Porque Dirceu
não está preso? Ele pode receber propina preso e o Corrêa não
Pedro
Corrêa recebeu propina da Petrobras durante julgamento do Mensalão, diz juiz
Ao mandar prender ex-deputado, magistrado assinala que ele "é recorrente em escândalos políticos criminais" e que sua filha, deputada Aline Corrêa, também teria recebido propinas
O ex-deputado
Pedro Corrêa (PP-PE) recebeu propinas
do esquema de corrupção na Petrobrás mesmo quando estava sob julgamento
no Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. A informação consta do decreto de prisão de Corrêa na Operação A Origem,
11.ª etapa da Lava Jato, deflagrada nesta sexta feira, 10, em seis
Estados e no Distrito Federal. “As provas
são no sentido de que (Corrêa) estava envolvido no esquema criminoso que
vitimou a Petrobrás enquanto já respondia, como acusado, a Ação Penal 470,
e que persistiu recebendo vantagem indevida no período mesmo respondendo a
processo perante o Supremo Tribunal Federal, inclusive durante o
julgamento em Plenário, o que caracteriza, em princípio, acentuada conduta de
desprezo não só à lei e à coisa pública, mas igualmente à Justiça criminal
e a nossa Suprema Corte”, assinalou o juiz Sérgio Moro, que mandou
prender Corrêa.
Em sua decisão, datada de 1.º de abril, o juiz Moro assinala que Pedro Corrêa foi deputado federal pelo Partido Progressista (PP), por várias legislaturas. Seu mandato foi cassado pela Câmara dos Deputados em 15 de março de 2006 no âmbito do mensalão. Ele cumpre pena em regime semiaberto. “Ainda assim, não perdeu seu poder político, tendo inclusive logrado eleger sua filha Aline Corrêa para a Câmara dos Deputados”, destaca o juiz.
Ao fundamentar a ordem de prisão do ex-parlamentar, o juiz destaca que ele “usou seu mandato para enriquecer ilicitamente em detrimento dos cofres públicos”. Ainda segundo o juiz, o ex-deputado “utilizou sua posição no Partido Progressista para o mesmo objetivo, logrou eleger sua filha (Aline Corrêa) que também teria recebido propinas no mesmo esquema criminoso”. “É inaceitável qualquer possibilidade de que (Corrêa) volte a exercer qualquer cargo ou poder político, ainda que por intermédio de terceiros, mais ainda se justificando a preventiva para proteger a sociedade brasileira deste risco”, argumenta o juiz. ”A gravidade concreta da conduta de Pedro Corrêa é ainda mais especial, pois as provas apontam que ele traiu seu mandato parlamentar e a confiança que a sociedade brasileira nele depositou, ao concordar em utilizá-lo para enriquecer ilicitamente.” O juiz faz menção aos depoimentos do doleiro Alberto Youssef que, em delação premiada, apontou a filha do ex-parlamentar como beneficiária do esquema de propinas na Petrobrás. “Segundo Alberto Youssef, também Aline Lemos Corrêa passou a receber propinas oriundas do esquema criminoso da Petrobrás, em reprodução do que ocorreu com seu pai.”
Fonte: IstoÉ
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