mundo pode ser acessada de qualquer computador.  Seria absolutamente impossível que a enorme quantidade de petróleo encontrada na costa nordestina tivesse sido despejada no oceano “acidentalmente”, ou por alguma embarcação de pequeno porte. Com certeza o foi por um ou mais navio petroleiro de grande porte.

E como uma navio petroleiro de grande porte poderia ter passado despercebido, como  se fosse um “fantasma” ,”furtivamente”, pelos controles  de radar,  rádio,  satélites artificiais, e tantos outros controles de navegação  marítima?  Como supor que  as tripulações  de outros navios e aviões de linha aérea que navegavam  por essa  região no momento “x”  não teriam visto  qualquer irregularidade na superfície do mar, como os enormes “rastros” e “manchas” de petróleo  boiando na superfície da água?  Como esse “quadro” não foi avistado  nos inúmeros controles marítimos e mesmo a “olho nú” por nenhum outro navegador aéreo ou marítimo? Que “raio” de mistério é esse? [será que vamos ter que esperar que o Globoplay lance um filme sobre o assunto no estilo do 'manifest'?
O absurdo do fato justifica uma série de mistério.
Como bem destaca o articulista é praticamente impossível que milhares de 'olhos' e 'ouvidos' nada tenham detectado e por trás deste mistério, está além da maldita esquerda, maus brasileiros que são coniventes com a tentativa de manter o mistério.
A turma do Meio Ambiente e a pró internacionalizarão da Amazônia, também estão envolvidas - a cobiça deles se estende pela costa brasileira, que nos tempos do governo  Médici, do saudoso general Médici, se estendia por duzentas milhas, o que inviabilizava tal sabotagem.
O que a turma do 'greenpiche' tem a ver com o assunto? as praias atingidas integram o território SOBERANO do BRASIL e gringos nada tem com o que ocorre em solo brasileiro.] 
 
Afinal de contas, o que foi derramado  no Oceano Atântico não foi nenhuma “tampinha de garrafa” de óleo, porém centenas de  milhares de toneladas de petróleo.
Algum oceanógrafo estaria contribuindo com as investigações? Não teria que se abrir essa “caixa-preta” O certo é que qualquer especialista na ciência do mar (correntes marítimas, ventos,marés, etc.), poderia apontar com certa  precisão o local e o momento  em que esse  óleo  teria sido  despejado no oceano, e os controladores da navegação marítima “qual” ou “quais”  eram  os navios que passavam naquele momento pelo local.

Ou teria sido algum “submarino petroleiro” misterioso?
A única informação “capenga” que se tem até agora é que os laboratórios da Petrobrás teriam apontado que pelas análises da  sua composição química ,o petróleo que poluiu as praias  do Nordeste seria originário da Venezuela. E isso já é um primeiro passo.
Seja como for, está tudo muito “estranho” !!!

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

‘Mirabolante’, diz delegado que revelou farsa de ritual satânico

Polícia descobriu que três testemunhas foram compradas para inventar que crianças haviam sido sacrificadas; morte de irmãos ainda não foi esclarecida

A motivação do esquartejamento de dois irmãos, um menino com idade entre 8 e 9 anos e uma menina com idade entre 10 e 12 anos, encontrados em 4 de setembro em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre continua sendo um mistério. A única certeza até o momento é que a história de um suposto ritual satânico com as crianças é mentira. A farsa pode ter servido como “cortina de fumaça” para desviar o foco da investigação que inicialmente trabalhava com a hipótese de um crime ligado ao tráfico de drogas.
 Testemunhas inventaram que crianças foram sacrificadas em ritual encomendado a suposto bruxo com templo (foto) em Gravataí, diz polícia (Felix Zucco, Agência RBS/Folhapress)

A falsa solução do crime foi apresentada pelo delegado Moacir Fermino em janeiro durante as férias do delegado Rogério Baggio, que conduzia as investigações. Agora, Fermino e sua equipe estão sendo investigados pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol). A reportagem tentou contato com Fermino, que não atendeu as ligações.
“Não há crime perfeito. Descobrimos uma falha e encontramos a verdade. Tenho dez anos de profissão e nunca vi nada parecido”, disse Baggio a VEJA, em entrevista no seu gabinete. Ao retornar ao posto após as férias, Baggio estudou o inquérito do colega substituto, analisou as provas apresentadas, fez novos interrogatórios e concluiu: um homem comprou três testemunhas que inventaram sobre o sacrifício dos irmãos em um ritual de magia negra. Em troca, as testemunhas ganhariam salário e moradia do programa estadual de proteção às testemunhas, ou seja, foram corrompidas com dinheiro público – uma delas já estava no programa quando a mentira foi descoberta e outra estava prestes a ingressar.

A Cogepol investiga a operação para descobrir se policiais estão envolvidos na compra de testemunhas e a possível motivação para a versão do suposto ritual satânico.  “Foi uma história mirabolante e muito bem contada. Embora seja uma história mentirosa, é repleta de fatos verdadeiros que davam credibilidade à versão”, disse Baggio. Por causa da mentira, cinco homens estavam presos havia vinte dias e dois estavam foragidos com decreto de prisão.

Assim que percebeu que os homens presos não estavam envolvidos no crime, Baggio temeu por suas vidas. “Eles eram acusados de algo grave. Mesmo quem é criminoso não aceita esse tipo de coisa envolvendo crianças. Eu tinha que correr contra o tempo [para que outros presos não matassem os suspeitos]”, disse à reportagem o titular da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo.
“As vítimas, até então suspeitas, foram postas em liberdade. Fiquei mais tranquilo. A maior satisfação do trabalho não é prender, como as pessoas podem imaginar, mas libertar pessoas inocentes”, falou Baggio.

Quando o delegado usa o termo “mirabolante”, ele se refere ao quebra-cabeças que envolvia provas plantadas, denúncias anônimas, a ligação entre os sete suspeitos (alguns nem sequer se conheciam), detalhes falsos sobre o suposto ritual (sete homens encapuzados, velas acesas, crianças com capuz e cambaleantes), detalhes verdadeiros sobre os homens até então suspeitos e testemunhas compradas que serviam para “fechar pontas” da investigação. Tudo foi inventado.

Até um livro artesanal de ritualística, parecido com um roteiro de teatro com as falas indicadas, foi provavelmente alterado para servir de prova do suposto ritual. Uma página do manual foi arrancada para dar a falsa ideia de que ali estaria indicado o sacrifício e uma parte foi queimada para sugerir ocultação de provas. Mesmo com a busca e apreensão realizada pelo delegado Fermino em um templo, o livro só foi encontrado em outra operação de busca comandada por Baggio. A nova operação no local durou 55 horas e os policiais não encontraram nenhum rastro de sangue humano nos testes noturnos com lumiol, substância que brilha na presença de sangue.
Ainda não se sabe por que os sete homens acusados foram escolhidos, se por vingança ou aleatoriamente, e não se sabe quem matou as crianças e o porquê. O assassinato ainda está sendo investigado por Baggio: “Não descarto nenhuma hipótese, só sei que as mortes não ocorreram da forma anunciada”.

Saiba mais sobre crimes brutais, envolvendo a prática de satanismo
 

Paula Sperb - Veja