Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Mais de 7 mil vagões ferroviários abandonados viram sucatas por estradas do país

No início deste ano, o órgão responsável por concluir o inventário da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) desde 2007 pediu nova extensão de prazo. Setor já custou aos cofres públicos mais de R$ 150 milhões

[a regra em todo o mundo, especialmente nos países desenvolvidos, é ampliar o transporte ferroviário. Aumentando a quilometragem da malha ferroviária, o número de cidades servidas por ferrovias, interligando países, modernizando vagões e locomotivas.
É um transporte mais barato, com maior capacidade, mais seguro.
No Brasil, ao contrário, destruíram as ferrovias para priorizar o transporte rodoviário - que é mais caro, mais poluente, menor capacidade, mais perigoso.
Razão de opção tão danosa: a construção de uma ferrovia dificulta a roubalheira, já que os aditivos (a grande fonte de corrupção em obras públicas) se tornam mais visíveis, portanto, mais fácil a descoberta das maracutaias.
As obras ferroviárias pelo seu gigantismo torna as fraudes mais difíceis, as possibilidade  de corrupção - melhor dizendo, 'atividades partidárias, segundo as palavras do presidente do PT - são maiores em construção de rodovias, mais fácil partir em trechos.
Tanto que tentaram o trem bala, mas a Dilma concluiu que seria mais complicado roubar e optou por sepultar o projeto, apesar de ainda existir uma estatal criada em função do extinto projeto e que agora continua funcionando, com mais de 100 empregado sendo destinada a ???.]   

A extinção da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), em 2007, deixou de herança para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) uma coleção de locomotivas e vagões que se contam aos milhares. Boa parte desse patrimônio ficou abandonada nos pátios de estações ferroviárias do país e viram sucata sem possibilidade de reaproveitamento. O Dnit já recebeu da extinta RFFSA 1.150 vagões e 224 locomotivas não operacionais, mas ainda há pelo menos mais 7,4 mil vagões em fim de vida útil virando entulho. O número total, porém, bem como o estado de conservação de cada peça, ainda não é conhecido. As informações só estarão disponíveis quando for finalmente concluído o inventário da RFFSA. Depois de vários adiamentos, a nova previsão é para dezembro deste ano.


Instituída em 2007, a Inventariança da Extinta RFFSA, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, é responsável por concluir a lista. Com sede no Rio de Janeiro e representações em 13 unidades da Federação, a estrutura tem a maior parte do quadro composta por ex-funcionários da Rede que foram transferidos para a Valec — Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Desde que foi criada, a Inventariança já custou aos cofres públicos R$ 151,6 milhões, uma média de R$ 16,8 milhões por ano, segundo dados do Portal da Transparência. Diante de mais um pedido de extensão de prazo, um grupo de trabalho foi constituído para definir um cronograma e adotar ações para garantir a conclusão das tarefas — prorrogada até 31 dezembro de 2016, por meio da portaria n.º 19, de 14 de janeiro.

O chefe de gabinete da inventariança, Flávio Rabello, afirma que 95% do inventário está concluído e os 5% restantes devem ficar prontos neste ano. Entretanto, Rabello detalha que toda a parte de bens móveis, operacionais ou não, já foi repassada ao Dnit. O que que falta diz respeito à organização e ao tratamento do acervo documental, alguns bens imóveis da Ferrovia Paulista S.A e deveres financeiros. Em relação ao estado de depredação das peças, Rabello é conciso: “Não temos gestão sobre isso”.

Para o engenheiro civil José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente), é um absurdo a maioria dos equipamentos ferroviários e os binários desativados estarem destruídos, à espera de uma destinação. Gonçalves lembra que eles representam riscos à população, pois mantêm-se minimamente acessíveis por encontrarem-se — apesar de jogados, enferrujados e tombados —, quase sempre nas redondezas das cidades. “Faltam ações práticas por parte dos governantes, dos de ontem e de hoje. Há muito tempo não se decide nada a esse respeito. Quem não sabe fazer ferrovias, não sabe operá-las. Não se sabe o que fazer com os antigos vagões e as velhas locomotivas, mesmo as de inquestionável valor histórico. Esse descaso representa, na verdade, uma síntese de tudo o que foi e está sendo feito com as nossas ferrovias e, muitas vezes, com o país. É triste a realidade ferroviária do Brasil.”

Abandono

Aposentado pela RFFSA, o engenheiro Mário Picanço, 74 anos, lamenta que o fechamento da empresa tenha sido feito sem planejamento e cuidado. Picanço conta que, na época em que a Rede operava, as unidades tinham um pátio para onde eram levados vagões e locomotivas danificados. Lá, era feita uma triagem e as peças vendidas ou reaproveitadas. “Naquela época, isso era uma preocupação. Tinha uma política de aproveitamento. Cada peça tem um valor e deixar isso se deteriorar é um desperdício. Quando a Rede acabou, não pensaram nisso. Não houve esse cuidado. Eles permitiram o abandono”, comenta.

 Fonte: Correio Braziliense

 

Nenhum comentário: