Jurista que auxiliou PSDB também elaborou pedido de impeachment, que será ‘usado no melhor momento’
Autor da petição protocolada na
Procuradoria Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff por
crime comum, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior disse que
elaborou também um pedido de impeachment para ser apresentado
posteriormente, quando o PSDB avaliar que é o melhor momento político. O
fundamento jurídico é o mesmo da ação criminal, as pedaladas fiscais
praticadas pelo governo Dilma no período de 2013 a 2014. Ele disse ter
se convencido da possibilidade do impeachment por fatos anteriores ao
mandato, com um voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Celso de Melo, ao julgar um mandado de segurança impetrado pelo
ex-deputado Pinheiro Landin.
[o inconveniente da opção ação penal é depender muito da decisão do Janot - o que ele decidir está decidido e sequer cabe recurso.
No 'estado democrático de direito' brasileiro o procurador da República chega a ter mais poderes que o próprio Supremo - se ele decidir absolver Dilma, por vias indiretas e sem julgamento, basta arquivar a ação penal.
O impeachment pode ser mais conveniente no presente momento. Eduardo Cunha tem sofrido várias derrotas e será bom para iniciar a recuperação aceitar um pedido de 'impeachment' contra a soberana.
Atrairá holofotes sobre ele e de maneira positiva. ]
Para o professor Reale, os ativistas do Movimento Brasil Livre (MBL), que fizeram a marcha de São Paulo a Brasília e nesta quarta-feira entregam um pedido de impeachment contra Dilma na Câmara, estão sendo pouco democráticos ao chamar o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), de traidor. Ele diz que a ação que será impetrada tem muito mais peso que o pedido de impeachment, que pode também ser apresentado na hora certa, para não queimar um cartucho importante. — O voto do Celso de Melo me convenceu que podemos apresentar um pedido de impeachment pelas pedaladas. Cabe aos partidos agora avaliar a conveniência política e a viabilidade de aprovação na Câmara. Hoje mesmo tem fatos novos acontecendo. Eles (os ativistas do MBL) se precipitaram, ao invés de avaliar politicamente a estratégia das oposições. Ou faz como eu quero ou é traidor? Isso é pouco democrático — observou o jurista Miguel Reale ao GLOBO.
Hoje líderes e presidentes dos quatro partidos de oposição que assinam a ação criminal se reúnem no final do dia com o procurador geral da República, Rodrigo Janot. A petição de Reale que será entregue ao procurador tem mais força no momento, acreditam, porque o ministro Teori Zavaski já deu parecer favorável à investigação da presidente Dilma Rousseff.
Aécio não deve participar da reunião com Janot, porque participa agora da Marcha de Prefeitos e depois da votação das medidas de ajuste fiscal no Senado. Vão protocolar as ação os líderes Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE), Rubens Bueno (PPS-PR), Arthur Maia (SD), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), e os senadores José Agripino (DEM-RN) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Amanhã, ao final de um ato na frente do Congresso onde esperam reunir 30 mil pessoas, o MBL protocola um pedido de impeachment com 2 milhões de assinaturas.
Fonte: Blog do Noblat
Nenhum comentário:
Postar um comentário