Expectativa é de que Temer aprove texto sem modificação
A sanção sem vetos do presidente interino, Michel Temer, ao acordo
salarial do pessoal do Judiciário — apesar da exigência do Legislativo
de vetos em alguns artigos — criou a expectativa de que todos os acordos
firmados com a gestão anterior e aprovados pelos parlamentares serão
cumpridos também para os servidores do Executivo. Mas a polêmica sobre
alguns itens emperra o andamento dos projetos e dividem especialistas.
Técnicos
do Banco Central, em greve há 13 dias, com o apoio dos analistas,
lutam para que seja aprovada a reestruturação das carreiras, com a
mudança do critério de acesso em concursos de nível médio para
superior, sem impacto financeiro para a União, segundo o Sindicato da
categoria (SinTBacen). Mesmo pleito de carreira semelhante da
Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e da Controladoria-Geral da União
(CGU).
Dados do SinTBacen e do Sindicato Nacional dos Analistas (Sinal) apontam que, a longo prazo, haverá uma economia de 17,5% aos cofres públicos. Quando concluída a modernização da carreira de especialista do BC, com redistribuição das atividades, será possível o ingresso, nos próximos concursos, de mais técnicos (menor salário) e de menos analistas, até que a proporção seja de 40% para 60% e não de 15% para 85%, como é hoje.
O presidente da União dos Analistas Legislativos da Câmara dos Deputados (Unalegis), Sebastião Magalhães, ao contrário, prevê um péssimo horizonte, em breve, com as mudanças de escolaridade para técnicos em vários órgãos públicos. “Esse movimento está cada vez mais forte, mas é um grande golpe. Vêm com essa história de que é mais barato e de que não querem equiparação, mas, em pouco tempo, estarão mais capacitados e vão pleitear salários compatíveis com o status que seus cargos passaram a ter.”
Fonte: Correio Braziliense
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