1. Breve Recorrência Histórica
Houve três Conferências relativas ao término da 2ª Guerra Mundial: a de Teerã, em novembro de 1943; a de Yalta ou da Crimeia, em fevereiro de 1945, e a de Potsdam, em agosto de 1945, entre os EEUU, Inglaterra e União Soviética. Às duas primeiras, compareceram Roosevelt, Churchil e Stalin, e à última, Trumann, Clement Attlee e Stalin.
Houve três Conferências relativas ao término da 2ª Guerra Mundial: a de Teerã, em novembro de 1943; a de Yalta ou da Crimeia, em fevereiro de 1945, e a de Potsdam, em agosto de 1945, entre os EEUU, Inglaterra e União Soviética. Às duas primeiras, compareceram Roosevelt, Churchil e Stalin, e à última, Trumann, Clement Attlee e Stalin.
A importantíssima Conferência de Yalta deliberou a respeito da partilha da Alemanha em duas zonas de influência e de Berlim, em quatro: EEUU, França, Inglaterra e União Soviética; e a da Coreia entre os EEUU e a União Soviética. Churchil não concordou com o desmembramento da Alemanha, mas Roosevelt atendeu os apelos de Josef Stalin e determinou que os Exércitos Aliados detivessem sua progressão no interior da Alemanha e esperasse os Exércitos russos chegarem até Berlim.
Assim, o mundo
assistiu a 40 anos de ocupação soviética no Leste europeu, o que só trouxe atraso àquela região, como
constatado após a reunificação alemã, sendo notória a
diferença entre as Alemanhas ocidental e oriental. Diga-se que a União
Soviética recusou, peremptoriamente, o auxílio do “Plano Marshall” norte-americano. É de Churchil a afirmação de que
“uma “Cortina de Ferro” se ergueu na
Europa, em alusão ao isolamento, melhor dizendo, enclausuramento, de várias
nações, atrás da ‘Cortina de Ferro’
soviética...
Havia diferenças acentuadíssimas entre Roosevel e Churchil e o sanguinário ditador russo, Stalin. Os dois primeiros eram líderes de países livres e democráticos e Stalin governava autocrática e cruelmente, um agrupamento artificial de nações que se esboroaram quando da desintegração da totalitária União Soviética e cujas populações eram obrigadas a se converter e apoiar uma ideologia internacionalista, materialista e ateia – o comunismo internacional. Stalin era um farsante, tanto que assinou, com a sua figadal inimiga, a Alemanha, em agosto de 1939, o “Pacto Molotov-Ribbentrop” ou “Pacto Nazi-Soviético” de não-agressão mútua e que avençava a divisão da Polônia, em duas, em benefício dos países signatários. Nikita Kruschev, Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), em 1956, quando do XX Congresso do PCUS, acusou Stalin de “genocida”, em face dos inúmeros “expurgos” por ele perpetrados, na década de 1930.
O perverso ditador também promovia penosos e longos
deslocamentos de populações inteiras de uma região para outra, a fim de povoar
áreas anecumênicas e de fomentar os seus programas agrícolas, independentemente da fome e doenças que grassavam nessas
migrações forçadas. Outrossim, ele determinava o envio, para o Exército,
de numerosos contingentes de jovens, sem o devido preparo militar (evidenciando total desprezo pelas vidas dos
próprios soldados), a fim de chegarem primeiro que
os Aliados ao coração da Alemanha (diga-se
que o marechal Zukov logrou êxito na missão que lhe foi confiada,
principalmente porque recebeu incomensurável gama de armamentos e suprimentos
dos EEUU, esta é que é a verdade).
O inaudito
sofrimento causado aos prisioneiros foi muito bem descrito no livro “Arquipélago Gulag”, do dissidente Alexander Soljenitsin, que ficou preso
por 11 anos, com trabalhos forçados, num campo de prisioneiros (“gulag”) russo. E mais: no Congresso
antes mencionado, Kruschev, no que foi
denominado de “processo de
desestalinização”, tachou Stalin
de “cultor inveterado da própria
personalidade”. Não é à toa que em inúmeras cidades russas foram erguidas
monumentais estátuas do tirano. Até uma histórica e
vetusta cidade, Volgogrado, trocou de nome para Stalingrado (retornou ao antigo nome, depois da
dissolução da União Soviética). Infelizmente, Kruschev (que também implementou a política de
“coexistência pacífica” com os países do Ocidente), foi sucedido na
Secretaria-Geral do PCUS, por Leonid
Breznev, que procurou reabilitar a imagem de Stalin e “exportou a revolução russa” para várias regiões do mundo.
Assim, afigura-se como um inconcebível e inominável erro, a comparação canhestra que os baderneiros do Rio de Janeiro pretenderam estabelecer entre Roosevelt e Churchil e o bárbaro Stalin, que assassinou milhões de seus compatriotas, afirmando que se existem ruas na cidade, com o nome dos dois primeiros, nada mais justo de que a fera humana soviética, igualmente um dos vencedores da II GM, fosse lembrada; ou, como sucedâneo, o nome do marechal Zukov, que cumpriu as absurdas ordens estalinistas, levando a grande morticínio, os soldados de seu Exército.
2. A Deturpação da História
A História deve ser revisada, sim. Mas tal revisionismo precisa ser isento, criterioso. Desafortunadamente, alguns cientistas sociais, em especial sociólogos e historiadores, atrelados ideologicamente, vêm interpretando a História de forma reducionista, por apenas marxista. Ora, “História é Verdade e Justiça” e deve ser analisada por profissionais sérios, imparciais, olímpicos, isentos, amorais (no sentido sociológico) e apolíticos, sem preferências pessoais, vieses ideológicos ou caprichos ao sabor dos tempos.
E a devida contextualização é imprescindível! Adeptos da dita “História Combativa” não pensam dessa forma e julgam que ela deve, sim, ser distorcida para fins ideológicos,
pois “a História é a parteira da
Revolução”, constantemente em prol da luta de classes e da vitória dos
ideais marxistas-leninistas. A História não se repete (em que pese a simples blague de Karl Marx, para ridicularizar os seus
adversários, de que “ela se repete primeiro como tragédia e, depois, como
farsa”) nem avança em zigue-zagues
como desejava o filósofo alemão Hegel, tão seguido por profitentes do comunismo, com o processo interminável de “teses, antíteses e sínteses”. Hoje é costumeira a prática, da parte de revisionistas
irresponsáveis e inconsequentes, de desconstrução das personalidades (imagens) de grandes homens e o
enaltecimento de vilões. O Duque de
Caxias, por exemplo, foi acerbamente denegrido pelo
“general” Stédile, comandante do “exército
de Brancaleone” de Lula e integrado por gente do MST.
Enquanto isso, figuras insignificantes e infinitamente menores são
tidas como heróis.
A propósito, recentemente, o ex-governador da Bahia, que está ministro da Defesa, trocou o nome
de uma Escola naquele estado, de “Presidente Médici” para “Carlos Marighela”, um facínora terrorista, de triste memória.
É exatamente isso – a DETURPAÇÃO DA HISTÓRIA – o que almejam os arruaceiros que querem mudar o nome da tradicional Rua Santa Luzia, no Rio de Janeiro, para Marechal Josef Stalin.
Por: Cel Manoel Soriano Neto - Historiador Militar - Site TERNUMA
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