Nomeação de embaixador gay gera atrito entre França e Vaticano
Indicação
foi feita em janeiro, mas a Santa Sé ainda não aprovou o nome de Laurent
Stefanini para o cargo
O Estado
do Vaticano é soberano e conduz sua política externa da forma que entender
conveniente e respeitando os princípios cristãos. Se o governo francês
pretendia e provocar a Santa Sé, escolheu o alvo errado, o que nos leva a
sugerir que envie o diplomata Laurent Stefanini para algum país do Oriente
Médio, que saberá tratar da provocação.
A
nomeação de um embaixador abertamente
gay para o Vaticano tem gerado atrito entre a França e a Santa Sé desde
janeiro. Normalmente, o Vaticano leva seis semanas para aprovar uma indicação,
mas, até agora, o governo francês não teve resposta da cidade-estado que é a
sede da Igreja Católica. Nesta quarta-feira, a França anunciou que irá manter a
nomeação de Laurent Stefanini. — A França escolheu seu embaixador para o Vaticano.
Esta escolha foi Stefanini e continua sendo a proposta da França. Há
negociações. Cada embaixador deve receber a credencial em todos os lugares que
nomeamos. Esperamos a resposta do Vaticano, mas a posição da França não muda—
afirmou o porta-voz do governo francês, Stephane Le Foll. [a França age de forma soberana ao indicar um diplomata, o que não
impede que o Estado que vai credenciar o indicado exerça o seu direito soberano
de não conceder ‘aceitação’ .]
A aprovação de Stefanini tem sido
vista com um teste ao Papa Francisco, que já demonstrou ter posições mais progressistas
sobre a homossexualidade do que seus antecessores. No entanto, analistas acreditam que o pedido pode ser
negado. Eles dizem que esse longo silêncio pode ser visto como uma recusa,
já que o Vaticano não costuma emitir um comunicado quando decide negar o
embaixador escolhido.
Na semana
passada, questionado pela imprensa, a Santa Sé emitiu uma nota afirmando que “quando o embaixador é indicado, o nome é
publicado no boletim oficial da Santa Sé. Até lá, não há nada a ser dito"
A França,
que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2013, tem negociado
com o Vaticano sobre a nomeação. Laurent Stefanini, 55 anos, ocupou o posto de
vice-embaixador entre 2001 e 2005. Diplomata com ampla experiência, Stefanini
já foi descrito pelo Ministério de Relações Exteriores da França como “um de nossos melhores diplomatas”.
Fonte: O Globo
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