TCU prova que não houve 'pedalada' antes. Veja o gráfico
Em sua defesa, o governo disse que as “pedaladas” também eram feitas em outros governos. A sugestão de que o TCU não rejeitava a prática gerou inquietação. Mas ela pode ser respondida com o gráfico abaixo. O saldo negativo com a Caixa era pontual e passou a ser recorrente entre 2013 e 2014.Eloquente, o gráfico é importante para a discussão. Muita gente ficou com dúvida, mas os números liquidam o argumento do governo. Até 2012, o saldo varia ligeiramente em torno de zero. Às vezes positivo e, em outros momentos, negativo. Em 2013, porém, o saldo fica negativo em R$ 3 bi. No ano seguinte, o rombo dobra.
Foi uma trama. O procurador de contas Júlio Marcelo de Oliveira explicou, no meu programa na GloboNews, que as “pedaladas” — atrasos nos repasses aos bancos públicos — foram parte de algo maior, “um conjunto harmônico de maquiagens”.
Os truques eram interligados. O governo, por exemplo, fez uma previsão para gastos do seguro-desemprego abaixo do indicado pelo Ministério do Trabalho. A intenção era inflar outros programas, usados como vitrine nas eleições. Os trabalhadores demitidos receberam o benefício da Caixa, mas o banco público não foi ressarcido pelo governo. O problema foi tão grave que a Caixa reclamou a dívida na Justiça.
Perto da eleição, com esse descontrole das contas, o governo editou decretos para créditos suplementares, sem passar pelo Congresso. O procurador explica que em todas as irregularidades havia uma harmonia. Essas ações foram feitas com a intenção de aumentar os gastos no ano eleitoral sem que houvesse receitas para isso. Este, de fato, foi o comportamento do governo Dilma.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão
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