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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Comandante do Exército vê risco de crise social no país

O comandante do Exército, general-de-Exército Eduardo Villas Bôas, disse ver risco de a atual crise virar uma "crise social" que afetaria a estabilidade do país, o que, segundo ele, diria respeito às Forças Armadas.

"Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade", afirmou.

O militar prosseguiu: "E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente".

Villas Bôas deu as declarações em inédita videoconferência na sexta (9) para 2.000 oficiais temporários da reserva, os R2, que se prepararam durante o serviço militar, mas não seguiram carreira. A conversa, com transmissão para oito comandos pelo país e cujos trechos circulam na internet, foi aberta a perguntas e teve a presença, por exemplo, do ex-governador Roberto Magalhães (DEM-PE), saudado pelo general.

O militar, que foi escolhido para o comando do Exército pela presidente Dilma Rousseff no início deste ano e já afastou intervenção militar em outras declarações, disse não ver uma crise institucional e que as instituições funcionam, dando como exemplo a reprovação das contas da petista pelo Tribunal de Contas da União.

"Dispensa a sociedade de ser tutelada. Não são necessários atalhos nos caminhos para chegar ao bom termo."

Questionado pela Folha sobre o significado de eventual crise social dizer respeito ao Exército, a instituição citou artigo da Constituição que afirma que as Forças Armadas "destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem", sob autoridade presidencial.

"Foi com o pensamento de legalidade, de estabilidade e de legitimidade que o comandante do Exército se referiu", disse em nota.

Segundo o Exército, que tem desenvolvido projeto recente de reaproximação com reservistas, "a única intenção [do evento] foi manter o contato com ex-companheiros".

O presidente do conselho de R2, Sérgio Monteiro, terminou assim nota publicada após a palestra: "Os tenentes estão de volta, prontos! Dê-nos a missão!".

 

VEJA ABAIXO TRECHO DA VIDEOCONFERÊNCIA

Videoconferência do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas

Texto Exército Brasileiro


Comandante do Exército conversa ao vivo com militares temporários da reserva de todo o País

 
Fortes e coesos. Essas palavras resumem a integração dos militares da reserva com o Exército Brasileiro. Isso foi comprovado durante uma videoconferência, realizada no dia 9 de outubro, entre o Comandante do Exército, General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e oficiais temporários da reserva (os chamados R2) de todo o Brasil. Mais de dois mil ex-integrantes do serviço ativo lotaram os auditórios dos oito comandos militares de área para participar da sessão virtual, transmitida em tempo real, cujo objetivo foi estabelecer um diálogo mais eficaz entre a reserva e o Comandante.
Esse efetivo, mesmo após deixar as fileiras da Força Terrestre, continua se organizando em associações que, de maneira vibrante, cultuam os valores militares aprendidos na caserna e representam uma interface significativa entre a Instituição e a sociedade. Não à toa, muitos deles hoje ocupam funções estratégicas nas mais diversas áreas. É o caso do ex-governador de Pernambuco, ex-prefeito de Recife, ex-deputado federal e também antigo oficial R2, Roberto Magalhães, que estava presente na videoconferência; além de desembargadores, magistrados e outros profissionais.

O Gen Villas Bôas respondeu a perguntas sobre os mais variados temas,
desde as ações para a valorização dos oficiais da reserva e os desafios do novo Ministro da Defesa, à atual crise vivida pelo País. O Comandante tranquilizou todos os participantes ao dizer que a Instituição encara esse momento de dificuldades do Brasil a partir de três pilares essenciais: a estabilidade, a legalidade e a legitimidade. Com eles, afirmou, o Exército pode se unir às outras instituições para ajudar o País a enfrentar o cenário atual e a buscar um projeto de desenvolvimento que traga mais harmonia entre os diferentes agentes públicos e a sociedade.

Todas as ideias e sugestões trazidas pelos oficiais R2 foram acolhidas pelo Comandante, e algumas serão objeto de estudos para, depois da devida análise, entrarem em vigor. Nas suas últimas palavras, o Comandante pediu que todos mantivessem o mesmo espírito de entusiasmo que sempre marcou os quadros do Exército, enfatizando que seguir em frente como um bloco uníssono, sem rupturas, é o melhor de todos os caminhos.


Fonte: Defesa Net

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