O governo piscou
primeiro.
E diante
do risco de o Senado rejeitar na próxima semana as medidas do ajuste fiscal, cedeu ao PT e aos que cobravam o aumento da taxação dos lucros
dos bancos. De quebra, recuou da ideia de exigir
três meses de emprego ininterrupto para que o trabalhador que ganha até dois
salários mínimos pudesse receber o benefício do abono salarial.
Voltará a
vigorar, portanto, a regra antiga em que o abono era pago para quem trabalhasse
pelo menos 30 dias. Ao taxar mais os
lucros dos bancos, o governo calcula que a receita da União aumentará em R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões por ano. Ao desistir de mexer com o acesso ao
abono salarial, o governo abrirá mão de
uma economia estimada em R$ 9 bilhões.
O PT – mas não só ele - poderá desfilar por aí dizendo que salvou os mais pobres de
perdas com o abono salarial, e que pegou os mais ricos com o aumento da taxação
dos lucros dos bancos. O governo
pretendia alcançar este ano uma meta de superávit primário de 66,3 bilhões de
reais, o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto. Mas está difícil. O Congresso joga duro com ele.
Hoje, o
ministro Joaquim Levy, da Fazenda, anunciará um corte no Orçamento da União que
poderá chegar a 70 bilhões de reais.
A presidente Dilma Rousseff garantiu que o corte não
paralisará o governo. Mas para que seja eficaz, o governo passará a
trabalhar bem devagar, economizando tudo o que ache possível. A tesoura não poupará programas que o
governo sempre tratou como intocáveis. É o caso, por exemplo, do Minha Casa, Minha Vida. E do Programa
de Aceleração do Desenvolvimento.
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