Sobre estes quatro pilares se
assentam as metas de uma administração que busque uma sociedade segura,
produtiva, saudável e feliz
Só após atender estes quatro requisitos
essenciais, primordiais, inalienáveis é que o
administrador público deve voltar seus esforços para cuidar de bandidos.
Não podemos
olvidar que os bandidos estão presos por opção
Superlotação é grave no sistema prisional do Distrito Federal
Com
14.291 presos para 7.383 vagas, o DF tem situação pior do que o panorama
nacional. Para especialistas, o excesso de detentos e o deficit de servidores
impedem a reabilitação. Ministério da Justiça diz ter investido em melhorias.
Por
uma questão de JUSTIÇA a matéria deveria apresentar o deficit de vagas no
sistema hospitalar
Detalhe: qualquer presidiário quando necessita de cuidados com a
saúde é conduzido em viatura policial para o hospital mais próximo e tem
prioridade sobre os demais pacientes.
Já
o trabalhador morre à mingua na porta dos hospitais
[detalhe: investimentos em Segurança Pública não devem ser dirigidos para construção/manutenção de presídios e sim para aumento dos efetivos policiais e equipamentos para combate ao crime.]
Com
seis unidades prisionais, o Distrito Federal tem hoje uma população carcerária
de 14.291 presos. Quase o dobro da
capacidade do sistema, que é de 7.383. São oito detentos
para cada agente penitenciário. Isso sem levar em consideração que os 1.691
servidores trabalham em escala de plantão. A situação é pior do que o
panorama nacional. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Justiça, em
junho de 2013, havia 556.835 encarcerados em presídios no Brasil, sendo que a
lotação era de 340.421. A fragilidade e o descaso dentro das cadeias brasilienses
estão entre as preocupações de promotores, representantes de direitos humanos e
especialistas. Este mês, uma detenta do presídio feminino deu à luz o filho no
chão da unidade, com auxílio dos plantonistas. Os dois não tiveram problemas,
mas a situação chamou a atenção para a falta de preparo e de equipe médica
dentro da unidade no momento do parto.
[as trabalhadoras também penam para ter um atendimento digno quando procuram as
unidades de saúde para dar a luz.
Ou será que a turma dos ‘direitos dos manos’ quer que
retire médicos dos hospitais públicos para ficar em presídios à disposição de
bandidos?]
Promotor do
Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional, Marcelo Teixeira
critica a conservação dos presídios do DF. Para ele, o sistema está “à beira da falência”. Entre os
principais problemas listados por ele, estão o deficit de servidores e a
superlotação de detentos. “Isso resulta
em fiscalização menor, ausência de banhos de sol em alguns períodos, falta de
escolta para hospital, para consultas. Todo o atendimento ao preso fica
prejudicado”, afirma. Teixeira faz visitas constantes aos presídios. No
início de maio, esteve no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), localizado
no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A unidade abriga detentos no
regime semiaberto. “Pela lei, os presos
deveriam trabalhar fora e pernoitar ali. Mas isso acaba não sendo cumprido.
Hoje, há uma flexibilização enorme, o que é errado”, critica.
Teixeira alerta para os cuidados com a superlotação das unidades, mas acredita que a solução não é amenizar ou relaxar o cumprimento das penas. “A pena não é só para ressocializar, mas para que a pessoa pague pelo que fez e tenha o sentimento do erro que cometeu, e a vítima ou a família dela tenha certeza da Justiça”, ressalta Marcelo Teixeira. “O Brasil nunca teve uma política prisional adequada. Não quero ter a pretensão de ter a solução do sistema prisional brasileiro. Temos muitos presos porque a quantidade de crimes é enorme. Então, temos que construir mais unidades prisionais. E estamos em constante interlocução com o governo para melhorarmos essa situação”, afirma Marcelo Teixeira. [a TV Globo, Fantástico, mostrou neste final de semana bandidos perigosos se drogando – com o apoio, auxílio e concordância do Estado – em verdadeira afronta aos familiares das suas vítimas.
Teixeira alerta para os cuidados com a superlotação das unidades, mas acredita que a solução não é amenizar ou relaxar o cumprimento das penas. “A pena não é só para ressocializar, mas para que a pessoa pague pelo que fez e tenha o sentimento do erro que cometeu, e a vítima ou a família dela tenha certeza da Justiça”, ressalta Marcelo Teixeira. “O Brasil nunca teve uma política prisional adequada. Não quero ter a pretensão de ter a solução do sistema prisional brasileiro. Temos muitos presos porque a quantidade de crimes é enorme. Então, temos que construir mais unidades prisionais. E estamos em constante interlocução com o governo para melhorarmos essa situação”, afirma Marcelo Teixeira. [a TV Globo, Fantástico, mostrou neste final de semana bandidos perigosos se drogando – com o apoio, auxílio e concordância do Estado – em verdadeira afronta aos familiares das suas vítimas.
Um dos apresentados simplesmente estuprou e matou uma moça
e ainda teve a ousadia de dizer para o repórter que achava normal lhe ser dada
uma segunda chance.
Pergunta-se: ele deu chance a sua vítima?]
Michel Platini, ex-presidente do Conselho de Direitos Humanos, fez dezenas de visitas aos presídios do DF nos últimos anos. A realidade do sistema, segundo ele, é crítica e se agrava a cada dia. “O maior problema tem relação com a superlotação. Brasília está fora dos padrões. São poucos agentes para todos os presos. Eles (detentos) dizem que querem trabalhar, estudar, mas a oferta é pouca. Fazem motim, greve de fome. Isso tudo pode gerar uma rebelião. O Estado tem o controle, mas é fragilizado porque a quantidade de agentes não é suficiente para cuidar de todos os presos”, critica Platini.
Hoje integrante do Centro de Empoderamento de Defesa dos Direitos Humanos, Platini garante que a situação dentro das unidades penitenciárias do DF é de insalubridade. “É chocante entrar num espaço cheio de mofo, com doenças que aqui fora têm dificuldade de se espalhar e sambam lá dentro, como a tuberculose. Esse sistema desumaniza as pessoas. Parece que foi feito para não dar certo, porque não tem conteúdo para melhorar.” A soltura dos presos também é criticada por ele. “O presídio só libera o preso à meia-noite. Quem tem advogado é recebido por ele, pela família. Quem não tem vai sair andando até a rodoviária ou para qualquer outro lugar. Quem sabe, até volte a praticar crimes, pois o Estado abre as portas sem ter ressocializado”, complementa Platini.
Investimentos
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Justiça do DF, é quem gerencia as unidades. Segundo a pasta, a ressocialização dos detentos é feita por meio de oficinas de trabalho. O Correio tentou falar com o subsecretário, João Carlos Lóssio, mas, apesar de ter recebido a demanda na última segunda-feira, até o fechamento desta edição, a Assessoria de Comunicação da Sesipe não havia respondido sobre a entrevista.
O Ministério da Justiça (MJ) é a unidade federal responsável por auxiliar o sistema penitenciário do DF. O órgão afirma que tem feito investimentos no setor. Entre os apoios, estão financiamentos para construções de novas unidades, aquisição de aparelhos e organização de políticas dentro dos presídios. Não há um valor fixo de repasse, mas, segundo o MJ, nos últimos anos, foram disponibilizados R$ 89 milhões para a contratação de três obras.
Michel Platini, ex-presidente do Conselho de Direitos Humanos, fez dezenas de visitas aos presídios do DF nos últimos anos. A realidade do sistema, segundo ele, é crítica e se agrava a cada dia. “O maior problema tem relação com a superlotação. Brasília está fora dos padrões. São poucos agentes para todos os presos. Eles (detentos) dizem que querem trabalhar, estudar, mas a oferta é pouca. Fazem motim, greve de fome. Isso tudo pode gerar uma rebelião. O Estado tem o controle, mas é fragilizado porque a quantidade de agentes não é suficiente para cuidar de todos os presos”, critica Platini.
Hoje integrante do Centro de Empoderamento de Defesa dos Direitos Humanos, Platini garante que a situação dentro das unidades penitenciárias do DF é de insalubridade. “É chocante entrar num espaço cheio de mofo, com doenças que aqui fora têm dificuldade de se espalhar e sambam lá dentro, como a tuberculose. Esse sistema desumaniza as pessoas. Parece que foi feito para não dar certo, porque não tem conteúdo para melhorar.” A soltura dos presos também é criticada por ele. “O presídio só libera o preso à meia-noite. Quem tem advogado é recebido por ele, pela família. Quem não tem vai sair andando até a rodoviária ou para qualquer outro lugar. Quem sabe, até volte a praticar crimes, pois o Estado abre as portas sem ter ressocializado”, complementa Platini.
Investimentos
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Justiça do DF, é quem gerencia as unidades. Segundo a pasta, a ressocialização dos detentos é feita por meio de oficinas de trabalho. O Correio tentou falar com o subsecretário, João Carlos Lóssio, mas, apesar de ter recebido a demanda na última segunda-feira, até o fechamento desta edição, a Assessoria de Comunicação da Sesipe não havia respondido sobre a entrevista.
O Ministério da Justiça (MJ) é a unidade federal responsável por auxiliar o sistema penitenciário do DF. O órgão afirma que tem feito investimentos no setor. Entre os apoios, estão financiamentos para construções de novas unidades, aquisição de aparelhos e organização de políticas dentro dos presídios. Não há um valor fixo de repasse, mas, segundo o MJ, nos últimos anos, foram disponibilizados R$ 89 milhões para a contratação de três obras.
A previsão é
que duas delas sejam entregues este ano — um
aumento de 400 vagas na penitenciária feminina, e a ampliação do Centro de
Detenção Provisória, com mais 400 vagas. Há a previsão da construção de uma
Cadeia Pública Masculina, com 3,2 mil
vagas no Complexo Penitenciário da Papuda, mas sem data para entrega. Além
disso, a promessa é de investimento de mais R$ 452 mil
para a compra de materiais para a revista nas unidades.
Com relação às críticas do representante do grupo de direitos humanos de que faltam investimentos para educação, profissionalização e saúde dos detentos, além de capacitação dos servidores, a Assessoria de Imprensa do MJ diz que, entre 2012 e o ano passado, foram repassados ao DF, aproximadamente, R$ 692 mil para essas áreas. O governo federal afirma ainda ter feito o investimento de R$ 892 mil com monitoramento eletrônico.
As unidades do DF
Centro de Detenção Provisória (CDP), inaugurado em 1973
Capacidade 1.212
Lotação 3.478
Centro de Internamento e Ressocialização (CIR), inaugurado em 1979
Capacidade 793
Lotação 1.864
Centro de Progressão Penitenciária (CPP), em reforma
Capacidade 1.816 (491 em reforma)
Lotação 1.536
Penitenciária I do DF (PDF I), inaugurada em 2001
Capacidade 1.584
Lotação 3.390
Penitenciária II do DF (PDF II), inaugurada em 2005
Capacidade 1.464
Lotação 3.253
Penitenciária Feminina (PFDF), começou a ser ocupada em 1999
Capacidade 514
Lotação 770
Capacidade total 7.383
Lotação total 14.291
Com relação às críticas do representante do grupo de direitos humanos de que faltam investimentos para educação, profissionalização e saúde dos detentos, além de capacitação dos servidores, a Assessoria de Imprensa do MJ diz que, entre 2012 e o ano passado, foram repassados ao DF, aproximadamente, R$ 692 mil para essas áreas. O governo federal afirma ainda ter feito o investimento de R$ 892 mil com monitoramento eletrônico.
As unidades do DF
Centro de Detenção Provisória (CDP), inaugurado em 1973
Capacidade 1.212
Lotação 3.478
Centro de Internamento e Ressocialização (CIR), inaugurado em 1979
Capacidade 793
Lotação 1.864
Centro de Progressão Penitenciária (CPP), em reforma
Capacidade 1.816 (491 em reforma)
Lotação 1.536
Penitenciária I do DF (PDF I), inaugurada em 2001
Capacidade 1.584
Lotação 3.390
Penitenciária II do DF (PDF II), inaugurada em 2005
Capacidade 1.464
Lotação 3.253
Penitenciária Feminina (PFDF), começou a ser ocupada em 1999
Capacidade 514
Lotação 770
Capacidade total 7.383
Lotação total 14.291
Fonte: Correio Braziliense
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