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terça-feira, 31 de março de 2015

SALVE a REDENTORA - SALVE o 31 de MARÇO de 1964 - A NAÇÃO que se salvou a si mesma - PARTE IV e CONCLUSÃO

A Nação que se salvou a si mesma - PARTE IV




“A Nação que se salvou a si mesma”, de Clarence W. Hall, publicada na edição de novembro de 1964 da revista Seleções do Reader’s Digest.  

Por ser um artigo contemporâneo à Revolução de 1964, é uma narrativa bastante preciosa sobre o período que o País vivia.

[Percebe-se facilmente que mesmo sendo um texto escrito há 50 anos, narrando fatos daquela época, se adapta perfeitamente aos dias de hoje.

Quando aborda a corrupção desenfreada que havia no Brasil naquela época, se esquecermos a data da matéria, podemos pensar que estamos lendo um jornal dos dias atuais em que a "petralhada" a "cumpanherada" tem um único objetivo:

ROUBAR O MÁXIMO QUE FOR POSSÍVEL, NO MENOR  TEMPO  - como aves da rapina que são percebem que a oportunidade do "ENRIQUEÇA DEPRESSA" está chegando ao fim.]
Um Aviso de Kennedy
EM NENHUM momento, a não ser bem no fim, qualquer das forças anticomunistas — grupos masculino, feminino ou militar — pensou em obter a deposição de Jango antes do fim de seu mandato, em janeiro de 1966. Diz Haroldo Cecil Poland, membro da Junta Diretora do IPES: “Afinal de contas, Goulart tinha sido legalmente eleito, de acôrdo com a Constituição, e nós brasileiros temos uma longa tradição de legalidade. Só estávamos procurando fazê-lo livrar o Govêrno de métodos e pessoas que estavam levando - o país ladeira abaixo rumo ao caos e à guerra civil. Nossas comissões procuraram-no enquanto êle se mostrou disposto a nos receber. Mas êle não nos dava atenção, voltando-se cada vez mais para os extremistas, e afinal recusou-se a receber-nos.”

Um dos primeiros indícios do desdém de Goulart por conselhos amistosos ocorreu em dezembro de 1962, quando o Procurador-Geral dos Estados Unidos, Robert Kennedy, visitou o Brasil. O objetivo dêle era aconselhar, em nome de seu irmão, o Presidente, que os Estados Unidos não poderiam continuar eternamente despejando fundos da AID dentro do Brasil, a menos que se fizesse alguma coisa para deter a espiral inflacionária que anulava o valor desses fundos. Goulart agiu da seguinte maneira: apenas algumas horas depois da partida de Kennedy, êle formou uma comissão para coordenar a expansão do comércio com a União Soviética!

A Sorte Está Lançada
NO COMÊÇO de março dêste ano, o país inteiro era um rastilho pronto a irromper em chamas de revolta. Em 13 de março, o próprio Goulart, com os vermelhos a incitá-lo, temeràriamente riscou o fósforo. Perante uma audiência de uns 100.000 trabalhadores — arrebanhados por líderes vermelhos e trazidos para o Rio de Janeiro em ônibus e trens ao custo de mais de 400 milhões de cruzeiros para o Govêrno — Goulart e Brizola irrevogàvelmente comprometeram o Govêrno a fazer mudanças radicais.

Realizado na praça em frente à estação da Central do Brasil, no Rio, na hora da volta para casa das grandes massas residentes nos subúrbios, o comício apresentou uma floresta de cartazes enfeitados com a foice e o martelo e exigências como “Legalidade Para o Partido Comunista!” e “Armas Para o Povo!”. Agentes democratas, procurando misturar- se com a multidão, constataram estar esta dividida em blocos, cada um com sua própria senha para deixar de fora quaisquer intrusos inamistosos.

A estupefata classe média brasileira, assistindo pela TV, ouviu Goulart denunciar como “superadas” a estrutura do Govêrno e a ordem social existentes, exigindo mudanças básicas na Constituição. Entre as mudanças sugeridas: legalização do Partido Comunista. A seguir, Goulart anunciou dois decretos. Um confiscava e entregava à Petrobrás as seis refinarias ainda em mãos de particulares. O outro, mais assustador, autorizava o Govêrno a confiscar, sem indenização em dinheiro, quaisquer áreas agrárias por êle julgadas inadequadamente utilizadas e entregá-las a camponeses sem terras — uma clara repetição do programa inicial de Fidel Castro de “reforma agrária”.

Os decretos constituíram um movimento audacioso para contornar o Congresso. Combinado com os ataques à Constituição, isso era um audaz lanço para estabelecer o govêrno por decreto, essência da ditadura.   O cunhado do Presidente, assomando à tribuna, foi mais longe ainda. Em voz estridente, Brizola exigiu a extinção do Congresso e a instituição, em seu lugar, de “assembléias” de operários, camponeses e sargentos do Exército um evidente eco dos sovietes de operários, camponeses e soldados de Lenine, em 1917. As implicações eram bastante claras.

O comício de 13 de março bem pode ser considerado como o detonador da revolução preventiva. A classe média brasileira percebeu então que a sorte estava lançada: Goulart tinha ido além do ponto em que poderia arrepender-se. O Govêmo tinha entrado num caminho que só podia levar a uma sangrenta guerra civil, seguida da tomada do poder pelos comunistas.

A Marcha das Mulheres
OS PRIMEIROS a agir foram as mulheres de São Paulo. Ouvindo pelo rádio e TV o comício de 13 de março, centenas de donas de casa correram para os telefones para convocar um comício capaz de fazer a demonstração engendrada por Goulart parecer insignificante. Seis dias depois, a 19 de março, as largas avenidas do centro da cidade de São Paulo ficaram entupidas pelo que as mulheres denominaramMarcha da Família com Deus Pela Liberdade”. Apertando livros de oração e rosários contra o peito, mais de 600.000 pessoas marcharam solene e ritmicamente sob pendões anticomunistas. E enquanto elas marchavam, os jornaleiros nas calçadas venderam centenas de milhares de exemplares de jornais contendo na íntegra uma proclamação de mais de 1.000 palavras, prèviamente preparada pelas mulheres. É dessa proclamação o seguinte trecho:
"Esta nação que Deus nos deu, imensa e maravilhosa como é, está em extremo perigo. Permitimos que homens de ambição ilimitada, sem fé cristã nem escrúpulos, trouxessem para nosso povo a miséria, destruindo nossa economia, perturbando a nossa paz social, criando ódio e desespêro. 
Eles infiltraram o nosso país, o nosso Govêmo, as nossas Fôrças Armadas e até as nossas igrejas com servidores do totalitarismo exótico para nós e que tudo destrói... Mãe de Deus, defendei-nos contra a sorte e o sofrimento das mulheres martirizadas de Cuba, da Polônia, da Hungria e de outras nações escravizadas!"

Um espectador classificou a marcha das mulheres em São Paulo “como a demonstração mais comovente da história brasileira”. Dias depois, foram organizadas marchas semelhantes para várias das principais cidades do país. Nem todos os esforços do Govêrno para desencorajá-las nem as ameaças da polícia de dissolvê-las conseguiram deter as entusiásticas cruzadas.

Guardiães da Legalidade
MAS, PARA impedir o golpe vermelho, tinha de ser empregada ação mais forte do que demonstrações públicas. Líderes da classe média começaram a conferenciar secretamente com generais anticomunistas do Exército Brasileiro, de longa data desconfiados de Goulart e silenciosamente empenhados em sua própria resistência aos métodos dêle.  Para compreender o papel desempenhado pelos militares na revolução é mister entender o caráter e as tradições do Exército Brasileiro — uma estirpe ímpar na América Latina. O Brasil, ao contrário de outros países, nunca estêve sob uma ditadura exclusivamente militar.

Tradicionalmente, o Exército tem-se considerado o defensor da Constituição, o guardião da legalidade. Seus generais, ainda ao contrário dos de alguns países latinoamericanos, não são oriundos da aristocracia rica, mas das classes média e média inferior. Vários começaram sua carreira- como soldados. Assim, não formam uma casta militar, representando antes, talvez melhor do que qualquer outro segmento da população, uma seção transversal da opinião e dos ideais democráticos brasileiros.

Historicamente submetido à autoridade civil, o Exército só interferiu em situações políticas cinco vêzes desde a queda da Monarquia, em 1889 e tão-sòmente em crises em que o poder civil se desmoronou ou decaiu. Nessas ocasiões o Exército só assumiu a direção o tempo suficiente para restabelecer os processos constitucionais, afastando-se em seguida. Nunca revelou nenhuma tendência para pegar o poder para si próprio — mesmo quando teria sido mais fácil, e quiçá aconselhável, fazê-lo. Da implantação da República até hoje, só cinco dos 25 presidentes do Brasil foram militares, e êsses devidamente eleitos ou nomeados.

Em sua maioria anticomunistas, a desconfiança que os generais tinham de Goulart e seus enredamentos com os extremistas era igualada pela desconfiança que Goulart tinha dêles. Confiando em que o respeito à Constituição os impediria de agir, não obstante, Goulart, por medida de cautela, transferia os comandos militares e manobrava as promoções de modo a reduzir o poder dos oficiais mais conservadores.

Um dêsses oficiais, o General Humberto de Alencar Castelo Branco, comandava o Exército sediado em Pernambuco, há muito um perigoso foco de agitação social. Quando alguns fazendeiros foram assassinados, e muitas famílias fugiram do terrorismo vermelho para as cidades, Castelo Branco entrou em ação. Aí, o Governador de Pernambuco, Miguel Arraes, notoriamente radical, queixou-se de que o General Castelo Branco estava “neutralizando” as influências esquerdistas em seu Estado. Goulart imediatamente tirou de lá o criador de casos — “promovendo- o” a Chefe do Estado-Maior do Exército. Outros oficiais que se manifestaram contra o comunismo foram analogamente transferidos, para cargos burocráticos, enquanto esquerdistas eram levados a posições de comando estratégicas.

Motim nas Fileiras
PARA ANULAR ainda mais qualquer possibilidade de uma revolta de generais anticomunistas, os vermelhos — aparentemente com a conivência de Goulart — trataram de destruir a disciplina nas Forças Armadas, quando não estimular o motim declarado. Foi desencadeado entre sargentos e praças um programa de vigorosa agitação, incitando-os a formarem seus sindicatos para reclamar uma alteração na lei que permitisse candidatarem-se a cargos eletivos — direito franqueado a oficiais, mas não a praças. Para minar mais ainda a ação dos chefes e enfraquecer a disciplina, formou-se uma Associação de Marinheiros e Fuzileiros-Navais — levando a “guerra de classes” marxista às classes armadas.

Em 23 de março, com os acontecimentos se avolumando vertiginosamente, Goulart demonstrou abertamente sua simpatia pelo movimento destinado a pôr a pique a disciplina das Fôrças Armadas. Nesse dia, uns 1.400 sócios da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil amotinaram-se no Rio de Janeiro, abrigando-se na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, controlado por comunistas. Desafiando as ordens de regressarem aos quartéis, os amotinados gritavam alegremente das janelas “Viva Goulart” e apregoavam sua fidelidade a seu comandante, Cândido da Costa Aragão, nomeado por Goulart e conhecido nos meios esquerdistas como “Almirante do Povo”.

Tropas do Exército cercaram e prenderam os rebeldes que no entanto foram postos em liberdade algumas horas depois por ordem do próprio Presidente. Para grande desapontamento dos militares, Goulart “pediu” aos amotinados que fôssem para os seus quartéis, com a garantia de que não seriam punidos e receberiam dispensa no fim-de-semana.  O Ministro da Marinha, Almirante Sílvio Borges de Souza Mota, abruptamente exonerou o “Almirante do Povo”, depois demitiu-se em protesto contra o encorajamento do motim pelo Govêrno. Goulart imediatamente reconduziu o “Almirante do Povo” ao seu pôsto e a seguir anunciou que o nôvo Ministro da Marinha seria Paulo Mário da Cunha Rodrigues, um esquerdista conhecido como “Almirante Vermelho”, convocado da reserva nessa emergência. Os amotinados comemoraram ruidosamente a vitória nessa tarde no centro da cidade do Rio, conduzindo aos ombros seu bem-amado “Almirante do Povo”.

Comêço de Uma Avalancha
ENTREMENTES, observando sombriamente os acontecimentos de seu gabinete de trabalho no Rio, Castelo Branco, o general que fôra “promovido” , havia sondado sua consciência legalista e resolvido agir. Entre seus colegas oficiais, o Chefe do Estado-Maior do Exército gozava do tipo de respeito profundo desfrutado nos Estados Unidos pelos Generais George Marshall e Douglas MacArthur. Êle se formou brilhantemente na Escola Militar do Brasil, tendo mais tarde feito um curso no Colégio de Comando e Estado-Maior dos Estados Unidos, em Fort Leavenworth, no Kansas. Durante a Segunda Guerra Mundial foi Chefe de Operações da Fôrça Expedicionária Brasileira, na Itália, como parte do Quinto Exército comandado pelo General Mark Clark.

Após o comício de 13 de março, Castelo Branco redigiu uma veemente nota. Quando um Presidente se propunha a anular o Congresso e a derrubar a Constituição, argumentava êle, a ação militar em defesa da legalidade não só se justificava, mas era obrigatória. Êsse memorando sigiloso foi distribuído a generais de confiança. Como toda correspondência dos oficiais sabidamente anticomunistas era controlada e seus telefones censurados, a circulação do manifesto de Castelo Branco foi um problema. Foi resolvido por homens de negócio anticomunistas: êstes transportaram exemplares no bôlso do paletó, entregando-os pessoalmente aos oficiais certos, e também forneceram homens de confiança para transmitir mensagens entre generais na sua acelerada troca de opiniões.

Ao manifesto de Castelo Branco, que circulava secretamente, mais de 1 500 oficiais de Marinha acrescentaram então um dêles. Endereçado a todo o povo brasileiro, êle declarava que chegara a hora de o Brasilse defender” . O Exército prontamente proclamou “solidariedade à Marinha”, o grosso da imprensa aderiu, e na distante Brasília alguns membros do Congresso abraçaram a causa.  Estaria a nação inteira se sublevando? O próprio Goulart pareceu atônito pela extensão da reação pública. Conferenciando às pressas com seu nôvo Ministro da Marinha, o “Almirante Vermelho”, Jango procurou recuar. Haveria um inquérito sôbre aquêle motim, anunciou, e, entrementes, o “Almirante do Povo”, Aragão, foi dispensado de seu comando.

O recuo veio tarde demais — a avalancha havia começado.  Fazendo um último e desesperado esfôrço para obter algum apoio nas Fôrças Armadas, Goulart, na noite de 30 de março, foi à sede do Automóvel Clube do Brasil, no Rio, onde uma grande multidão de sargentos do Exército se reunira para homenageá-lo. Mas era demasiado tarde. No momento mesmo em que Goulart sorvia os aplausos dos sargentos e verberava os “gorilas”, a revolução preventiva já estava em marcha.

Marcham as Colunas Rebeldes
 A PRIMEIRA conclamação para depor Goulart viera do Governador dos mineiros, Magalhães Pinto. Demonstrações em apoio dêsse apelo prontamente ocorreram nas ruas, e em 31 de março uma divisão do Exército sediada em Minas e comandada pelo General Olympio Mourão Filho pôs-se a caminho do Rio. Poucas horas depois chegou a notícia de que o General Amaury Kruel, comandante do Segundo Exército, sediado em São Paulo, estava lançando suas forças na luta pela liberdade e enviando um forte contingente para o norte, rumo ao Rio. Nessa altura, soube-se que o Quarto Exército, sediado em Pernambuco e comandado pelo General Justino Alves Bastos, também aderira à rebelião.

A beira do pânico, o Presidente Goulart tomou um avião para Brasília, onde disse aos repórteres: “Vim para aqui a fim de governar o país, e confio em que o povo esteja comigo.” Rapidamente descobriu que o Congresso não estava, e que tropas da guarnição de Brasília estavam-se movimentando para atacar o palácio presidencial. Após três horas apenas em Brasília, estava outra vez de volta em seu avião, rumo ao seu Estado natal, o Rio Grande do Sul. O Terceiro Exército, sediado em Pôrto Alegre, ainda não se definira; seu general-comandante, Ladário Pereira Telles, embora não esquerdista, era leal a Jango. A sua chegada, entretanto, Goulart soube que o Governador Ildo Meneghetti aderira ao levante.

Uma incógnita era o Primeiro Exército, sediado no Rio de Janeiro. Virtualmente preso em seu palácio no Rio, do qual fêz sua última barricada, o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda, de longa data acirrado inimigo de Goulart, queria proclamar sua fidelidade à revolução e não podia fazê-lo. O Govêrno Federal ainda controlava as estações de rádio do Rio e uma greve geral em apoio de Goulart fechara tudo na cidade. As únicas fôrças de Lacerda eram a Polícia Militar, suas únicas armas blindadas os caminhões de limpeza pública estacionados de modo a obstruírem as ruas que conduziam ao palácio. Ao que êle sabia, o Primeiro Exército ainda estava recebendo ordens de Goulart. 

Desanimado, o Governador soube que Goulart mandara uma coluna em direção a São Paulo, a fim de interceptar a coluna rebelde que avançava. (O que êle e a população carioca só puderam saber mais tarde foi que, quando as duas fôrças se encontraram, a coluna presumivelmente pró-Goulart logo aderiu aos rebeldes.) Afinal, em sua única linha telefônica ainda funcionando, o Governador Lacerda conseguiu falar com uma emissora rebelde na distante Belo Horizonte, cujo som podia ser ouvido no Rio. 

Foi então que sua própria cidade finalmente o ouviu proclamar sua solidariedade à revolução. Mas quando ainda falava, chegou-lhe um comunicado de que carros de combate do Primeiro Exército rodavam pelas belas e sombreadas avenidas do Rio, a caminho do palácio do Govêrno. Só quando os carros chegaram ao palácio, foi que Lacerda soube que êles tinham vindo para salvá-lo e não para massacrá-lo. 

Conclusão ...

SALVE a REDENTORA - SALVE o 31 de MARÇO de 1964 - A NAÇÃO que se salvou a si mesma - CONCLUSÃO



 “A Nação que se salvou a si mesma”, de Clarence W. Hall, publicada na edição de novembro de 1964 da revista Seleções do Reader’s Digest.  

Por ser um artigo contemporâneo à Revolução de 1964, é uma narrativa bastante preciosa sobre o período que o País vivia.

[Percebe-se facilmente que mesmo sendo um texto escrito há 50 anos, narrando fatos daquela época, se adapta perfeitamente aos dias de hoje.

Quando aborda a corrupção desenfreada que havia no Brasil naquela época, se esquecermos a data da matéria, podemos pensar que estamos lendo um jornal dos dias atuais em que a "petralhada" a "cumpanherada" tem um único objetivo:

ROUBAR O MÁXIMO QUE FOR POSSÍVEL, NO MENOR  TEMPO  - como aves da rapina que são percebem que a oportunidade do "ENRIQUEÇA DEPRESSA" está chegando ao fim.]



Vitória PELO MEIO da tarde de quarta-feira, 1º de abril, tudo estava terminado, e os líderes da classe média do Brasil estavam nos microfones saudando o colapso do comunismo. Em tôdas as janelas do Rio esvoaçavam lençóis e toalhas saudando a vitória, e as ruas de tôdas as grandes cidades do Brasil se encheram de gente alegre e dançando num espírito carnavalesco.  Do Rio Grande do Sul chegou a notícia de que Jango Goulart fugira para o Uruguai. Também escaparam às pressas Brizola, o Embaixador de Cuba e chefes graduados dos vermelhos, que dispararam para as fronteiras dos países vizinhos, pularam depressa dentro de aviões rumo a Cuba ou se esconderam em embaixadas amigas de países da Cortina de Ferro.

Navios procedentes da Tchecoslováquia, cheios de mais armas para os revolucionários vermelhos, foram assinalados virando rumo a Havana. E, no Rio, densas nuvens de fumaça subiam dos incineradores da Embaixada Russa, onde grandes quantidades de documentos e papéis foram queimados às pressas. Como pôde uma nação dividida, de 80 milhões de pessoas, mudar politicamente tão depressa e pràticamente sem perda de vidas, em contraste com as carnificinas de circo romano de Cuba, ou da Espanha, onde ambos os lados lutaram tão encarniçadamente durante anos?

O mérito cabe em grande parte ao quadro dos oficiais do Exército Brasileiro, altamente civilizado, que agiu com tanta lealdade e precisão para pôr côbro à ameaça vermelha de apoderar-se do Govêrno, pouco antes de chegar ao ponto de derramamento de sangue. Mas como os generais se apressam em admitir, maior mérito ainda cabe aos civis, que, tendo diante dos olhos a lição de Cuba, por mais de dois anos haviam alertado o povo — e no momento culminante deram o sinal aos militares para agirem.

Dois dias depois da revolução, o Brasil teve um lembrete do que realmente a tornara possível. Dois de abril tinha sido marcado pelas mulheres da CAMDE como a data para a “Marcha da Família com Deus Pela Liberdade”, no Rio de Janeiro. Mas então, com a liberdade conquistada, para que incomodar-se? As mulheres do Rio, todavia, correram aos seus telefones, como suas irmãs de outras cidades haviam feito antes. A marcha teria lugar segundo os planos, mas agora como “marcha de ação de graças a Deus”. Quando até o General Castelo Branco, por meio do telefonema de um amigo, aconselhou o cancelamento, temendo violências, Dona Amélia Bastos insistiu, afirmando: “A marcha demonstrará ao mundo que esta é uma revolução do povo — um plebiscito em marcha pela verdadeira democracia!”

E assim foi: um oceano de humanidade, totalizando mais de um milhão de pessoas, deslocando-se sob uma tempestade de papéis picados caindo dos arranha-céus ao longo das avenidas do Rio; um exército de paz com bandeiras, dizendo com firmeza e reverência a tôda a América do Sul que os brasileiros estavam decididos a permanecer livres.

Qual Era o Grau de Perigo?
DIAS DEPOIS da revolução, os brasileiros começaram a tomar conhecimento de quanto tinham estado perto de perder essa liberdade. Varejando antros de subversão, apressadamente abandonados, unidades do serviço militar de informação descobriram toneladas de publicações comunistas, manuais de guerrilhas, arsenais de armas, planos meticulosos para a dominação vermelha, projetos estranhos para o massacre dos principais elementos anticomunistas. No Palácio das Laranjeiras, no Rio, havia arquivos comprometedores de correspondência de gente do Govêrno com chefes vermelhos, chequei compensados no valor de milhões de cruzeiros doados a organizações comunistas camufladas.

Na residência do cunhado de Goulart vieram à tona inúmeras provas dos atos da “Frente de Libertação Nacional” de Brizola — composta por seus “Grupos dos Onze” (conhecidos como G-11) — que êle presidia como “comandante supremo”. Os grupos G-11, cuja fôrça não era para desprezar, organizados por Brizola para “salvar o Brasil das garras dos capitalistas internacionais e de seus aliados internos”, apurou-se terem um efetivo superior a 30.000 homens.

Um manual secreto apreendido, distribuído aos comandantes regionais dos G-11, determinava que estes fôssem organizados segundo modelo da “gloriosa Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917”. Os seus membros, chamados “companheiros”, juravam “lutar até à morte”, aprendiam a organizar greves, a promover agitações e armar confusão; a “destruir, saquear e queimar edifícios públicos assim como empresas privadas” ; a capturar estações telefônicas, de rádio e TV e depósitos de armamento; a raptar e conservar como reféns autoridades que, em caso de insucesso, “deveriam ser imediata e sumariamente mortas” .

Outro manual tratava das técnicas de “violência planejada, pondo de lado qualquer espécie de sentimentalismo”, para eliminar qualquer pessoa que se opusesse- Dava-se atenção especial à execução de oficiais de postos elevados: “Cada oficial suspeito terá um homem responsável por sua eliminação no momento certo”; se o encarregado falhasse em seu dever, êle próprio deveria “sofrer imediatamente a pena de morte”.

Dinheiro Disponível e Dinheiro Falso
NA LUXUOSA residência de Brizola em Porto Alegre, com 20 cômodos — êle que nos seus discursos gostava de considerar-se “um homem pobre” e “defensor dos oprimidos” — foram encontradas várias centenas de milhões de cruzeiros e também documentos cuidadosamente preparados pondo outros bens dêle, em nome de terceiros, mas especificando que deveriam ser “devolvidos quando pedidos por LB”. Em Pernambuco, quartel-general dos preparativos comunistas no Nordeste, foram descobertos mais de 10.000 uniformes e o mesmo número de pares de sapatos, além de encomendas para mais 50.000, destinados ao Exército Camponês, que estava sendo recrutado e adestrado por Miguel Arraes, o Governador vermelho de Pernambuco. Havia vários uniformes para os chefes revolucionários, com um de desenho especial destinado ao próprio Arraes.

Em São Paulo, foi encontrado um vasto depósito de imitações de dinheiro em papel-moeda e moeda metálica, tendo gravadas as imagens de Lenine, Stalin, e Prestes, bem
como selos postais com a foice e o martelo. Isso era utilizado principalmente para propaganda. Mas também apareceram enormes quantidades de dinheiro falso, tão bem feito que quase não podia ser descoberto; os arquivos de sua utilização indicavam que outros bilhões tinham sido remetidos para organizações vermelhas, não só para financiar a subversão, mas também para acelerar a inflação, um objetivo prioritário dos engenheiros do caos.

Nas sedes das organizações trabalhistas e na União Nacional de Estudantes
havia montes de filmes e impressos da Rússia, China Vermelha e Cuba; ampliações de fotografias de Castro, Khrushchev e Mao Tse-tung para colocar nas paredes e pilhas de fotografias menores para distribuição; além disso, havia grandes estoques de bombas Molotov e material para confeccioná-las. Foram apanhados em flagrantes nove agentes, vermelhos chineses, sete dêlès apresentando-se como membros de uma “missão comercial” e dois como correspondentes da Agência de Notícias Nova China. Em poder deles havia planos pormenorizados para o assassinato de preeminentes anticomunistas, bem como maçarocas de dinheiro e registro de gratificações pagas a congressistas e a membros do séquito de Goulart. O dinheiro encontrado com os nove, aparentemente destinado a subornar, elevava-se a mais de um bilhão de cruzeiros, 53.000 dólares americanos, 5.000 libras esterlinas e diversas quantias menores de outras procedências.

Nova Fechadura na Porta
CONTRA TODOS êsses elementos subversivos e corruptores os militares agiram depressa, prendendo todos os suspeitos — por um “Ato Institucional” ràpidamente promulgado para orientar o Brasil durante o govêrno provisório — excluindo do cenário político pessoas reputadas como ameaças imediatas para o sucesso da revolução. Muitos foram soltos após investigações; só continuaram detidos aquêles cujos atos provados, e não meras palavras, contribuíram para o quase soçôbro do Brasil.

Tiveram seus direitos políticos cassados por 10 anos 68 membros expulsos do Congresso e 349 outros brasileiros destacados entre êles os ex-Presidentes Goulart, Quadros e Kubitschek. Sòmente depois que o Presidente Castelo Branco examinou pessoalmente as provas que havia contra Kubitschek, teve o ex-Presidente também cassados os seus direitos políticos. Aos críticos estrangeiros para quem tais medidas foram excessivamente severas, o nôvo Govêrno limitou-se a dizer: “Quando a casa da gente foi saqueada, não se convidam os ladrões a voltarem para jantar. No mínimo coloca-se uma nova fechadura na porta.” Visitando Paris após a revolução, e submetido a perguntas mordazes de repórteres franceses acerca do expurgo pós-revolucionário, o Governador Lacerda aludiu à Revolução Francesa de 1789. “O Brasil”, observou com vivacidade, “ainda não mandou uma única pessoa para a guilhotina.”

“Um Honesto Meio-Têrmo”
PERFEITAMENTE dentro do período de 30 dias previsto pela Constituição, o Congresso do Brasil elegeu Presidente o General Castelo Branco até ao término dos dois anos que restavam do Govêrno Goulart. (O Congresso mais tarde aprovaria uma prorrogação do mandato até 1966.) Em vívido contraste com os demagogos baratos que o precederam, Castelo Branco é universalmente reconhecido como honesto, isento da temeridade tão marcante de muitos governantes latino-americanos, e profundamente dedicado aos processos democráticos. É um homem sereno, mas obstinadamente corajoso.

Sendo êle próprio a antítese do caudilho, Castelo Branco chefia um govêrno que está longe de ser uma ditadura militar. Os partidos políticos como o Congresso existem sem restrições. A imprensa é livre, sem limitações aos desacordos ou à crítica; até o jornal Última Hora, principal defensor de Jango, continua sendo publicado. A “família oficial” do Presidente é composta dos mais notáveis peritos do país em seus respectivos campos: economistas, diplomatas de carreira, engenheiros, etc. A exceção dos ministros das três Forças Armadas e do Marechal Reformado Juarez Távora, Ministro da Viação e Obras Públicas, todos os membros do Gabinete são civis. Todos êles são homens da “classe média”, devotados às anunciadas reformas de Castelo.  Rigoroso homem de centro, Castelo Branco repele a qualificação de “revolução direitista”. Êle assevera positivamente: “A extrema direita é reacionária, a extrema esquerda é subversiva. O Brasil precisa seguir um honesto meio-têrmo.” Quando, pouco depois da revolução, alguns ricos industriais e latifundiários procuraram impor o que ele considerou reivindicações em benefício próprio, Castelo Branco falou àsperamente: “A solução para os males da extrema esquerda não reside no nascimento de uma direita reacionária.” Os latifundiários deviam estar mais, bem informados. Enquanto servira no Nordeste, ele não escondera o fato de que “o aspecto mais desagradável da vida militar para mim é ter de defender proprietários ricos que tratam trabalhadores rurais como escravos” . No início de abril um porta-voz do Govêrno deixou claro: “A revolução não foi feita para manter a injustiça social e privilégios especiais.”

O Presidente não alimenta ilusões quanto à enormidade da sua missão, nem sôbre o pouco tempo de que dispõe para cumpri-la. Os problemas do Brasil estão profundamente enraizados; há regiões de tremenda pobreza e exploração das massas — não por gente de fora, como acusavam os vermelhos, mas por sua própria gente. São necessárias reformas extremas — políticas, econômicas e sociais. A tarefa é desconcertante. Mas, não estando vinculado a nenhum partido ou grupo de pressão — e com podêres dados pelo Ato Institucional, que o tornam responsável apenas perante o Congresso e o povo — o denodado Marechal está empenhado numa tentativa decisiva.

Reformas em Marcha
MAL ASSUMIU o cargo, Castelo Branco começou a desmontar a gigantesca e corrupta máquina burocrática; reduziu de 30% o recheado orçamento para o primeiro ano, começou a despejar no funil do Congresso reformas que vão direto ao cerne das dificuldades brasileiras. Cada projeto de lei tem de ser estudado peio Congresso dentro de um prazo de 30 dias ou automàticamente se converterá em lei.  As reformas políticas já aprovadas abrangem uma emenda constitucional exigindo maioria absoluta nas eleições presidenciais — para desestimular a proliferação de partidos políticos, atualmente em número de 13, e para neutralizar a possibilidade de algum demagogo chegar ao poder com a conivência dos partidos, contrariando a vontade popular.

As reformas econômicas compreendem medidas destinadas a deter a inflação, como uma redução sensível nas despesas oficiais, a vinculação das futuras escalas salariais à produtividade e ao custo de vida e o fechamento dos meios de evasão das leis sôbre sociedades anônimas e impôsto de renda; uma emenda da Lei de Remessa de Lucros, há muito tempo discriminatória contra os investimentos estrangeiros; proibição de nacionalização e confisco de empresas privadas; eliminação de subsídios para a importação de trigo, petróleo e papel de imprensa; cancelamento da isenção de impostos para jornalistas, juízes, escritores e professôres.  As reformas sociais, visando a elevar 'o padrão de vida das massas empobrecidas, incluem um programa nacional de construção de casas de baixo preço, destinado a acabar com as horrorosas favelas que são uma vergonha das grandes cidades brasileiras, e um programa de reforma agrária para corrigir a pobreza e as injustiças sofridas pelas massas nordestinas, virtuais servas dos grandes senhores feudais. O cerne do projeto de reforma agrária de Castelo Branco é a imposição de um imposto progressivo, de acôrdo com o tamanho e as frações ociosas da propriedade, que estimulará a utilização da terra e sua redistribuição pelos que não possuem terra própria. Êsse programa compreende assistência técnica e subvenções para auxiliar os pequenos fazendeiros no comêço, além de estradas federais que liguem a fazenda aos mercados.

Não menos difícil que as reformas políticas, econômicas e sociais é a limpeza moral em que se acha empenhado o regime. Nisto o Presidente deu exemplo. Antes de tomar posse, êle voluntariamente fêz a declaração de seus bens particulares: um apartamento no Rio de Janeiro, cêrca de três milhões de cruzeiros em ações, um automóvel Aero Willys modêlo 1961, um jazigo perpétuo no Cemitério São João Batista, no Rio. Seus discursos à Nação e mensagens ao Congresso ressoam como apelos à moralidade política. “A grande coisa que Castelo Branco já fêz”, disse um eminente brasileiro em julho último, “foi a criação de uma imagem de decôro e honestidade no Govêrno.”

Longa Viagem de Volta
MAS APESAR de seus magnânimos objetivos, poderá o Govêrno Revolucionário — no período que lhe resta — convencer todos os brasileiros da necessidade dos sacrifícios que têm de ser feitos para remediar os males que afligem a Nação?  Os obstáculos são formidáveis. A maioria da classe de ricos proprietários rurais reage firmemente contra impostos mais elevados e reforma agrária. Das massas camponesas, por outro lado, surgirão novos líderes que acharão excessivamente lentos os projetos de melhoramento social. Comunistas e outros radicais, malgrado seu banimento presente, certamente se reagruparão em segredo, decididos a evitar seus enganos do passado. E o homem da rua, de há muito céptico quanto às promessas oficiais de qualquer procedência, tem de ver suficiente progresso rumo às reformas para dar seu apoio nas eleições livres ora marcadas para 1966.

A resposta não depende apenas do Marechal e de seus adeptos da classe média. “Ela também depende”, dizem os revolucionários brasileiros, “da vontade de todo brasileiro de subordinar os interesses egoístas ao bem da Nação.” Diz Castelo Branco: Por tempo demais fomós levados pelos demagogos a pôr a culpa de todos os nossos males no imperialismo ianque. Doravante vamos ser julgados, não por nossas intenções, não por nossas promessas, mas pelo que fizermos!”

Apoiando o Presidente há os que antes de tudo tornaram um sucesso a revolta da classe média. “Uma coisa é fazer uma revolução”, diz Dr. Glycon de Paiva, do Conselho Nacional de Economia, “e outra sustentá-la. O perigo agora é de que nós, que iniciamos esta revolta, nos descuidemos.” Para evitar tal perigo, grupos democráticos continuam a postos — patrocinando cursos para adestrar líderes democráticos, especialmente nas classes média e pobre, e criando maneiras de manter o publico atento e esclarecido. Expressando a nova atitude de muitos empresários brasileiros, o industrial Paulo Ayres Filho declara: “Sabemos agora que nós, homens de negócio, não podemos pensar apenas em lucros, mas também nos problemas sociais do país. Temos de provar que a livre-emprêsa pode prestar o melhor serviço a todos.”

Os grupos femininos também não se estão desmobilizando. Diz Dona Amélia Bastos, da CAMDE:
“Nós, as mulheres do Brasil, descobrimos a nossa fôrça. Vamos trabalhar agora para conservar a democracia que ajudamos a salvar.” As mulheres da CAMDE estão voltando suas energias para a educação e a assistência social. Elas também sugeriram ao Govêrno um plano minucioso para combater o analfabetismo, oferecendo-se para montar uma campanha de âmbito nacional, destinada a angariar fundos para realizar êsse plano. Se essa atitude se difundir suficientemente, o Brasil poderá de fato sair do longo mergulho em direção ao caos e dar grandes passos para a realização de seu imenso potencial. E, assim fazendo, poderá contar com o apoio de todo o mundo livre.

Transcrito do Blog Juventude Conservadora da UnB

Postado no Blog PRONTIDÃO - antecessor deste Blog PRONTIDÃO TOTAL - em 31 de março de 2014
 

Cunha ironiza PT que promete recorrer ao Supremo para impedir tramitação de PEC que pune bandidos

Favorável à redução da maioridade, Cunha cria comissão especial que será instalada na próxima semana

Presidente da Câmara ironizou intenção do PT de recorrer ao Supremo para evitar trâmite da proposta na Casa

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou nesta terça-feira uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal. Ele quer instalar o colegiado já na próxima semana. Cunha afirmou que pessoalmente é a favor da redução e entende que, apesar das manobras regimentais feitas por deputados do PT na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, a maioria da Casa é a favor do debate sobre esse tema.

Cunha leu em plenário a criação da comissão especial. Serão 26 integrantes titulares e 26 suplentes, além de 1 suplente e um titular da vaga de rodízio. Ele explicou que o presidente e o relator serão definidos em conversa com os partidos, mas que obedecerá à proporcionalidade, ou seja, será do bloco majoritário, encabeçado pelo PMDB. — Pretendo instalar a comissão especial na quarta-feira, de modo que a comissão, em até 40 sessões possa analisar e fazer o parecer. Ficou claro, mesmo com toda a obstrução na CCJ, que a maioria da Casa quer debater esse tema. É um tema importante, vou dar todo o apoio para que seja o mais rápido possível — disse Cunha, acrescentando:  — Eu pessoalmente sou favorável (a reduzir a maioridade penal). Imediatamente após votada na comissão especial, colocarei em votação no plenário, provavelmente alguém do bloco majoritário.

Apesar das manobras de obstrução de deputados do PT e do PSOL, a CCJ finalizou nesta terça-feira a apreciação da PEC da maioridade, aprovando sua admissibilidade. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) disse que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a votação, por entender que a PEC aprovada é inconstitucional.

Cunha ironizou a iniciativa de Molon: Pelo que vi ontem, uma matéria de TV, vi um ex-presidente do Supremo contestar argumentos jurídicos dele, que aquilo afetava cláusula pétrea me parece que não terá muito sucesso não.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) disse que é a favor da redução da maioridade, mas defende que entre os 16 e os 21 anos o jovem fique preso em local específico para pessoas dessa idade e não com todos demais presos. Mendonça Filho também defende a realização de um referendo de consulta à população sobre essa questão.  — É tema de grande impacto, polêmica social, o referendo é importante — disse o líder do DEM.

Fonte: O Globo

Fim da Maioridade Penal = Uma luz no fim do túnel = redução da impunidade

CCJ aprova por 42 votos a 17 a admissibilidade da PEC que reduz maioridade penal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou por 42 votos a 17 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. PSDB, DEM, PR, PSD votaram a favor da PEC. PT, PCdoB e PSB votaram contra. [partido dos bandidos sempre serão contra a punição dos criminosos - notem que até hoje, os bandidos do MENSALÃO - PT não foram expulsos daquela organização criminosa.] O PMDB liberou a bancada.

Após a aprovação na CCJ, será criada uma comissão especial que debaterá o tema por até 40 sessões antes que o tema seja apreciado em plenário.

A sessão foi tumultuada e as bancadas de PT, PSOL, PPS, além da liderança do governo na Câmara tentaram sem sucesso tentar obstruir a sessão. A oposição inverteu a ordem do dia para priorizar a pauta.

Na tentativa de evitar a aprovação da PEC, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), disse que o Congresso não pode agir "de forma passional" na discussão do tema. "O parlamento não pode fazer justiça com as próprias mãos". [o parlamento tem que fazer as leis que punam bandidos; a execução das leis fica por conta da Justiça e das autoridades penais.]
 
Representando a bancada do PT, Paulo Teixeira (SP) defendeu a criação de uma subcomissão na CCJ para buscar outra alternativa de penas para menores infratores.[PT sempre cometendo crimes e defendendo bandidos.
O pior é que um partido do trambique, um partido da trapaça, um partido da traição, ainda encontra imbecis para votar nele e em seus candidatos.]
Fonte: Yahoo! Notícias

 

“À Nação Brasileira : 31 de março” dos Clubes Militares, em particular ao meu, o Clube Militar, a Casa da República

Nota dos Editores do Blog PRONTIDÃO TOTAL:
POST originalmente publicado no Blog PRONTIDÃO - antecessor deste Blogem março de 2013, homenageando o Glorioso Movimento Contrarrevolucionário de 31 de março de 1964.

Optamos pela republicação levando em conta o excelente artigo e o fato de que apesar dos mais de dois anos transcorridos, quando aborda a situação vigente naquela época o faz com precisão, antecipando o quadro atual.

A diferença entre situação apresentada naquela época e a de agora é apenas UMA, que sintetiza as demais: o BRASIL DE AGORA ESTÁ PIOR DO QUE NAQUELA ÉPOCA.

Ou medidas urgentes são adotadas - qualquer escolha tem que estabelecer como PRIMEIRA a REMOÇÃO da atual presidente - ou a coisa via piorar.

Até a SOBERANIA NACIONAL se encontra em risco. 

Vamos ao POST:

31 de março: Palavras de um Pica-Fumo 
Era o ano de 1964. Em Juiz de Fora havia uma Unidade de Material Bélico, a 4ª Companhia  Leve de Manutenção, que se destacava entre as demais da guarnição. 

Pequena,  mas ativa na prestação dos serviços de apoio a todas as guarnições da 4ª Região, perfeitamente integrada no espírito de servir, e com  equipes  esportivas poderosas, tanto de Oficiais como de Sargentos, frequentemente Campeã em basquete, vôlei ou FutSal nas competições da guarnição. Eu servia  orgulhosamente  nessa Unidade, onde havia chegado  Aspirante  no início do ano anterior, feliz como só um Aspirante pode se  sentir. Um dia, meu Comandante me chamou para uma conversa em seu gabinete. Ela versou sobre a situação política, minhas convicções, o que achava do que estava acontecendo etc. Não  seria honesto lhes narrar minhas respostas, pois não me lembro mais  delas. Sei que, no dia seguinte, o  Capitão  me ordenou que me apresentasse ao Gen.  Mourão, nosso Comandante de Região, no QG.
 
Lá chegando, tive mais ou menos a mesma conversa com o General, acompanhado de um índio velho paisano envolto em um poncho, do Cel. Batista, Chefe do Estado Maior, e do TC Heitor de Caracas Linhares, o E3 da Região.  Imaginem o humilde pica-fumo, 2ºTenente MB, nessa companhia... Lá chegando confabularam entre si e, ao final, me chamaram de volta. Aí descobri que o índio velho era o Gen. Muricy. Sob condição de sigilo total me ordenaram que me preparasse para cumprir uma missão de risco.

 
No dia 28  de março fui chamado  pelo Cel.  Batista. Ele me deu uma leve noção do que estava para acontecer e me ordenou que  organizasse uma equipe de suprimento Classe III (Combustíveis, lubrificantes,    etc) e, na madrugada de 30 me deslocasse  pela velha União e Indústria  até Areal  -  RJ  e estabelecesse um posto de reabastecimento e apoio a um grande efetivo de tropa que deveria se deslocar rumo ao Rio de Janeiro passando por ali.  Em  seguida,  devia retrair  para a margem esquerda do Paraíba e aguardar novas ordens.


O Coronel me deu uma carta pessoal para um sobrinho seu que  devia colocar o posto de gasolina de Areal à minha disposição e me desejou boa sorte. No dia 30 lá fui eu, com meu jipe, três  ou quatro  caminhões militares e  um caminhão pipa  civil com gasolina, requisitado por nós. Cumpri a missão. Só que, quando  voltei à  noite para a  margem esquerda do Paraíba, de manhã  completamente deserta, encontrei uma aglomeração de tropas, tendo à frente o 10º RI de Juiz de Fora, a comando do  Cel.  Everaldo.  Era o glorioso destacamento Tiradentes,  em sua marcha rumo ao Rio de Janeiro.  Acomodei meus homens,  fui dormir exausto e  acordei com  um alvoroço, alta madrugada. Era o  Ten. Monteiro de Barros (o mais novo), vadeando o rio para se juntar aos nossos. Pouco depois recebi ordem do TC Linhares para que partisse rumo ao posto em Areal, à frente do Destacamento e com alguma antecipação, para estar perfeitamente pronto e operacional quando a coluna passasse por lá.


Areal era um pequeno vilarejo, quase  que só uma rua, em um vale.    Elementos de vanguarda da infantaria do Rio  já haviam ocupado as elevações  ladeando a  estrada.

 
Passávamos, completamente desabrigados, com o “inimigo”  a cavaleiro de nós.  No ar frio da manhã, podíamos ouvir os golpes de manejo da velha Madsen  nos recepcionando.  O coração veio à boca.  O medo se apresentou para o serviço.  Mas conseguimos o objetivo maior do guerreiro, que é vencê-lo. Prosseguimos, passamos por entre eles e nos instalamos. O esquema que organizamos funcionou  bem.  Trabalhamos dois dias e  a noite  que os separou  sem parar  e quase sem comer.  Enquanto isso os chefes se acertaram,  e o interessante da missão é que, ao fim de um certo tempo, recebi ordem de abastecer também as viaturas do  “inimigo”, que voltavam para o Rio praticamente  juntas com as nossas.  Prevaleceu o bom senso. Prevaleceu o espírito de conciliação que o brasileiro tinha naqueles tempos. 


Hoje...
Já no Rio,  recebi o  eficiente  grupamento de manutenção, a comando do  Ten.  Adilson Bertolino, meu querido irmão, e como, embora sem merecê-lo, eu fosse o mais antigo,assumi o comando de toda a tropa da  4ª Leve em operação  na Guanabara.  O  restanteda missão foi trivial e bem conhecido. Recebi elogios de todos os chefes do Destacamento, mas o de meu Comandante, Capitão Amaury Friese Cardoso, está gravado até hoje: [...] por ter voluntariamente  atendido à conclamação feita por este Comando, incorporando-se ainda em  hora incerta à Revolução Democrática de 31 de março, ajudando a restaurar no Brasil o domínio da Constituição, a ordem jurídica e suas tradições cristãs. [...]. No momento em que a vitória vai pouco a pouco se consolidando  apresento  sinceros agradecimentos e  francos louvores por toda sua atuação no Movimento Revolucionário Democrático e concito  a que continue trilhando os mesmos caminhos de amor à Pátria e lealdade  aos princípios sagrados de nosso juramento à Bandeira do Brasil, como tão bem o fez até hoje (Individual).Meu Capitão: pode contar com isso!

 
É com esse  background  e esses parcos serviços prestados  ao primeiro passo da Contrarrevolução  que ouso  alinhavar  estas  palavras,  hoje,  como  uma homenagem ao manifesto    “À Nação Brasileira : 31 de março”  dos Clubes Militares, em particular  ao meu, o Clube Militar, a Casa da República.

 
República é um termo  que traz  embutido o conceito de liberdade! Liberdade de pensar, de falar, de agir, dentro dos limites da lei.  De ousar apontar os erros e os errados e de buscar solução para ambos. Mas estamos atravessando tempos  pouco republicanos. O triste espetáculo de março do ano passado nas portas do Clube Militar se repetiu  há  pouco,  recorrentemente,  com  nossa hóspede,  a  blogueira cubana  Yaoni Sánchez. As tropas SA  do nazi-petismo,  dessa vez  a serviço de Cuba,  encurralaram a moça onde quer que ela pretendesse  exercer seu direito de se expressar livremente em um país que ela imaginava fosse democrático. Essa é uma amostra clara do que nos espera se não reagirmos a tempo.


A incompetência, a demagogia  e a falta de  respeito do grupelho no poder brada aos céus por punição. A  economia  recua;  o aumento do PIB é desprezível,  abaixo da inflação e do crescimento  populacional;  a Petrobrás, antigo gigante econômico da Nação, se estiola;  a inflação ergue a cabeça maldita  e a inadimplência aumenta. [já começa a ser viável, pelo andar da carruagem, necessária,  a volta do recurso das aplicações quase que obrigatórias no 'open market' e no 'over night'.] A insensibilidade do governo é revoltante: enquanto patrícios sofrem a desonestidade e a irresponsabilidade dos políticos, sendo desalojados e morrendo como moscas nas intempéries previsíveis,  madame presidente,  ateia  e comunista,  vai  farisaicamente beijar  a mão do Papa,  torrando milhões de reais  com sua comitiva turística em Roma: O povo perdeu seus barracos? Que more em palácios...

 
A delinquência atormenta a sociedade em suas duas vertentes: a corrupção,
dentro do governo, rapinando nossos recursos com incrível  naturalidade patrimonialista, e a violência, aqui fora, exercendo o terrorismo  rural e urbano  que, aliás, atacou o próprio Clube em março passado.  A pressão do vapor nessa caldeira  que se tornou nosso país está subindo perigosamente. Fatos portadores de futuro apontam para a possibilidade real de uma explosão sangrenta, cuja probabilidade aumenta a cada dia.


Enquanto não tomamos posição, a Nação Brasileira está sendo esquartejada. O inimigo divide para vencer.  Não somos mais a tão decantada  fusão  das  raças branca, negra e indígena como me ensinaram em meus  tempos de primário e ginasial. Hoje temos toda uma  quinta-coluna  promovendo  nossa divisão em grupos: índios e quilombolas com direito a extensos territórios próprios, à custa da expulsão dos proprietários legais e produtivos;  negros com direito a cotas especiais,  esbulhando o justo direito dos  mais qualificados;  ong´s  estrangeiras  atuando descaradamente para impedir nosso desenvolvimento, sob a capa da proteção ambiental  e aos indígenas;  uma  imensidade de cidadãos, refratários ao trabalho, com direito a bolsas a fundo perdido  das mais diversas  denominações, em troca de votos de cabresto. 


E, pagando  e sofrendo por tudo isso,  a  classe média, à qual, por especial  deferência  do governo, são  conferidos também  dois  direitos: o  de trabalhar  e o de pagar impostos  escorchantes  e sem retorno.  Repito mais uma vez que nós militares temos a  obrigação  moral e constitucional de defender  as instituições tradicionais e a  integridade  da Pátria. Nós  juramos  que o faríamos. Não há Ativa  ou Reserva. Não há Exército de ontem , de hoje ou de amanhã.  Há um e um só: o Exército de Caxias,  que tantas vezes impediu a secessão no Brasil.
 
Pois bem, parece que terá que fazê-lo de novo Que cada um esteja aprestado, dentro de suas possibilidades.

 
Precisamos de  um núcleo que congregue  todos aqueles dispostos a  afrontar o  avanço das trevas. E o Clube Militar  é o  espaço  nato  para esse núcleo.    A nota de hoje é um passo importante  para arrancá-lo  da acomodação em que se encontra e conduzi-lo de novo à condição de  guardião  e  Casa da República. E depressaenquanto ainda temos uma República  democrática, de princípios  cristãos,  pois ela  está sendo pouco a pouco corroída  pelas ameaças acima e pela  ação açambarcadora do executivo  lulopetista,corrompendo o Legislativo, ameaçando o Judiciário  e aparelhando o Estado. Dentro em breve  República, tal como a conhecemos  hoje,  será apenas uma lembrança dos tempos em que éramos felizes e bem sabíamos  e, no entanto  deixamos, por covardia, que aquela felicidade escorresse por entre nossos dedos...


 Por: Cel José Gobbo Ferreira

Salve o 31 de março! 

Cristianismo, Patriotismo e Nacionalismo - Homenagem à Revolução de 31 de março de 1964

Neste dia 31 de Março, celebramos mais um aniversário do Movimento Redentor, do Levante Libertador, do Alçamento Nacional, enfim, da augusta Revolução – e Revolução tanto no sentido de resistência a um governo ilegítimo, contrário ao Bem Comum, quanto nos sentidos de Renovação e de Restauração da Ordem, ou, como diria Plínio Salgado, de retorno ao “equilíbrio perdido” , e, claro, jamais no sentido moderno de antiTradição – que, por Deus, pela Pátria e pela Família, unindo o Povo Brasileiro e as Forças Armadas num só ideal e como um só homem, salvou a Terra de Santa Cruz e, com ela, todas as Américas, e, por conseguinte, todo o Mundo, da praga comunista, do câncer vermelho que tantos males espalhou pelo Orbe Terrestre. Isto porque o triunfo daquela Revolução – comparável, em relevância, às vitórias da Polônia sobre o Exército Vermelho da Rússia Soviética, em 1920, na Batalha de Varsóvia, e da Espanha tradicional e autêntica contra as hordas da antiEspanha, ao final da Cruzada, ou segunda Reconquista, de 1936-39, iniciada pelo Alzamiento de 18 de Julho de 1936 – impediu que os sicários de Moscou, Pequim e Havana controlassem o nosso Brasil, País que, por sua importância e posição geopolítica, era, assim com ainda é, a chave para o controle das Américas, cujo domínio faria dos comunistas os vencedores da denominada “Guerra Fria”.
 

Estão livres para discordar de nós aqueles que afirmam que em 31 de Março de 1964 não tivemos uma Revolução, mas sim uma Contrarrevolução, mas tais indivíduos não podem nos acusar de revolucionários no sentido moderno e antitradicional do termo e devem ter em conta que a absoluta maioria daqueles que fizeram o Movimento de 64 o consideraram uma Revolução e que este termo não significa apenas o processo de desconstrução da Ordem Tradicional ou um movimento no sentido de substituir tal ordem por outra fundada em quimeras, em mitos de natureza ideológica, podendo significar também um movimento de resistência a um governo injusto, isto é, contrário ao Bem Comum, e podendo, ainda, ser compreendido nos sentidos de Renovação e de Restauração, de retorno à Tradição, à Ordem Tradicional, donde observar José Pedro Galvão de Sousa que “o revolucionário nem sempre se opõe ao tradicional”.

É este último sentido, aliás, o mais rigoroso do termo, pois, como ressalta Plínio Salgado, a palavra Revolução, como sua etimologia indica, tem o significado de retorno, querendo o prefixo “re” dizer voltar, volver a algo. Daí observar João Ameal que, ao sair da conferência A aliança do sim e do não, de Plínio Salgado, se respirava “uma atmosfera que se poderia chamar, de fato, revolucionária, no sentido mais exato do termo revolução, que significava volta ao ponto de partida”, posto que nela o autor da Vida de Jesus exortara todos “a voltar ao ponto de partida, ao Senhor e Criador que está na origem de tudo e a quem devemos regressar com humilde e incondicional adesão se queremos merecer que nos ensine o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Quanto à data da Revolução é ela mesmo o 31 de Março de 1964, quando partiu de Minas Gerais, com suas tropas, em direção ao Rio de Janeiro, o General Olímpio Mourão Filho, patriota e nacionalista exemplar, Herói Nacional na plena acepção do termo, que, na década de 1930, fora Chefe do Estado-Maior da Milícia Integralista e escrevera o livro Do liberalismo ao Integralismo. Com efeito, aqueles que alegam que a Revolução deveria ser chamada de Revolução de 1º de Abril por haver triunfado em tal dia deveriam se dedicar mais ao estudo da História, uma vez que todos os movimentos revolucionários são conhecidos pela data de seu início e não por aquela de seu término ou vitória.
No dia 19 de Março de 1964, foi realizada, nas ruas de São Paulo, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, que reuniu meio milhão de pessoas de todas as categorias sociais, unidas contra um desgoverno demagógico, corrupto e irresponsável que arrastava o nosso Brasil para rumos contrários à sua Tradição e à sua Vocação e que estava plenamente comprometido com os elementos que desejavam, na expressão de Plínio Salgado, “extinguir em nossa Nação as liberdades públicas e privadas, abalar as instituições democráticas e nossas tradições cristãs” . Tal manifestação, a maior até então realizada na Capital Bandeirante, expressou, conforme sublinha a Revista Hora Presente, o clamor popular contra o desgoverno que infelicitava a Nação, enquanto a arrancada das tropas do General Mourão Filho, aos trinta e um dias daquele mês, não foi senão “o despertar das Forças Armadas, vindicando o seu pundonor, atendendo ao apelo da vox populi e desembainhando a espada” no intuito de dar um definitivo “basta” às tropelias que vinham sendo praticadas por aqueles que detinham o poder civil e iam conduzindo o País rumo ao caos.
Assim, como salienta o Professor Alfredo Buzaid, Ministro da Justiça no Governo do General Emílio Garrastazu Médici, em alocução proferida no dia 1º de abril de 1970, na Semana Comemorativa do Sexto Aniversário da Revolução de 31 de Março de 1964, intitulada Rumos políticos da Revolução Brasileira e transmitida por toda a rede de televisão e rádio, “a Revolução não nasceu de uma quartelada”, havendo sido “um brado de independência do povo e das Forças Armadas, que se identificaram num ideal comum”. “O povo”, prossegue o ilustre jurista e pensador patrício, “saiu à rua em marchas eloquentes por Deus, pela Pátria e pela Família”, e “as Forças Armadas, cuja política de segurança fora preparada pela Escola Superior de Guerra, puseram abaixo um Governo sem moral, sem dignidade e sem decoro”, anunciando “a vitória da Revolução” uma autêntica “aurora de paz e de confiança” .
Concordamos plenamente com o Professor Alfredo Buzaid, quando este observa que “a Revolução de 31 de Março é uma revolução no sentido verdadeiro da palavra, porque traz uma mensagem de renovação” , e salientamos que, no sentir do Povo e de muitos dos militares que a fizeram, cansados da farsa liberal-democrática que, aliás, a tornara necessária para sanear a vida política nacional, a Revolução Redentora de 31 de Março de 1964 foi uma Revolução Democrática no sentido Integral e Orgânico do termo, constituindo, no dizer do Professor Buzaid, “uma nova atitude do homem em face dos problemas fundamentais da Pátria” e preconizando uma “Democracia Real” que contivesse o “Estado de Direito” mas o superasse por tender a se constituir em “Estado de Justiça, que organizará a produção, manterá a ordem, realizará o equilíbrio dos interesses e assegurará a liberdade” . Infelizmente, porém, sobretudo depois do final do Governo Médici, maior estadista do Brasil republicano, a Revolução foi desviada deste sentido em direção ao sentido da velha e mofada liberal-democracia, inautêntica e inorgânica, alicerçada, conforme demonstra Goffredo Telles Junior, em “frases feitas”, “‘chavões’”, “slogans”, “ficções” constituídas em “tabus”, não sendo nada além de um conjunto de “mitos”, “quimeras” [9], que, como faz ver Gerardo Dantas Barreto, mata a Democracia Autêntica [10].
Neste sentido, podemos fazer nossas as palavras do Manifesto à Nação, lançado a 25 de agosto de 1968, na tradicional cidade paulista de Jaú, pela Confederação de Centros Culturais da Juventude, quando este, havendo salientado a importância da Revolução de 1964, a que denomina “revolução da família brasileira”, pondera que esta trazia “um desejo de renovação, para que não se repetisse uma situação idêntica àquela propiciada pela insuficiência do próprio regime”, lamentando o fato de esta renovação não ter sido operada senão superficialmente pelos governos revolucionários, havendo, assim, se autolimitado a Revolução. Os governos revolucionários, até aquele momento, assim como nos anos posteriores, salvo, parcialmente, no Governo Médici, não realizaram uma transformação do Estado Nacional Brasileiro capaz de consolidar plenamente a segurança do País e de conformar os textos constitucionais às novas exigências impostas pela realidade nacional e internacional, bem como às tradições nacionais, de que nos afastamos a partir da Constituição de 1824, profundamente liberal e apriorística, e, sobretudo, da Constituição de 1891, ainda mais liberal e apriorística, se constituindo, em nosso sentir, em uma verdadeira cartilha ideológica.
Assim, a Revolução de 1964, a “Revolução Vitoriosa” saudada por Goffredo Telles Junior, na Nota preliminar de sua obra A Democracia e o Brasil, cujo subtítulo é Uma doutrina para a Revolução de Março, como “a sublevação do Brasil autêntico, em consonância com os mais profundos anseios da Nação”, lamentavelmente, não deu ouvidos à advertência do jurista e pensador patrício, quando este afirma que, “no Brasil Novo, o que cumpre é não retornar às obsoletas, enganosas e nefastas fórmulas constitucionais, que iam levando o nosso País à desgraça” e que “se tais fórmulas forem mantidas, voltaremos, inevitavelmente, à sinistra situação em que nos achávamos, antes da Revolução” [12].
Isto, porém, não nos impede de reconhecer os méritos dos governos revolucionários, os quais, por exemplo, deram ao Brasil uma Constituição jurídico-política que se, por um lado, estava longe de ser a Constituição realista e plenamente de acordo com a Tradição Histórica Brasileira de que necessitamos, foi, por outro, bem menos utópica e contrária a esta Tradição do que a Constituição que a precedeu e do que aquela que a ela se seguiu. Isto para não mencionar diplomas legais da importância do Estatuto da Terra, de 1964, do Código Tributário Nacional, de 1966, e do Código de Processo Civil, de 1973, também denominado Código Buzaid, e que, já bastante mutilado pelos “nossos” congressistas, deve ser em breve substituído por um Código muitíssimo inferior em todos os sentidos. Já no campo econômico, os governos revolucionários, de acordo com o artigo 160 da Constituição de 1967, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 1, de 1969, segundo o qual a ordem sócio-econômica tem por fim realizar o Desenvolvimento Nacional e a Justiça Social, tendo como base os princípios da Liberdade de Iniciativa, da valorização do Trabalho como condição da Dignidade da Pessoa Humana, da Função Social da Propriedade, da Harmonia e Solidariedade entre as categorias sociais de produção, da repressão aos abusos do poder econômico e da expansão das oportunidades de emprego produtivo, em nítida contraposição ao liberalismo econômico e graças à colaboração entre o Estado e a iniciativa privada, transformaram o Brasil, em pouco tempo, na oitava economia do Mundo, e criaram praticamente toda a infraestrutura de que o País dispõe hoje.
Poderíamos fazer referência a muitas outras realizações dos governos revolucionários, mas, como o tempo e o espaço nos são escassos, apenas lembraremos a grande derrota por eles infligida ao terrorismo e a guerrilha, cujo objetivo era transformar o Brasil numa ditadura comunista, embora lamentemos o fato de terem eles deixado os marxistas e os inocentes úteis a serviço destes dominarem a imprensa, as escolas e as universidades do País, realizando a nefasta “revolução cultural”, de inspiração gramsciana, cujos nefastos frutos colhemos hoje.
Fechemos este artigo. Louvemos a Revolução de 31 de Março de 1964, merecedora de nosso incondicional apoio, e reconheçamos os méritos dos governos que se proclamaram seus continuadores, embora reconhecendo igualmente os não poucos erros destes. E lutemos por uma Revolução muito maior, que efetivamente transforme o Estado Nacional Brasileiro, consolide a segurança do País, conforme toda a Ordem Jurídica Positiva às novas exigências impostas pela realidade nacional e internacional, bem como, é claro, às tradições nacionais e aos princípios do Direito Natural, e que implante, no Brasil, um regime em que o Povo seja efetivamente representado, isto é, uma Democracia Orgânica, ou Democracia Integral, que realize um autêntico Estado Ético de Justiça, ético não por ser a própria encarnação da Ética, mas sim por ser inspirado na Ética, que lhe é anterior e superior, e movido por um ideal ético, e de Justiça não por ser o criador da Justiça, que igualmente lhe é precedente e superior, mas por se pautar nas regras da Justiça e se mover por um ideal de Justiça.
Pelo Bem do Brasil!
            Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.
            São Paulo do Campo de Piratininga - LXXIX.
            Transcrito do Blog Cristianismo, Patriotismo e Nacionalismo
 

31 de março de 1964, a data em que o Brasil começou a se livrar das garras do comunismo

31 de março: Revolução ou Golpe?

Como tudo o que ocorre ultimamente no Brasil, rachado em duas partes graças às diferenças ideológicas dos brasileiros e às patacoadas e divisões sociais que o ex-presidente [ex-presidentO] apedeuta Lula andou apregoando, também a comemoração do dia 31 de março tem duas conotações antagônicas.
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Para as esquerdas, que desde sempre tiveram a intenção de levar este país para o socialismo explícito, seguindo o hoje falido e sepultado modelo da União Soviética e seu filhote Cuba, o dia 31 de março representou um golpe desferido pelos militares, instalando a ditadura em nosso país.

Para os militares, a direita e as pessoas de bem à época em que o fato ocorreu (1964), o dia 31 de março representou a revolução necessária para recolocar o Brasil no caminho da democracia. Meu ponto de vista como observador, que trabalhava à época bem no Centro de São Paulo, assistindo às passeatas, explosões, greves e quebra-quebras, procura analisar os fatos em sequência histórica, que tentarei resumir para não entediar o leitor.

Com a renúncia do ex-presidente Jânio Quadros (ainda não muito bem explicada pela História), que havia irritado a direita brasileira condecorando o ministro cubano e revolucionário esquerdista “Che” Guevara com a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, [registre-se que ‘Che Guevara foi um dos mais cruéis, covarde e sanguinário assassino – matava por divertimento] deveria assumir – contra a vontade da direita – seu vice João Goulart, o Jango, comuna de carteirinha, parente do outro esquerdista Leonel Brizola, (que foi governador do Rio de Janeiro e candidato a presidente).

Brizola havia formado a “Cadeia da Legalidade”, apoiado pelo comandante do III Exército, José Machado Lopes, dispondo-se a lutar pela posse do vice-presidente. Esta posição contou com o apoio de vários oficiais-generais que serviam em outros pontos do país. O impasse foi superado com a adoção provisória do sistema parlamentarista, com o qual João Goulart iniciou seu governo, em 7 de setembro de 1961.

Aqui valho-me de texto de Celso Castro, publicado no site da FGV:
“A cisão militar ocorrida durante esse episódio persistiu durante todo o governo de Jango. Setores nacionalistas das Forças Armadas, articulados ao movimento sindical e a setores da esquerda, apoiaram abertamente importantes iniciativas políticas de Goulart, tais como a defesa das ‘reformas de base’ e a antecipação do plebiscito sobre o sistema de governo, previsto inicialmente para o início de 1965. Realizado em 6 de janeiro de 1963, o plebiscito restaurou o presidencialismo. Os generais mais ligados a Goulart tornaram-se informalmente conhecidos como ‘generais do povo’.

No mesmo período, aumentou a politização de setores da baixa hierarquia das Forças Armadas – os ‘praças’ (sargentos, cabos, soldados e marinheiros). Em 12 de setembro de 1963 estourou em Brasília uma rebelião liderada por sargentos da Aeronáutica e da Marinha, revoltados contra a decisão do STF de não reconhecer a elegibilidade dos sargentos para o Legislativo (princípio vigente na Constituição de 1946). Embora o movimento tenha sido facilmente controlado, a posição de neutralidade adotada por Goulart levantou suspeitas e temores entre setores politicamente conservadores e grande parte da alta e média oficialidade militar. Crescia a preocupação com a possibilidade de um eventual golpe de Estado de orientação esquerdista, baseado nas praças, e com a quebra dos princípios de hierarquia e disciplina vigentes nas Forças Armadas. Esses temores fortaleceram a oposição de setores militares à política adotada por Goulart, principalmente aqueles que se haviam manifestado contra a sua posse. 

Esses eventos precipitaram a deflagração do movimento golpista, iniciado em Minas Gerais na madrugada de 31 de março. Goulart foi sucessivamente instado por seus principais chefes militares, quer a ordenar o ataque aos revoltosos, quer a extinguir o CGT, rompendo com a esquerda. Como Goulart recusou-se a assumir essas duas linhas de ação, em poucas horas viu-se sem alternativa a não ser deixar o governo. A vitória dos militares golpistas levou a um grande expurgo dos oficiais que apoiaram Goulart e das praças que se mobilizaram politicamente durante seu governo.” 

Em outras palavras: a provocação das esquerdas fez nascer uma revolta da sociedade constituída que não queria saber da implantação de comunismo, socialismo ou outros “ismos” no Brasil. As Forças Armadas atenderam ao apelo da população e implantaram a Revolução de 31 de março. 

A Revolução nos seus primeiros anos levou o Brasil ao caminho do progresso, fortalecendo a economia, trazendo desenvolvimento e modernidade. Agora, a visão pelo outro lado: a Revolução durou tempo demais. Após alguns poucos anos, o poder foi se transformando em uma ditadura de direita, somando-se e igualando-se às outras ditaduras sulamericanas. Os militares se apegaram ao poder, não reinstalaram a democracia, não restituíram os direitos políticos, e revidaram com violência a mesma violência empregada pelos esquerdistaschamados de terroristasque agiam clandestinamente, praticando sequestros, explosões, atos de terrorismo, assaltos a bancos e mortes.

Por isso, os esquerdistas chamam a revolução de “Golpe”.
Essa diferença de opiniões suscitou às esquerdas, que agora finalmente detêm o poder no Brasil (temporariamente, como todas as alternâncias de poder), que a presidente proibisse as comemorações da “Revolução” em 31 de março, que foram antecipadas para o dia 29. As comemorações, denominadas de “1964 — A Verdade”, na sede do Clube Militar, em frente à Cinelândia, com cerca de 300 militares da reserva, acabaram em confusão, corre-corre e pancadaria, liderados por representantes de PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e outros movimentos sociais de esquerda.  Revolução ou Golpe? Quem tem discernimento e se interessa pela verdadeira História do Brasil, sabe a resposta.

Fonte: Odiário.com